LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

1º Trimestre de 2021

 

Título: Ensina-nos a orar — Exemplos de pessoas e orações que marcaram as Escrituras

Comentarista: Marcos Tedesco

 

 

Lição 10: Jesus e a oração do Pai-Nosso

Data: 07 de Março de 2021

 

 

TEXTO DO DIA

 

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará(Mt 6.6).

 

SÍNTESE

 

A oração do Pai-Nosso foi deixada por Jesus para nos ensinar acerca da importância da oração em oculto, da primazia de Deus no direcionamento de nossas petições e do valor do altruísmo em nossa trajetória cristã.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Mt 14.23

Jesus também orava em secreto

 

 

TERÇA — Lc 24.13-35

Uma oração que abriu os olhos

 

 

QUARTA — Mt 26.36

Uma difícil oração

 

 

QUINTA — Jo 5.1-15

Jesus se compadece pela dor do próximo

 

 

SEXTA — Tg 1.2

Vencendo as tentações

 

 

SÁBADO — Rm 11.36

Todas as coisas são para a glória de Deus

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • MOSTRAR que Jesus Cristo é o nosso maior referencial de vida e de oração;
  • CONTEMPLAR os principais ensinos da oração do Pai-Nosso;
  • DESTACAR que a glória e o poder pertencem somente a Deus.

 

INTERAÇÃO

 

Caro(a) professor(a), no ensino na classe de jovens, a linguagem adequada é essencial. Vamos falar um pouco acerca disso? A linguagem precisa fazer sentido ao aluno, porém ela também estará sempre conectada ao emissor, sendo assim devemos atentar para alguns cuidados. Destacaremos três: Primeiro, tenha cuidado com os exageros. Segundo, o que muda é a linguagem, jamais a essência da mensagem, sendo assim, devemos ter um grande cuidado com os exageros e adaptações que distorcem o que é ensinado. Terceiro, a linguagem tem relação íntima com a vida em curso e dessa forma, se desejamos falar para jovens, precisamos conviver com jovens. Enfim, ao falarmos a linguagem do aluno conseguimos caminhar com muito mais eficácia em nossa missão como ensinadores cristãos.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Na aula de hoje queremos apresentar uma dica muito especial. Vamos produzir uma série de painéis temáticos? Essa atividade pode ser feita (preferencialmente) em sala de aula ou ainda virtualmente (durante a semana seguinte). Leve para sala de aula os seguintes materiais: cinco cartolinas (uma para cada parte da oração do Pai-Nosso), material para escrever, desenhar, pintar e colar (lápis de escrever e de pintar, canetinhas, cola, entre outros) e muitos recortes de revistas. Durante uns 15 minutos, próximo do final da aula, peça que eles se dividam em cinco grupos iguais e fiquem responsáveis por uma cartolina. Deixe-os criarem uma releitura artística acerca de cada um dos versículos com base na aula ministrada. Ao final, faça uma exposição com os painéis e interprete-os coletivamente.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Mateus 6.5-13.

 

5 — E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.

6 — Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que oculto; e teu Pai. que vê o que está oculto, te recompensará.

7 — E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos.

8 — Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes.

9 — Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que nos céus, santificado seja o teu nome.

10 — Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, na terra como no céu.

11 — O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.

12 — Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.

13 — E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

A oração do Pai-Nosso nos mostra o valor do altruísmo e a relevância do princípio da reciprocidade bem como a necessidade magna de glorificarmos a Deus com toda a nossa vida. Essa oração é um convite a vivermos com intensidade o verdadeiro cristianismo seguindo a Jesus de forma integral e convicta.

 

I. JESUS ENSINA A RESPEITO DA ORAÇÃO

 

1. Jesus, o nosso referencial em tudo. Uma verdade maravilhosa na vida do cristão é o fato de poder ter em Cristo o seu referencial por excelência. Se somos seguidores do Mestre, devemos sempre fazer todas as coisas do mesmo jeito que Jesus faria em nosso lugar.

Veja bem, os Evangelhos são repletos de histórias vividas pelo Mestre, que nos dão parâmetros exatos acerca de seus procedimentos, de suas orientações e de como Ele agia em cada momento de sua trajetória. Assim também é para com a vida de oração de Jesus: Em cada história, uma lição preciosa para a nossa alma.

Quero usar para ilustrar esse tópico um momento muito marcante na vida da igreja: O encontro de Jesus com os discípulos que iam pelo caminho de Emaús (Lc 24.13-35). A identidade do Mestre passou despercebida pelos dois homens ao longo de todo o caminho até o momento da ceia. Eles somente perceberam quem era o forasteiro no exato momento em que Jesus orou dando graças pelo pão. Cristo era referência em tudo, inclusive no orar!

2. Uma oração que nos ensina a viver. A oração do Pai-Nosso vem acompanhada de uma série de instruções importantes acerca de como devemos nos portar nos momentos em que oramos, mas também, mediante seu próprio conteúdo, nos ensina a viver. Essa oração em cada conjunto de palavras nos revela verdades bíblicas maravilhosas e que nos orientam quanto a como devemos proceder no dia a dia e também como nos relacionarmos com o Deus.

Nos seis pedidos constituintes da oração, três são direcionados à santidade e à vontade de Deus e três são referentes às necessidades pessoais nossas. Primeiro: Santificado seja o “teu” nome; venha o “teu” Reino; seja feita a “tua” vontade. Segundo: o pão “nosso”; as “nossas” dívidas; “livra-nos” do mal. Seis pedidos, seis expressões que muito têm a nos ensinar.

O Mestre inicia sua fala com observações precisas quanto aos procedimentos envolvidos na oração: Primeiro, devemos orar evitando a publicidade do ato; segundo, não fazer o uso de repetições vãs apenas para “esticar” suas orações. Tanto a oração em oculto, quanto a oração sem repetições vãs são conselhos que evidenciam o zelo de Deus para com o exercício da “oração verdadeira” que é a busca da alma do homem pela plena comunhão com o Deus que tudo criou! É na oração que o homem, por iniciativa própria, abre seu coração e se expõe completamente ao olhar divino, que se inclina e ouve. É a intencionalidade do ato de orar, algo precioso.

3. A oração secreta. Talvez você esteja se perguntando: Como assim “oração secreta”? Não estamos nos referindo a uma oração que deve ser feita às escondidas para que seu conteúdo não seja ouvido por ninguém e nem invalide seus efeitos. A oração não é secreta por seus argumentos, muito menos por ser algo que cause constrangimento (pelo menos não deveria causar, não é?) ou nos coloque em risco de vida (houve o caso do profeta Daniel, que foi jogado aos leões por ter orado). A oração é secreta por se tratar de algo muito íntimo e pessoal, uma necessidade nossa de termos um tempo exclusivo para o nosso relacionamento com Deus.

Essa oração secreta é aquela que temos com o nosso Deus movida pelo desejo ardente de termos uma maior intimidade espiritual. Jesus, ao longo de seus dias na terra, viveu muitas vezes a experiência dessa forma de orar: No monte durante a tarde (Mt 14.23; Lc 6.12), em lugares desertos (Mc 1.35), em um jardim (Mt 26.36) e tantos outros espaços na busca por uma total imersão na prática da oração.

Há momentos onde oramos em lugares com muitas pessoas, como em nossas igrejas e também em reuniões, aniversários e tantos outros. Mas também precisamos separar os momentos da oração solitária e secreta, aquela onde há apenas espaço para o cristão e o Deus que nos ama e nos ouve: de manhã cedinho, a fim de dedicarmos o nosso dia a Deus; ao final do dia em ação de graças; e sempre que nossos corações forem impulsionados a orarem atendendo ao chamado do Espírito Santo de Deus.

 

 

Pense!

A oração secreta é uma modalidade que nos permite ficar mais à vontade com o Pai abrindo os nossos corações sem reservas. Viva diariamente essa experiência.

 

 

Ponto Importante

Jesus deve ser sempre a maior referência para as nossas vidas. Vivendo assim, onde estivermos, estaremos impactando as pessoas com a mensagem viva da cruz.

 

 

II. OS PRINCIPAIS ENSINOS DA ORAÇÃO DO PAI-NOSSO

 

1. Uma oração altruísta. A palavra “altruísmo” não é tão usada em nosso vocabulário, porém tem muito a dizer sobre o seu significado, veja: bondade, abnegação, beneficência, desapego, desprendimento, caridade, desinteresse, entrega, generosidade, humanitarismo, longanimidade, renúncia, entre outros sinônimos. Esses sentidos são necessários ao caráter do cristão comprometido com o Reino de Deus.

Na oração do Pai-Nosso, Jesus nos ensina a orar de um modo que evidencia o coletivo, o humanitário e o desprendimento do benefício próprio. Os pronomes utilizados indicam sempre o foco no coletivo, e não no individual: Pai “nosso”, venha a “nós”; o pão “nosso”; “nos” dá; perdoa “nossas”; não “nos” deixe cair.

Jesus, através de sua caminhada diária, mostrava no ministério terreno o valor do altruísmo. Falar em amar é fácil, amar na prática já é outra história. Motivado pelo amor, em uma prática altruísta, vemos Jesus diversas vezes abençoando vidas que ninguém queria ajudar, entre elas, a mulher do fluxo de sangue (Mc 5.24-34), o paralítico do tanque de Betesda (Jo 5.1-15) e o cego Bartimeu (Mc 10.46-52). Vamos seguir o exemplo de Jesus e viver o altruísmo em nossas vidas promovendo o bem-estar do nosso próximo (Mt 22.37-39).

2. O princípio da reciprocidade. Outro elemento que nos chama a atenção na oração do Pai-Nosso é a incisiva aplicação do princípio da reciprocidade. Veja: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12). Na sequência, o Mestre explica que se perdoarmos as ofensas dos homens, o Pai Celestial nos perdoará também. Mas, se não perdoarmos aos que nos ofendem, também não seremos perdoados por Deus.

Precisamos colocar em prática esse ensinamento todos os dias das nossas vidas, o perdão é uma importante chave para que o Pai Celeste nos abençoe com a sua ação curadora e nos perdoe pelas faltas (Mt 18.21,22; Ef 4.32; Cl 3.13). Aquilo que desejamos para as nossas vidas, antes precisamos buscar levar a vida dos nossos próximos, sempre (Lc 6.37: Mt 7.12).

3. É Deus que nos livra do mal. Deus permite que passemos pelas provas e adversidades, porém não nos tenta; pelo contrário, fortalece-nos a fim de vencermos as tentações. (Tg 1.2,3; 1Co 10.13) Jesus, no aramaico, buscou enfatizar o sentido passivo do verbo, e não o ativo. Ele permite que passemos pelo vale, mas jamais nos deixa só, e sempre estará conosco, se o buscarmos em sincera oração.

 

 

III. A GLÓRIA E O PODER PERTENCEM A DEUS

 

1. Em primeiro lugar, Deus. Como já vimos, a oração modelo apresentada por Jesus traz seis pedidos: Três contemplando a Deus e três relacionados às nossas necessidades pessoais. Porém todos os seis são pedidos feitos ao Pai Soberano e revelam uma importante questão: Em primeiro lugar, sempre, Deus. Os primeiros três tópicos da oração contemplam a santidade e a vontade de Deus: Santificado seja o “teu” nome; venha o “teu” Reino; seja feita a “tua” vontade. Esta deve ser sempre a nossa maior preocupação: Buscar a Deus e glorificá-lo em todos os momentos das nossas vidas cumprindo os seus propósitos e servindo-o (Ef 1.11; Rm 11.36). Devemos ter vidas santificadas, permitindo-nos sermos usados pelo Espírito para promovermos o Reino, deixando que a vontade dEle se cumpra plenamente em nossa existência (Sl 143.10).

Também os pedidos relacionados às nossas necessidades pessoais, colocam Deus como quem age e provê o milagre diário da vida (Mt 6.25-34): O pão “nosso”; as “nossas” dívidas; “livra-nos” do mal. São petições dirigidas ao Pai e expressões de dependência satisfeita pela presença divina em nossas vidas. Permitamos sempre que Deus ocupe o lugar de primazia em nossas vidas e, consequentemente, as demais coisas nos serão acrescentadas, no tempo certo, segundo a vontade divina (Mt 6.33).

2. Santificado seja o teu nome. Quando Jesus iniciou a oração, as seguintes palavras foram proferidas: “Pai Nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mt 6.9). Essa expressão revela uma impressionante profundidade, já que na língua hebraica, o nome revela muito acerca do seu possuidor. Quando falamos “santificado seja o teu nome”, estamos nos comprometendo com a ação de santificação do nome precioso do Pai-Nosso. Há apenas uma forma coerente e respeitosa de proferirmos essas palavras: Vivendo-as em nossas próprias histórias de vida (Jo 17.18,19; Ef 1.4).

3. É chegado o Reino. O Reino de Deus é a demonstração do poder divino em ação! Aqui os dois aspectos do Reino podem ser observados: A dimensão presente e a futura. Quando refletimos acerca do aspecto presente, vemos que o Reino se manifesta onde quer que Deus seja adorado e seguido. Já no aspecto futuro, o Reino será completo quando Cristo voltar (2Ts 2.8; 1Co 15.23-28). É importante destacarmos que somente Deus pode estabelecer o seu Reino: a nós cabe a tarefa de nos colocarmos sob a direção divina para anunciá-lo ao mundo.

Nossas orações devem focar as duas dimensões do Reino de Deus, tanto no nosso cotidiano quanto também no futuro. Devemos orar para que o Reino de Deus venha a se manifestar diante de todos os homens. À medida que a Igreja avança em sua missão, o Reino de Deus se faz presente promovendo a justiça, e a ação do Espírito Santo sobre o seu povo para destruir as obras do Inimigo, curar os doentes e anunciar a salvação dos perdidos.

Também é nosso dever orar constantemente para que Cristo volte e, numa total manifestação da glória de Deus e do seu poder, estabeleça, no tempo certo, o Reino de Deus por toda a eternidade.

 

 

CONCLUSÃO

 

A oração do Pai-Nosso é um convite a buscarmos uma vida diária ainda mais próxima dos padrões divinos.

Ao falarmos no santo nome de Deus, assumimos um compromisso com a santificação; ao clamarmos pela misericórdia divina, almejamos também as bênçãos sobre as pessoas que conosco caminham; ao reconhecermos que o Reino de Deus é chegado, nos comprometemos em viver intensamente o nosso chamado a ser, verdadeiramente, Igreja — o Corpo de Cristo!

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

AMARAL, Francisco. Pai-Nosso. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Por que afirmamos que a oração do Pai Nosso nos ensina como viver?

Porque cada expressão nela usada possui implicações que nos dão verdadeiras lições de vida.

 

2. O que é a oração secreta?

É aquela que nós fazemos em segredo, no oculto dos nossos quartos, por exemplo, e que somente Deus pode ver.

 

3. Aponte algumas características de uma pessoa que faz uma oração altruísta?

Bondade, desprendimento, caridade, generosidade, humanitarismo, longanimidade e renúncia.

 

4. Qual a implicação de falarmos “santificado” na oração do Pai-Nosso?

Por nos referirmos a Deus, assumimos um compromisso de vivermos em um processo de constante santificação.

 

5. Quais as dimensões do Reino de Deus?

Presente e futura.

 

SUBSÍDIO I

 

“No Pai-Nosso, Jesus ensinou a orar de modo altruísta, e não individualista: ‘Pai nosso’, e não ‘meu Pai’, ‘venha a nós’ e não a ‘mim’; ‘o pão nosso’ e não ‘meu pão’; ‘nos dá hoje’, e não ‘me dá hoje’; ‘perdoa as nossas dívidas’, e não ‘as minhas dívidas’; ‘não nos deixeis cair’, e não ‘não me deixe cair’. O Mestre Jesus não só ensinava, mas praticava a oração. Paulo também não vivia da teoria. Vivia o que ensinava. Não nos esqueçamos de que ele estava escrevendo a Timóteo, mas seu alvo era a igreja de Éfeso. À igreja local, no sentido coletivo. Como bom discípulo de Jesus, Paulo também ensina que se deve orar ‘por todos os homens’. Poderia ter ficado nessa admoestação, e já teria alcançado seu objetivo, mostrando a Timóteo que é necessário não excluir ninguém nas orações da igreja local, ou seja, da oração comunitária. Na oração individual, o crente pode tomar tempo orando por si, por seus problemas, por sua família. Mas na oração da igreja, esta deve voltar-se para a oração ‘por todos os homens’. Mas além de referir-se a ‘todos os homens’, Paulo ressalta a importância de a igreja orar pelas autoridades constituídas, de uma forma ou de outra, com permissão de Deus. Como tudo indica que a heresia que mais perturbava a igreja em Éfeso era o gnosticismo, Paulo se contrapôs à sua visão acerca dos homens. Para os gnósticos, a maioria dos homens não merecia nada a não ser a destruição total” (LIMA, Elinaldo Renovato de. As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. pp.32-33).

 

SUBSÍDIO II

 

“Sem dúvida, a passagem da Bíblia mais recitada é a Oração Dominical, ou seja, a Oração do Senhor. E, mais propriamente, a oração dos discípulos. […] Portanto, vós orais assim (v.9). Embora seja possível orar em espírito, recitando o Pai-Nosso, palavra por palavra, concluímos que Cristo não queria que os discípulos o repetissem desta maneira. O Senhor disse: ‘Orareis assim’, ou seja, ‘deste modo, usando estas palavras como vosso modelo’. É impossível repetir o Pai-Nosso diariamente sem cair em formalismo ou mesmo atribuir uma superstição as palavras que Jesus usou. Se Cristo queria que declamássemos o Pai-Nosso, usando as mesmas palavras, por que se encontra a mesma oração com outras palavras? (Lc 11.2-4). Segundo a Oração Dominical o exemplo para as nossas orações, convém meditar sobre todas as palavras e cada frase que a compõem. Antes de tudo, é importante observar que, dos sete pedidos, os três primeiros são pelas coisas de Deus, enquanto os últimos quatro são para nós mesmos. Fica claro que devemos começar não com os homens, mas sim com Deus. Se buscarmos sincera e primeiramente o Reino de Deus (v.33), oraremos pedindo, antes de tudo, as coisas de Deus, e somente depois pediremos por nós mesmos. E receberemos tudo. Filhos de Deus são assim, possuem este espírito que o Mestre ensina a ter quando orarem’” (BOYER, Orlando. Espada Cortante. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD. 2009. pp.314,317).