LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

2º Trimestre de 2022

 

Título: Os valores do Reino de Deus — A relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo

Comentarista: Osiel Gomes

 

 

Lição 2: Sal da terra, Luz do mundo

Data: 10 de Abril de 2022

 

 

VÍDEO DE APOIO

 

 

Notas de Aula — Lição 2.

 

 

TEXTO ÁUREO

 

Vós sois o sal da terra; […] Vós sois a luz do mundo.(Mt 5.13,14).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A influência dos cristãos na sociedade é inevitável. Do ponto de vista bíblico, o mundo não pode estar indiferente aos verdadeiros seguidores de Cristo.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Cl 4.6

Nossas palavras devem ser temperadas com sal

 

 

Terça — Lc 14.34,35

Não podemos perder a relevância

 

 

Quarta — Tg 1.17; Sl 104.2

Deus, o Pai das luzes

 

 

Quinta — Jo 15.8; 1Pe 2.12

A luz como um testemunho verdadeiro de boas obras

 

 

Sexta — 2Co 4.7

Um tesouro em vaso de barro

 

 

Sábado — Ef 5.15

Andando com prudência e bom senso

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 5.13-16.

 

13 — Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.

14 — Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;

15 — nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa.

16 — Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.

 

HINOS SUGERIDOS

 

9, 11 e 16 da Harpa Cristã.

 

PLANO DE AULA

 

1. INTRODUÇÃO

A proposta desta lição é estudar sobre a importância de nossa influência como cristãos no mundo. Assim, analisaremos esse assunto a partir das metáforas do sal e da luz presentes no Sermão do Monte. Deus conta conosco para influenciar o mundo atual e, por isso, não podemos deixar de “salgá-lo”, bem como de “iluminá-lo”. O Evangelho nos chama para isso.

 

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Apontar a função do sal; II) Destacar a função da luz; III) Refletir a respeito da influência dos discípulos de Cristo no mundo.

B) Motivação: Que tipo de influência você tem exercido nos lugares em que mora, estuda ou trabalha? Perguntas como esta são importantes para tornar mais concreto o assunto em estudo. O ensino do sal e da luz requer de nós a adoção de uma postura influenciadora.

C) Sugestão de Método: Você pode pesquisar por meio de livros de história da Igreja e tomar exemplos cristãos que influenciaram a nossa história. Sugerimos que você pesquise nomes como William Wilberforce, John Wesley e outros. A partir desses exemplos, a lição pode ser mais bem aplicada.

 

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Sugerimos que, ao final da aula, e a partir dos exemplos abordados na lição, você desafie seus alunos a uma resolução pessoal de tomar como propósito de vida o ensinamento do Sermão do Monte no sentido de serem “sal” e “luz” em cada esfera de atuação.

 

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final dos tópicos, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A Luz do Mundo”, localizado ao final do segundo tópico, é uma abordagem bíblica a respeito da imagem da “luz” no texto do Sermão do Monte; 2) O texto “Cem Anos depois”, inserido ao final do terceiro tópico, traz uma reflexão de Justino Mártir a respeito do impacto do Reino de Deus no mundo.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Nesta lição, enfatizaremos o papel de “sal e luz” que o cristão deve ter no mundo. Não basta denominar-se cristão, mas sim fazer a diferença no lugar onde vivemos. Por isso, tomaremos duas metáforas pelas quais Jesus ensinou a respeito da relevância de seus discípulos no mundo: o sal e a luz. Como esta ilumina o lugar de trevas, e aquela tempera e conserva o alimento, somos chamados a influenciar o mundo atual.

 

 

Palavra-Chave:

 

INFLUÊNCIA

 

 

I. O SAL TEMPERA E CONSERVA

 

1. Definição. Na Bíblia, a palavra “sal” aparece como substância branca usada como tempero (Jó 6.6; Mc 9.50), remédio e conservante (Ez 16.4). No grego bíblico, há pelo menos quatro significados para a palavra halas, substantivo neutro para sal: 1) como tempero; 2) como substância fertilizante para a terra arável; 3) como substância que conserva os alimentos da deterioração; 4) como sabedoria e graça no discurso (Cl 4.6).

2. A importância do sal. Podemos dizer que o sal tem a função de dar sabor, pois um alimento na medida certa de sal é saboroso (Jó 6.6). Essa função simboliza a vida moderada, equilibrada, de modo que traz uma ideia de boa influência do crente sobre o mundo. Outra função do sal é a de preservar o alimento da deterioração. Quando não havia tecnologia de refrigeração, preservava-se a carne esfregando-a no sal e deixando-a na salmoura. Essa função traz uma ideia de oposição ao mundo, pois os cristãos, como sal, são “esfregados” num mundo em processo de apodrecimento moral e espiritual (1Jo 5.19).

3. O cristão como sal. Como cristãos, devemos influenciar o mundo que se encontra em estado de podridão espiritual (Lc 14.34,35). Nesse aspecto, o cristão deve expressar os valores morais e espirituais do Evangelho em sua vida, opondo-se aos valores do mundo. Não esqueçamos, portanto, de nossa identidade verdadeira na relação que temos com este mundo, de acordo com as palavras de nosso Senhor: “vós sois o sal da terra”.

 

 

SINOPSE I

O sal tem as funções respectivas de dar sabor e conservar os alimentos. À luz dessa imagem, somos chamados a influenciar a sociedade.

 

 

II. A LUZ ILUMINA LUGARES EM TREVAS

 

1. Conceito físico e metafórico. A luz procede dos corpos celestes (própria: estrelas; refletida: lua, planetas etc.) que traz claridade e, por isso, é capaz de iluminar os objetos e torná-los visíveis. Assim, a lâmpada emite luz, o fogo espalha a luz. Enfim, a luz ilumina tudo e, portanto, não deixa lugar para trevas. Do ponto de vista bíblico, a luz pode ser aplicada metaforicamente a Deus (Sl 104.2; Tg 1.17); a Jesus (Jo 1.4-6); à Palavra de Deus (Sl 119.105); aos discípulos de Cristo (Mt 5.14).

2. O cristão como luz. Nas palavras de Jesus não há dubiedades. Observe que Ele não disse: vós deveis ser a luz; mas sim: vós sois a luz. No Reino de Deus, o que se espera do cristão é que seja e viva como luz deste mundo. Ao referir-se ao crente como luz, Jesus faz menção às boas obras produzidas por cada um de nós. Essas obras se caracterizam pelos atos de amor e fé manifestos na vida do crente por meio de um testemunho verdadeiro diante dos homens (Jo 15.8; 1Pe 2.12). Logo, a vontade de Deus é que as nossas boas obras resplandeçam como luz e sejam vistas por todos os homens e estes glorifiquem a Deus (Mt 5.16).

3. A luz em lugares de trevas. Quando disse que não se pode esconder uma cidade edificada sobre o monte, Jesus referia-se à impossibilidade de esconder o brilho da luz. No Reino de Deus, cada crente é uma luz que brilha no mundo o tempo todo. Nesse sentido, a natureza de quem passou pelo Novo Nascimento é espalhar a “luz do mundo” por meio da própria vida. Por isso, o crente deve estar no lugar para o qual foi chamado, fazendo brilhar a luz por intermédio da boa obra (Mc 4.21; Lc 8.16; cf. Mt 5.14-16). Entretanto, é preciso atentar para esta verdade bíblica: O cristão não pode manter sua vida como luzeiro pela própria força, mas por intermédio do Espírito Santo que o fortalece (Mt 25.4; At 7.55).

 

 

SINOPSE II

A luz ilumina um ambiente em trevas. À luz dessa imagem, somos convidados a fazer com que, por meio de um sincero testemunho, as nossas boas obras sejam vistas pelos homens e estes glorifiquem a Deus.

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

 

 

“A luz do mundo (5.14-16)

As cidades antigas eram construídas com calcário branco, e desta forma reluziam com a luz do sol. Lâmpadas eram mantidas acesas nas casas durante toda a noite, dispostas em lugares altos. As duas imagens nos lembram de que a ‘luz’ não deve ficar escondida. Cristo deixa clara sua analogia. Os atos justos dos cidadãos são as luzes que fazem o reino visível a todos. Uma vez mais, nós vemos que o Reino dos Céus é um reino interior, que pode ser visto e deve ser procurado em todos os seus cidadãos” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.25).

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

 

 

O Sal

“O ensino rabínico associava a metáfora do sal com sabedoria. Esta era a intenção de Jesus, visto que a palavra grega traduzida por ‘nada mais presta’ tem ‘tolo’ ou ‘louco’ como seu significado radicular. É tolice ou loucura os discípulos perderem o caráter, já que assim eles são imprestáveis para o Reino e a Igreja, e colhe desprezo de ambos”. Amplie mais o seu conhecimento lendo o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, publicado pela CPAD, p.43.

 

 

III. DISCÍPULOS QUE INFLUENCIAM

 

1. Sendo “sal”. O sal não aparece, pois atua de maneira oculta e silenciosa. Essa referência nos ensina que, antes de testemunharmos publicamente, é preciso renovar o “homem interior” (2Co 4.16). Ou seja, antes de propagar uma mensagem pública, ela precisa ser verdadeira dentro de nós. Nesse sentido, o nosso testemunho não será titubeante. Assim, o sal poderá estar fora do saleiro, espalhando-se por todo o mundo.

2. Sendo “luz”. Como luz, o cristão deve “brilhar” na família, na escola ou na universidade, no trabalho e em toda a sociedade. Os seguidores de Jesus não podem se esconder. Eles são chamados a andar na luz como na luz Deus está (1Jo 1.7). Logo, se o nosso caminho é luz, não pode haver trevas. Nesse caminho não há lugar para escuridão, pois o caminho de Deus é de luz que reflete sob sua Palavra (Sl 119.105).

3. A influência cristã. Paulo disse que temos um tesouro em vasos de barro (2Co 4.7). Esse tesouro é a verdade do Evangelho. Nós devemos portá-la como bandeira num mundo que inteiramente jaz no Maligno (1Jo 5.19). Com isso, influenciar a sociedade não significa que o crente seja excêntrico ou ostente alguma coisa. Pelo contrário! A postura de quem é sal e luz é a de um embaixador de uma pátria (2Co 5.20), cujas referências são a longanimidade, a mansidão e a moderação, bem como outras virtudes do Fruto do Espírito (Gl 5.22-24). Portanto, o modo de viver por meio de uma nova vida, e da prática de boas obras, levará os homens a glorificar a Deus. Ouçamos, pois, o conselho de Paulo: “veja prudentemente como andais” (Ef 5.15).

 

 

SINOPSE III

Os cristãos são chamados a influenciar o mundo em que vivemos, pois somos sal e luz.

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

 

 

“Cem anos depois

Justino Mártir, nascido em 100 d.C., escreveu a sua Apologia, […] a respeito do impacto do Reino de Deus no compromisso cristão, ele tem a dizer o seguinte:

Ao ouvir que procuramos um reino, você imagina, sem fazer nenhuma pergunta, que estamos falando de um reino humano; porém estamos falando daquele reino que é de Deus, que também é mencionado na confissão de fé feita por aqueles que são acusados de serem cristãos, embora saibam que a morte é a punição daqueles que o confessam. Pois se procurássemos um reino humano, também deveríamos negar o nosso Cristo, para que não fôssemos mortos; e tentaríamos escapar à detenção, para obtermos aquilo que esperamos. Mas como os nossos pensamentos não estão fixados no presente, não nos preocupamos quando os homens nos matam, uma vez que a morte também é uma dívida que precisa, de qualquer modo, ser paga” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.24).

 

 

CONCLUSÃO

 

Neste mundo dominado pelas trevas do pecado, só mesmo a influência dos servos de Cristo para promover verdadeiras mudanças. É preciso que a luz divina brilhe a partir de nós para que todos vejam as nossas boas obras e glorifiquem o Pai. Mas também é preciso lembrar de que sem um verdadeiro testemunho o Evangelho não será levado a sério entre os homens. Entretanto, se o cristão mostrar uma vida verdadeiramente transformada, sincera e sem artificialismo, exerceremos o nosso papel de sal da terra e luz do mundo.

 

VOCABULÁRIO

 

Excêntrico: extravagante, fora dos padrões normais.

Ostentar: exibir, alardear.

Salmoura: Conservação de alimentos em sal.

Titubeante: hesitante, vacilante.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

1. Qual a definição de sal?

A palavra “sal” aparece como substância branca usada como tempero (Jó 6.6; Mc 9.50), remédio e conservante (Ez 16.4).

 

2. Quais as duas funções do sal, segundo a lição?

Dar sabor e preservar os alimentos.

 

3. O que se espera do cristão no Reino de Deus?

No Reino de Deus, o que se espera do cristão é que “seja” e “viva” como luz deste mundo.

 

4. Para qual verdade bíblica o crente deve atentar?

O cristão não pode manter sua vida como luzeiro pela própria força, mas por intermédio do Espírito Santo que o fortalece.

 

5. De maneira concreta, qual o lugar em que o crente deve brilhar como luz?

Como luz, o cristão deve brilhar na família, na escola ou na universidade, no trabalho e em toda a sociedade.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

 

SAL DA TERRA, LUZ DO MUNDO

 

Que tipo de influência nossos alunos estão exercendo sobre o mundo? Ou eles se deixam influenciar? A lição de hoje é uma excelente oportunidade para analisar o modo de viver cristão no mundo concreto. As duas imagens que o Senhor Jesus usou no Sermão do Monte é um forte apelo para a nossa influência ativa no mundo em que vivemos. O sal e a luz possuem funções essenciais para seus devidos propósitos.

 

Sal e Luz

Na lição, vimos a dupla função do sal: temperar e conservar. Sim, nosso Senhor conta conosco para trazer boas novas às pessoas que estão perdidas na vida e que caminham para a destruição. Os desafios são imensos. Ao mesmo tempo, somos chamados para dar uma dimensão moral clara ao mundo por meio de nosso comportamento. Se há um apodrecimento moral no mundo, o cristão está lá para deter esse processo. E como isso acontece? Quando um pecador, acostumado na prática de seu pecado, tem um encontro vivo com Jesus e, então, suas dimensões — espiritual e moral — se transformam poderosamente. Ele passa pelo processo do novo nascimento. Seus valores não são mais da terra, mas do céu.

A respeito da luz, o teólogo Lawrence Richards, na obra Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, escreve: “Os atos justos dos cidadãos são as luzes que fazem o reino visível a todos. Uma vez mais, nós vemos que o Reino dos Céus é um reino interior, que pode ser visto e deve ser procurado em todos os seus cidadãos”. Sim, aqui falamos de valores que fundamentam o agir do cristão. Esses valores são celestiais. Ainda, o mesmo teólogo, agora citando Justino Mártir, um grande teólogo do século 11, quando este explica porque os cristãos primitivos entregavam a própria vida para a morte segundo o fundamento que sustentava a vida desses verdadeiros cristãos, conforme este trecho: “os nossos pensamentos não estão fixados no presente, não nos preocupamos quando os homens nos matam, uma vez que a morte também é uma dívida que precisa, de qualquer modo, ser paga”. Ou seja, os valores que regiam os cristãos do passado, como devem reger os do presente, são os valores bíblicos atemporais, conforme descritos no Sermão do Monte. As imagens do sal e da luz são as formas visíveis desses valores.

 

Aplicação

Após estudarmos a lição, o que se espera do cristão é que ele passe agir de maneira consciente de sua missão: salgar e iluminar onde estiver.