Título: O verdadeiro Pentecostalismo — A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo
Comentarista: Esequias Soares
Lição 13: Voltados os olhos para a bendita esperança
Data: 28 de Março de 2021
“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13).
A nossa esperança é algo vivido e real, não se baseia em utopia e nem em imaginação humana, mas em fatos revelados na Palavra de Deus e confirmados pela História.
Segunda — Mt 24.44
Jesus nos manda estar atentos
Terça — Mc 13.32
Ninguém sabe o dia e a hora do arrebatamento da igreja
Quarta — Lc 12.37
Bem-aventurados são os crentes vigilantes na vinda do Jesus
Quinta — Lc 21.34-36
É necessário orar e vigiar em todo o tempo
Sexta — 1Co 1.8
Estamos esperando a vinda de Jesus
Sábado — 1Ts 5.4-6
A vigilância é um dos ensinos paulinos
Atos 1.6-11.
6 — Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?
7 — E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.
8 — Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.
9 — E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.
10 — E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco,
11 — os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.
451, 469 e 514 da Harpa Cristã.
Voltar os olhos para a Bendita Esperança.
Abaixo os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com seus respectivos subtópicos.
A expectativa dos pentecostais acerca da vinda de Jesus não é fator secundário, mas essencial. Não se trata de uma doutrina que pode ser negociada, mas que deve ser afirmada com muita seriedade. A convicção de que o nosso Senhor pode voltar a qualquer momento tem impacto em nossa prática de evangelização, de santidade e de fidelidade com o Senhor a respeito dos dons espirituais que Ele dispensou para nós.
A nossa maior expectativa se encontra na certeza de que um dia estaremos com o nosso Senhor no céu de glória. Essa bendita esperança é cantada em nossos hinários e pregada de maneira entusiasmada por aqueles que levam a sério o ministério do ensino e da pregação em nossa igreja.
INTRODUÇÃO
A expressão “bendita esperança” se refere à segunda vinda de Cristo, que é a esperança da igreja desde que Jesus retornou ao céu. Essa expectativa vem aumentando à medida que o tempo vai passando. A presente lição pretende esclarecer quão breve será esse evento para que cada um mantenha a vigilância e a fidelidade.
PONTO CENTRAL
A esperança da Igreja é vívida e real.
I. BREVE O SENHOR VIRÁ
A vinda de Jesus é tão certa quanto a sucessão dos dias e das noites, e disso não temos a menor dúvida. Esse dia está próximo, e os sinais que precederão a vinda de Cristo já estão presentes.
1. A vinda de Cristo. A segunda vinda de Cristo é uma verdade ensinada na Bíblia inteira com abundância de detalhes nos evangelhos e nas epístolas. Todos os ramos do Cristianismo concordam que Jesus um dia voltará, mas essa unanimidade não ocorre no tocante à maneira como isso vai acontecer. Há diversas interpretações sobre o tema que fogem ao escopo da presente lição.
Inclui-se na expressão “segunda vinda” o arrebatamento da igreja (1Ts 4.15) e a vinda de Jesus em glória (2Ts 2.8). Quando o Senhor Jesus ascendeu ao céu, os varões de branco disseram que Ele virá da mesma maneira que subiu (v.11); esse cenário é de sua vinda em glória e não do arrebatamento da Igreja.
2. Uma promessa de Jesus. Ele prometeu voltar para nos buscar e nos levar para o céu (Jo 14.1-3). Mas, parece que antes do Pentecostes os discípulos ainda não tinham uma compreensão exata dessa vinda, pelo que se pode observar na pergunta dos discípulos: “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (v.6). Talvez estivessem ainda pensando num reino físico, político, que era o pensamento dominante em Israel. Mas Jesus os corrige por duas razões principais: o dia e a hora dessa bendita esperança é exclusividade do Pai, e está fora do radar humano (Mt 24.36; Mc 13.32), e a restauração do Reino de Deus não é só para Israel, mas para todos os povos: “… Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (v.8).
3. O dia se aproxima. Sabemos que a vinda de Jesus está próxima pelos sinais claros que o Senhor Jesus nos deixou. Pregamos por toda parte que Jesus breve vem, e essa mensagem está em nossos hinos congregacionais e nos diversos cânticos inspirados nas Escrituras. Ninguém sabe o dia e nem a hora, mas o Senhor Jesus deixou sinais claros e evidentes que mostram que esse dia está próximo. Os principais são a efusão do Espírito Santo, uma promessa para os últimos dias (Jl 2.28-32; At 2.16-21), que a partir do avivamento da Rua Azusa tem se espalhado pelo mundo inteiro. Os Pentecostais são o maior movimento protestante do mundo. O outro sinal evidente é a fundação do Estado de Israel (Lc 21.29-31), que desde 1948 ostenta a sua bandeira tremulando na sede das Nações Unidas, como Estado Soberano.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A vinda de Cristo é tão certa quanto à sucessão de dias e estações porque o nosso Senhor garantiu.
Inicie a aula desta semana expondo para a classe a realidade concreta do dia de 24 horas e das estações: Inverno, Primavera, Verão e Outono. Aconteça o que acontecer esses dias acontecerão. O dia iniciará, terminará e iniciará de novo. As quatro estações virão e passarão. O Verão passará, o Outono chegará, o Inverno virá e a Primavera desabrochará. Tão certo como tudo isso acontecerá, assim será a volta de Cristo Jesus. Leia com a classe Atos 1.9-11. Nessa passagem está dito com clareza que o nosso Senhor virá. Estimule a classe com essa verdade. Diga que no tempo da igreja do primeiro século, ela esperava Jesus para os seus dias. Será que nosso Senhor encontrará fé por ocasião de sua vinda? Ele nos encontrará anelando por sua volta?
A Bendita Esperança
“O único motivo por que a promessa da nossa ressurreição, do nosso corpo glorificado, do nosso reinar com Cristo, e do nosso futuro eterno é chamada ‘esperança’ é porque ainda não os alcançamos (Rm 8.24,25). Essa esperança, porém, nunca nos decepcionará, nem nos envergonhará por termos confiado nela, porque ela é mantida viva e demonstrada como verdadeira pelo amor de Deus que o Espírito Santo derramou em nosso coração.” Leia mais em Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, 2019, pp.610-617.
II. A NECESSIDADE DE VIGILÂNCIA
A vigilância se faz necessária porque ninguém sabe o dia da vinda de Jesus. Entendemos como vigilância o ato ou efeito de vigiar, o estado de quem permanece alerta, de quem procede com precaução para não correr risco. Devemos permanecer acordados, atentos no cuidado de não nos afastarmos de Jesus e aguardar a bendita esperança.
1. Exortação à vigilância. O Senhor Jesus nos exorta com muita ênfase sobre a necessidade da vigilância: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.44). A razão disso é porque ninguém sabe quando vai acontecer a sua vinda (Mt 24.42; 25.13; Mc 13.33; Lc 21.36). Essa era também a preocupação nos ensinos dos apóstolos (1Ts 5.2-6; 2Pe 3.8-10). O ensino de Jesus nas diversas parábolas e nos discursos escatológicos, como em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21, dá muita ênfase à necessidade de os crentes estarem atentos.
2. Os alarmes falsos. Muitos líderes e grupos religiosos arriscaram-se em marcar a data da segunda vinda de Cristo. Alguns deles cravaram várias datas; outros, depois de constatarem que elas não batiam, reinterpretaram as supostas profecias e as protelaram para outras datas. Todos esses líderes e grupos falharam. É um erro tentar adivinhar os tempos e as estações (At 1.7), pois só Deus sabe o dia e hora (Mt 24.36; Mc 13.32).
A Palavra de Deus rejeita todas as falsas expectativas acerca da vinda de Cristo. Essa maravilhosa doutrina tem como objetivo trazer esperança aos crentes; não a incredulidade, a falsa expectativa e os alarmes falsos.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
É preciso estar vigilante quanto à vinda do Senhor e prevenidos contra os falsos alarmes.
“Paulo confirma as advertências de Jesus ao reconhecer que ‘o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite’ (1Ts 5.2). Os crentes, porém, não serão apanhados de surpresa, não porque saibam de antemão a data, mas porque são do dia, e vivem na luz da Palavra de Deus (não são da noite, nem pertencem às trevas da iniquidade). Como consequência, estão alerta, com domínio próprio, protegidos pela fé e amor como couraça, e tendo por capacete a esperança da salvação (1Ts 5.4-9). Assim como o apóstolo Paulo, continuam ansiando pela sua vinda (2Tm 4.8) porque o amam e confiam nEle. A esperança de Paulo não estava ‘ligada a uma data fixa, mas o evangelho que declarava o cumprimento das promessas do Antigo Testamento, e conclamava as pessoas a viverem com confiança’” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.614).
III. VIVENDO COM FIDELIDADE
Viver com fidelidade é adotar um estilo de vida cristão na esperança da vinda de Jesus. Assim como Deus é santo e exige santidade do seu povo, da mesma maneira um Deus fiel exige fidelidade do seu povo.
1. Definição. Fidelidade é a qualidade de ser cheio de fé, característica do que é fiel, lealdade. Os termos “fidelidade, verdade, lealdade” pertencem ao mesmo campo semântico na Bíblia: “Seja o SENHOR entre nós testemunha da verdade e fidelidade” (Jr 42.5); “mostrando toda a boa lealdade” (Tt 2.10). Fidelidade é uma demonstração de fé, lealdade, respeito, constância nos compromissos assumidos.
2. A fidelidade de Deus. A verdade é um dos atributos morais de Deus do qual reflete outras perfeições divinas, dentre as quais, a fidelidade. Deus é fiel (1Co 1.9; 2Ts 3.3; 2Tm 2.13). A fidelidade de Deus é grande (Lm 3.23) e expressa uma absoluta confiança, cuja ideia é de firmeza (Sl 36.5; 89.2). Assim como ele cumpriu a promessa da vinda do Salvador do mundo, de igual modo, a segunda vinda de Cristo podemos considerar como um fato incontestável.
3. A fidelidade como virtude cristã. Os atributos morais de Deus são aqueles cujas ressonâncias e reflexos são vistas nas criaturas humanas. A fidelidade é uma das virtudes cristãs proveniente do Espírito na vida do crente (Gl 5.22). Essa verdade é ensinada em toda a Bíblia, de maneira direta nos relatos históricos e proféticos, nas parábolas e ilustrações como importante virtude na vida cristã (Mt 25.21; 1Co 4.2; 2Tm 2.19).
4. Tempos e estações. Jesus responde à pergunta dos discípulos ampliando o horizonte desse reino. “Não vos pertence saber os tempos e as estações” (v.7). Essa resposta foi dupla: “Tempos”, no grego nessa passagem, é chronos e significa um longo período. Haveria um espaço de tempo para a pregação do Evangelho entre a descida do Espírito Santo e a vinda de Cristo. “Estações”, nesse verso, é kairós , que significa “ocasião” e se refere aos eventos críticos que devem acompanhar o estabelecimento do reino. “Tempos e estações” são prerrogativas de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A fidelidade é um dos atributos morais de Deus que se espera achar no crente.
“Entrementes, o Espírito nos prepara, de muitas maneiras, para o cumprimento de nossa esperança gloriosa. Ele nos ajudar a orar (Rm 8.26,27) enquanto ‘nós, pelo espírito da fé, aguardamos a esperança da justiça’ (Gl 5.5). O dom do Espírito Santo é um selo e uma ‘primeira prestação’ daquilo que receberemos em maior plenitude na nossa herança futura como filhos de Deus (Ef 1.13,14). É também ‘penhor’ de que realmente o receberemos se conservamos a nossa fé em Jesus, e continuamos a semear para agradar ao Espírito, e não para agradar à nossa natureza pecaminosa (Gl 6.7-10; ver também Rm 2.10).
[…] Juntamente com essas primeiras prestações das bênçãos do porvir, podemos desfrutar de tempos de refrigério da parte do Senhor sempre que houver arrependimento ou uma mudança de atitude para com o Senhor (At 3.19). Mas, conforme já foi enfatizado, as advertências de Jesus devem ser levadas a sério. Repetidas vezes, Ele enfatizou a importância de estar pronto e de viver à luz da sua volta (Mt 24.42,44,50; 25.13; Lc 12.35,40; 21.34-36)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, pp.616,617).
CONCLUSÃO
Viver com fidelidade é ser fiel e leal a Deus durante toda a vida (2Tm 4.7,8). A fidelidade ao Senhor Jesus é uma das condições para herdar o Reino dos Céus. O Senhor Jesus falou reiteradas vezes sobre a sua vinda. Ao ascender ao céu, dois anjos reafirmaram essa promessa: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (v.11). A volta de Jesus para nos levar ao céu é a esperança da Igreja.
A respeito de “Voltados os Olhos para a Bendita Esperança”, responda:
O que se inclui na expressão “segunda vinda” de Cristo?
Inclui-se na expressão “segunda vinda” o arrebatamento da igreja (1Ts 4.15) e a vinda de Jesus em glória (2Ts 2.8).
Como sabemos que a vinda de Jesus está próxima?
Sabemos que a vinda de Jesus está próxima pelos sinais claros que o Senhor Jesus nos deixou.
Em que líderes e grupos religiosos arriscaram-se?
Muitos líderes e grupos religiosos arriscaram-se em marcar a data da segunda vinda de Cristo.
Qual a definição de fidelidade?
Fidelidade é a qualidade de ser cheio de fé, característica do que é fiel, lealdade.
Qual o significado de “tempos” e “estações” em Atos 1.8?
“Tempos’, no grego nessa passagem, é chronos e significa um longo período. “Estações”, nesse verso, é kairós, que significa “ocasião” e se refere aos eventos críticos que devem acompanhar o estabelecimento do reino.
VOLTADOS OS OLHOS PARA A BENDITA ESPERANÇA
Essa lição é sobre a nossa esperança. Veja o que o teólogo Stanley Horton (in memorian) escreve sobre o assunto: “O único motivo por que a promessa da nossa ressurreição, do nosso corpo glorificado, do nosso reinar com Cristo, e do nosso futuro eterno é chamada ‘esperança’ é porque ainda não os alcançamos (Rm 8.24,25)” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, p.610).
De fato, não alcançamos a plena realidade espiritual nos termos que o apóstolo Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (4.16,17). Ao anunciar essa promessa, o apóstolo conclui: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (v.18). As palavras do apóstolo Paulo revelam que a “esperança” é o grande tema da verdadeira Escatologia Bíblica. E, por isso, devemos reforçá-la consolando uns aos outros com a memória dessa promessa.
A razão de aguardarmos algo que ainda não ocorreu é porque “anelamos e esperamos a realidade última da manifestação do Reino de Deus no mundo”. Assim, essa esperança se inicia e permanece por intermédio de Jesus Cristo (Ef 2.12). Éramos um povo sem esperança, já condenados como filhos da ira, com uma natureza essencialmente alienada de Deus e de seu plano salvífico: “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5). Eis a razão da nossa esperança! Se o Pai, por intermédio de Jesus, o seu Filho, nos vivificou em Cristo, significa que Ele completará essa boa obra iniciada em nós. Por isso, a “esperança” é o fundamento primeiro da Escatologia Bíblica.
Aproveite esta última lição para enfatizar o tema da “esperança”. A doutrina das últimas coisas não pode ser ensinada com o objetivo de trazer medo às pessoas, confusão de datas ou falsos alarmes. À luz da Palavra de Deus, sempre que os autores bíblicos trataram do assunto, eles tinham como alvo consolar, confortar e animar o povo de Deus. A sua classe deve ser animada por você com a verdadeira esperança bíblica. Uma aula de bênçãos!