Título: O apóstolo Paulo — Lições da vida e ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 2: Saulo de Tarso, o perseguidor
Data: 10 de Outubro de 2021
“E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote.” (At 9.1).
A Igreja é uma instituição divina que perdurará na Terra até o arrebatamento, pois do contrário, já teria acabado ao longo da história.
Segunda — 1Tm 1.13
Saulo: blasfemo, perseguidor e opressor
Terça — At 9.1,2
Saulo “respirava ameaças e morte”
Quarta — Dt 21.23
Para ele, quem fosse para o madeiro “não podia ser o Messias”
Quinta — Gl 3.13
Saulo descobriu que Jesus se fez maldição por nós
Sexta — At 6.8-10; 7.51-53
Estevão: Um discurso que se deparou com o de Saulo
Sábado — At 26.10,11
O método de perseguição
Atos 8.1-3; 22.4,5; 26.9-11.
Atos 8
1 — E também Saulo consentiu na morte dele [Estevão]. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos.
2 — E uns varões piedosos foram enterrar Estevão e fizeram sobre ele grande pranto.
3 — E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.
Atos 22
4 — Persegui este Caminho até a morte, prendendo e metendo em prisões, tanto homens como mulheres,
5 — como também o sumo sacerdote me é testemunha, e todo o conselho dos anciãos; e, recebendo destes cartas para os irmãos, fui a Damasco, para trazer manietados para Jerusalém aqueles que ali estivessem, a fim de que fossem castigados.
Atos 26
9 — Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus, o Nazareno, devia eu praticar muitos atos,
10 — o que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e, quando os matavam, eu dava o meu voto contra eles.
11 — E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui.
126, 377 e 608 da Harpa Cristã.
Conscientizar a respeito do problema da perseguição aos cristãos no mundo.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Com o objetivo de preparar os alunos para a aplicação do conteúdo desta lição, inicie falando a respeito da perseguição dos cristãos no mundo. Se possível, informe-se a respeito desse tema em sites especializados de notícias que abordam o terrível quadro de perseguição cristã no mundo. Proponha um momento de oração, mostrando a relevância de rogar a Deus por livramento de irmãos que hoje estão debaixo de perseguição mundial.
Não podemos fechar os olhos para esse quadro. Às vezes, porque vivemos em um ambiente de aparente tolerância religiosa, corremos o risco de pensar que é assim em outros lugares da Terra. Portanto, aproveite essa oportunidade para conscientizar a sua classe acerca dessa terrível realidade.
INTRODUÇÃO
A história da expansão da Igreja no livro de Atos mostra um fariseu zeloso: Saulo de Tarso. Este tinha prestígio religioso e cultural entre os judeus. Por isso, ele ganhou “carta branca” das autoridades religiosas para perseguir os seguidores de Jesus e, assim, tornar-se um implacável perseguidor da Igreja de Cristo do primeiro século. É o que estudaremos nesta lição.
PONTO CENTRAL
No mundo de hoje há perseguição contra os cristãos.
I. SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL
1. Saulo se descreve como “blasfemo”, “perseguidor” e “opressor” (1Tm 1.13). Como um fariseu fanático, Saulo tinha a convicção de que seu papel era destruir a fé cristã, matando e prendendo os seguidores de Jesus. Sua postura arrogante o fazia ser truculento, usando grande violência contra pessoas simples, homens e mulheres, sem qualquer compaixão. Ele acreditava piamente que, com esse comportamento, estava agradando a Deus. Apoiado pela casta sacerdotal que odiava o nome de Jesus, Saulo usava dos meios legais para atacar os cristãos. Por causa de sua truculência, os seguidores de Jesus tiveram que fugir para outras cidades. O perseguidor “respirava ameaças e morte” contra os discípulos de Jesus (At 9.1) e, por isso, não via problemas em prender e arrastar presos para Jerusalém os que professavam o nome do Nazareno (At 9.2).
2. As ameaças de Saulo de Tarso. A expressão “respirando ameaças e morte” (At 9.1) descreve Saulo, de maneira figurada, como uma fera selvagem que ameaça sua presa. No texto de Atos 9.21, o perseguidor era visto como um exterminador, pois conduzia os cristãos às prisões, além de permitir que fossem açoitados. Ele não poupava ninguém que seguisse a doutrina de Cristo.
3. Por que Saulo perseguia os cristãos? Os motivos que levaram Saulo a se tornar um perseguidor inclemente contra os seguidores de Cristo, eram o zelo destrutivo pela Torah e o suposto fato religioso de que Jesus talvez fosse um “blasfemo”. Para Saulo, o anúncio de que um crucificado pudesse ser o Messias prometido pelos profetas do AT era um escândalo. Ora, quem fosse suspenso no madeiro (cruz), de acordo com a Lei, estava sob a maldição divina (Dt 21.23). Por isso, nosso Senhor não passava de um blasfemo para Saulo. Mais tarde, por ocasião de sua conversão, ele descobre que Cristo assumiu a maldição da Lei e, por isso, nos livrou dessa maldição (Gl 3.13).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Saulo ameaçava a igreja, não por acaso, ele se descreve como blasfemo, perseguidor e opressor.
Antes de iniciar a aula desta semana, faça uma pequena recapitulação da aula passada. É muito importante que os alunos tenham uma percepção da concatenação dos assuntos. Jamais deixe que o conteúdo fique solto na imaginação dos alunos. O trabalho do professor e da professora é trazer unidade ao tema e aplicá-la à realidade dos alunos. Outrossim, procure aplicar esse método de recapitulação ao longo de todo o trimestre. Portanto, cuide da concatenar as ideias e, ao mesmo tempo, expressar a unidade da revista.
II. A PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA DE CRISTO
1. Contra os seguidores de Jesus. A perseguição de Saulo contra Jesus era uma perseguição contra a Igreja, o Corpo de Cristo, uma instituição divina. Ao passo que ele “respirava ameaças e morte” (At 9.1) contra os seguidores de Cristo, sua intenção era acabar de vez com “a Igreja”. Ao atacá-la, Saulo atingiu as pessoas que representavam Cristo, dentre as quais havia um homem arguto, defensor do nome de Jesus e cheio do Espírito Santo, cujo nome era Estevão.
2. Saulo de Tarso e Estevão. Se por um lado Saulo era um erudito que chamava atenção, devido à sua cultura judaica, greco-romana e autoridade na Torah, Estevão era um erudito do Judaísmo com uma grande capacidade do Espírito para confrontar ideias contrárias aos ensinos de Jesus (At 6.9,10; 7.2-53). O primeiro mártir da Igreja era um homem cheio do Espírito Santo, conhecedor profundo da história de seu povo e da teologia judaica. Por isso, quando apontava para Jesus Cristo como clímax da revelação redentora para o mundo, o fazia com autoridade.
O discurso inflamado de Saulo, e respaldado pelos oponentes dos seguidores de Jesus, deparou-se com outro discurso, mas este proveniente da sabedoria do Espírito (At 6.10). Essa autoridade espiritual de Estevão atraiu a ira dos inimigos de Cristo (At 6.5,11; 7.55). Por isso, com o pleno consentimento de Saulo (At 8.1), eles o apedrejaram até a morte (At 7.59,60). Mas se por um lado eles mataram Estevão; por outro, potencializaram a mensagem do primeiro mártir da Igreja.
3. Uma intolerância religiosa e política contra a igreja atual. A igreja atual continua a despertar fúrias de certas autoridades políticas e religiosas que não aceitam a mensagem de liberdade e vida que o Evangelho proporciona. Nossos irmãos, que servem a Deus em países políticos e religiosamente fechados para o Evangelho, continuam a pagar, com a própria vida, a fidelidade à mensagem de Cristo. Oremos pela igreja perseguida!
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A perseguição de Saulo contra Jesus era uma perseguição contra a Igreja de Cristo.
Além da perseguição tradicional aos cristãos, há a perseguição mais sofisticada, que se dá no campo cultural. Por exemplo, quando tentam reduzir a vivência da fé à vida privada dos cristãos, trata-se de uma perseguição cultural e ideológica. Ora, do ponto de vista filosófico, o ser humano é um ser religioso.
Do ponto de vista antropológico-teológico, o ser humano é imagem de Deus e, por isso, tem uma centelha divina dentro dele que o impulsiona à busca por Deus, embora, como afirma a nossa Declaração de Fé, essa imagem divina esteja distorcida e corrompida.
A necessidade de buscar a Deus é própria do ser humano. Impedir essa iniciativa livre e pública é impedir a livre manifestação da condição de ser humano. Por isso que, ao longo da história, a perseguição aos cristãos viola os direitos humanos. Ou seja, a partir do momento que autoridades, intelectuais, jornalistas, artistas exigem que os cristãos não tenham o direito de expressar os seus valores, princípios e doutrinas que perpassam a dinâmica da vida e fazê-lo em qualquer espaço da sociedade, há sim uma violação aos direitos mais nobres do ser humano. Não é possível exigir dos cristãos que escondam a sua fé, isto é, que deixem de falar o que eles têm visto e ouvido. Tentaram fazer isso com os apóstolos Pedro e João: “E, chamando-os, disseram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus” (At 4.18); mas suas respostas foram taxativas: “Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.19,20).
III. QUANDO UM SISTEMA SE VOLTA CONTRA A IGREJA
1. Como era a perseguição contra os primeiros discípulos? Saulo de Tarso liderou uma perseguição contínua e violenta. Ele prendia os primeiros cristãos, mandava açoitá-los e não havia escrúpulos mesmo com mulheres e crianças (At 9.21; 22.5): “sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a devastava” (Gl 1.13). Saulo entendia que praticar essas barbáries era defender a fé judaica, livrando os judeus dos hereges, exatamente nos moldes de que Jesus havia alertado os discípulos: “Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus” (Jo 16.2).
2. Perseguição, tortura e método. Parece exagero afirmar que Saulo de Tarso torturava os primeiros cristãos, mas é o que ele mesmo declara em seu testemunho pós-conversão. Além de castigá-los fisicamente, ele empregava a tortura psicológica para induzi-los a blasfemarem (At 26.10,11). Entretanto, apesar da violência empregada com açoites, prisões, tortura psicológica, apedrejamento e mortes, muitos dos discípulos fiéis a Cristo não negaram o nome de Jesus.
3. Perseguição aos pentecostais. No início do Movimento Pentecostal no Brasil, nossos pioneiros sofreram toda sorte de perseguição e violência. Muitos deles sofreram agressões físicas e psicologias. Tudo isso porque pregavam uma doutrina que a religião oficial não aceitava. O que dizer de Daniel Berg e Gunnar Vingren, os primeiros pastores dos primórdios das Assembleias de Deus no Brasil? E tantos outros irmãos perseguidos nesses rincões brasileiros? Ao olhar para o passado, devemos enxergar o presente e conscientizar-se de que a obra pentecostal custou alto preço.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A perseguição contra os primeiros cristãos envolvia açoites, prisões e constrangimentos.
Há obras e sites especializados que se dedicam em retratar o fenômeno contemporâneo da perseguição aos cristãos. Muitos são os relatos das grandes dificuldades que nossos irmãos passam em países por causa de sua fé.
Além do tema da perseguição aos cristãos nos países mulçumanos, há análises abundantes a respeito da igreja nos países sob “os poderes comunistas remanescentes”, esses países são a China, o Vietnã, Laos, Cuba e Coréia do Norte. Em épocas passadas, esses países cometeram crimes bárbaros contra todas as religiões, incluindo os cristãos. Isso se dava porque esses regimes, sob óculos ideológicos, viam nas religiões, como o Cristianismo, um obstáculo para o progresso do regime de poder. Por esse motivo, cristãos foram martirizados, igrejas foram devastadas, missionários forçados aos trabalhos forçados. Os países desse regime, bem como os de regimes religiosos, de religião islâmica e outras, injustiçaram muitos de nossos irmãos. Hoje, alguns desses países usam uma tática diferente.
Há países que, devido seus maiores envolvimentos com a economia global, não executam a matança em massas de cristãos, mas coloca a vida deles sob rígida vigilância. Entretanto, o que o regime considera ilegal, trata os cristãos supostamente fora da lei com prisão e brutalidade. Há outros regimes que nem aparência de civilidade há. Por isso, oremos pela igreja perseguida!
CONCLUSÃO
Se a Igreja fosse uma mera organização humana, já teria acabado. Mas é uma instituição divina, edificada pelo próprio Cristo e, por isso, a Igreja subsiste ao longo dos séculos e continuará a subsistir até a vinda gloriosa de Jesus para arrebatá-la. A Igreja é de Jesus.
A respeito de “Saulo de Tarso, o Perseguidor”, responda:
Como Saulo se descreve?
Saulo se descreve como “blasfemo”, “perseguidor” e “opressor”.
O que a expressão “respirando ameaças e morte” descreve?
A expressão “respirando ameaças e morte” (At 9.1) descreve, de maneira figurada, Saulo como uma fera selvagem que ameaça sua presa.
Segundo a lição, quem era um homem arguto, defensor do nome de Jesus e cheio do Espírito Santo?
Estevão.
Como se dava a perseguição contra a Igreja?
Paulo prendia os primeiros cristãos, mandava acoitá-los e não havia escrúpulos mesmo com mulheres e crianças.
Você acha que a igreja de hoje passa por algum tipo de perseguição?
Justifique a sua resposta. Resposta livre.
SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR
Nesta lição, estudaremos sobre as características que constituíam a personalidade persecutória de Saulo. O nosso objetivo geral com este estudo é conscientizar os irmãos de nossas classes acerca do problema da perseguição religiosa que milhares de cristãos espalhados pelo mundo sofrem. A perseguição aos cristãos é um problema neste século e, infelizmente, por causa de pensamento ideológico ou por puro preconceito, é solenemente ignorada pela ONU, pela imprensa internacional e, principalmente, pelas organizações de Direitos Humanos espalhadas pelo globo.
Resumo da lição
Para fazer essa conscientização, estudaremos as características persecutórias de Saulo no primeiro tópico. Ali, há traços na personalidade de Saulo que mostram como ele perseguia os cristãos. Primeiro, blasfemava contra eles, insultando-os como heréticos do judaísmo. Segundo lugar, ele os perseguia nas casas, nas praças, intentando sempre a envergonhá-los. Terceiro, os oprimia com violência, açoites, sem qualquer respeito ao ser humano que professava a fé cristã.
Um segundo objetivo específico é mostrar no segundo tópico a perseguição à igreja de Atos por meio de um caráter mais amplo e sistemático. Ora, a igreja não era perseguida apenas por um indivíduo, mas também por uma religião (o judaísmo), sob o auspício de um império (o romano). Nesse sentido, por trás de Saulo, havia o mecanismo da religião oficial e do poder imperial.
E, finalmente, o último objetivo específico é mostrar como esse sistema religioso e político operava contra a igreja. Havia ali prisões deliberadas e corroboradas pelo império romano. Havia açoites oficiais, confabulações entre a religião oficial com o império romano. Toda a estrutura religiosa e estatal estava a disposição para perseguir a igreja que nascia e crescia em Jerusalém.
Aplicação
Busque informações especializadas acerca da realidade persecutória da igreja contemporânea. O site da Missão Portas Abertas é um dos que tem credibilidade em dados. E uma das maiores instituições de apoio à igreja perseguida no mundo.
Converse com alunos a respeito de milhares de cristãos vivendo a mesma realidade concreta dos crentes em Atos dos Apóstolos. Eles são perseguidos pela religião oficial do país em que estão, bem como pelo poder político.