Título: O plano de Deus para Israel em meio à infidelidade da nação — As correções e os ensinamentos divinos no período dos reis de Israel
Comentarista: Claiton Pommerening
Lição 3: Acabe e o Profeta Elias
Data: 18 de Julho de 2021
“Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o conserto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos” (Dt 7.9).
Deus é pai de amor, bondade e misericórdia abundantes, contudo, todo pecado e desobediência ao Senhor trazem consequências inevitáveis à vida humana.
Segunda — Sl 31.19
As bondades do Senhor são inesgotáveis para os que o temem
Terça — Êx 33.19
Misericórdia é um atributo que pertence a Deus
Quarta — Jó 4.8
Tudo o que é semeado será colhido na mesma proporção
Quinta — Sl 23.6
A misericórdia e a bondade de Deus acompanham o ser humano por toda vida
Sexta — 1Pe 1.14
Os filhos de Deus devem ser obedientes e abandonar o mau caminho
Sábado — Dt 5.29
O desejo do Senhor é que seus filhos sejam obedientes continuamente
1 Reis 16.29,30; 17.1-7; 18.17-21.
1 Reis 16
29 — E Acabe, filho de Onri, começou a reinar sobre Israel no ano trigésimo oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri, sobre Israel em Samaria, vinte e dois anos.
30 — E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele.
1 Reis 17
1 — Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.
2 — Depois, veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo:
3 — Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
4 — E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.
5 — Foi, pois, e fez conforme a palavra do SENHOR, porque foi e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
6 — E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.
7 — E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha havido chuva na terra.
1 Reis 18
17 — E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o perturbador de Israel?
18 — Então, disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do SENHOR e seguistes os baalins.
19 — Agora, pois, envia, ajunta a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Aserá, que comem da mesa de Jezabel.
20 — Então, enviou Acabe os mensageiros a todos os filhos de Israel e ajuntou os profetas no monte Carmelo.
21 — Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada.
60, 111 e 577 da Harpa Cristã.
Asseverar que todo pecado gera uma consequência.
Abaixo os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com seus respectivos subtópicos.
O profeta Elias apareceu em um período crítico da história de Israel. Época em que Acabe, influenciado por Jezabel, sua maléfica esposa, fez de tudo para eliminar a adoração a Javé em Israel. Mas o próprio Deus, usando o profeta Elias, entrou no conflito e decisivamente derrotou os deuses pagãos, trazendo o povo de volta à verdadeira fé. Em tempos de apostasia, quando imperam a rebeldia insolente e a dureza de coração contra os mandamentos do Senhor, o Todo-Poderoso sempre envia seus profetas para combater o sistema religioso corrupto e proclamar o autêntico sentido e o propósito do seu reino (1Rs 17.1).
INTRODUÇÃO
Acabe foi um dos mais perversos reis de Israel. Durante seu reinado, ele permitiu que seus terríveis pecados o desviassem completamente dos mandamentos sagrados e do temor a Deus (1Rs 16.30). Além da desobediência já instalada em seu coração, casou-se com a ímpia Jezabel, que o induziu aos caminhos de morte (1Rs 16.31). Suas más ações provocaram uma grande seca em Israel, episódio que, mais tarde, o colocou frente a frente com o profeta Elias (1Rs 17.1).
PONTO CENTRAL
É essencial estar em alerta diante dos chamados de Deus ao arrependimento.
I. O CASAMENTO DE ACABE COM JEZABEL
1. Consequências de escolhas erradas. Acabe induziu o povo a se aprofundar no pecado da idolatria de maneira bem mais intensa que os reis que o antecederam. Além disso, cometeu o crasso erro de se casar com uma princesa do reino de Sidom, chamada Jezabel. Essa mulher era devota de Baal e Aserá, dois deuses adorados pelas nações vizinhas de Israel (1Rs 16.31; 18.19). Essa princesa dos sidônios incitou tanto a maldade em Acabe que ele chegou ao ponto de se vender para fazer o que era mau aos olhos do Senhor (1Rs 21.25).
2. A rainha perversa. Dentre tantas perversidades, Jezabel destruiu os profetas do Senhor (1Rs 18.4), ameaçou a vida de Elias (1Rs 19.2), ordenou injustamente a morte de Nabote para satisfazer a ganância do marido (1Rs 21.10), e ainda praticou a prostituição e a feitiçaria (2Rs 9.22).
O trágico fim de Jezabel foi profetizado por Elias. O homem de Deus disse que ela não seria sepultada, mas que os cães a devorariam, pois sua maldade e abominação contrariaram a justiça divina (1Rs 21.23-27). Deus é misericordioso, mas julga com rigor àqueles que insistem em permanecer na prática do mal.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Deus é rico em misericórdia, porém, pode ser impiedoso contra aqueles que perseveram em se manter na prática do mal.
Relacione na lousa as várias formas de idolatria discriminadas abaixo. A seguir, leia com seus alunos as referências indicadas, não esquecendo de estabelecer as diferenças entre os falsos deuses reverenciados por Israel no passado e os ídolos condenados pelos apóstolos no Novo Testamento, como a cobiça e a glutonaria. Deixe claro para seus alunos que, independentemente da forma e motivos, a idolatria é odiosa e abominável ao Senhor.
FORMAS DE IDOLATRIA NA BÍBLIA
a) A adoração a imagens (Is 44.17).
b) O oferecimento de sacrifícios a imagens (Sl 106.38).
c) A adoração a deuses falsos (Dt 30.17; Sl 81.9).
d) O serviço prestado a outros deuses (Dt 7.4).
e) O temor a outros deuses (2Rs 17.35).
f) A adoração ao verdadeiro Deus, mas por meio de alguma imagem (Êx 32.46; Sl 10.6,18,20).
g) A adoração a demônios (Mt 4.8,10; 1Co 10.20).
h) Manter ídolos no próprio coração (Ez 14.3,4).
i) A adoração aos espíritos dos mortos (Sl 106.28).
j) A cobiça (Ef 5.5; Cl 3.5).
k) A sensualidade (Fp 3.19).
II. ELIAS PREVÊ A GRANDE SECA
1. A intervenção divina. Em razão de sua idolatria e atrocidades, Acabe é considerado o pior rei de todo o Israel (1Rs 16.33). Por causa de seus atos perversos e pecaminosos, o profeta Elias, em obediência a Deus, confrontou esse rei e lhe deu a sentença de que não mais haveria chuva, a não ser pela palavra do profeta, dada por Deus (1Rs 17.1). Com a seca veio a fome, porém, nem mesmo diante de tal situação Acabe se arrependeu dos seus pecados diante de Deus.
2. O preço da obediência a Deus. O episódio da seca em Israel demonstra que todo homem e mulher de Deus precisam ter fé e coragem para enfrentar os resultados de sua obediência ao Senhor. No caso de Elias, ele teve de enfrentar as dificuldades da falta d'água e alimento e, mais tarde, fugir de Acabe e Jezabel, que o ameaçaram de morte (1Rs 19.2). Entretanto, apesar das dificuldades pelas quais passou o profeta, a bondade e o cuidado de Deus o acompanharam, pois foi alimentado por corvos com pão e carne duas vezes ao dia (1Rs 17.6). E, quando a água do ribeiro de Querite secou, o Senhor mais uma vez o sustentou usando a viúva de Sarepta (1Rs 17.9).
3. Deus sempre cuida dos seus filhos. Na casa da viúva, Elias realizou o milagre da multiplicação da farinha e do azeite. A mulher argumentou que dispunha apenas de uma pequena quantidade desses ingredientes para alimentar a si e ao seu filho. Mesmo diante desse triste cenário, o profeta pediu que ela fizesse primeiro um bolo para ele. A viúva obedeceu a ordem de Elias e lhe preparou a comida. A partir daí, pela palavra do Senhor, nada faltou para aquela família até o fim da seca (1Rs 17.14). Essa história nos mostra o quanto Deus cuida dos que proferem a sua verdade, e defende a causa do órfão e da viúva (Dt 10.17,18; 24.21; 26.12; Sl 68.5; 146.9).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O Senhor sempre cuida de seus filhos. Não importa quão difícil seja o caminho, Deus suprirá todas as suas necessidades.
“1Rs 17.13-16 — Quando a viúva de Sarepta encontrou Elias, pensou que estivesse preparando sua última refeição. Mas um simples ato de fé realizou o milagre. Ela confiou em Elias e lhe deu tudo o que tinha de comer. A fé é o passo entre a promessa e a certeza. Os milagres parecem extremamente fora de alcance para a nossa fé frágil. Mas cada milagre, grande ou pequeno, começa com um ato de obediência. Não podemos ver a solução até que demos o primeiro passo de fé.
1Rs 17.17 — Mesmo depois que Deus realiza um milagre em nossas vidas, nossos problemas podem não estar terminados. A fome era uma experiência terrível, mas o pior ainda estava por vir. A provisão de Deus nunca é dada para que descansemos nela. Precisamos confiar nEle ao enfrentar cada provação” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, pp.728,729).
“À semelhança de Melquisedeque, Elias aparece no texto bíblico sem qualquer menção a pai, mãe ou árvore genealógica. Sem qualquer menção concernente à sua chamada ou passado, ele [Elias] emerge subitamente da cidade de Tisbe de Gileade com a missão de enfrentar a corrente do baalismo fenício que ameaçava varrer completamente a religião javista, ou seja, o culto a Yahweh, do Reino do Norte. O nome de Elias significava ‘Yahweh é Deus’. Mesmo que ele fosse designado como ‘Profeta’, a expressão que se emprega com mais frequência para descrevê-lo é a de ‘homem de Deus.” Para saber mais leia: Introdução ao estudo do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.245.
III. O ENCONTRO DE ELIAS COM ACABE
1. Um coração endurecido. A idolatria e a insistente desobediência do rei de Israel provocaram, da parte de Deus, uma grande seca que durou muito tempo (1Rs 17.1). A total falta de discernimento espiritual para perceber o que Deus estava fazendo através Elias, e a impossibilidade de se arrepender, mesmo com todas as evidências de que ele era o culpado de todos os males que estavam acontecendo (1Rs 18.17,18), fizeram com que consequências ainda mais graves viessem sobre a nação.
A primeira palavra que o rei dirigiu a Elias foi de acusação: “És tu o perturbador de Israel?” (1Rs 18.17b). Seu coração estava tão endurecido em razão da recorrência do pecado, que não havia mais jeito de ele voltar atrás e rever seu deplorável estado espiritual.
2. A sequidão espiritual do rei. Sempre que alguém se torna um contumaz pecador, de modo a não mais discernir os intentos do próprio coração, como aconteceu a Acabe, algo muito grave acontece: a sequidão espiritual. O pior é que não somente o apóstata sofre as consequências disso, mas todas as pessoas que dependem dele (1Rs 17.1).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A seca espiritual nos sobrevêm quando atingimos o ápice da falta de comunhão com Deus.
“17.1 — NEM ORVALHO NEM CHUVA HAVERÁ. Elias, na qualidade de mensageiro de Deus, pronunciou uma palavra de juízo da parte do Senhor contra a nação rebelde de Israel. Deus ia reter a chuva durante três anos e meio (cf. Dt 11.13-17). Esse juízo humilhava Baal, pois seus adoradores criam que ele controlava a chuva e que era responsável pela abundância nas colheitas. O NT declara que essa seca em Israel resultou das ferventes orações de Elias (Tg 5.17)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.550).
CONCLUSÃO
Apesar da grande misericórdia de Deus sobre o rei Acabe, permitindo que o profeta Elias o exortasse a retornar aos caminhos do Senhor, ele acabou levando seu reino à ruína. Não podemos permitir que a ignorância e a sequidão espiritual nos atinjam. Para isso, precisamos estar atentos à convocação divina ao arrependimento.
A respeito de “Acabe e o Profeta Elias”, responda:
Por que o rei Acabe é considerado um dos mais perversos reis de Israel?
Por conta de suas atrocidades, e por permitir que seus terríveis pecados o desviassem completamente dos mandamentos sagrados e do temor a Deus.
Quais perversidades foram praticadas por Jezabel?
Destruiu os profetas do Senhor (1Rs 18.4), ameaçou a vida de Elias (1Rs 19.2), ordenou injustamente a morte de Nabote (1Rs 21.10), e praticou a prostituição e a feitiçaria (2Rs 9.22).
O que a história da viúva de Sarepta nos ensina?
Essa história nos mostra o quanto Deus cuida dos que proferem a sua verdade, e defende a causa do órfão e da viúva (Dt 10.17-18; 24.21; 26.12; Sl 68.5; 146.9).
Qual foi a consequência da idolatria e da insistente desobediência do rei de Israel?
Deus enviou uma grande seca que durou muito tempo (1Rs 17.1).
O que acontece quando alguém se torna um pecador contumaz?
A sequidão espiritual.
ACABE E O PROFETA ELIAS
Há um princípio eterno nas Escrituras Sagradas: “Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6.8). Em outro trecho das Escrituras, o apóstolo Paulo diz: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Esses dois trechos bíblicos mostram com clareza uma relação clara de causa e efeito: para todo pecado há uma consequência. Esse é o pano de fundo da presente lição.
O Resumo da Lição
O primeiro tópico da lição busca apresentar a perversidade de Acabe e Jezabel. Esse casal protagonizou as piores maldades que uma família real praticou em Israel. O fim de sua vida revela a consequência do caminho que decidiu trilhar. Esse episódio nos ensina que Deus é rico em misericórdia, porém, pode derramar a sua ira contra os que perseveram em manter-se na prática do mal.
Por outro lado, o segundo tópico mostra que o caminho de obediência a Deus traz consigo o cuidado do Senhor. Ele não nos desampara. Vemos isso no episódio na vida de Elias em relação a grande seca, e quando por intermédio desse profeta Deus supriu a necessidade da viúva. É um princípio maravilhoso que encontramos nessa santa história: não importa quão difícil seja o caminho, Deus suprirá toda as nossas necessidades em glória, por Cristo Jesus (Fp 4.19).
O terceiro tópico mostra que um coração endurecido traz sequidão espiritual, a ausência de sensibilidade para as coisas espirituais. A vida no pecado tem essa capacidade de fazer separação entre Deus e os homens (Is 59.2). Quando isso acontece o crente esfria, enfraquece e pode chegar ao estado de apostasia.
Aplicação
Por isso a lição nos propõe algumas reflexões. A primeira: a vida de pecado traz consequências sérias (Gl 6.8; Rm 6.23). Por isso, devemos tratar o pecado com seriedade. Fugir dele, lutar em oração, andar no Espírito para fazer a vontade de Deus.
A segunda: É preciso incentivar uma vida de obediência a Deus. Há verdades claras que devem ser vividas integralmente; do contrário, o nosso Senhor disse que seríamos como o homem que construiu a sua casa na areia (Mt 7.26). Obedecer é melhor que o sacrificar (1Sm 15.22).
E, finalmente, mostre que uma vida de pecado traz sequidão espiritual, mas a obediência a Deus traz uma vida cheia de seu Espírito (Gl 5.25).