Título: A Justiça Divina — A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel
Comentarista: Esequias Soares
Lição 9: Gogue e Magogue: Um dia de juízo
Data: 27 de Novembro de 2022
“E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar para as ajuntar em batalha.” (Ap 20.8).
A palavra profética anuncia que, antes da restauração espiritual de Israel, virão Gogue e seu bando para invadir a Terra Santa, mas eles serão derrotados.
Segunda — Gn 10.2
Magogue é um descendente de Jafé, filho de Noé
Terça — Jr 1.14
“O mal vem do Norte” era o ditado desde os dias de Jeremias
Quarta — Ez 27.13; 38.2
Meseque e Tubal aparecem como confederados de Gogue
Quinta — Ez 38.16
Nesse conflito todas as nações ficarão sabendo que Javé é Deus
Sexta — Ap 16.13-16
A batalha do Armagedom não é a mesma do conflito de Gogue
Sábado — Zc 14.2-4
Os inimigos de Israel serão derrotados no fim dos tempos
Ezequiel 38.1-6; 39.1-10.
Ezequiel 38
1 — Veio mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
2 — Filho do homem, dirige o rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal, e profetiza contra ele.
3 — E dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.
4 — E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos bizarramente, congregação grande, com escudo e rodela, manejando todos a espada;
5 — persas, etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete;
6 — Gomer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, da banda do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo.
Ezequiel 39
1 — Tu, pois, ó filho do homem, profetiza ainda contra Gogue e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.
2 — E te farei voltear, e te porei seis anzóis, e te farei subir das bandas do Norte, e te trarei aos montes de Israel.
3 — E tirarei o teu arco da tua mão esquerda e farei cair as tuas flechas da tua mão direita.
4 — Nos montes de Israel, cairás, tu, e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina, e às aves de toda a asa, e aos animais do campo, te darei por pasto.
5 — Sobre a face do campo cairás, porque eu falei, diz o Senhor JEOVÁ.
6 — E enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o SENHOR.
7 — E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo de Israel e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel.
8 — Eis que é vindo e se cumprirá, diz o Senhor JEOVÁ; este é o dia de que tenho falado.
9 — E os habitantes das cidades de Israel sairão, e totalmente queimarão as armas, e os escudos, e as rodelas, com os arcos, e com as flechas, e com os bastões de mão, e com as lanças; e farão fogo com tudo isso por sete anos.
10 — E não trarão lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão fogo; e roubarão aos que os roubaram e despojarão aos que despojaram, diz o Senhor JEOVÁ.
237, 457 e 492 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
O livro de Ezequiel trata de profecias que ainda não se cumpriram em Israel. Isso significa que elas se cumprirão no futuro, pois a Palavra de Deus não falha. As profecias da Bíblia, a respeito da nação de Israel, são um testemunho poderoso da intervenção divina no mundo. Essas profecias revelam muito da natureza da relação de Deus com o seu povo. A profecia de Gogue e Magogue é uma daquelas que ainda se cumprirá.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: Identificar Gogue; II) Identificar Magogue; III) Explicar o contexto escatológico da profecia.
B) Motivação: A nação de Israel estará diante de uma colisão de nações para destruí-la. Isso ocorrerá antes ou no início da Grande Tribulação. Quais são as nações que formarão essa coalizão? A presente lição trará uma exposição importante a respeito desse assunto.
C) Sugestão de Método: Falaremos aqui a respeito da sexta lei do ensino: a lei da aprendizagem. Podemos resumi-la assim: “o aluno deve reproduzir em sua mente a verdade a ser aprendida”. Três coisas devem ser levadas em conta para a sua aula: 1) Faça boas perguntas, pois elas são importantes para os alunos reproduzirem o conhecimento na mente; 2) Pratique com os alunos a paráfrase, pois eles precisam reproduzir com as próprias palavras o que estão aprendendo; 3) Faça-se de “desentendido”, voltando constantemente a um princípio ou verdade que você ensinou.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Faça uma revisão com os alunos a respeito dos três tópicos. Conclua dizendo o quanto que as profecias bíblicas são atuais e concretas.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 91, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Gogue” aprofunda o assunto a respeito da identidade de Gogue no livro de Ezequiel; 2) O texto “Magogue” amplia a identificação de Magogue como território.
INTRODUÇÃO
A profecia cumprida na antiguidade bíblica tem levado a ala cética a argumentar que a profecia foi escrita depois do fato acontecido. Com relação às profecias messiânicas, não há como defender esse pensamento. Nesta lição, veremos as profecias de Ezequiel que tratam de eventos que ainda não ocorreram com Israel. Muito mais agora, com Israel no centro do noticiário mundial, eles não podem dizer que o profeta escreveu a profecia depois dos fatos.
Palavra-Chave:
JUÍZO
I. SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 1)
Essa profecia envolve muitos nomes, e alguns deles até parecem enigmáticos. O nosso desafio é identificar quem são, hoje, os povos que Ezequiel menciona na antiguidade.
1. Os invasores (38.6; 39.2). A profecia deixa claro que essa invasão será para o “fim dos anos” (38.8); “no fim dos dias” (38.16); depois da restauração do Estado de Israel (38.12). Isso significa que será antes da Grande Tribulação, ou, talvez, logo no início dela, portanto não é a mesma batalha do Armagedom (Ap 16.16). Outra informação importante é que os povos da coalizão do príncipe ou comandante chamado Gogue são da “banda do Norte” e outros grupos do norte da África, como etíopes e os de Pute (38.5). O capítulo 39 descreve a derrocada de Gogue e os seus confederados (39.4-6). Essa informação geográfica é vaga e muito genérica, considerando a vasta extensão territorial e multidão de povos que habitam ali.
2. Compreendendo a profecia. O discurso de Ezequiel deixa claro que a mensagem não é para a sua geração, mas para quando Deus fizer regressar o seu povo da diáspora de todas as nações da terra (Ez 36.24; Am 9.14,15). Como a profecia é para um tempo ainda distante, esses oráculos divinos foram vazados na linguagem da época do destinatário original. É necessário, pois, identificar esses povos no contexto em que vivia o profeta e procurar identificá-los nos tempos atuais, quando possível. Isso tornará a profecia compreensível e mais vivida em nossos dias.
3. Gogue (38.2a; 39.1a). O nome “Gogue” fora da profecia de Ezequiel só aparece mais duas vezes nas Escrituras, um descendente de Rúben, sem qualquer vínculo com a profecia (1Cr 5.4), e na revolta de Satanás contra Deus e seu povo depois do Milênio, em Apocalipse 20.8, como outro acontecimento. Tais nomes em Apocalipse são emprestados de Ezequiel 38 e 39. A Enciclopédia Judaica identifica Gogue com o rei Gyges, também conhecido como Gogo, da Lídia, região da Anatólia, na atual Turquia asiática. Essa é a intepretação da maioria dos expositores do Antigo Testamento e dos arqueólogos. Mas a descrição profética parece indicar um título, como “Faraó”, no Egito; “Xá”, na antiga Pérsia; “César”, em Roma, e não o nome pessoal de alguém.
SINOPSE I
O capítulo 39 de Ezequiel descreve a derrocada de Gogue e os seus confederados. Gogue se refere a um líder semelhante ao “Faraó” “Xá” ou “César”.
GOGUE
“Gogue é o rei da terra de Magogue e o principal governante de Meseque e Tubal. Em Gn 10.2, Magogue, Meseque e Tubal são os nomes dos filhos de Jafé. Por conseguinte, a batalha futura aqui descrita será travada por um descendente de Jafé. Gogue também pode ser um nome representativo da iniquidade e da oposição a Deus (ver Ap 20.7-9). Esses países localizam-se, possivelmente, ao extremo norte de Israel (vv.6,15; 39.2). Serão apoiados por exércitos vindos do Leste e do Sul (v.5). É difícil determinar a ocasião dessa batalha, mas evidentemente não se trata da mesma batalha de Gogue e Magogue, de Ap 20.7-9, que ocorrerá no fim do milênio” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Volume 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.476).
II. SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 2)
1. Magogue (38.2b; 39.1b,6a). É o nome de um descendente de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2; 1Cr 1.5), que aparece em Ezequiel como um lugar. As fontes antigas o incluem com os habitantes do Cáucaso, procedentes de Gomer. O historiador judeu Flávio Josefo (37-103 d.C.) identifica Magogue com os citas, um conjunto de etnias nômades que viviam na região norte do Mar Negro e do Mar Cáspio. Os citas aparecem no Novo Testamento juntamente com os bárbaros (Cl 3.11).
2. Meseque e Tubal (38.2c; 39.1c). Tubal e Meseque são dois dos sete irmãos filhos de Jafé, filho de Noé: “Os filhos de Jafé são: Gomer, e Magogue, e Madai, e Javã, e Tubal, e Meseque, e Tiras” (Gn 10.2). Esses dois jafetitas deram origem a Tabal e Mushki, reinos frigianos da Capadócia, na Anatólia, segundo inscrições assírias. Nessa coalizão aparece mais um da família de Jafé, Togarma, filho de Gomer (Gn 10.3). Gomer é o primeiro da lista dos filhos de Jafé, ele é identificado desde a antiguidade com o povo do Cáucaso.
3. A coalização de Gogue (38.5). Fazem parte do bando de Gogue mais cinco povos: “persas, etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gomer e todas as suas tropas; a casa de Togarma” (38.5,6). Todos eles são citados previamente nos oráculos de Ezequiel (27.10; 30.5). A Bíblia hebraica emprega o nome cushe, para Etiópia e pute para Líbia. Ambos, Cuxe e Pute são descendentes de Cam, filho de Noé (Gn 10.6; 1Cr 1.8). O norte da profecia em relação a Israel inclui a Mesopotâmia, a Ásia Menor e as regiões do Mar Negro e do Mar Cáspio. Os persas são os atuais iranianos. A Pérsia teve o nome mudado para Irã em 1935.
SINOPSE II
No livro de Ezequiel, Magogue aparece como um lugar, um território.
MAGOGUE
“Um descendente de Jafé (Gn 10.2; 1Cr 1.5). De acordo com Ezequiel 38.2, um povo cujo território será futuramente governado por Gogue (q.v.). Em 38.2, lê-se literalmente: ‘Firma bem a tua face contra Gogue, contra a terra de Magogue [ ]’. [ ] Gogue liderará uma horda do norte em uma invasão contra Israel (Ez 38.8-12), mas o Senhor fará com que os seus exércitos retrocedam, e enviará uma saraiva de fogo na terra de Magogue e nas áreas ao redor dela (39.6)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1200).
A falácia do vaticinium ex eventu
O importante em nosso estudo não é a identidade de Gogue e seus confederados, isso são detalhes, mas mostrar ao mundo a veracidade da Palavra de Deus. Os expositores céticos das Escrituras, aqueles que não acreditam em milagres e nem na possibilidade de o Espírito anunciar as coisas futuras por meio dos profetas, procuram explicar as profecias que já foram cumpridas como se fossem extraídas do fato ocorrido. Eles chamam essa suposta “pia fraude” de vaticinium ex eventu, “vaticínio-predição-oráculo a partir do evento-fato”, como se a profecia fosse escrita depois do acontecimento. Agora, com o cumprimento de profecias bíblicas na atualidade, eles não têm argumento em favor do vaticinium ex eventu. (Por Esequias Soares)
III. SOBRE O CONTEXTO ESCATOLÓGICO
A interpretação popular que considera a Rússia como Gogue ganhou muito espaço durante o período da Guerra Fria.
1. Gogue e Magogue. A mensagem contra “Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal” (38.2; 39.1) é uma das passagens mais difíceis das Escrituras. Muitos acreditam tratar-se de uma expressão genérica para indicar o futuro inimigo de Israel. O rei Gyges, da Lídia, por exemplo, seria a figura do futuro inimigo de Israel que comandaria os seus confederados. Segundo o Talmude, literatura religiosa muito antiga dos judeus, Gogue e Magogue são dois nomes paralelos de uma mesma nação. Esses inimigos de Israel serão derrotados e isso nos desperta a esperança da nossa vitória em Cristo, pois a profecia mostra que Deus está do lado do seu povo.
2. Como a Rússia aparece nesse contexto? A profecia afirma que Gogue é “príncipe e chefe de Meseque e de Tubal” (38.2; 39.1). A palavra “chefe” em hebraico é ro’sh, de significado amplo, “cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”. Curiosamente, a Septuaginta traduziu o termo como substantivo próprio, árchonta Rhos, “príncipe de Ros”. Isso é mantido na versão bíblica Tradução Brasileira e em algumas versões inglesas. Foi a semelhança de sons, Roshe — Rússia, que levou muitos estudiosos a identificarem Roshe com a Rússia; Meseque, com Moscou, atual capital da Rússia e Torgarma com Tobolsk, cidade russa.
3. Origem da interpretação. Esse pensamento não veio dos pentecostais e nem se trata de uma ideia oriunda dos dispensacionalistas, como equivocadamente dizem os críticos. Essa interpretação vem de longe, desde Gesenius (1787-1842), famoso orientalista alemão. Em seu léxico hebraico, o Roshe de Ezequiel 38.2 são os russos. Depois da Guerra Fria, o assunto foi ficando no esquecimento. Mas com a guerra da Ucrânia em 2022, a relação entre Rússia e o Ocidente está voltando ao cenário mundial, o que era antes da Queda do Muro de Berlim em 1989.
SINOPSE III
O contexto escatológico confirma que os inimigos de Israel serão derrotados porque Deus está do lado do seu povo.
CONCLUSÃO
É importante saber que a invasão de Gogue e o seu bando à terra de Israel é distinta da batalha do Armagedom, pois o ataque de Gogue será após a restauração de Israel, antes ou logo depois de começar a Grande Tribulação ao passo que o Armagedom se dará no final desse período. Cabe também ressaltar que essa invasão não é a mesma rebelião de “Gogue e Magogue” (Ap 20.8), pois a profecia empresta de Ezequiel esses nomes.
Enigmático: Relativo a ou próprio de enigma; indecifrável; misterioso.
1. Pela descrição profética o que o nome “Gogue” parece indicar?
A descrição profética parece indicar um título, como “Faraó”, no Egito; Xá, na antiga Pérsia; César”, em Roma, e não o nome pessoal de alguém.
2. Quem são os persas hoje?
Os persas são os atuais iranianos, a Pérsia teve o nome mudado para Irã em 1935.
3. Qual o significado da palavra hebraica ro’sh?
A palavra hebraica é ro’sh significa “cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”.
4. O que levou muitos estudiosos a identificar a Rússia com Gogue?
Foi a semelhança de sons, Roshe — Rússia, que levou muitos estudiosos a identificarem Roshe com a Rússia; Meseque, com Moscou, atual capital da Rússia e Torgarma com Tobolsk, cidade russa.
5. De onde veio a interpretação de que Gogue é a Rússia?
Essa interpretação vem de longe, desde Gesenius (1787-1842), famoso orientalista alemão. Em seu léxico hebraico o Roshe de Ezequiel 38.2 são os russos.
GOGUE E MAGOGUE: UM DIA DE JUÍZO
A paz do Senhor, prezado(a) professor(a). Nesta lição, seus alunos aprenderão a respeito de uma profecia de Ezequiel que tem sido muito discutida atualmente. Os capítulos 38 e 39 do livro de Ezequiel mencionam algumas nações da região norte e da Ásia Central que participarão de uma coalizão na tentativa de destruir Israel. Porém, o Senhor prometeu livrar o seu povo e restabelecer a paz no fim dos dias.
Algumas informações são bem significativas e ajudam a entender o sentido dessa profecia. O primeiro aspecto em destaque é que a profecia de Ezequiel diz respeito a uma coalização que se levantará contra Israel no fim dos tempos, após o retorno dos israelitas para sua pátria. O líder dessa coalização chama-se Gogue, ele conduzirá essas nações contra o povo santo, porém não obterá êxito.
De acordo com a Enciclopédia da Profecia Bíblica, “Os nomes apresentados por Ezequiel são denominações antigas, pertencentes a nações que existiam na época. Eram nações conhecidas em seus dias, mas totalmente estranhas para nós. [ ] Esta lista mostra que pelo menos seis aliados fundamentais que formarão uma aliança para a derradeira invasão de Israel: Rússia, Turquia, Irã, Líbia, Sudão e as nações da Ásia Central” (CPAD, 2008, pp.244,245).
O segundo aspecto que vale a pena destacar nesta profecia é que ela não refere a mesma de Apocalipse 20.7-9. Esta última ocorrerá após o milênio, quando Satanás será solto e tornará a enganar as nações contra Deus. A profecia de Ezequiel, todavia, trata-se de uma batalha travada para o fim dos tempos, numa época em que Israel estará organizado como nação. Isso já aconteceu, pois desde o ano de 1948, um acordo na ONU resultou na reorganização do Estado de Israel e muitos judeus retornaram à sua terra de origem, cumprindo-se assim a Palavra de Deus.
Outro aspecto interessante da profecia de Ezequiel é que os acontecimentos descritos para os “últimos dias” tratam-se de um prenúncio da derradeira restauração de Israel e instauração do reino messiânico (vv.16,21-23). A guerra da Ucrânia tem provocado mudanças na geopolítica mundial. Nações com grande poder bélico têm organizado suas tropas na região norte. A Rússia, nação que muitos estudiosos associam às profecias de Ezequiel, tem rompido as relações diplomáticas com o Ocidente, inclusive com Israel, após declarações do seu chanceler, Sergey Lavrov. Esses eventos inauguram um novo cenário geopolítico envolvendo Israel. Estejamos vigilantes (Mt 24.44; 25.13).