LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

2º Trimestre de 2022

 

Título: Os valores do Reino de Deus — A relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo

Comentarista: Osiel Gomes

 

 

Lição 10: Nossa segurança vem de Deus

Data: 05 de Junho de 2022

 

 

TEXTO ÁUREO

 

E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.(Lc 12.15).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Não podemos colocar a nossa esperança nas riquezas deste mundo, mas sim em Deus.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Mt 6.21

Onde está o vosso coração?

 

 

Terça — Fp 4.12,13

Contente em toda situação

 

 

Quarta — Mt 6.24

Não se pode servir a Deus e ao dinheiro

 

 

Quinta — Sl 62.10

Não coloque o coração nas riquezas

 

 

Sexta — Lc 12.16-18

Rico, mas insensato

 

 

Sábado — Ec 5.10

Quem ama o dinheiro nunca se farta

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 6.19-27.

 

19 — Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.

20 — Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.

21 — Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

22 — A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.

23 — Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!

24 — Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a ume desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

25 — Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?

26 — Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?

27 — E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?

 

HINO SUGERIDO

 

420 da Harpa Cristã.

 

PLANO DE AULA

 

1. INTRODUÇÃO

 

Não podemos colocar a nossa confiança nos bens materiais. A nossa confiança deve estar em Deus. O Deus Todo-Poderoso não concorre com nenhuma outra divindade. Portanto, Ele deve ser o único Senhor do nosso coração.

 

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 

A) Objetivos da Lição: I) Contrastar a Riqueza do Céu com a Riqueza da Terra; II) Descrever a Idolatria ao Dinheiro; III) Demonstrar a Quietude Espiritual em Deus.

B) Motivação: Uma das marcas dos tempos atuais é a ansiedade. A inquietude está presente em todas as esferas do ser humano. Nesse sentido, compreender a riqueza do Céu frente a da Terra é a base para viver a quietude espiritual.

C) Sugestão de Método: Para introduzir a lição de hoje, use imagens de revistas, ou de internet, que mostre uma pessoa estressada ou inquieta, ou ainda assoberbada com as tarefas; mostre também uma imagem em que a pessoa esteja num ambiente de ordem e, por isso, mais tranquila e quieta. Assim, introduza o assunto da presente lição, dizendo que quanto mais apegado às coisas da terra, mais inquieta e ansiosa a alma estará.

 

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

 

A) Aplicação: Incentive os alunos a terem equilíbrio na vida. O ensino de hoje nada tem a ver com não ter responsabilidade com nossas tarefas. Pelo contrário, viver a quietude em Cristo significa se tornar mais sábio para solucionar as questões difíceis que se colocam diante de nós.

 

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

 

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.41, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final dos tópicos, você encontrará dois auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Não perca o Foco”, localizado ao final do primeiro tópico, é uma reflexão sobre manter o foco em Deus; 2) O texto “Para o nosso Bem”, localizado ao final do segundo tópico, traz é uma reflexão a respeito do cuidado que Deus tem conosco mesmo nos momentos difíceis.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Na lição deste domingo, veremos que jamais devemos colocar a nossa esperança nos bens materiais, mas sim em Deus (1Tm 6.17). No Sermão do Monte, Jesus ensinou a respeito do dinheiro, de ajuntarmos tesouros neste mundo, e sobre ansiedade. Tal ensinamento não significa que não podemos ter bens materiais, mas mostra que devemos ter cuidado com a avareza, pois o amor do dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6.10).

Precisamos ser vigilantes, pois o apego aos bens terrenos nos escraviza tornando-nos dependentes das coisas materiais e não mais do Senhor, que provê as nossas necessidades.

 

 

Palavra-Chave:

 

ANSIEDADE

 

 

I. RIQUEZA DO CÉU E RIQUEZA DA TERRA

 

1. Uma conciliação impossível. Já experimentamos o Novo Nascimento, somos novas criaturas e não devemos, novamente, ser dominados pela concupiscência dos nossos olhos nem pela soberba deste mundo (1Jo 2.16).

Umas das tentações de Satanás, quando o Senhor Jesus passou pelo processo de tentação (Mt 4.1-11), foi o oferecimento dos reinos deste mundo (Mt 4.9). Jesus rejeitou tal proposta de imediato, pois seu coração não estava nas coisas deste mundo e Ele sabia a quem devia a adoração verdadeira. O crente precisa estar consciente de que não é possível agradar a Deus e aos homens, servir a Deus e a Mamom (palavra aramaica que designa dinheiro e cobiça). Se nossos corações não estiverem purificados pelo sangue do Cordeiro, andaremos em direção oposta a Deus e passaremos a servir ao dinheiro.

2. Tesouros da terra e tesouros do céu. Jesus não aprovou a posição dos escribas e fariseus em relação ao dinheiro. Eles davam muita ênfase aos bens materiais e viam as riquezas como uma amostra da aprovação divina. Jesus confrontou tal pensamento fazendo uma distinção clara entre os tesouros do céu e os da terra. O Mestre mostrou que os bens materiais não são um sinal de que Deus está aprovando nossas atitudes e conduta. Eles são transitórios e podem ser destruídos pela traça, pela ferrugem e levados por ladrões. Muitos, infelizmente, já perderam todas as suas economias devido a uma quebra na bolsa de valores, um sócio desonesto ou por meio de golpes. Segundo Jesus, o crente deve ajuntar tesouros no céu “onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam e nem roubam” (v.20). Jesus estava dizendo que os nossos esforços devem ser em prol do Reino de Deus e da sua justiça, pois ninguém levará nada deste mundo, como afirmou o patriarca Jó: “Nu sai do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá” (Jó 1.21).

3. O que o cristão precisa saber sobre os bens materiais? Jesus não estava condenando adquirir bens materiais, pois muitos homens de Deus possuíam riquezas, como por exemplo: Abraão (Gn 14.18-20; 24.1), Isaque (Gn 26.12,13), Jacó (Gn 30.43) e Salomão (2Cr 1.12). É importante também destacar que Jesus ensinou ao povo a não desperdiçar nada, pois depois da multiplicação dos pães e peixes, Ele ordenou: “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca” (Mt 6.12).

O crente que conhece as Sagradas Escrituras sabe que tudo o que temos pertence a Deus e que toda bênção vem dEle. Como criou todas as coisas, Ele é o proprietário e possuidor de tudo, e o homem não é dono de nada. Em relação aos bens materiais, o cristão não pode ser avarento ou acumulador egoísta. Precisamos ser como os crentes do primeiro século, cujo coração e a alma eram um e todas as coisas lhes eram comuns (At 4.32).

 

 

SINOPSE I

A Riqueza do Céu e a Riqueza da Terra não têm conciliação.

 

 

II. A IDOLATRIA AO DINHEIRO

 

1. O coração no lugar certo. Nossos corações não podem estar apegados às coisas deste mundo. Nossa esperança e confiança devem estar em Jesus. Em breve Cristo voltará para arrebatar a sua Igreja e não levaremos nada deste mundo, porém, as nossas obras serão provadas pelo fogo (1Co 3.15). Teremos de prestar contas, como um mordomo, de tudo que fizemos com nossos bens e talentos, segundo a parábola do mordomo infiel (Lc 16.1-13). Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “a injustiça, a cobiça e o poder estão comumente envolvidos na acumulação e emprego das riquezas deste mundo”.

2. Idolatrando a Mamom. Cristo nos chama para uma tomada de decisão: Ajuntar tesouro na terra ou nos céus? Servir a Deus ou a Mamom? Lembre-se de que a dedicação a um destes vai gerar a exclusão do outro, pois não há qualquer possibilidade de harmonizá-los; nosso coração não pode estar dividido entre o que é terreno e o que é espiritual. Deus deseja lealdade do seu povo.

2. Idolatrando a Mamom. Cristo nos chama para uma tomada de decisão: Ajuntar tesouro na terra ou nos céus? Servir a Deus ou a Mamom? Lembre-se de que a dedicação a um destes vai gerar a exclusão do outro, pois não há qualquer possibilidade de harmonizá-los; nosso coração não pode estar dividido entre o que é terreno e o que é espiritual. Deus deseja lealdade do seu povo.

No momento em que o crente escolhe o dinheiro, o conforto e bens que Mamom pode oferecer, certamente sua espiritualidade e comunhão com o Senhor estarão comprometidas. Quem conhece a Deus de modo pessoal jamais fará a escolha errada, pois sabe que Ele abomina a idolatria: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Idolatria é tudo que ocupa o lugar de Deus em nossos corações.

3. A riqueza condenada por Cristo. Na parábola do rico insensato (Lc 12.13-21), Jesus aponta três erros cometidos pelo homem: O primeiro erro está no fato de que ele achava que tudo o que sua alma precisava era de bens materiais; em segundo lugar, entendia que a essência da vida consistia nos bens materiais, de modo que isso gerava em seu coração um sentimento de prepotência; e o terceiro erro era acreditar que poderia viver tempo suficiente para desfrutar de tudo, se esquecendo que logo seria intimado para comparecer perante Deus.

Jesus condena tanto o egoísmo advindo das riquezas quanto também a confiança nela, mas infelizmente vivemos em uma sociedade dominada pelo materialismo, onde muitos só pensam em lucros e benefícios materiais.

 

 

SINOPSE II

A idolatria se caracteriza quando o dinheiro torna-se o lugar do coração do ser humano.

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

 

 

Não perca o Foco

 

“Se não tivermos cuidado, podemos acabar nos preocupando com problemas mundanos e perder o foco em Deus. Jesus sabia o quanto isso nos seria tentador, por isso, em seu maior sermão registrado, ele se assegurou de que seus seguidores soubessem que deveriam determinar as prioridades apropriadas. A vida é muito atarefada para a maioria de nós! Se você tem as preocupações adicionais de cuidar de outra pessoa com uma doença ou deficiência permanente, a vida pode se tornar quase um borrão. Muitas vezes, é difícil manter a perspectiva, manter as prioridades e manter o foco nas coisas que realmente importam.

Jesus quer que seus discípulos de então e de agora saibam que temos uma vantagem sobre nossos amigos e conhecidos que não têm vida espiritual: um relacionamento com Deus através de Jesus. Ele quer que saibamos que podemos manter o foco onde deve estar — em Deus. A vantagem que temos é que nosso Pai celestial já conhece nossas necessidades (6.32). Por causa disso, os seguidores de Cristo podem transferir seus fardos para o Pai celestial, que já está ciente de tudo e pronto para ajudar. Sim, roupa, abrigo e comida são necessidades da vida, mas essas coisas não precisam ser nosso foco principal, porque temos um Pai celestial que nos ajudará com isso” (Bíblia Além do Sofrimento. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, p.1415).

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

 

 

Não andeis cuidadosos

“‘Andar cuidadoso’ [Mt 6.25] é merimnao, estar ansioso, distraído pelos medos. Em um segundo sentido pode significar simplesmente preocupar-se. A vida é psuche, uma palavra que reflete o significado da hebraica nephish e chama a atenção para nossa natureza como seres que vivem no mundo material. Como existimos em corpos, precisamos de comida, bebida e abrigo, para mantermos a vida biológica.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo o Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, publicado pela CPAD, pp.33).

 

 

III. VIVENDO A QUIETUDE ESPIRITUAL EM DEUS

 

1. Os males advindos das preocupações. Devemos estar sempre alerta, pois não é somente Mamom que pode nos levar à queda, mas as preocupações demasiadas com o futuro e com a nossa subsistência podem comprometer a nossa vida espiritual e a nossa saúde mental. A preocupação demasiada com o futuro revela falta de confiança em Deus. Mesmo em tempos difíceis, não podemos viver preocupados e ansiosos, pois temos um Deus que tem cuidado de nós, suprindo as nossas necessidades (Sl 23.1). Ele já nos concedeu a salvação e proverá tudo de que precisamos.

Não podemos viver como Marta, que poderia estar aos pés de Jesus, mas optou andar distraída em muitos serviços (Lc 10.38-41). Quando não temos equilíbrio, a preocupação e o serviço em excesso roubam a nossa comunhão com Deus. Precisamos trabalhar e servir ao Senhor, mas jamais podemos nos esquecer de que a nossa tarefa mais importante é a nossa devoção e adoração a Ele.

2. Vivendo sem inquietação. O materialismo afastou o homem de sua quietude, da simplicidade, do contato com a natureza, da qual poderia extrair grandes e preciosas lições para sua vida. Para mostrar que não devemos estar inquietos, Jesus usa como referência as aves: elas não semeiam, não colhem e nem ajuntam em celeiro, mas o Pai celestial as sustenta.

Só podemos viver sem inquietação quando tomamos consciência de que somos filhos de Deus e que seu cuidado é especial para conosco. Os que vivem com maus pressentimentos, em aflição, angústia, preocupando-se indevidamente pelo que vai acontecer no dia seguinte, estão ignorando as promessas divinas. Que venhamos a lançar toda nossa ansiedade sobre Deus, pois Ele é quem cuida de nós (Fp 4.6,7; 1Pe 5.7).

3. Vivendo sossegados em Deus. Não viva inquieto, preocupado, em aflição, gastando suas energias naquilo que pode prejudicar sua saúde. Devemos viver sossegados e quietos confiando no Todo-Poderoso, pois não podemos modificar ou acrescentar nada com as nossas preocupações.

Jesus nos ensina que Deus cuida das aves e dos lírios do campo, de modo que nem mesmo Salomão, com toda a sua riqueza, se vestiu como qualquer um deles. As lindas flores são transitórias, efêmeras, logo se tornam inexistentes, mas se o cuidado divino está direcionado para essas pequenas coisas, não cuidará Ele dos seus filhos? Para viver a quietude, o crente precisa buscar o Reino de Deus e sua Justiça (Mt 6.33).

Neste tempo marcado pelo imediatismo e ansiedade, precisamos valorizar mais a quietude, a calma que vem de Deus.

Nele, encontramos descanso!

 

 

SINOPSE III

As preocupações com as coisas da Terra trazem diversos males e causam inquietude na alma.

 

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

 

 

Para o nosso Bem

 

“Nosso foco principal como crentes é viver para Cristo e tornar sua prioridade (o Reino de Deus) a nossa também. Quando assim fazemos, a vida em todas as suas ocupações pode ser vivida para a glória de Deus, o que resulta em nosso bem. Quando a vida fica difícil e até dolorosa, roupas e alimentos não são suficientes, mas o nosso Pai celestial está sempre pronto para ajudar em nosso tempo de necessidade (Sl 46.1)” (Bíblia Além do Sofrimento. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, p.1415).

 

 

CONCLUSÃO

 

Os filhos de Deus devem estar conscientes de que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai” (Tg 1.17). Somos abençoados pelo Senhor com os nossos bens, mas nossos corações não estão nas riquezas deste mundo. Não amemos o dinheiro e usemos todos os nossos recursos para a expansão do Reino de Deus.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

O que significa a palavra “Mamom”?

Mamom designa dinheiro e cobiça.

 

O que Satanás ofereceu a Jesus quando o tentou?

Umas das tentações de Satanás, quando o Senhor Jesus passou pelo processo de tentação (Mt 4.1-11), foi o oferecimento dos reinos deste mundo (Mt 4.9).

 

Segundo a lição, o que ocorre se nossos corações não forem purificados pelo sangue de Jesus?

Nossos corações não podem estar apegados às coisas deste mundo.

 

Como os escribas e fariseus viam as riquezas?

Eles davam muita ênfase aos bens materiais e viam as riquezas como uma amostra da aprovação divina.

 

Onde o crente deve ajuntar tesouros?

Segundo Jesus, o crente deve ajuntar tesouros no céu “onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam e nem roubam” (v.20).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

 

NOSSA SEGURANÇA VEM DE DEUS

 

Vivemos um tempo marcado pela ansiedade. O imediatismo e as preocupações geram ansiedade. Quando se coloca uma expectativa alta sobre o que não se tem controle, o resultado pode frustrar os planos. Por isso que o Senhor Jesus dá um ensinamento precioso: é preciso estar desapegado às coisas (Mt 6.25). Sem dúvida, há mais conforto hoje do que existia na época em que Jesus proferiu o Sermão do Monte. Viver desapegado neste tipo de sociedade do século é um grande desafio.

 

O discípulo e as coisas terrenas

 

O Sermão do Monte nos ensina a não valorizar tanto as coisas materiais em detrimento de coisas mais importantes. É claro que Deus sabe que precisamos de coisas básicas para a subsistência. O próprio Senhor Jesus tinha casa, provavelmente aprendeu a profissão de seu pai adotivo, José. Ou seja, isso mostra que o discurso de Jesus não é uma ordem para sair da sociedade e virar um eremita. O desafio é viver neste mundo, mas estar desapegado dele. O que vai medir o termômetro desse apego é a maneira como nos relacionamentos com as coisas materiais, principalmente, quando as perdemos.

Nosso Senhor adverte: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6.19). Houve um tempo no Brasil, mais especificamente no início da década de 1990, que o primeiro presidente da República no regime democrático confiscou a poupança do brasileiro. Soube-se que, por causa desse confisco, muita gente perdeu reservas de uma vida inteira de trabalho. É sobre isso que Jesus diz em sua Palavra: ninguém pode escapar da vulnerabilidade dos seus bens. Logo, quem for tão apegado assim sofrerá quando o bem lhe for arrancado. A solução mais sábia: desapegar-se. Nesse sentido, a relação do discípulo de Jesus com os bens materiais é pragmática, isto é, ter a consciência do que é realmente necessário. Para isso, é preciso cultivar uma vida de simplicidade, de humildade e de hábitos simples.

 

Uma aplicação

 

Só há uma chave para a pessoa desapegar deste mundo: ter uma perspectiva elevada a respeito do céu. Quanto mais a cabeça do crente está no céu, melhor ele lidará com as coisas da terra. São os valores celestiais, a razão de nossa esperança, fazem com que não tenhamos falsas ilusões para com este mundo. Sim, as coisas materiais são ilusórias. Quem vive preso nesse cativeiro psicológico não será bem-aventurado. O Senhor Jesus nos convida a priorizar o Céu.