Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 13: A multiforme Sabedoria de Deus
Data: 27 de Junho de 2021
“Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” (Ef 3.10).
A multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demonstrada ao mundo pela Igreja de Cristo.
Segunda — Pv 2.6
Deus dá sabedoria
Terça — Pv 9.10
O princípio da sabedoria
Quarta — Rm 11.33
A insondável sabedoria divina
Quinta — Rm 11.34-36
Quem compreendeu o intento divino
Sexta — 1Co 1.24
Cristo, a Sabedoria de Deus
Sábado — Ef 1.17
O espírito de sabedoria e revelação
Efésios 3.8-10; 1 Pedro 4.7-10.
Efésios 3
8 — A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo
9 — e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou;
10 — para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,
1 Pedro 4
7 — E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração.
8 — Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados,
9 — sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações.
10 — Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
10, 330 e 440 da Harpa Cristã.
Mostrar o caráter multiforme da sabedoria divina.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Uma das coisas mais maravilhosas quando estudamos a teologia da Santíssima Trindade é identificar como o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão em pleno relacionamento numa unidade perfeita. É isto mesmo! A Santíssima Trindade mostra-nos uma perfeita unidade. Portanto, não poderíamos esperar outra forma de Deus agir pela Igreja, se não pela expressão da sua multiforme sabedoria em trabalhar no mundo através do Corpo de Cristo. Para isso, Deus disponibilizou ao seu povo dons de revelação, dons de poder, dons de expressão e dons ministeriais. Que o Senhor nos use como instrumentos em suas mãos.
INTRODUÇÃO
O Altíssimo revelou para a Igreja um mistério oculto desde a fundação do mundo. Pelo Espírito Santo, o Senhor trouxe luz para o seu povo usando os “seus santos apóstolos e profetas” para mostrar que esse mistério é Cristo em nós, a esperança da glória. Era a multiforme sabedoria do Pai manifestando-se para pessoas simples como eu e você.
PONTO CENTRAL
A multiforme sabedoria de divina se manifesta para pessoas simples.
I. OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
1. São diversos. Na passagem bíblica de 1Coríntios 12.8-10 são mencionados nove dons do Espírito Santo. Há outros dons espirituais noutras passagens da Bíblia já mencionados em lições anteriores deste trimestre, como Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.28-30; 1 Pedro 4.10,11 e Hebreus 2.4. São dons na esfera congregacional. Em Efésios 4.7-11 e 2 Timóteo 1.6 vemos dons espirituais na esfera ministerial da Igreja.
2. São amplos. A sabedoria de Deus é multiforme e plural. É manifesta em seus dons espirituais e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo.
3. Dádivas do Pai. Outras excelentes dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos, são:
a) A dádiva do amor. A grande manifestação de amor do Altíssimo para com a humanidade foi enviar o seu Filho Amado para salvar o mundo (Jo 3.16). Este amor dispensado por Deus desafia-nos a que amemos aos nossos inimigos e ao próximo, isto é, qualquer ser humano carente da graça do Pai (Jo 1.14).
b) A dádiva da filiação divina. Deus torna um filho das trevas em filho de Deus (Jo 1.12; 1Pe 2.9). É a graça do Pai indo ao encontro da pessoa, tornando-a membro da família de Deus (Ef 2.19).
c) O ministério da reconciliação. O apóstolo Paulo explica o milagre da salvação como resultado do “ministério da reconciliação” (2Co 5.19). Todo ser humano pode ter a esperança de salvação eterna, mas de salvação agora também. Quem está em Cristo é uma nova criatura e o resultado disto é que Deus faz tudo novo em sua vida (2Co 5.17).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Os dons espirituais e ministeriais são diversos e amplos.
Professor, para introduzir a última lição do trimestre reproduza na lousa o esquema abaixo. Em seguida, faça uma revisão dos assuntos tratados ao longo do trimestre. Cite e comente cada dom estudado. O propósito desta revisão é para que fique claro ao aluno o caráter múltiplo de Deus em lidar com a sua amada Igreja. Por isso, podemos perceber através dos estudos dos dons a multiforme sabedoria do Pai sobre o seu povo. Boa aula!
II. BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS
1. Com sobriedade e vigilância. O despenseiro deve administrar a igreja local, retirando da “despensa divina” o melhor alimento para o rebanho. Paulo destaca a sobriedade e a vigilância do candidato ao episcopado como habilidades indispensáveis ao exercício do ministério (1Tm 3.2). Por isso, o apóstolo recomenda ao obreiro não ser dado ao vinho, pois a bebida traz confusão, contenda e dissolução (1Tm 3.2 cf. Ef 5.18). O fiel despenseiro é o oposto disso. Nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício do ministério dado por Deus.
2. Amor e hospitalidade. Os despenseiros de Cristo têm um “ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1Pe 4.8). Mediante a graça de Deus, o obreiro pode demonstrar sabedoria e amor no trato com as pessoas. Amar sem esperar receber coisa alguma é parte do chamado de Deus para os relacionamentos (1Jo 3.16). Esta atitude é a verdadeira identidade daqueles que se denominam discípulos do Senhor Jesus (Jo 13.34,35). Aqui, também entra o caráter hospitaleiro do obreiro, recomendado pelo apóstolo Pedro (1Pe 4.9). Isso se torna possível para quem ama incondicionalmente, pois a hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas — crentes ou não, pobres ou ricas, cultas ou não etc. Este é o apelo que o escritor aos Hebreus faz a todos os crentes (Hb 13.2,3).
3. O despenseiro deve administrar com fidelidade. A graça derramada sobre os despenseiros de Cristo tem de ser administrada por eles com zelo e fidelidade. A Palavra de Deus nos adverte: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10). Pregando, ensinando ou administrando o corpo de Cristo, tudo deve ser feito para a glória do Senhor, a quem realmente pertence a majestade e o poder (1Pe 4.11). Paulo ensina-nos ainda que devemos ser vistos pelos homens como “ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1Co 4.1; Cl 1.26,27). Por isso, os despenseiros de Deus devem ser fiéis em tudo; “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Os bons despenseiros dos mistérios divinos devem apresentar sobriedade, vigilância, amor, hospitalidade e fidelidade ao Senhor.
“Em virtude do fato de Paulo, Apolo e Pedro pertencerem aos crentes, os homens (gr. anthropos , ‘pessoas’, ‘humanidade’) devem considerá-los como servos de Cristo enviados por Ele para ajudá-los.
A Paulo, Apolo e Pedro são confiados os ‘mistérios de Deus’ (que eram mistérios não revelados nos tempos do Antigo Testamento, mas que agora são revelados no Evangelho).
A eles são confiados não para guardar ou proteger esses ‘mistérios’, mas para administrá-los a todos os crentes. Porque eles têm esta responsabilidade exige-se que sejam fiéis, ou seja, eles têm de entregar-se à obra de disseminar o Evangelho, apesar das dificuldades e das consequências.
Paulo foi incumbido pelo Senhor de administrar os segredos de Deus. Portanto, ele era responsável a Deus, não a algum tribunal humano com suas limitações humanas, e certamente não aos coríntios que o estavam julgando (examinando, investigando, criticando)” (HORTON, Stanley. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.46,45).
“O cap. 13 [de 1 Coríntios] é uma continuação do ensino de Paulo sobre os dons espirituais. Ele enfatiza, aqui, que ter dons espirituais sem amor (caridade), de nada adianta (vv.1-3). O ‘caminho ainda mais excelente’ (12.31) é o exercício de dons espirituais com amor (vv.4-8). O amor, sendo o único contexto em que os dons espirituais podem cumprir o propósito de Deus, deve ser o princípio predominante em todas as manifestações espirituais.” Para ler mais, consulte a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1759.
III. OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO
1. A necessidade dos dons espirituais. Os dons espirituais são indispensáveis à Igreja. Uma onda de frieza e mornidão tem atingido muitas igrejas na atualidade, as quais não estão vivendo a real presença e o poder de Deus para salvar, batizar com Espírito Santo e curar enfermidades (Ap 3.15-20). Em tal estado, os dons do Espírito são ainda mais necessários. É no tempo de sequidão que precisamos buscar mais e mais a face do Senhor, rogando-lhe a manifestação dos dons espirituais para o despertamento espiritual dos crentes em Jesus (Hb 3.2).
2. Os dons espirituais e o amor cristão. Paulo termina o capítulo sobre os dons espirituais, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1Co 12.31). Em seguida abre o capítulo mais belo da Bíblia Sagrada sobre o amor — 1 Coríntios 13. Como já dissemos, não é por acaso que o tema do amor (capítulo 13) está entre os assuntos espirituais (capítulos 12 e 14). Ali, o apóstolo dos gentios refere-se a vários dons, ensinando que sem o amor nada adianta tê-los.
3. A necessidade do fruto do Espírito. Uma vida cristã pautada pela perspectiva do fruto do Espírito (Gl 5.22) — o amor — é o que o nosso Pai Celestial quer à sua Igreja. Uma igreja cheia de poder, que também ama o pecador. Cheia de dons espirituais, mas que também acolhe o doente. Zelosa da boa doutrina, mas em chamas pelo amor fraterno que, como diz Paulo, “é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1Co 13.4,5). O caminho do amor é mais excelente que o dos dons espirituais (1Co 12.31).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Os dons espirituais são ligados ao amor cristão, o mais autêntico fruto do Espírito.
“Paulo havia elogiado os coríntios, a quem não faltavam nenhum dom espiritual (1Co 1.7), e lhes mostrado a necessidade de apreciar a variedade dos dons e a unidade do corpo. Agora ele quer destacar ‘um caminho mais excelente’ para exercer os dons, o caminho do amor. Ele não sugere que os dons sejam inferiores ao fruto do Espírito (que inclui-se todo no amor). Nem quer dizer que os dons e as manifestações espirituais não sejam necessários se eles têm o amor. Embora o amor de Deus e o amor de Cristo sejam a fonte de nossa salvação e de tudo o que Deus tem para nós, o amor não é chamado de dom espiritual (um dos charismata). Tudo o que foi dito no capítulo 12 mostra que os dons são necessários para a vida e ministério cristãos. Mas em Corinto eles precisavam de correção. Os dons eram genuínos, mas em Corinto eles precisavam de correção. Os dons eram genuínos, mas os motivos dos crentes eram tudo o que deviam ser. Não nos esqueçamos de que Deus modelou este amor para nós ‘segundo sua pessoa e trabalho’” (HORTON, Stanley. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.124,125).
CONCLUSÃO
A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se na igreja através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo e a partir dos dons de Deus necessários ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os dons, aqueles que os possuem devem usá-los com humildade e fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas sobretudo o amor, pois sem amor de nada adianta possuir dons. Estes são para a edificação dos salvos em Cristo Jesus.
A respeito de “A Multiforme Sabedoria de Deus” responda:
Segundo a lição, quais são as dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos?
A dádiva do amor, a dádiva da filiação divina e o ministério da reconciliação.
Segundo o apóstolo Paulo quais habilidades são indispensáveis ao exercício do ministério (1Tm 3.2)?
A sobriedade e a vigilância.
Como Paulo termina o capítulo sobre os dons espirituais?
Dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1Co 12.31).
Qual o caminho ainda mais excelente que os dons, segundo a lição?
O caminho do amor.
Sejam quais forem os dons, como aqueles que os possuem devem usá-los?
Com humildade e fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas, sobretudo, o amor, pois sem amor de nada adianta possuir dons.
A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS
Dons Espirituais: dons de revelação (sabedoria, conhecimento e discernimento de Espírito), dons de poder (fé, dons de curar e operação de maravilhas) e dons de elocução (profecia, variedades de línguas e interpretações de línguas). Dons Ministeriais: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Quantas dádivas a serviço da Igreja de Cristo! Quantas formas de Deus trabalhar pelo Seu povo! Diversidade na unidade! Unidade na diversidade! Nosso Pai Celestial age de acordo com a Sua multiforme graça e sabedoria.
Além de divina, e Igreja de Cristo é humana e terrena. Ela está alocada num tempo, cultura e realidades sociais bem distintas uma das outras. As igrejas locais são a expressão da Igreja Invisível. Esta é composta por todos os seres humanos dos quatro cantos da Terra que têm em comum a fé centralizada em Jesus como Senhor e Rei: África, Ásia, América Central, América do Norte, América do Sul, Europa, Oceania e Antártida. Logo, os dons espirituais e ministeriais são dados por Deus a homens e mulheres objetivando servir ao próximo, edificar a igreja local e fazê-la atingir o estado perfeito de amor: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Ef 4.15,16). Apenas há razão de exercer os dons de Deus se o princípio fundamental da vida cristã ponderar o outro em amor.
Portanto, precisamos compreender os dons espirituais e ministeriais não como meras dádivas, mas como dádivas que são a realização em Deus para o serviço e bem-estar da Igreja de Cristo espalhada pelo mundo. É para isso que o Pai concede uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e ainda outros para pastores e doutores. E ainda a outros mais, os mune com dons de profecia, discernimento de espíritos, cura, e tantos outros dons. Tudo para demonstrar que, como na Santíssima Trindade, a relação do Pai com a Sua Igreja se dá nos termos da diversidade e das multiformes graça e sabedoria divinas.
Após estudar um trimestre sobre dons espirituais e ministeriais, instigue os alunos a buscarem essas dádivas de nosso Senhor, para que sejam instrumentalizados nas mãos de Deus e pessoas espirituais reconhecidas pela prática do amor, pois sem amor de nada valem os dons!