Título: Os valores do Reino de Deus — A relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo
Comentarista: Osiel Gomes
Lição 3: Jesus, o discípulo e a Lei
Data: 17 de Abril de 2022
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.” (Mt 5.20).
Os seguidores de Jesus são chamados a viver a justiça do Reino de Deus. Essa justiça, baseada na Nova Aliança em Cristo, nasce no interior do crente e reflete no exterior da vida.
Segunda — Mt 5.17; Rm 3.31
Jesus não veio revogar a Lei nem contradizer os profetas
Terça — Hb 1.1-3
O Senhor Jesus Cristo cumpriu fielmente a Lei
Quarta — Gl 3.24
A função da Lei é levar o homem a Cristo
Quinta — 1Tm 1.5
O fim do mandamento: coração puro, boa consciência e fé sincera
Sexta — Rm 7.12; Rm 3.31
A Lei é santa e está estabelecida em Cristo Jesus, o nosso Senhor
Sábado — Rm 13.8-10; Gl 5.6,25
A Lei está cumprida no amor e dinamizada em nós pelo Espírito Santo
Mateus 5.17-20.
17 — Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.
18 — Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.
19 — Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.
20 — Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.
13, 23 e 25 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
Qual é a relação entre Jesus e a Lei? E o que Ele deseja que seus discípulos aprendam acerca dessa relação. Basicamente, esta lição tem como propósito mostrar que a relação de Jesus com a Lei apenas nos mostra que a nossa justiça é elevada. Logo, o objetivo de estudar essa relação de Jesus com Lei é o de trazer aos cristãos um compromisso profundo com a justiça de Deus.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Mostrar que Jesus cumpriu toda a Lei; II) Comparar a Letra da Lei com a Verdade do Espírito; III) Conceituar a Justiça do Reino de Deus.
B) Motivação: O que é justiça? Na perspectiva bíblica, a palavra justiça tem a ver com retidão, integridade, honestidade. O Sermão do Monte nos convida a cultivar a retidão, a integridade e a honestidade para viver a justiça do reino divino.
C) Sugestão de Método: Ao iniciar o terceiro tópico, pergunte aos alunos o que eles entendem por justiça. Dê um tempo para que eles exponham o que pensam. Ouça-os com atenção. Em seguida, exponha o tópico conceituando a palavra justiça, destacando seu aspecto reto, íntegro e honesto.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Viver a retidão, a integridade e honestidade são desafios diante de um mundo relativista. Por isso, mostre aos alunos as esferas concretas em que seremos provados em nossa justiça: família, escola e universidade, trabalho, amizades etc.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final dos tópicos, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O Princípio Básico”, localizado ao final do segundo tópico, é uma reflexão a respeito de como nosso Senhor compreendia a Lei; 2) O texto “Sobre a Justiça”, localizado ao final do terceiro tópico, é uma reflexão a respeito da comparação da “justiça” de Jesus com a dos fariseus, bem como o padrão elevado exigido de nós pelo nosso Senhor.
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a respeito da relação de Jesus com a Lei e o que Ele deseja de seus discípulos. Veremos que o Senhor Jesus cumpriu toda a Lei, destacaremos a diferença entre a Letra da Lei e o Espírito e, finalmente, analisaremos a justiça do Reino de Deus. No Sermão do Monte, podemos perceber, com clareza, que o nosso Senhor não destruiu a Lei nem o ensino dos profetas, mas os cumpriu e os aperfeiçoou. Assim, como seus seguidores, a nossa justiça deve transcender a dos escribas e fariseus (Mt 5.20).
Palavra-Chave:
JUSTIÇA
I. JESUS CUMPRIU TODA A LEI
1. Um compromisso com o passado. Quando nosso Senhor começou a ensinar, seu propósito nunca foi o de desconstruir tudo ou não valorizar o passado relativo aos ensinos da Lei e dos Profetas. A expressão “não pensem” revela exatamente isso (Mt 5.17 — NAA). Ora, Jesus sabia que o ensino da antiga dispensação era valioso, verdadeiro, bom e belo. Ele jamais ousara ser um revolucionário, portador de um espírito destrutivo, como o apóstolo Paulo também não (cf. Rm 3.31). Assim, aprendemos, com Jesus, que não é possível construir um futuro bom se não preservarmos as coisas boas que os antigos nos legaram.
2. Jesus não veio destruir a Lei. Para muitos opositores, Jesus era um agitador, revolucionário, destruidor da tradição recebida (Jo 5.18). Por isso, nosso Senhor foi alvo de falsas acusações pelos seus críticos (Mt 26.59-61). Entretanto, os Evangelhos deixam claro que Jesus ensinou sobre a justiça conforme o que Moisés, a Lei e os profetas ensinaram. No lugar de enfraquecer a Lei, Ele devolvia o verdadeiro sentido dela, já abandonado pelos mestres judeus (Mt 8.4; Mc 7.10; Lc 16.31; Jo 5.46). Jesus enfatizou o sentido perfeito da Lei (Mc 7.5-13). Ele mesmo, a continuação da revelação divina, mostrava que essa revelação é progressiva para a perfeição, não retrógada nem estática. Nesse sentido, a fé e o ensino da Palavra de Deus devem nos levar ao verdadeiro crescimento espiritual, como bem ensinou o salmista (Sl 1.2,3; 119.1,97).
3. Jesus cumpriu e aperfeiçoou a Lei. O verbo “cumprir” (Mt 5.17), do grego plêroô, traz a ideia de tornar cheio, completar, encher até o máximo, fazer abundar, fornecer ou suprir liberalmente. Assim, a perspectiva pela qual Jesus cumpriu a Lei é que Ele lhe deu perfeição, conforme nos revela essa expressão: “[…] foi dito aos antigos: […] Eu, porém, vos digo” (Mt 5.21,22). Ora, em momento algum Jesus conflitou com as Escrituras do Antigo Testamento, mas as harmonizou plenamente. Por isso, diferentemente dos escribas e fariseus, que usavam da Lei para abusar do povo (Mt 23.4; Lc 11.46), o Senhor Jesus a aperfeiçoou (Mt 5.19). O que era visto como sombra cedeu espaço para a realidade do pleno cumprimento profético (Lc 4.16-21). Em Jesus, o que era visto por meio do Decálogo e dos profetas, concretizou-se fielmente em nosso Senhor, conforme nos revela o escritor aos Hebreus (Hb 1.1-3).
SINOPSE I
Jesus apresentou um compromisso com o passado, pois Ele não veio destruir a Lei, mas aperfeiçoá-la.
A Lei
“A lei revelava a vontade de Deus quanto à conduta do seu povo (19.4-6; 20.1-17; 21.1 — 24.8) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A lei não foi dada como um meio de salvação com Deus (20.2). Antes, pela lei Deus ensinou ao seu povo como andar em retidão diante dEle como seu Redentor, e igualmente diante do seu próximo.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, publicada pela CPAD, p.146.
II. A LETRA DA LEI, A VERDADE DO ESPÍRITO
1. O que a expressão “letra da Lei” significa? De acordo com as cartas de Paulo, a expressão “letra da Lei” diz respeito ao Antigo Concerto. Essa letra expressa os desígnios de Deus em forma de proibições escritas que revelam o pecado e levam à condenação, como nos mostra Romanos 7.7-25. Em suma, dominado pela fraqueza da carne e sem força, o homem seria levado à morte diante da letra da Lei.
A função da Lei é mostrar a malignidade do pecado e a impossibilidade do homem em salvar-se. Nesse sentido, ela serviu como paidagôgos (do grego), isto é, um pedagogo, um guia, que nos levou a Cristo (Gl 3.24). Um exemplo que revela essa função é a relevância dos profetas do Antigo Testamento para despertar o povo ao verdadeiro arrependimento diante de Deus. Entretanto, o judaísmo transformou a “letra da Lei” em um sistema de normas frias e sem vida.
2. A perspectiva teológica da Lei. Para os judeus, a Lei apresentava sua completude por meio de uma tríplice divisão: moral, cerimonial e judicial. A Lei Moral envolve os Dez Mandamentos (Êx 20.1-17); a cerimonial refere-se à adoração do povo de Deus no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo (Êx 25.1 — 31.17); a judicial tem a ver com diversas responsabilidades civis (individuais e sociais) (Êx 21.1 — 23.19). Pelo sistema da antiga Lei, havia um falso entendimento de que o homem poderia viver de maneira justa segundo o seu próprio mérito e que, por isso, seria possível salvar-se. Ora, o apóstolo Paulo refutou sabiamente esse falso entendimento (Gl 2.16; Tt 3.5). Em suas cartas, o apóstolo deixou bem claro que o Senhor Jesus cumpriu toda a Lei e que, por isso, pôs fim ao Sistema de Lei Mosaico, de modo que Ele oferece um novo e vivo caminho para se chegar a Deus (Jo 14.6; Hb 10.19,20), uma nova aliança que concede justificação e paz ao salvo (Rm 5.1).
3. A Lei e a verdade do Espírito. Nosso Senhor cumpriu todo o Antigo Testamento, obedecendo perfeitamente à Lei, cumprindo os tipos, sombras, símbolos e profecias. A causa dessa realidade perfeita é a morte substitutiva de Jesus e, por isso, hoje, os cristãos são declarados justos pelo mérito da obra de Cristo (Rm 3.21-26; 10.4). Em conformidade com esse evento salvífico, o apóstolo Paulo diz que a letra mata, mas o Espírito vivifica (2Co 3.6). Isso mostra que o Novo Concerto revelou-se na pessoa de Jesus, que gera vida, e não mais na letra pesada da Lei, que gera morte (Rm 6.23). Ou seja, de um código exterior de normas para um código interior e dinamizado na vida pelo Espírito; de palavras registradas em tábuas de pedra para palavras cravadas no coração. O Espírito Santo traz vida em Cristo e grava a vontade de Deus em nossa consciência e coração (Rm 8.2; 1Co 15.45; 1Tm 1.5).
4. Qual é o propósito da Lei para os discípulos de Cristo? Vimos que Jesus cumpriu toda a Lei. Nesse sentido, cabe perguntar: há propósito da Lei para os cristãos? O apóstolo Paulo responde a essa questão mostrando que a Lei é santa (Rm 7.12), está estabelecida (Rm 3.31), se cumpre no amor (Rm 13.8-10; Gl 5.14) e opera atualmente por meio do Espírito Santo, que dinamiza a vida interior do cristão (Rm 8.2,9; Gl 5.6,25). Portanto, é Jesus Cristo quem impacta, aperfeiçoa e, por meio do Santo Espírito, implanta no interior do crente o verdadeiro sentido da Lei (Gl 4.3-7).
SINOPSE II
Letra da Lei diz respeito ao Antigo Concerto; a verdade do Espírito diz respeito a vida em Cristo que grava a vontade de Deus no coração.
“O Princípio Básico
Os oponentes de Jesus o criticavam por não guardar as minúcias das observâncias tradicionais da lei judaica. Aqui Jesus deixa claro que Ele não está ausente para destruir a lei, mas para cumpri-la e até intensificá-la. Ele fixa padrões mais altos. Seu principal interesse é a razão de a lei existir; Ele insiste que guardar a lei começa com a atitude do coração. Por este princípio Jesus afirma simultaneamente o valor das pessoas e da lei. Neste aspecto Ele cumpre a lei antecipada por Jeremias: ‘Porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo’ (Jr 31.33b). Como sucessor de Moisés, Jesus dá a palavra final na lei. Mas o que Ele quer dizer quando fala que cumpre a lei? Não significa que Ele simplesmente a observa. Nem quer dizer que Ele anulou o Antigo Testamento e as leis (como sugerido por Márcion e os hereges gnósticos). A obra de Jesus e sua Igreja está firmemente arraigada na história de salvação. Em certo sentido, Jesus deu à lei uma expressão mais plena, e em outro, transcendeu a lei, visto que Ele se tornou a corporificação do seu cumprimento. Mateus vê o cumprimento da lei em Jesus semelhantemente ao cumprimento da profecia do Antigo Testamento: O novo é como o velho, mas o novo é maior que o velho. Não só o novo cumpre o velho, mas o transcende. Jesus e a lei do novo Reino são o intento, destino e meta final da lei” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.44).
III. A JUSTIÇA DO REINO DE DEUS
1. Quem é grande no Reino de Deus? Mateus 5.18,19 mostra que são considerados “grande no Reino de Deus” os que se acham fiéis e cumpridores de toda a lei de Cristo. Consequentemente, são rebaixados à condição de menores os que negligenciam, removem, separam, violam o menor dos mandamentos de Deus e não atentam para a sua instrução, quer por omissão, quer por transgressão. Assim, como discípulos de Cristo e cidadãos do Reino de Deus, devemos cumprir e ensinar a lei divina a partir do poder do Espírito Santo que transforma, aperfeiçoa e concede-nos graça e verdade (Jo 1.16,17).
2. A justiça do Reino de Deus. A compreensão da justiça do Antigo Testamento, baseada no binômio lei-obra, gerou orgulho pessoal e confiança nas próprias ações dos judeus para justificarem a si mesmos. No Novo Testamento, há exemplos a esse respeito: O jovem rico que agiu assim para atingir o supremo bem (Mt 19.16-26); o fariseu que, por meio de sua justiça própria, achava-se melhor que o publicano (Lc 18.9-17); o sacerdote e o levita que, firmados numa justiça própria, não atentaram para a aflição do próximo (Lc 10.25-37). Mas Jesus ensina aos seus discípulos que a nova justiça no Reino de Deus é interior, moral e espiritual e não se trata mais daquela velha justiça exterior, cerimonial e legalista. Por isso, a justiça exigida pelo Senhor Jesus aos seus discípulos é superior a dos escribas e fariseus. É uma justiça mais sublime, elevada e interior. Essa justiça só pode ser obtida mediante a fé, nos permitindo viver de maneira justa e piedosa (Rm 3.21,22; Rm 8.2-5) e, assim, entrar no Reino de Deus.
SINOPSE III
O Sermão do Monte esclarece que as bem-aventuranças são a verdadeira felicidade para quem nasceu de novo.
Sobre a Justiça
“[…] Os fariseus eram zelosos em guardar tanto a lei escrita quanto a oral. Ao explicar o verdadeiro significado da Palavra de Deus, Cristo estava prestes a revelar uma justiça que ‘ultrapassava’ qualquer justiça que os fariseus imaginassem possuir, guardando os mandamentos. Como cidadãos do Reino de Jesus, você e eu somos chamados para viver uma vida justa. Mas devemos evitar o engano dos fariseus. Não devemos confundir a verdadeira justiça, ou supor que, por fazermos determinadas coisas e evitarmos outras, alcançamos elevada espiritualidade. O que fazemos é importante, é verdade. Mas Deus está mais interessado no que somos” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. 2ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.557).
CONCLUSÃO
Jesus não veio para desfazer a Lei, nem viveu como um legalista. Porém, soube conservar o que havia de bom na antiga Lei, dando-lhe uma nova dinâmica de vida. Nosso Senhor deseja que nossas vidas sejam elevadas espiritualmente, semelhantes ao caráter e conduta dEle, deixando de lado toda frieza espiritual e, aquecidos pelo Espírito Santo, abraçando o verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus Cristo.
Binômio: que tem dois nomes ou dois termos.
Estático: sem movimento; parado, imóvel.
Retrógada: que anda para trás, não avança.
1. Segundo a lição, Jesus tinha o propósito de destruir a Lei?
Quando nosso Senhor começou a ensinar, seu propósito nunca foi o de desconstruir tudo ou não valorizar o passado relativo aos ensinos da Lei e dos Profetas.
2. Qual é a tríplice divisão da Lei?
Para os judeus, a Lei apresentava sua completude por meio de uma tríplice divisão: moral, cerimonial, judicial.
3. De acordo com a lição, o que a letra da Lei expressa?
Essa letra expressa os desígnios de Deus em forma de proibições escritas que revela o pecado e leva à condenação, como nos mostra Romanos 7.7-25.
4. Como o Senhor Jesus cumpriu todo o Antigo Testamento?
Nosso Senhor cumpriu todo o Antigo Testamento, obedecendo perfeitamente a Lei, cumprindo os tipos, sombras, símbolos e profecias.
5. O que é a justiça no Reino de Deus?
Jesus ensina aos seus discípulos que a nova justiça no Reino de Deus é interior, moral e espiritual e não se trata mais daquela velha justiça exterior, cerimonial e legalista.
JESUS, O DISCÍPULO E A LEI
Um dos temas mais importantes que aparece no estudo da relação entre Jesus e a Lei é o da Justiça. Nesta lição, teremos uma visão ampla de como deve ser o caminho de justiça do discípulo de Jesus, segundo a relação do Mestre com a Lei. Nesse sentido, o que se espera do discípulo de Cristo é um caminho de justiça mais elevado do que o dos fariseus. Mas qual é a diferença entre a justiça dos fariseus e dos seguidores de Jesus?
A Justiça conforme Jesus
O teólogo James Shelton, na obra Comentário Pentecostal Novo Testamento, aponta que Mateus é o único evangelista sinótico a usar o termo “justiça”. Segundo Shelton, o termo hebraico de justiça tinha a ver com comportamento, vida e conduta, ou seja, era uma “exigência ética e uma dotação graciosa para ser vivenciada”. O teólogo ainda afirma que o evangelista Mateus conservou fielmente esse conceito em seu livro.
Por isso, na perspectiva bíblica, afirmamos que a palavra justiça tem a ver com a retidão, a integridade, a honestidade, ou seja, tudo o que caracteriza um justo. Por isso, nosso Senhor nos convida a cultivar a virtude da retidão, da integridade e da honestidade para viver a justiça do Reino de Deus.
Para vivenciar essa a justiça, não se pode fazer como os fariseus. Não se pode praticar apenas comportamentos exteriores, se o interior está descolado do exterior. Não é possível confessar com os lábios sem revelar a verdade do coração (Mt 15.8).
O teólogo Lawrence Richards, na obra Comentário Devocional da Bíblia, confirma que o nosso Senhor revelou um tipo de justiça que “ultrapassava qualquer justiça que os fariseus imaginassem possuir”. Para viver essa justiça de Jesus é preciso evitar o engano dos fariseus. E o que é esse engano? Fazer apenas atos piedosos exteriormente para ser notado, sem que haja verdade no coração. É quando se pratica algo publicamente, mas na vida privada há desvio do que o Reino de Deus dimensiona como reto, corretos e honestos. Foi exatamente esse princípio de justiça que nosso Senhor demonstrou a respeito do adultério e do pensamento de lassidão da pessoa (Mt 5.27,28).
Aplicação
É muito importante que a classe tenha o perfeito entendimento a respeito da justiça conforme nosso Senhor ensinou. Enfatize as virtudes da integridade, honestidade e retidão. Mostre que tudo o que fazemos, principalmente na obra de Deus, deve estar plenamente coerente com o nosso coração diante de Deus.