Título: Os valores do Reino de Deus — A relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo
Comentarista: Osiel Gomes
Lição 7: Não retribua pelos padrões humanos
Data: 15 de Maio de 2022
“Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.” (Lv 19.18).
O cristão não deve guardar rancor e nem buscar a vingança. Antes, deve vencer o mal com o bem. Dessa forma, ele demonstra que verdadeiramente teve o seu caráter transformado por Cristo.
Segunda — Rm 12.19-21
Vença o mal com o bem
Terça — Pv 20.22
Espere a vitória pelo Senhor
Quarta — Is 35.3,4
O Senhor virá com vingança
Quinta — Dt 32.35
A vingança pertence ao Senhor
Sexta — Jr 15.15
Orando pelo auxílio de Deus
Sábado — Rm 2.6-8
Deus retribuirá a cada um
Mateus 5.38-48.
38 — Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente.
39 — Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
40 — e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa;
41 — e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.
42 — Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
43 — Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo.
44 — Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,
45 — para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.
46 — Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?
47 — E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?
48 — Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.
324, 432 e 438 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
Quando se recebe uma ofensa, a reação natural é devolvê-la com outra. Entretanto, o Senhor Jesus nos convida a agir de maneira mais elevada, pondo em prática a instrução divina de acordo com o Sermão do Monte. Nesse sentido, retribuir o mal com o bem é uma ação que vem do Céu. O crente cheio do Espírito Santo é capaz de viver esse ensino do Sermão proferido pelo nosso Senhor.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Avaliar que a vingança não é de natureza do Reino; II) Validar que o amor é a expressão natural do Reino; III) Valorizar a busca pela perfeição na perspectiva do Reino de Deus.
B) Motivação: Retribuir o mal com o bem é transcender o senso comum de que temos que pagar a ofensa na mesma moeda. Fazer o bem é o melhor antídoto para deter o mal: “Não te deixes vencer o mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21).
C) Sugestão de Método: A perfeição cristã está fundamentada na prática do amor, como bem formula o terceiro tópico. Por isso, enfatize ao longo da exposição em classe as expressões: “oferecer a outra face”; “caminhar duas milhas”; “não desviar de quem pede emprestado”; “amar o inimigo”; “saudar quem não é irmão”. Todas essas expressões estão no cerne do desenvolvimento da perfeição cristã (Mt 5.48).
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A presente lição deve levar o aluno a conscientizar-se a respeito da incoerência da vingança com a prática cristã. “Pagar na mesma moeda” nada tem a ver com o estilo de vida cristão. Por isso, o seguidor de Jesus é estimulado a desenvolver o fruto do Espírito na vida cristã.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final dos tópicos, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Amar os Inimigos”, localizado após o segundo tópico, amplia o ensinamento a respeito do amor aos inimigos; 2) O texto “Sobre a Perfeição”, localizado ao final do terceiro tópico, traz uma reflexão a respeito da perfeição cristã, como que o texto do Sermão do Monte nos estimula a buscar esse ideal bíblico.
INTRODUÇÃO
Quando as pessoas nos ofendem, muitas vezes a nossa primeira reação é desejar a vingança. Mas Jesus, ao contrário, disse que devemos fazer o bem àqueles que nos ofendem! Ao invés de nos vingar, devemos amar e perdoar. Isso não é uma coisa natural, é sobrenatural. Somente Deus pode nos dar forças para que amemos como Ele ama.
Palavra-Chave:
RETRIBUIÇÃO
I. A VINGANÇA NÃO É NATUREZA DO REINO
1. A Lei de Talião. A Lei de Talião, olho por olho, dente por dente (Mt 5.38), pode ser definida como o castigo dado ao culpado, fazendo-o sofrer o mesmo mal ou dano que causou à vítima (Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21). Esse era o princípio de justiça visto na Lei de Moisés. É preciso compreender a natureza dessa ordem do Senhor, que não intencionava acirrar os homens a retribuir a agressão de qualquer maneira, e sim colocar um certo limite, não deixando que o vingador fizesse uma execução maior que o crime. Na verdade, essa lei procurava ajustar o castigo, ao crime.
A Lei do Talião se tratava de uma norma para os tribunais civis, que no seu propósito desejava que em particular a pessoa jamais praticasse a vingança. Não há nessa lei qualquer incentivo à vingança pessoal, pelo contrário, quando uma pessoa sofresse algum dano, era comum que ela desejasse que a justiça fosse feita e que os tribunais administrassem a devida punição (Lv 24.14; Dt 19.15-21).
Os fariseus fizeram uma má interpretação desta lei, usando-a com o propósito de justificar a vingança ou retribuição pessoal, descaracterizando-a do seu real objetivo, isso porque em momento algum a Lei de Moisés defendia a busca pela vingança, mas eles a citavam buscando destruir o seu significado real (Mt 15.3,6). A Bíblia proíbe terminantemente a vingança pessoal (Lv 19.18; Pv 20.22; 24.29).
2. O cristão e a vingança. Não pode haver no coração de um salvo por Cristo qualquer sentimento de vingança nem que seja para com o pior inimigo, pois ele está consciente de que a vingança de tudo pertence a Deus (Rm 12.19).
De acordo com o Comentário Devocional da Bíblia, “o princípio de ‘olho por olho’ no Antigo Testamento estabelecia limites da retribuição que uma pessoa podia exigir. Se alguém o ofendesse e lhe custasse a visão de um olho, você não poderia, por exemplo, tirar-lhe a vida de maneira justificável. Tudo o que você poderia reivindicar seria tirar-lhe a visão de um olho”. Agora Jesus ensina a que não governemos nossas relações com os outros segundo o “olho por olho”, de maneira nenhuma! Em vez de tentar vingar-se dos outros que o prejudicaram, faça o bem a eles!
A passagem tem aplicação direta ao desafio de Jesus a respeito de valores e atitudes, e descreve a “justiça excelente” e abundante que se espera de nós, no Reino de Jesus Cristo. Nós não exigimos retribuição. Nós fazemos o bem até mesmo àqueles que nos prejudicam.
A pessoa que aprende a amar até mesmo a seus inimigos é uma pessoa que viveu o suficiente no Reino de Cristo e uma pessoa que conheceu o seu toque transformador.
O salvo em Cristo prega e vive o amor, não o ódio, e tem consciência plena de que Deus tem reservado um dia em que há de julgar todos os pecados da humanidade, tomando vingança de tudo (At 17.31; At 10.42; Rm 2.16; 14.10). Assim compreendemos que a vingança pertence ao Senhor, não a nós (Hb 10.30; Dt 32.35,36; Rm 12.19).
SINOPSE I
O cristão não revida o mal de acordo com a Lei de Talião. Ele não se deixa dominar pela vingança.
II. O AMOR É A EXPRESSÃO NATURAL DO REINO
Para falar da lei do amor desenvolvida por aqueles que fazem parte do seu Reino, Jesus fez uso de quatro ilustrações que estão presentes na vida cotidiana para mostrar como se deve resistir ao mal. Vejamos:
1. Virar a outra face. A primeira vai mostrar um insulto recebido por alguém que foi ferido na face. Quando somos esbofeteados, ou quando alguém atinge nossa honra, a primeira reação é agir com as mesmas armas do ofensor, e, às vezes, até mesmo de maneira mais intensa. No entanto, tal atitude não resolve nada, pelo contrário, complica ainda mais a situação. Jesus esclarece que é impossível um cristão, que faz parte do seu Reino e tem o coração cheio de amor, tenha em seu ser atitudes de ódio, desamor e vingança. Quem tem amor, tem perdão, brandura e tolerância. Para muitos, a vingança é sinal de coragem, atitude de quem é forte, porém, pelos ensinos de Jesus, a vingança é atitude de quem é fraco. Todavia, aquele que vira a outra face, esse sim é forte, desarmando o seu ofensor com o seu heroísmo, em especial pela posição de perdoar.
2. Arrastar para o tribunal. Nesse tópico a questão é judicial, quando alguém ameaça uma pessoa que está lhe devendo e busca tirar dela uma peça importante do seu vestuário para pagar uma dívida contraída que não foi paga. Jesus ensina ao que está sofrendo as ações por parte do litigante, que ele não deveria responder com ressentimento, mas deveria deixar que ele ficasse com a túnica, a qual era por demais importante, pois servia como cama (Êx 22.26,27; Dt 24.12,13; Am 2.8). É sempre melhor fazer concessões do que persistir em uma batalha judicial ou em competições que levarão a diversos desagrados.
3. Obrigar a fazer algo. Mateus 5.41 trata de uma convocação feita por uma autoridade, que força alguém ao serviço. Um exemplo bíblico é o de Simão Cirineu, que foi obrigado a carregar a cruz de Jesus (Mt 27.32). O que é mais forte, por força da hierarquia, pode obrigar sem respeitar a vontade alheia. Assim, quando alguém anda a primeira milha, geralmente o faz como obrigação. Entretanto, para caminhar voluntariamente a segunda, só o faz quem tem um novo espírito, uma nova vida e os ensinos divinos gravados em seu coração. Tudo na vida é uma nova jornada porque se faz com Cristo; dessa maneira a caminhada será gloriosa e abençoada, quer seja a jornada do casamento, quer seja a do trabalho ou a de qualquer outra (Mt 28.20).
4. Fazer alguma coisa por alguém. Jesus mostra que o cristão que realmente tem amor no coração, quando se depara com alguém que está sofrendo por algum tipo de necessidade, que está em apuros, pedindo auxílio, jamais agirá com indiferença, antes atenderá ao solicitante sem qualquer murmuração ou má vontade. Com uma atitude generosa, emprestará sem querer algo de volta.
Esse procedimento só acontece para quem realmente tem o amor de Jesus no coração, por isso manifesta atos de bondade (Dt 15.8,10; Pv 19.17; Lc 6.30,35).
SINOPSE II
O que procede do coração e permeia o pensamento do homem determinarão seu comportamento.
“Amar os Inimigos (5.43-48). […] Para o mandamento bíblico, Amarás o teu próximo (43; Lv 19.18), [Jesus] Ele inseriu um acréscimo feito pelos mestres judeus, e aborrecerás o teu inimigo. Esta segunda parte não é encontrada em nenhuma passagem nas Escrituras Sagradas. Henry expôs bem a sua opinião: ‘Deus disse: Amarás o teu próximo; e por próximo eles entenderam somente aqueles de seu próprio país, nação e religião…; deste mandamento… eles quiseram inferir o que Deus nunca disse: Odiarás o teu inimigo”.39
Jesus se opôs a este falso ensino através do incisivo mandamento: Amai a vossos inimigos (44). É natural amar os amigos; amar os inimigos é sobrenatural. Mas aqueles que assim o fazem demonstram que são filhos do Pai que está nos céus (45)” (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Volume 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.61).
III. BUSCANDO A PERFEIÇÃO DE CRISTO
1. Uma justiça mais elevada. A exigência de Mateus 5.43-48 revela uma justiça muito elevada, incompatível com a natureza humana caída. O Senhor Jesus disse que devemos fazer o bem àqueles que nos fazem mal! Nosso desejo não deve ser o de manter ou de vingar a dívida, mas o de amar e perdoar. É um ensinamento divino, celestial. O Sermão do Monte é taxativo: Em vez de planejar vingar-se, ore por aqueles que o magoam.
2. O amor mais perfeito. O verbo amar, que aparece em Mateus 5.43, é agapáo, é o amor que sabe receber com alegria, acolher, amar ternamente; é o amor que está satisfeito, estar contente sobre ou com as coisas; esse amor só está no crente porque foi derramado por Deus no seu coração (Rm 5.5). Enquanto a adição feita pelos mestres judeus desviava da real lei do amor, Jesus falou do amor ágape, o qual é inteligente, compreende as dificuldades e se esforça para libertar o inimigo do seu ódio. Esse amor pode ser visto na grandiosa atitude de Deus para com todos os pecadores (Jo 3.16).
3. Perfeitos como o Pai. Parece inatingível o que Jesus elucidou: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está no céu” (Mt 5.48). Será que temos realmente a perfeição plena e divina? Pelos versículos 45 e 46 podemos notar que é possível ser perfeito como o Pai. Pela expressão sede perfeitos, o que se entende é que Jesus a limitou dentro do próprio contexto em relação ao amor: o amor de Deus é completo, Ele não exclui nenhum grupo, todos são objetos do seu amor.
O cristão jamais pode amar uns e aborrecer outros, pois se evidenciar bondade apenas para os seus amigos, nada mudará, e procederá como os publicanos. Desprezados, esses cobradores de impostos eram considerados como estando em uma posição do mais baixo nível de iniquidade. Assim como Deus ama a todos, o cristão também deve amar, ou seja, tomar como medida a perfeição padrão e absoluta de Deus, na qual se baseia para viver o amor nessa vida em relação ao seu próximo (1Jo 2.5; 4.12).
Buscar a perfeição, conforme ensina as Escrituras, é buscar uma vida mais parecida com a de Jesus Cristo, em que a natureza humana é mortificada, nosso interior é fortalecido e, assim, podemos viver sem as amarras da prisão das obras da carne.
Em Cristo, podemos dizer “sim” para o fruto do Espírito, que inicia com o “amor”, e “não” para as obras da carne. No poder do Espírito Santo, podemos atravessar a barreira da carne.
SINOPSE III
A justiça cristã é uma virtude elevada por meio da prática do amor.
Sobre a Perfeição
“Deus graciosamente concede, a todos aqueles que buscam, um amor perfeito por Ele e por sua vontade. Depois disso, o cristão busca uma manifestação ainda mais perfeita desse amor em sua vida e conduta. Por sermos finitos, essa perfeita manifestação nunca será completamente alcançada neste mundo, mas cada seguidor consagrado de Cristo deve, constantemente, se esforçar para alcançá-la (cf. Fp 3.12-14). O contexto imediato dos versículos 17-47 é importante, mas isso não é tudo. A perfeição aqui deve ser explicada em termos de um contexto maior — todo o capítulo cinco. O comentário de John Wesley sobre este versículo é: ‘Referindo-se a toda esta santidade que é descrita nos versículos anteriores, que o nosso Senhor no início do capítulo recomenda como felicidade, e, na conclusão dele, como perfeição’.41 Estes seis últimos parágrafos do capítulo sugerem seis ‘Características da Perfeição Cristã’. Elas são: 1) pacifismo (21-26); 2) pureza (27-30); 3) harmonia (31-32); 4) honestidade (33-37); 5) bondade (38-42); 6) amor (43-48)” (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Volume 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.62).
CONCLUSÃO
Aprendemos com essa passagem bíblica que Jesus nos chama para viver nesse mundo como seus discípulos em um novo estilo de vida, como também novos recursos espirituais para vencer qualquer inimigo pessoal. A base firme para tudo isso é o amor, pois somente através dele é que se pode expulsar o ódio e qualquer ação belicosa. Os que vivem esse amor na vida prática estão se assemelhando ao verdadeiro caráter de Deus.
1. Do que se tratava a Lei de Talião?
A Lei do Talião se tratava de uma norma para os tribunais civis, que no seu propósito desejava que em particular a pessoa jamais praticasse a vingança.
2. Cite um versículo em que a Bíblia proíbe a vingança pessoal.
Romanos 12.19.
3. A quem pertence a vingança? Cite um versículo para embasar a sua resposta.
A vingança pertence ao Senhor (Rm 12.9).
4. De acordo com a lição, quantas ilustrações foram usadas por Jesus para ilustrar o amor?
Quatro ilustrações: Virar outra face, arrastar para o tribunal, obrigar a fazer algo e fazer alguma coisa por alguém.
5. O cristão jamais pode amar uns e aborrecer outros. Por quê?
O cristão jamais pode amar uns e aborrecer outros, pois se evidenciar bondade apenas para os seus amigos, nada mudará, e procederá como os publicanos.
NÃO RETRIBUA PELOS PADRÕES HUMANOS
Retribuir o mal com o mal é humano, retribuir o mal com o bem é divino. Viver essa sabedoria divina, de agir bem com o outro quando este pratica o mal, é um dos objetivos do ensino no Sermão do Monte. Quando o crente é cheio do Espírito Santo pode retribuir ao outro ser humano pelos padrões divinos, não pelos humanos.
Motive a classe
Quem em sua classe se sente capaz de retribuir o mal com o bem? Vivemos numa sociedade em que o senso comum é retribuir a ofensa com outra ofensa, a não “levar desaforos para casa”. Isso é absolutamente humano. Entretanto, o Senhor Jesus mostrou um caminho muito mais elevado para seus seguidores. Ele se posicionou claramente contra essa maneira aculturada de retribuir o mal na sociedade, ainda que muitos a neguem: odiar o inimigo; odiar quem emite uma opinião infeliz, destruindo-lhe a reputação; tirar o último centavo de quem discriminou você; enfim, odiar o inimigo acaba sendo normativo. Como escreve o Comentário Bíblico Beacon: “Jesus se opôs a este falso ensino através do incisivo mandamento: Amai vossos inimigos. É natural amar os amigos; amar os inimigos é sobrenatural”. É preciso, à luz do ensino de Jesus no Sermão, quebrar essa bolha de “olho por olho e dente por dente” que se estabeleceu em várias esferas de nossa sociedade. O seguidor de Jesus não deve se dobrar ao espírito deste mundo. A perspectiva do Mestre não é a do confronto, da acusação, da ira. Por isso, as virtudes predominantes do Sermão do Monte são do espírito pacífico, do espírito manso, do espírito humilde, do espírito singelo.
Esse é o caminho para atingir a perfeição cristã: esmagar os instintos mais primitivos dentro de nós e deixar-se desenvolver pelas virtudes singelas do Espírito Santo. O Comentário Bíblico Beacon ainda destaca com clareza a sugestão de pelo menos seis características da perfeição cristã: “1) pacifismo; 2) pureza; 3) harmonia; 4) honestidade; 5) bondade; 6) amor”. Por isso, na fé cristã, quem deseja tomar o caminho da perfeição precisa passar pelo caminho de domesticar a nossa natureza humana. Nosso Senhor convida a cada cristão a andar no caminho do sobrenatural e do divino: amar o inimigo.
Aplicação
Use um momento da aula para trazer essa consciência do caminho de perfeição cristã. A perfeição, conforme nos ensina o Sermão do Monte, é para cada cristão desenvolver dentro de si no poder do Espírito Santo.