Título: O apóstolo Paulo — Lições da vida e ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 13: A Gloriosa Esperança do apóstolo
Data: 26 de Dezembro de 2021
“Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor e tendo por capacete a esperança da salvação.” (1Ts 5.8).
A esperança gloriosa da volta de Jesus traz sobriedade para as nossas vidas, e disposição para exercer a fé e o amor em esperança.
Segunda — 1Ts 4.13-18
Não podemos ser ignorantes quanto à volta do Senhor
Terça — 2Co 5.8; Fp 1.23
O desejo de partir para estar com Cristo
Quarta — 1Ts 4.15,16
A vinda de Cristo para a sua Igreja
Quinta — Ap 1.7
Quando todo olho verá a vinda do Filho do Homem
Sexta — At 1.6,7
Não nos compete a saber sobre os tempos e as estações
Sábado — At 1.8,11
A promessa do Espírito Santo e da vinda de nosso Senhor
2 Timóteo 4.6-8; 1 Tessalonicenses 5.1-11.
2 Timóteo 4
6 — Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.
7 — Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
8 — Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
1 Tessalonicenses 5
1 — Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva;
2 — porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como ladrão de noite.
3 — Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.
4 — Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão;
5 — porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.
6 — Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios.
7 — Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite.
8 — Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor e tendo por capacete a esperança da salvação.
9 — Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,
10 — que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele.
11 — Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis.
2, 26 e 40 da Harpa Cristã.
Enfatizar a gloriosa esperança dos cristãos.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Esta aula é uma oportunidade ímpar para falar da esperança cristã. Todo verdadeiro cristão tem uma esperança latente em sua caminhada com Cristo no mundo: o dia do encontro com o seu Senhor. O apóstolo Paulo cultivava diariamente essa esperança. Seu desejo era estar com Cristo para sempre. Que a lição desta semana nos ajude a priorizar a esperança cristã em nossa caminhada com Cristo. Uma das bênçãos mais extraordinária é preservar a esperança cristã diante das experiências difíceis no mundo.
INTRODUÇÃO
A última lição deste trimestre nos mostra que não podemos perder a esperança do céu em meio ao sofrimento e tribulações nesta Terra. Essa esperança é a fonte da força dos fiéis que se apegam no que Deus realizou em Cristo Jesus. E a garantia dessa esperança é o fato de que o Espírito Santo nos fortalece, renova e confirma a herança eterna do nosso Deus. Que a esperança do apóstolo Paulo seja a nossa também.
PONTO CENTRAL
A volta do Senhor é a gloriosa esperança dos cristãos.
I. A CONSCIÊNCIA DE PAULO DIANTE DA MORTE
1. Uma morte como oferta de sacrifício (2Tm 4.6). O Espírito Santo que guiava o apóstolo Paulo em tudo o fez sentir que “o tempo da sua partida estava próximo”. Nesse sentido, o apóstolo via o seu martírio iminente como uma oferta apresentada sobre o altar do sacrifício. Essa consciência clara de que haveria de padecer pelo nome de Jesus, não o permitia ter medo, ou frustração diante da morte. É preciso ter a consciência de que se não encontrarmos o Senhor por meio do Arrebatamento da Igreja, o encontraremos por meio da morte. Por intermédio do Espírito Santo, nos prepararemos para esse tempo em esperança (1Ts 5.13-18).
2. “Combati o bom combate” (2Tm 4.7). Agora o apóstolo faz uma análise de sua trajetória. Ele combateu o bom combate. Desde quando Paulo teve o encontro com Cristo, indo para Damasco até o momento próximo de sua morte, muitas experiências ocorreram em sua vida. É notória a total entrega do apóstolo: muitas perseguições, provações, injustiças, plantações e confirmações de igrejas. De fato, o apóstolo entregou a sua vida integralmente à causa do Evangelho. Ele combateu o bom combate. Que combate estamos combatendo? Essa causa é a nobre causa do Evangelho? Que o autoexame de Paulo seja exemplo para nos autoexaminarmos também.
3. Gratidão e esperança (2Tm 4.7,8). Além de combater o bom combate, o apóstolo “acabou a carreira” e “guardou a fé”. Mais importante do que começar, é, a forma como terminaremos a carreira. O apóstolo tinha a consciência da carreira que percorreu e da fé que guardou. Durante os anos de ministério, sua fé permaneceu pujante e robusta, o que lhe permitiu olhar para a sua circunstância com atitude serena. Embora não pudesse evitar a morte física, sabia que estar com o Senhor era a coroação da sua trajetória: “temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2Co 5.8) e “partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Fp 1.23). O apóstolo nos ensina que é preciso olhar para o futuro com a certeza do nosso galardão, e enxergar, pela fé, que o nosso trabalho não é vão no Senhor (1Co 15.58), pois há uma coroa de justiça guardada para cada crente em Jesus (2Tm 4.8). Estamos nas mãos do Justo Juiz.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O apóstolo Paulo pensava na sua morte como uma oferta de sacrifício.
Inicie esta lição relembrando a lição passada, onde tratamos da coragem do apóstolo diante da morte. Mostre aos alunos que a coragem de Paulo diante da morte tinha como base a esperança cristã no porvir. Se cultivarmos diariamente essa esperança, tendemos a perder o medo que paralisa. Quem perde esse medo é capaz de fazer coisas extraordinárias. Por isso, afirme que se cultivarmos uma verdadeira esperança no porvir, lidaremos melhor com as coisas presentes. Quanto mais ligados ao futuro celestial, melhor lidaremos com o presente material. É tempo de aprofundar essa certeza imaterial cristã, para viver num mundo materialista e anticristão. Atentemos para essência do que Jesus nos ensinou: “o meu Reino não é deste mundo” (Jo 18.36).
II. A DOUTRINA BÍBLICA DE PAULO SOBRE A VOLTA DO SENHOR
1. A volta do Senhor em 1 Tessalonicenses. O capítulo 5 de 1 Tessalonicenses inicia com uma conjunção “mas” para retomar a ideia lógica do capítulo 4 em que Paulo fala sobre a ressurreição dos mortos em Cristo na mesma ocasião em que ocorrerá o arrebatamento dos vivos em Cristo. Assim, o capítulo 5 é a continuidade acerca do assunto da parousia, ou seja, a volta do nosso Senhor, iniciado no capítulo 4.
2. As duas fases dessa vinda. A volta de Cristo se dará em duas fases. A primeira, apenas para os salvos, em que nosso Senhor virá nas nuvens para se encontrar com a sua Noiva, a Igreja (1Ts 4.15,16). O apóstolo nos mostra que nessa ocasião, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e os vivos serão arrebatados para estarem com o Senhor nos ares. Essa fase é invisível para o mundo, nenhum olho verá, somente os dos salvos. Entretanto, na segunda fase da vinda do Senhor “todo o olho verá” (Ap 1.7). Será uma chegada em que nosso Senhor descerá em glória e, literalmente, será visto pelo mundo todo e, especialmente, pelos judeus (Zc 14.2,3). Nessa ocasião, Jesus Cristo livrará pessoalmente a nação de Israel dos exércitos confederados pelo Anticristo, desfazendo-os com o seu poder, e vencendo o Anticristo, o Falso Profeta e o Diabo para implantar o reino do Milênio (Ap 19.11-16).
3. Sobre a Grande Tributação. Não passaremos pelo período do juízo divino, denominado de a Grande Tributação. A Igreja de nosso Senhor será retirada antes do período de derramamento do santo juízo. Quando o Anticristo instalar o seu governo mundial, não estaremos mais aqui. Ao final desse período, juntos de Cristo, contemplaremos a destruição do Anticristo e do Falso Profeta no Lago de Fogo (Ap 19.20). Esse ensinamento mostra aos tessalonicenses, bem como a igreja atual, que vale a pena confiar e esperar a volta do Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A volta de Cristo se dará em duas fases: primeira, somente para os santos; segunda, para todos os homens.
“A Bíblia indica dois aspectos da Segunda Vinda de Cristo. Por um lado, Ele virá como Preservador, Libertador ou Protetor ‘da ira vindoura’ (1Ts 1.10). ‘Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira’ (Rm 5.9). Devemos manter-nos espiritualmente vigilantes, viver a vida sóbria, equilibrada com domínio próprio, e usar a armadura do Evangelho: a fé, o amor e a esperança da salvação, ‘porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele. Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros’ (1Ts 5.9-11).
[…] Por outro lado, a justiça de Deus será vindicada ‘quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo… quando vier para ser glorificado nos seus santos e para se fazer admirável, naquele dia, em todos os que creem’ (2Ts 1.7,8,10)” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.632,633).
Sobre as Duas Fases da Segunda Vinda
“Arrebatamento. [Se dará] nos ares, Cristo vem para aqueles que lhe pertencem.
Manifestação Gloriosa. Cristo vem à terra com aqueles que lhe pertencem.”
Para ler mais, consulte a Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica, editada pela CPAD, p.415.
III. DOS TEMPOS E DAS ESTAÇÕES ATÉ A VOLTA DO SENHOR
1. Uma atenção à expressão “dos tempos e das estações”. Os termos “tempos e estações” também foram usados pelo Senhor Jesus em seu último discurso aos seus discípulos, logo depois de sua ressurreição: “Não vos pertence saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7 — Grifos nosso). Tanto os termos em 1 Tessalonicenses quanto em Atos dos Apóstolos trazem a noção da iminência da volta do Senhor. Por isso, devemos viver em vigilância em todo tempo, não procurando adivinhar datas ou períodos, pois não sabemos o dia nem a hora que o nosso Senhor há de voltar.
2. Uma dimensão do Espírito; uma dimensão do porvir. Entretanto, as Escrituras Sagradas mostram que o derramamento do Espírito Santo em Pentecoste anuncia os últimos dias (At 1.5; cf. Jl 2.30). Ora, o Espírito na vida da Igreja é um anúncio de que brevemente o Senhor Jesus voltará. Não por acaso, em Atos 1.11 há esta gloriosa promessa: “Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido no céu, há de vir assim como para o céu o viste ir”.
3. Espírito e Porvir: temas da nossa pregação. Como pentecostais clássicos, a promessa do Batismo no Espírito Santo com evidência de falar em línguas deve estar em nossos lábios. Preguemos sobre isso, estimulemos a igreja a buscar essa promessa. Todavia, a promessa da bendita esperança deve estar em nossa proclamação. Não deixemos de dizer: Jesus em breve voltará. A Igreja de Cristo nasceu no fogo e debaixo da promessa de sua volta (At 1.8,11).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A mensagem pentecostal traz consigo o poder do Espírito e a esperança no porvir.
“O desejo do apóstolo Paulo não era estar com Abraão, mas, sim, com o Senhor. Indicou que tão logo se ausentasse do corpo (ao morrer), estaria presente com o Senhor (2Co 5.6-9; Fp 1.23). Essa foi a promessa de Jesus ao ladrão moribundo na cruz: ‘Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso’ (Lc 23.43). Numa visão, Paulo foi arrebatado ao terceiro céu, que também chama de Paraíso (2Co 12.1-5). Jesus diz que se trata de um lugar preparado, onde há bastante espaço (Jo 14.2). É um lugar de grande alegria, de comunhão com Cristo e com os irmãos na fé, que ressoa adorações e cânticos (Ap 4.10,11; 5.8-14; 14.2,3; 15.2-4).
[…] Paulo ansiava pelo corpo ressurreto que será imortal, que não estará sujeito à morte nem à decadência” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.622).
CONCLUSÃO
A bendita esperança de Paulo deve ser a nossa. Ao longo do ministério do apóstolo, somos estimulados a viver no Espírito e, ao mesmo tempo, em vigilância, preparando-nos para o encontro com o nosso Senhor. Que vivamos no Espírito, aguardando a bendita esperança. O Senhor Jesus pode voltar a qualquer momento para arrebatar a sua Noiva. Andemos, pois, no Espírito.
A respeito de “A Gloriosa Esperança do Apóstolo” responda:
Como o apóstolo via o seu martírio iminente?
O apóstolo via o seu martírio iminente como uma oferta apresentada sobre o altar do sacrifício.
Que combate devemos combater?
Resposta pessoal.
Qual assunto é tratado nos capítulos 4 e 5 de 1 Tessalonicenses?
O capítulo 5 é a continuidade acerca do assunto da parousia, ou seja, a volta do nosso Senhor, iniciado no capítulo 4.
A Igreja passará pela Grande Tribulação?
Não passaremos pelo período do juízo divino, denominado de a Grande Tribulação. A Igreja de nosso Senhor será retirada antes do período de derramamento do santo juízo.
O que as Escrituras mostram sobre a relação do Batismo no Espírito Santo com os últimos dias?
As Escrituras Sagradas mostram que o derramamento do Espírito Santo em Pentecoste anuncia os últimos dias (At 1.5; cf. Jl 2.30).
A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO
Chegamos ao final de mais um trimestre. Esta última lição coroa o estudo sobre a vida e o ministério do apóstolo Paulo. A Palavra de Deus mostra que o apóstolo cultivava a esperança cristã em sua vida e que ela cumpriu um papel importante diante de circunstâncias das mais difíceis na vida do apóstolo. Nesse sentido, com base na esperança apostólica, esta última lição tem como objetivo enfatizar a gloriosa esperança dos cristãos.
Resumo da lição
O primeiro tópico ressalta a consciência de Paulo diante de morte. Uma das coisas mais importantes na caminhada cristã é estar consciente diante do enfrentamento que se trava. O apóstolo estava preso e estava consciente de que a sua saída da cela era para a morte. Mas o que enchia o apóstolo de esperança era a herança espiritual que lhe esperava. O apóstolo já estava completamente desapegado da Terra, seu alvo era apenas ser participante da glória celestial que breve estaria diante dele.
O segundo tópico apresenta a doutrina bíblica de Paulo sobre a volta do Senhor. O tópico mostra que a volta de Cristo se dará em duas fases: a primeira, visível somente aos santos do Senhor; a segunda, visível a todos os homens. A primeira fase é o Arrebatamento da Igreja e a segunda é vinda gloriosa e triunfal do Senhor Jesus com sua Noiva.
O terceiro tópico expõe sobre os tempos e estações até a volta do Senhor. Esse tópico ressalta que não cabe a nós adivinhar os tempos e as estações de que todas essas coisas acontecerão. O precisamos cultivar é uma vida no Espírito, com vigilância, aguardando que o Senhor venha a qualquer momento.
Aplicação
Com Paulo aprendemos que a esperança cristã lida com a morte de uma maneira concreta. A morte existe e não podemos evitá-la. Entretanto, é possível enfrentá-la de maneira gloriosa e sublime, pois a morte não é o fim, mas o início de uma nova etapa da vida cristã.
Devemos nos preparar para essa etapa da vida cristã: o Arrebatamento da Igreja. Essa preparação envolve vigilância espiritual, santidade na vida e cultivo da verdadeira esperança. Nossos olhos devem estar voltados para esse grande acontecimento.
O nosso objetivo, portanto, não é adivinhar o dia e a hora da vinda do Senhor, mas viver a vida cristã na dimensão do Espírito Santo e na dimensão do porvir. Nosso Senhor breve virá!