Título: O plano de Deus para Israel em meio à infidelidade da nação — As correções e os ensinamentos divinos no período dos reis de Israel
Comentarista: Claiton Pommerening
Lição 1: A ascensão de Salomão e a construção do Templo
Data: 04 de Julho de 2021
“E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a Casa do Senhor.” (1Rs 8.11).
O pedido de sabedoria feito por Salomão a Deus aponta para a maturidade espiritual que Deus deseja para seus filhos.
Segunda — Tg 1.5
Deus concede sabedoria àqueles que pedem
Terça — Pv 2.6
A sabedoria provém do Senhor
Quarta — Sl 37.30
O homem justo profere palavras sábias
Quinta — Cl 4.5-6
Falar com sabedoria produz melhores relacionamentos
Sexta — Tg 4.6
Deus não compactua com os orgulhosos
Sábado — Pv 29.23
A pessoa que se afasta do orgulho será honrada
1 Reis 4.29-34; 6.1,11-14.
1 Reis 4
29 — E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar.
30 — E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.
31 — E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as nações em redor.
32 — E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco.
33 — Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes.
34 — E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria
1 Reis 6
1 — E sucedeu que, no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de zive (este é o mês segundo), Salomão começou a edificar a Casa do Senhor.
11 — Então, veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo:
12 — Quanto a esta casa que tu edificas, se andares nos meus estatutos, e fizeres os meus juízos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, a qual falei a Davi, teu pai;
13 — e habitarei no meio dos filhos de Israel e não desampararei o meu povo de Israel.
14 — Assim edificou Salomão aquela casa e a aperfeiçoou.
141, 303 e 432 da Harpa Cristã.
Expor a necessidade de permanecer em comunhão com Deus.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Comece a aula perguntado a seus alunos qual a diferença entre inteligência e sabedoria. Sabedoria é uma habilidade ou uma virtude? Deixe a turma debater por algum tempo sobre a distinção desses dois termos antes de iniciar a introdução da aula propriamente. É importante também debater sobre a relação entre sabedoria e astúcia ou esperteza. Uma pessoa astuta pode ser considerada sábia? Que relação tem a sabedoria de Salomão com a prosperidade de Israel sob seu governo?
A seguir, encaminhe seus alunos para a conclusão demonstrando que, enquanto o conhecimento representa as nossas experiências e aprendizagens adquiridas do mundo exterior, a sabedoria, especialmente a proveniente de Deus, nos dá a condição de transformarmos estes conhecimentos em prática de vida, a fim de mantermos o equilíbrio, a coesão e a justiça.
Não deixe de apresentar o comentarista da lição. Trata-se do pastor Claiton Pommerening, doutor e mestre em Teologia; membro do Conselho Geral da RAE — Rede Assembleiana de Ensino; autor de obras editadas pela CPAD; diretor da Faculdade Refidim e do Colégio CEEDUC (Joinville — SC); editor executivo da revista REPAS/CEC/CGADB; pastor auxiliar na Assembleia de Deus em Joinville (SC).
INTRODUÇÃO
Por amor ao rei Davi, Deus permitiu que Salomão estabelecesse um reino sólido, próspero, justo, cheio de glória e poder. Foi durante o reinado de Salomão que Israel atingiu seu apogeu na história. Entretanto, mesmo diante de toda essa grandeza, promovida por sua sabedoria, esse destacado monarca se deixou levar por interesses políticos e desejos pecaminosos.
PONTO CENTRAL
O que pedimos ao Senhor deve ser refletido em toda a nossa vida.
I. A SABEDORIA DE SALOMÃO
1. A virtude de Salomão. Antes mesmo de receber a sabedoria como um dom divino, Salomão já apresentava alguns traços dessa virtude, pois ao ser inquirido por Deus quanto a qualquer pedido que quisesse lhe fazer (1Rs 3.5), o grande rei escolhera a sabedoria, do que se depreende o quanto já era sábio. Ora, se fosse ganancioso pediria dinheiro, se fosse orgulhoso pediria glória, se fosse vaidoso pediria muitos dias de vida, se fosse vingativo pediria a morte dos inimigos (1Rs 3.11,13; 2Cr 1.10). Mas, de que adiantariam todas essas coisas se lhe faltasse a sabedoria? Salomão teve um elevado senso de prioridade ao pedir a Deus a coisa certa.
2. O sábio pede sabedoria. Ao pedir sabedoria, Salomão se mostrou um homem humilde, e isso pode ser constatado em uma das respostas que deu ao Senhor: “sou ainda menino pequeno, não sei como sair, nem como entrar” (1Rs 3.7b). Significa que ele tinha plena consciência da grandeza de sua tarefa (1Rs 3.8), não permitindo que a imponência do seu reinado lhe conduzisse à prepotência. Ao contrário, demonstrou profundo autoconhecimento, o que é peculiar a toda pessoa sábia.
3. A sabedoria na prática de vida. Tiago escreveu em sua epístola que existe uma falsa sabedoria que se evidencia pela inveja e sentimento faccioso. Essa sabedoria não vem de Deus, mas é terrena, animal e diabólica (Tg 3.15). É fruto de ciúme, divisionismo, perturbação e obras perversas (Tg 3.16). No entanto, o apóstolo asseverou que se alguém não tem sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente (Tg 1.5). As características desta virtude que vem do alto são: a pureza, a pacificação, a prudência, a benevolência, a misericórdia, os bons frutos, a imparcialidade e a sinceridade (Tg 3.17).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A virtude deve ser uma marca do cristão autêntico. A partir de uma vida virtuosa, os filhos de Deus serão abençoados em tudo o que fizerem.
A tragédia da vida de Salomão não foi uma catástrofe pessoal repentina, mas a diminuição gradual de sua completa devoção a Deus. Isto está relacionado com os interesses das suas “muitas esposas”, que no final resultaram em sua própria adoração idolátrica. Ele trilhou o repetido caminho para longe de Deus: o conhecimento do coração tornou-se somente um entendimento da mente, e o conhecimento da mente, no final, deu lugar à apostasia total.
Pergunte a seus alunos se a sabedoria, ou um conhecimento cultivado de Deus, é garantia de lealdade contínua ao Senhor. Promova um pequeno debate sobre o assunto, e peça a eles que procurem na Bíblia outros exemplos semelhantes.
II. A CONSOLIDAÇÃO DO PODER
1. A glória do reino de Salomão. O reinado de Salomão não apenas se tornou amplo em termos territoriais, mas foi firmado e estabelecido em paz e justiça (1Rs 4.24). O povo de Judá e Israel tinha tanta fartura e vivia em tão boas condições que podia até festejar e se alegrar (1Rs 4.20). Todos os governos, quando administrados sob essas premissas, se tornam duradouros trazendo ao povo paz e segurança (1Rs 4.25a).
2. O orgulho precede a ruína. Infelizmente, até mesmo os homens mais sábios estão sujeitos à queda quando deixam de temer a Deus e entram por caminhos tortuosos. Os desvios de Salomão foram chegando aos poucos, à medida que fazia pequenas concessões em seu coração e estabelecia acordos e conchavos políticos que deterioraram sorrateiramente seus valores espirituais (1Rs 11.1,2). Salomão enganou a si mesmo pela ganância e pela sede de poder que deixou invadir seu coração. Todavia, é importante destacar que isso não aconteceu no início do seu reinado (1Rs 11.4-6). Essa degradação de valores começou conforme Salomão permitia que pequenos desvios assumissem proporções gigantescas.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Devemos ter cuidado com as concessões que fazemos, pois uma vida de entrega ao pecado começa com pequenos deslizes.
“2Cr 1.11,12 Salomão poderia pedir qualquer coisa, porém pediu sabedoria para governar a nação. Pelo fato de Deus ter aprovado a forma como o rei definiu suas prioridades, deu-lhe também prosperidade, riquezas e honra. Jesus também falou a respeito de prioridades. Ele disse que quando colocamos Deus em primeiro lugar, tudo aquilo que realmente necessitamos também nos é concedido (Mt 6.33). Embora isso não seja uma garantia de que seremos tão ricos e famosos como Salomão, ao colocarmos Deus em primeiro lugar, a sabedoria que dEle recebermos nos permitirá gozar uma vida ricamente gratificante. Quando temos o propósito de viver e aprender a contentar-nos com o que temos, alcançaremos uma riqueza tal como jamais poderíamos ter imaginado.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.594,595).
“Ainda que jovem, Salomão não se deixou levar pelo desejo das riquezas ou de outras coisas que parecem agradáveis aos homens: preferia mais útil, mais excelente e mais digna da bondade e da liberalidade de Deus. […] Deus ficou tão satisfeito com esse pedido, que depois de lhe ter concedido uma sabedoria extraordinária, como ninguém antes havia tido, seja príncipe ou particular, disse-lhe que não lhe concedia somente o que ele pedia, mas acrescentaria ainda as riquezas, a glória, a vitória sobre seus inimigos.” Para saber mais leia: História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 1990, p.198.
III. A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
1. O nobre propósito de Salomão. O propósito de Salomão na construção do Templo foi muito nobre: “edificar uma casa ao nome do Senhor, meu Deus” (1Rs 5.5). Nisso se percebe que havia pureza no coração do sábio rei de Israel nos primeiros anos de seu reinado. Na construção do Templo, foram empregados diversos materiais de altíssimo valor, tais como cedro do Líbano e muito ouro. Todo o Templo foi revestido de ouro. O Lugar Santíssimo teve as paredes, o teto e o piso revestidos de ouro puro (1Rs 6.20-22). Salomão quis demonstrar seu imenso amor a Deus edificando-lhe uma morada de altíssima qualidade e excelência.
2. O templo do Espírito Santo. Essa visão de Deus centrada no templo é uma forte característica do Antigo Testamento, mas com a redenção do homem, efetuada por Cristo na cruz do Calvário, a morada de Deus passa a ser o próprio homem regenerado. E é nesse lugar que deve haver riqueza e beleza, porque o Espírito de Deus habita nele (1Co 6.19).
3. A glória do Senhor. A glória do Senhor se manifestou no Templo, depois de pronto, em duas ocasiões especiais: a primeira foi quando os sacerdotes levaram a Arca para o Lugar Santíssimo. A glória foi tanta que eles não puderam permanecer de pé para ministrar os serviços sagrados (1Rs 8.11; 2Cr 5.14). A alegria e o temor da presença de Deus fizeram Salomão proferir uma das mais belas orações da Bíblia (1Rs 8.22-53; 2Cr 6.14-42), que reconhece a grandeza, o senhorio, o poder, a misericórdia e o amor de Deus sobre todas as coisas. A segunda ocasião que a glória do Senhor se manifestou foi quando Deus respondeu a Salomão na inauguração do Templo (2Cr 7.1-3). Desta vez, além da glória, desceu também fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Tudo o que fizermos em prol da obra do Senhor e para a sua Glória deve ser realizado com pureza de coração.
“Uma vez que Salomão obtinha um firme controle do reino, voltou-se para o extenso programa de construções, iniciando com a construção do templo. Davi já havia comprado a eira de Araúna — o local separado por Deus — e o rei ordenava que o terreno fosse totalmente limpo a fim de começar a obra. Ele também preparou os materiais da construção, particularmente blocos de pedras trabalhadas e metais preciosos, e fez acordos com os fenícios para o fornecimento de madeiras para construção. Tudo o que Salomão precisava fazer era reunir os materiais e construtores no mesmo local, e dar o início à obra.
Hirão foi informado de que tudo estava pronto, então começou o envio de madeiras para a construção, conforme havia prometido. Salomão enviou-lhe os gêneros alimentícios acordados e outros bens como forma de pagamento. Também foram convocados trinta mil cortadores de lenha para que mensalmente, em turnos de dez mil homens, fossem auxiliar os trabalhadores de Hirão no Líbano. Setenta mil carregadores foram destacados para o serviço, mais oito mil cortadores de pedras. Todos os trabalhadores foram supervisionados por três mil e trezentos homens que respondiam diretamente a Adonirão, o oficial encarregado dos trabalhadores forçados (1Rs 5.13-18)” (MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.312).
CONCLUSÃO
Nunca houve na terra um homem com tanta sabedoria como Salomão, e que soubesse empregá-la com justiça e correção durante anos de reinado. Este grande rei de Israel, em seu governo, proporcionou ao povo de Deus um longo período de paz, harmonia e prosperidade. Ele usou sua sabedoria tanto para consolidar seu poder quanto para construir um majestoso Templo para morada e culto a Deus.
A respeito de “A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo”, responda:
O que levou Salomão a pedir sabedoria a Deus?
Salomão tinha um elevado senso de prioridade.
Qual era a maior virtude de Salomão?
Sua sabedoria.
Quais são os dois tipos de sabedoria apresentados na Bíblia?
A falsa sabedoria que se evidencia pela inveja e sentimento faccioso, e a sabedoria que vem de Deus (Tg 3.14-17).
O que levou Salomão à ruína? E por quê?
Salomão começou a fazer pequenas concessões em seu coração e a estabelecer acordos e conchavos políticos que deterioraram sorrateiramente seus valores espirituais (1Rs 11.1,2).
A partir da redenção do homem efetuada por Cristo no Calvário, qual o local de habitação do Espírito Santo?
O próprio homem regenerado (1Co 6.19).
A ASCENSÃO DE SALOMÃO E A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
Neste trimestre estudaremos o primeiro e o segundo livro de Reis (1 e 2 Reis). Esses livros revelam a história do povo de Deus desde o final do reinado de Davi até o cativeiro babilônico.
Para o bom estudo desses livros é importante ressaltar algumas informações importantes. Primeira, na Bíblia Hebraica, os livros de Samuel e os livros de Reis formam um só livro — por isso recorde aos alunos que estudamos os livros de 1 e 2 Samuel no 4o trimestre de 2019. Segunda, 1 e 2 Reis apresentam uma narrativa, mas não se trata de qualquer narrativa; é a história vivida e inspirada pelo Espírito Santo sobre o reino hebreu em que os profetas têm um papel crucial, como a presença de Deus atuando no desenrolar da história formativa de um povo. Terceira, como prova de que Deus desenrola a história de seu povo, os profetas Elias e Eliseu são protagonistas centrais desses livros — Veja 1Rs 17.1 — 2Rs 1.18 (Elias) e 2Rs 2.1 — 13.20 (Eliseu).
Apresentação do trimestre
Ao longo do trimestre, veremos a ascensão do reino de Salomão com toda a sua glória e, na sequência, a divisão desse mesmo reino. Se Salomão garantiu a unidade do reino por meio da virtude da sabedoria divina; Roboão cavou a divisão do reino por causa da ausência dessa virtude. Esses dois pontos são cruciais no desenrolar da história espiritual do povo.
Com a divisão do reino ocorre uma série de desvios espirituais, principalmente, com o Reino do Norte — as 10 tribos. Nesse contexto, aparece primeiro o ministério do profeta Elias e, em seguida, o ministério do profeta Eliseu. É um clamor divino aos reis para que voltassem a Deus e guardassem os seus mandamentos. Todos os atos nos livros, como a cura da lepra, os avivamentos nacionais e, finalmente, o cativeiro é uma obra de Deus para fazer o seu povo voltar pelo caminho divino.
Os livros de 1 e 2 Reis é a história de relacionamento entre Deus e o seu povo. Nela veremos homens de autoridade que, ao mesmo tempo, vivem uma vida de piedade na presença de Deus; mas também veremos homens de autoridade que usam a preeminência para afrontar a Deus e mergulhar no pecado. Esses livros nos mostram as consequências dessas duas posturas de vida.
A primeira lição tem como tema central a virtude da sabedoria. Essa virtude diz respeito a como aplicar os mandamentos de Deus na vida prática.