LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

1º Trimestre de 2021

 

Título: Ensina-nos a orar — Exemplos de pessoas e orações que marcaram as Escrituras

Comentarista: Marcos Tedesco

 

 

Lição 1: O que significa orar

Data: 03 de Janeiro de 2021

 

 

TEXTO DO DIA

 

Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade(Sl 145.18).

 

SÍNTESE

 

A oração é uma ação que possibilita ao cristão um relacionamento mais íntimo com Deus. Essa prática deve ser uma constante na vida do crente que necessita orar sempre, sem jamais desfalecer.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Fp 4.6

Não andeis ansiosos

 

 

TERÇA — Jo 3.16

Um amor imensurável

 

 

QUARTA — 1Jo 5.14,15

Deus ouve nossas orações

 

 

QUINTA — Mt 6.6

Oração é relacionamento com Deus

 

 

SEXTA — Sl 51.18

Segundo a vontade de Deus

 

 

SÁBADO — Mc 1.35

Jesus e sua vida de oração

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • CONHECER o significado da oração;
  • ENTENDER que nem todas as orações são respondidas por Deus;
  • PERCEBER a necessidade de orar sempre.

 

INTERAÇÃO

 

Caro(a) professor(a), seja bem-vindo a mais um trimestre da Escola Dominical na classe dos jovens. Ao longo destas 13 lições estudaremos uma temática fascinante: Exemplos de pessoas e orações que marcaram as Escrituras! Como podemos perceber, a oração está sendo deixada de lado, não só pelas gerações mais jovens, mas por muitas pessoas das antigas gerações de nossas igrejas. É tempo de buscarmos um avivamento, um relacionamento mais íntimo com Deus. E a oração é o caminho mais deleitoso para tal objetivo. Motive seus alunos e envolva-os nesta preciosa jornada ao longo dos próximos meses.

Deixe-os com vontade de estudar com afinco cada lição. Use as redes sociais, mas também faça um convite pessoal para cada jovem. Faça dinâmicas, traga cartazes e visuais para sala e permita que eles participem ativamente com suas próprias histórias e experiências vividas em suas famílias.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Estamos iniciando mais um trimestre e uma estratégia muito eficaz para esse momento é a sondagem e compartilhamento de impressões acerca do que os alunos sabem a respeito do tema a ser estudado.

Faça um círculo com os alunos e permita que eles apresentem o que sabem sobre a temática proposta. Provavelmente a maioria terá timidez em expor suas impressões, mas estimule-os a falarem. Pode ser um testemunho próprio ou ainda uma história que tenha acontecido com alguém próximo a eles.

Para deixá-los à vontade, você pode contar alguns testemunhos seus. Será um momento muito lindo. Também é interessante fazer um período de louvor com uma canção bem específica acerca do tema. Uma sugestão bem-vinda é o hino “Em fervente oração” que possui diversas versões na plataforma do YouTube. Que Deus os abençoe, bons frutos e uma maravilhosa aula.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Salmos 51.10-18.

 

10 — Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

11 — Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo.

12 — Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário.

13 — Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão.

14 — Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça.

15 — Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor.

16 — Porque te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos.

17 — Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.

18 — Abençoa a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Quando falamos em oração, nos referimos a um dos maiores privilégios que o nosso Amado Senhor nos concede: Chegarmos a Ele e, em nossa simplicidade e incompletude, abrirmos o nosso coração em um diálogo franco e confiante. É na oração que cada um de nós, pequeninos como somos, temos acesso direto aquEle que tanto nos amou e que deu o seu Filho unigênito para que fôssemos salvos. Nessa lição refletiremos acerca da oração, seus objetivos e como Deus responde a essas orações trazidas pelas pessoas existentes na face da Terra.

 

I. QUAL O OBJETIVO DA ORAÇÃO E POR QUE PRECISAMOS ORAR?

 

1. Qual a finalidade da oração? A espiritualidade é parte essencial do homem e, justamente por isso, só no relacionamento com o espiritual é possível ser estabelecido o verdadeiro sentido da vida humana. Na oração temos: Relacionamento com Deus, segurança em meio aos desafios, serenidade e visão cristalina em meio às tempestades. A oração é a mola propulsora das forças que recebemos do alto, com a finalidade de enfrentar os desafios diários e manter vívida a esperança que nos traz a paz.

O Espírito Santo de Deus quer estabelecer um relacionamento conosco e nos conduzir em nossa jornada diária, porém, para que isso ocorra, a oração é uma condição básica. Por meio dela nos preparamos para, de forma progressiva e vigorosa, as grandes experiências espirituais em nossa trajetória de vida.

2. Oração, um desejo de relacionamento com Deus. Como é bom podermos sentar ao lado de uma pessoa amiga e, confiadamente, abrir nosso coração, contar as novidades e, também, as angústias do dia a dia. Se essa prática é válida para os relacionamentos que estabelecemos com pessoas falíveis e limitadas como cada um de nós, imagine o quão supremo será se conseguirmos manter uma rotina semelhante com o nosso Amado Pai! Na Bíblia, somos incentivados a buscar a Deus em oração de maneira muito pessoal e discreta (Mt 6.6), exatamente como faríamos com os mais chegados amigos.

A oração é, antes de tudo, diálogo. Precisamos ter em mente que essa é uma ferramenta que nos deixa em contato direto e permanente com o nosso Criador promovendo ações onde a unidade torna-se a essência. Lembremos de alguns personagens bíblicos que nos ajudam a compreender esse fato: Quando Adão e Eva perderam a comunhão com Deus, uma das primeiras evidências de tal fato foi a tentativa de esconder-se da presença de Deus (Gn 3.8). Já ao falarmos de Moisés, percebemos alguém que conversava com o Soberano face a face (Dt 34.10). sendo assim, os resultados até hoje nos inspiram em nossa jornada diária de comunhão com o Pai.

3. O que nos leva a orar? Os motivos são muitos, embora o principal motivo deveria ser, sempre, o desejo de estar mais perto do Pai Amado. Na Palavra de Deus encontramos exemplos de situações que levaram homens e mulheres a dobrarem seus joelhos diante do Pai. entre eles, Joquebede, Davi, Elias e Daniel. O que eles tinham em comum? O profundo desejo de serem, por Deus, ouvidos.

Até Jesus, em sua trajetória terrena, constantemente buscava momentos de oração para conversar com o Pai. Esses momentos de oração aconteciam em uma grande diversidade de condições: Quando tudo ia bem (Lc 3.21), quando grandes desafios se aproximavam (Mc 1.35), quando as lutas eram mais intensas (Mt 26.36) e em momentos que envolviam curas e milagres (Jo 11.41). Enfim, o próprio Emanuel, em oração, se conectava ao Pai Celeste com a finalidade de buscaras condições ideais para cada passo a ser dado.

Na oração, o coração é aquecido e a nossa alma percebe o Deus que se inclina e promove o aquietar de nossa alma. Sinta esse afago! Ore!

 

 

II. DEUS RESPONDE TODAS AS ORAÇÕES?

 

1. “[…] Segundo a sua vontade […]”. Deus tem para cada um de nós o melhor que possamos imaginar (Is 55.8,9), porém, muitas vezes teimamos em não dar liberdade para o agir divino em nossas vidas. Sonhamos os nossos sonhos, fazemos os nossos planos e executamos os nossos projetos, porém dando poucos ouvidos à voz do Espírito Santo. Os resultados amargos são, por vezes, degustados de forma indigesta, porém inevitável na “lei da semeadura” (Gl 6.7).

Deixemos que a vontade de Deus seja suprema em nossas vidas e façamos de nossos anseios, edificações sólidas onde as bases estão em um relacionamento sadio com o nosso Amado Pai (1Jo 5.14.15). Mas, como saber se é da vontade de Deus um determinado pedido nosso? Sem dúvidas, uma pergunta muito comum feita por muitos cristãos, todos os dias. A resposta é simples: Deixe Jesus Cristo participar de seu cotidiano, nos pequenos e nos grandes momentos. Deixe que o Espírito Santo caminhe com você e o inspire a tomar decisões e abençoar vidas. Seja um arauto do Reino de Deus. Aos poucos, você perceberá que seus sonhos, planos e projetos são mais elevados do que eram antes. Você perceberá que a vontade divina estará cada vez mais plena em sua vida. A pergunta inicial já não terá tanta importância. Enfim, seja feita a “TUA” vontade (Mt 6.10)!

2. Diálogo, não uma lista de pedidos. Voltamos à questão da essência do que é oração. É uma experiência maravilhosa que pode ser experimentada pelo cristão a qualquer momento, pois se trata de uma manifestação consequente do relacionamento e da intimidade entre o Criador e a criatura. Além disso, o diálogo/oração também expressa amizade e reciprocidade. Deve ser um momento aguardado com ansiedade, tanto por quem ora, quando pelo nosso Amado Pai que está nos céus.

Agora, imagine a seguinte situação: Você tem um grande amigo que marca um horário para visitá-lo. Você está ansioso para recebê-lo, ouvir todas as novidades e expressar o quanto a amizade entre vocês é genuína. Ele chega, lhe cumprimenta e inicia a tão aguardada conversa: “Olá meu amigo. Eu preciso disso, eu quero aquilo, me ajuda nisso, me livra daquela enrascada”. A vontade natural que teríamos é única: A de fugir imediatamente daquele momento desanimador e frustrante. Enfim, oração é diálogo e não uma lista de pedidos!

3. “Tudo tem o seu tempo determinado […]”. Cada vez que Deus nos diz “não”, devemos pensar do que Ele está nos livrando naquele momento (Pv 15.3). Nós vemos o tempo presente e mal nos lembramos de nossas histórias em passados não tão distantes. Mas Deus tudo vê (Jó 34.21)! Nosso Pai conhece cada fio de cabelo em nossas cabeças (Lc 12.7) e, de igual forma, vê amplamente cada momento de nossas vidas, presente e futuro (Pv 5.21). Ele sabe o que é melhor para cada um de nós.

A Bíblia Sagrada nos revela que “tudo tem o seu tempo determinado” (Ec 3.1). Muitas vezes gostaríamos que nossos desejos e solicitações fossem atendidos em um tempo curto, principalmente quando, ao olharmos para eles, vemos a aparência do bem e dos frutos doces a serem colhidos lá na frente (1Sm 16.7). Mas, Deus conhece todas as coisas e quando Ele diz “não”, devemos, de forma submissa e paciente, aceita tal resposta com a convicção de que o melhor do Senhor para nossas vidas sempre está porvir (Rm 8.28).

 

 

III. O DEVER DE ORAR SEMPRE E NÃO DESFALECER

 

1. “[…] que clamam a Ele de dia e de noite […]”. Certa vez, Jesus contou uma parábola que versava sobre “o dever de orar sempre e nunca desfalecer” (Lc 18.1-8). A narrativa falava sobre o sofrimento de uma viúva nas mãos de um adversário e a sua busca por justiça. Para complicar ainda mais o cenário, o juiz para o caso em questão não temia a Deus, não respeitava homem algum e era também injusto. Complicado, não? Nem tanto. A mulher tinha duas ferramentas a seu favor: A voz e a persistência. E ela venceu.

Jesus, mediante essa parábola, ensinou sobre o dever de orar sempre e não desfalecer. Muitas vezes, nos assombramos com o tamanho dos desafios e também com a ausência de resposta imediata. Precisamos ver além dessas dificuldades temporais e perceber que o amor de Deus por nós é maior do que podemos imaginar e que, no tempo certo, se inclinará e responderá à nossa oração.

Na Bíblia há um imperativo bastante conhecido: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17). Esse texto nos revela que devemos, em oração, permanecer na presença do Pai todo o tempo. Não em uma postura formal de oração, mas em um verdadeiro estilo de vida em oração, intercedendo, agradecendo, adorando, enfim, relacionando-se com o Amado Pai. dia e noite.

2. Quando as lutas parecem não ter fim! Existem momentos em que as nossas lutas e dificuldades cotidianas parecem não ter fim! Jesus mesmo nos disse que no mundo teríamos aflições (Jo 16.33), mas também Ele nos instrui a termos bom ânimo inspirados na sua grande vitória sobre o mundo.

A mulher da parábola, frente a tantas lutas, não desfaleceu e buscou insistentemente a justiça apesar das circunstâncias. No Antigo Testamento, uma história também nos permite perceber o quanto Deus é misericordioso e socorre os que lhe buscam: A viúva que tinha apenas um pouquinho de azeite na botija (2Rs 4). A mulher havia ficado viúva, atravessava uma grave crise financeira, corria o risco de perder os filhos para a servidão e, para complicar ainda mais, tinha apenas um pouquinho de azeite em casa. Mas, para Deus foi o suficiente para o milagre.

Não devemos nos assombrar com o tamanho das tormentas, pois em Cristo temos paz no meio da tempestade (Mc 4.35-41). Se confiarmos em nossas próprias forças, pereceremos e nossa fé será abalada. Mas, se depositarmos nossas esperanças em Deus, as lutas terão fim e, no tempo certo, cantaremos o hino da vitória.

3. Oração e fé. Na Bíblia encontramos uma importante orientação: Sem fé é impossível agradar ao nosso Amado Deus (Hb 11.6). Esse é um fato muito relevante para a qualidade da nossa relação com o divino. Não devemos amparar nossa fé no mundo exclusivamente físico. O nosso relacionamento com Deus precisa estar amparado na dimensão espiritual (Gl 5.25). Só assim, a fé fará sentido e então nos permitiremos ver o invisível e sentir a real presença do Espírito Santo de Deus.

Nessa parábola que analisamos, o ponto central repousa na “fé” (Lc 18.8). Será que em nosso cotidiano conseguimos exercitar a nossa fé a tal ponto de nos movermos amparados por ela? Imagine uma oração sem fé? Ou ainda um sermão pregado pautado apenas nas competências humanas? Ou até canções com a intencionalidade de que sejam louvores, porém sem a convicção dos musicistas que o Espírito Santo ali transita? Sem sombra de dúvida, só com fé vivida é possível caminhar com Deus.

Que possamos orar movidos por uma fé inabalável e almejar viver a cada segundo uma relação de profunda intimidade com o nosso Amado Pai Celestial!

 

 

CONCLUSÃO

 

O verdadeiro sentido da oração foi o tema que nos conduziu durante esta primeira lição. Pudemos perceber que a oração tem profunda relação com a essência do verdadeiro cristianismo. É a forma como nós, seres humanos, podemos nos aproximar do Pai Amado e abrir os nossos corações em meio a palavras simples, porém repletas de sentido.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

 

SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 3ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. O que é “oração”?

É diálogo com Deus em busca de um relacionamento de proximidade.

 

2. Qual o principal motivo que deve nos levar à oração?

O desejo de estar mais perto de Deus.

 

3. Deus sempre atende nossas orações?

Nem sempre, há tempo para todas as coisas. Além disso, precisamos orar dentro da vontade divina.

 

4. O que aprendemos com a parábola da viúva e do juiz injusto?

Que devemos orar sempre e não desfalecer.

 

5. Qual a relação existente entre “oração” e “fé”?

Sem fé, a oração torna-se um simples ato mecânico. É preciso orar com fé!

 

SUBSÍDIO

 

 

“A oração é tema de grande destaque na Bíblia. No Antigo Testamento, os homens de Deus venceram sob o manto da oração. Davi orava sempre (Sl 55.16,17) e Daniel venceu na cova dos leões porque tinha reservas de oração (Dn 6.10). Esses dois exemplos indicam o valor extraordinário da oração fervorosa e sincera, diante de Deus.

Paulo exortou Timóteo acerca da oração, dizendo que se deveriam fazer orações não apenas em momentos de crise, ou por algumas pessoas. Mas dever-se-ia orar ‘por todos os homens’ (1Tm 2.1,2), incluindo os governantes, as autoridades. Um sábio conselho, sem dúvida alguma. Ao que parece, as igrejas evangélicas, nos tempos atuais, têm se esquecido dessa oração ‘por todos os homens’. É mais comum ouvirem-se orações pela comunidade cristã: por suas atividades, na evangelização, no ensino, no discipulado. São orações legitimas e indispensáveis. Mas o alcance da oração da igreja cristã deve ultrapassar ‘as quatro paredes’ dos templos, nas igrejas locais. Em lugar de uma oração individualista, os cristãos devem criar o costume de fazer orações altruístas. As autoridades públicas, em todos os níveis, municipais, estaduais e federais em nosso país, estão sob a influência das forças malignas, do materialismo do relativismo e do humanismo. Daí porque temos o dever de seguir a orientação de Paulo (1Tm 2.1,2)” (LIMA, Elinaldo Renovato de. As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. pp.31,32).