Título: A Justiça Divina — A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel
Comentarista: Esequias Soares
Lição 1: Ezequiel, o atalaia de Deus
Data: 02 de Outubro de 2022
“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co 9.16).
Além de guardar e cuidar, a missão do atalaia é anunciar tanto o julgamento divino como as Boas-Novas.
Segunda — 2Rs 9.17
Atalaias são vigias colocados sobre muros e/ou torres da cidade
Terça — 2Rs 9.20
Os atalaias deviam se reportar ao rei sobre qualquer suspeita de perigo
Quarta — Is 52.7,8
Atalaias são profetas que anunciam as Boas-Novas
Quinta — Jr 6.17
Os atalaias anunciam advertências e juízos
Sexta — Ez 33.2-6
Os profetas do Antigo Testamento são descritos como atalaias de Deus
Sábado — 2Cr 20.24
O termo “atalaia” se refere à própria torre de observação
Ezequiel 3.16-21,27.
16 — E sucedeu que, ao fim de sete dias, veio a palavra do SENHOR a mim, dizendo:
17 — Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte.
18 — Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei.
19 — Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua alma.
20 — Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá; porque, não o avisando tu, no seu pecado morrerá, e suas justiças que praticara não virão em memória, mas o seu sangue da tua mão o requererei.
21 — Mas, avisando tu o justo, para que o justo não peque, e ele não pecar, certamente viverá, porque foi avisado; e tu livraste a tua alma.
27 — Mas, quando eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes dirás: Assim diz o SENHOR: Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir deixe; porque casa rebelde são eles.
19, 127 e 235 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
O livro de Ezequiel apresenta muitos pontos valorosos para a edificação da Igreja de Cristo. Dentre eles, a soberania de Deus na vida de pessoas e nações se destacam, bem como a responsabilidade humana. Esse ponto alto do livro de Ezequiel nos convida a fazer uma avaliação contínua a respeito do nosso relacionamento com Deus. Para nos auxiliar no estudo do livro do profeta Ezequiel, contaremos com a colaboração do pastor Esequias Soares, líder da Assembleia de Deus em Jundiaí - SP, atual presidente da Sociedade Bíblica do Brasil, presidente da Comissão de Apologética da CGADB, graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, autor de diversas obras, dentre elas: Manual de Apologética Cristã, Heresias e Modismos e A Razão da Nossa Fé, todas publicadas pela CPAD.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Apresentar a estrutura do livro de Ezequiel; II) Identificar o profeta Ezequiel; III) Explicar a expressão “atalaia”; IV) Conscientizar a respeito da responsabilidade individual.
B) Motivação: Como compreender um livro tão antigo e, ao mesmo tempo, complexo? O livro de Ezequiel tem correlação com o livro do Apocalipse. Nesse sentido, o nível de complexidade é parecido. Entretanto, isso não pode nos desmotivar a perseverar em seu estudo. A forma como o assunto está organizado para o estudo deste trimestre o auxiliará a compreender melhor este livro inspirado por Deus. Portanto, esta lição dá as primeiras coordenadas necessárias para você aproveitar a leitura desse grande livro: organização do livro, informações a respeito da pessoa do profeta e o tema da responsabilidade humana.
C) Sugestão de Método: Para introduzir a primeira lição, reproduza na lousa, ou no Datashow, a estrutura do livro de Ezequiel. Você pode fazer isso de acordo com o primeiro tópico da lição ou por meio do auxílio da Bíblia de Estudo Pentecostal.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Esta primeira lição nos convida a refletir a respeito da nossa responsabilidade diante de Deus e dos homens. Como Ezequiel foi chamado para ser atalaia em Israel, em Cristo fomos chamados para ser um atalaia nestes últimos dias, anunciando a mensagem de arrependimento e salvação.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 91, p.36, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Sete Características Especiais” pontua as particularidades do livro de Ezequiel que ampliam a exposição do primeiro tópico; 2) O texto “O Profeta no Antigo Testamento” traz uma ampliação a respeito da função do profeta no AT.
INTRODUÇÃO
As treze lições do presente trimestre foram selecionadas do livro do profeta Ezequiel. Por que é importante o estudo desse livro hoje? Primeiro, porque desde o primeiro capítulo até o último, ele nos leva a refletir a respeito da soberania de Deus em nossas vidas e na vida das nações. Segundo, porque o livro nos leva a uma avaliação contínua sobre o nosso relacionamento com Deus. A presente lição trata da responsabilidade dos atalaias constituídos por Deus, ontem e hoje.
Palavra-Chave:
ATALAIA
I. SOBRE O LIVRO DE EZEQUIEL
O Livro de Ezequiel antecipa a tradição apocalíptica das Escrituras e pode ser dividido em três partes principais: a primeira, capítulos 1 — 24; a segunda, capítulos 25 — 32; e a terceira, capítulos 33 — 48.
1. Primeira parte. Essas profecias foram entregues ao profeta antes da destruição da cidade de Jerusalém, do Templo e ocupa os primeiros 24 capítulos do livro. Nessa parte está a visão inaugural do ministério profético de Ezequiel (Ez 1.1-3) quando recebeu a visão da glória de Deus (Ez 1.26-28). Os discursos dessa primeira parte do livro são predominantemente de ameaças e juízos (Ez 7.2-4) contra a prostituição e idolatria do povo (Ez 8.15). A mensagem traz também uma série de advertências aos falsos profetas, aos reis de Judá e aos sacerdotes (Ez 7.26,27; Ez 13.2-4; 22.26,27,31).
2. Segunda parte. Depois dos pronunciamentos de juízo contra Judá e Israel, os oráculos divinos são direcionados contra às nações vizinhas: Amon, Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito (Ez 25-32). Isso revela que Javé não é somente o Deus de Israel, mas também de todas as nações, soberano em todo o universo (Êx 19.5; Sl 24.1; Ap 4.11).
3. Terceira parte. Começa com a notícia da queda de Jerusalém (Ez 33.21). Os oráculos dos capítulos 33 a 39 falam do retorno dos judeus de todas as partes do mundo à terra de seus antepassados, incluindo a visão do vale de ossos secos. São profecias sobre a restauração nacional, que se cumprem em Israel na atualidade, e sobre a regeneração espiritual de toda a casa de Israel (Ez 36.25-27; 37.14; Zc 12.10). As profecias dos capítulos 38 e 39 falam da invasão e derrota de Gogue e seu bando à Terra Santa. O livro de Ezequiel termina com a visão do novo templo e da redenção para Israel e toda humanidade como resposta à primeira visão (Ez 40 — 48).
SINOPSE I
O Livro de Ezequiel pode ser dividido em três partes principais: a primeira parte, capítulos 1 — 24; segunda, capítulos 25 — 32; e terceira, capítulos 33 — 48.
SETE CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
“Sete características principais assinalam o livro de Ezequiel. (1) Contém um grande número de visões surpreendentes, de parábolas arrojadas e de ações simbólicas e excêntricas, como um meio de expressão da revelação profética de Deus. (2) Seu conteúdo é organizado e datado com cuidado: registra mais datas do que qualquer outro livro profético do AT. (3) Duas frases características ocorrem do começo ao fim do livro: (a) ‘então saberão que eu sou o SENHOR’ (sessenta e cinco ocorrências com suas variantes). (4) Ezequiel recebe de Deus, de modo peculiar, os nomes de ‘filho do homem’ e ‘atalaia’. (5) Este livro registra duas grandiosas visões do templo: uma delas mostra-o profanado e à beira da destruição (8 — 11), e outra, purificado e perfeitamente restaurado (40 — 48). (6) Mais do que qualquer outro profeta, Ezequiel recebeu ordens de Deus para identificar-se pessoalmente com a palavra profética, expressando-a através do simbolismo profético. (7) Ezequiel salienta a responsabilidade pessoal do indivíduo e sua responsabilidade diante de Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1171).
O LIVRO DE EZEQUIEL
Ezequiel foi um profeta e sacerdote que, durante o cativeiro na Babilônia, viveu entre os exilados judeus. Ele e seus companheiros foram separados do Templo, de forma que muitas de suas profecias estão relacionadas ao Templo e a seu significado como símbolo da presença de Deus em Israel. Sua pregação abordava múltiplos assuntos e trazia um cativante repertório de imagens, onde ele descrevia tanto experiências pessoais como expectativas para o futuro. Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica, editada pela CPAD, p.179.
II. SOBRE O PROFETA
As poucas informações sobre a vida pessoal de Ezequiel estão nos relatos entrelaçados nas profecias registradas no livro. Ele não é mencionado nos outros livros do Antigo Testamento.
1. Identidade. Seu nome hebraico é Yehez’qel, “fortalecido por Deus”, e não aparece nos relatos dos Reis e das Crônicas. O pouco que se sabe a respeito dele é o que lemos no livro que leva o seu nome, são alguns detalhes de sua vida pessoal. E esses fatos aparecem para ilustrar a situação exílica de seus compatriotas na Babilônia (Ez 12.4-7). Ele viveu entre os exilados na Babilônia (Ez 8.1; 20.1) e iniciou o seu ministério ali, no cativeiro, quando completou 30 anos de idade “no trigésimo ano” (Ez 1.1). Não se sabe a data exata do fim do seu ministério, mas, com base nos dados cronológicos apresentados no livro, sabemos que o seu ofício durou cerca de 22 anos.
2. Procedência. Ezequiel era de Jerusalém e pertencia a uma família sacerdotal, “filho de Buzi” (Ez 1.3). Ele foi levado para a Babilônia na primeira leva de deportados em 597 a.C., quando o rei Nabucodonosor depôs Joaquim do trono de Jerusalém, levando-o para a Babilônia e pondo Zedequias, seu irmão, em seu lugar (2Rs 24.10-17). Daniel estava também entre eles (Dn 1.3-6). Enquanto Ezequiel vivia entre os exilados e exercia o seu ministério profético entre o povo (Ez 3.11), Daniel servia na corte de Nabucodonosor (Dn 1.19-21) e Jeremias profetizava em Judá para o povo de Jerusalém (Jr 25.1; 26.1; 27.1).
SINOPSE II
O nome do profeta Ezequiel significa “fortalecido por Deus”. Ele era de Jerusalém e pertencia a uma família de sacerdotes.
O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO
“O profeta do Antigo Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de Deus, tinha outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis, eram os profetas que tinham a incumbência de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos governantes. [ ]
No Antigo Testamento, o ofício do profeta era de âmbito nacional. Quando Deus levantava um profeta, conferia-lhe a missão de falar em seu nome para toda a nação e até para povos estranhos. O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando Jesus se despedia dos seus discípulos, lhes disse: ‘convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos’ (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam parte da tríplice divisão da Bíblia hebraica” (RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais & Ministeriais: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, pp.83,84).
III. SOBRE O ATALAIA
1. Atalaia. É uma palavra feminina de origem árabe, at-tallaat, “lugar alto”. A função do atalaia é descrita em 2 Samuel 18.24-27 e 2 Reis 9.17-20 e melhor ilustrada pela parábola de um militar posto como sentinela (Ez 33.2-6). Essas atividades são empregadas no Antigo Testamento aos profetas de maneira metafórica por causa da responsabilidade da sentinela militar e do profeta de avisar sobre o perigo.
2. “O fim dos sete dias” (v.16). O profeta se refere à primeira visão com a qual inaugura o seu ministério profético, que ocupa todo capítulo 1: a visão da glória de Deus (Ez 1.26-28). Há uma mudança brusca do gênero literário apocalíptico nessa visão da carruagem, para o estilo típico dos profetas, “veio a palavra do Senhor ”, ao introduzir o seu chamado para ser atalaia. O fim dos sete dias deve ser o tempo que ele esperou para recuperar suas forças depois do impacto da visão da glória de Deus (Ez 1.28; 3.14).
3. A expressão “filho do homem” (v.17a). Deus não se dirige ao profeta pelo seu nome, mas como “filho do homem” (v.17a), em hebraico, ben 'adam, aparece 93 vezes ao longo do livro e seis vezes só no capítulo 3. Nenhum outro profeta recebe esse título. Isso faz lembrar a natureza humana fragilizada e pecadora ao passo que Deus é o Senhor da glória. Somente o Senhor Jesus usava esse título se referindo a si mesmo nos quatro Evangelhos a partir de Mateus 8.20. O título vem acompanhado de artigo, pois Jesus é o Filho de Deus e, ao mesmo tempo, o Filho do homem (Rm 1.1-4). Adão é o cabeça da humanidade pecadora e Jesus é o cabeça da humanidade redimida; todos os que creem em Jesus Cristo recebem vida eterna (Rm 5.12-21).
4. O “atalaia sobre a casa de Israel” (v.17b). Deus sabia, de antemão, que os filhos de Israel, no exílio, continuariam na sua rebelião (Ez 3.7). Assim, Ezequiel foi constituído, por Deus, atalaia para profetizar aos “filhos de Israel” (Ez 2.3-7). Ele não esperava resultado de sua pregação (Ez 3.11), seu propósito era advertir os filhos de Israel, pois, “hão de saber que esteve no meio deles um profeta” (Ez 2.5).
SINOPSE III
Atalaia significa “lugar alto”. Era uma função com propósito de avisar a respeito do perigo. O profeta Ezequiel era o atalaia de Deus.
IV. SOBRE A RESPONSABILIDADE
A responsabilidade do profeta como atalaia sobre Israel se assemelha à nossa como cristão, na qualidade de mensageiro das Boas-Novas de Cristo. Seu discurso alcança justos e injustos.
1. A responsabilidade do cristão (v.18). São duas as responsabilidades principais do cristão: anunciar o Evangelho ao pecador e se cuidar para permanecer em Cristo até o fim. Se o atalaia não avisar o ímpio sobre o seu mau caminho e o perigo em que ele se encontra, certamente, o ímpio vai perecer, e o mensageiro será cobrado diante de Deus (v.18; Ez 33.8). Escreveu o apóstolo Paulo: “E ai de mim se não anunciar o evangelho” (1Co 9.16). Também é dever do justo perseverar até o fim, porque, se ele ceder, a sua justiça não será levada em conta (v.20; Ez 33.13) conforme ensina o Novo Testamento (Mt 24.13; Jo 17.12; 2Pe 2.20-22).
2. A responsabilidade do ímpio (vv.19,27). Quando anunciamos o Evangelho e o pecador rejeita a salvação em Cristo, tal rejeição vai testificar contra ele mesmo naquele dia (At 18.6; 20.26,27). Deus disse a Ezequiel: “Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir deixe” (v.27). A expressão usada pelo Senhor Jesus: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça” (Mt 11.15), em passagens paralelas (Mc 7.16; Lc 14.35) e em Apocalipse 13.9, é uma fraseologia similar que vem de Ezequiel. Isso significa que Deus é a fonte da profecia de Ezequiel e do Evangelho que pregamos (v.27a).
3. A extensão da nossa responsabilidade (v.20). Quando o justo se desvia, precisa igualmente ser alertado. Esse mesmo princípio na fé cristã significa que temos responsabilidade diante de Deus por aquele irmão e aquela irmã que estão se esfriando na fé ou que se afastaram dos cultos, principalmente na época de isolamento social, e isso pode levá-los ao completo desvio. É dever nosso cuidar um dos outros na igreja (1Co 12.25). A nossa preocupação não é somente com o pecador ignorante, mas também com as ovelhas que se desgarraram do rebanho (Lc 15.4-6).
SINOPSE IV
A responsabilidade do profeta como atalaia sobre Israel se assemelha a nossa como cristãos, na qualidade de mensageiro das Boas-Novas de Cristo.
CONCLUSÃO
O nosso compromisso, diante de Deus, é pregar o Evangelho e não converter as pessoas, pois quem as converte é o Espírito Santo. O Senhor mandou-nos pregar a Palavra, como Deus falou ao profeta: “quer ouçam quer deixem de ouvir” (2.5,7); continue anunciando a mensagem! É o que devemos fazer com oração, guiados pelo Espírito Santo.
Gênero Literário Apocalíptico: Gênero literário que aparece no Antigo Testamento e no livro do Apocalipse em que predomina o uso de símbolos, imagens, visões e revelações.
1. Quando foram entregues as profecias da primeira e da segunda parte do livro?
Essas profecias foram entregues ao profeta antes da destruição da cidade de Jerusalém e do templo e ocupa os primeiros 24 capítulos.
2. O que revelam os pronunciamentos de Javé sobre as nações vizinhas?
Isso revela que Javé não é somente o Deus de Israel, mas também de todas as nações, é soberano em todo o universo (Êx 19.5; Sl 24.1; Ap 4.11).
3. Onde, na Bíblia, é descrita a função do atalaia?
A função do atalaia é descrita em 2 Samuel 18.24-27 e 2 Reis 9.17-20 e mais bem ilustrada pela parábola como um militar posto como sentinela (33.2-6).
4. O que faz lembrar o título “filho do homem”?
Faz lembrar a natureza humana fragilizada e pecadora ao passo que Deus é o senhor da glória.
5. Quais as duas responsabilidades principais do atalaia cristão?
Anunciar o evangelho ao pecador e se cuidar para permanecer em Cristo até o fim.
EZEQUIEL, O ATALAIA DE DEUS
A paz do Senhor, caro(a) professor(a). Estamos iniciando um novo trimestre de estudos com a revista Lições Bíblicas Adultos, editada pela CPAD. Neste trimestre, seus alunos aprenderão preciosos ensinamentos extraídos do livro do profeta Ezequiel no tocante à perseverança em fazer a vontade de Deus. Verão também que esse livro está repleto de reflexões a respeito da soberania divina, bem como acerca do despertamento espiritual do crente nos dias atuais.
A primeira lição deste trimestre ressalta o chamado de Ezequiel para ser o porta-voz de Deus em tempos difíceis. Naquele tempo, o Senhor designou Ezequiel como um “atalaia” que tinha a responsabilidade de anunciar os juízos divinos sobre os povos de Israel e Judá, bem como o destino das nações circunvizinhas.
Em tempos de guerra, o ofício do atalaia era de suma importância. Também conhecido como “sentinela”, o atalaia permanecia numa torre à entrada da cidade e tinha a responsabilidade de alertar aos seus moradores sobre os perigos iminentes. No capítulo 3 do livro de Ezequiel, esse ofício é utilizado por Deus de forma metafórica para enfatizar a responsabilidade do profeta como portador da mensagem divina.
Além disso, a expressão “atalaia” identifica a natureza do ministério profético de Ezequiel, bem como revela o caráter do público-alvo de sua mensagem profética. Na presente ocasião, o profeta Ezequiel foi escolhido pelo Senhor para alertar um povo de “semblante duro” e “obstinados de coração” (cf. Ez 2.4). O Senhor também se refere a eles como “casa rebelde” (3.26).
Em contrapartida, a mensagem de Deus na boca do profeta não tinha como preocupação se os seus ouvintes a aceitariam ou não. Por essa razão, a frase “Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir deixe” (2.5; 3.27) destaca que o conteúdo da mensagem divina tinha como objetivo levar as pessoas ao arrependimento e à conversão de seus maus caminhos.
Semelhantemente, nos dias atuais, a Igreja de Cristo também foi convocada para anunciar uma mensagem a muitos que se encontram afastados do Senhor. São pessoas que estão na condição espiritual de rebeldia contra Deus, uma vez que estão na prática do pecado (cf. Rm 1.18). Deus quer usar seus “atalaias” nestes últimos dias para avisar aos pecadores que há um perigo iminente e todo aquele que não se arrepender de seus pecados será sucumbido pelo juízo divino. Oremos para que a Igreja não deixe de pregar a Palavra de Deus.