Título: Jesus, o Filho de Deus — Os sinais e ensinos de Cristo no Evangelho de João
Comentarista: Silas Queiroz
Lição 12: Jesus vence a morte
Data: 20 de Março de 2022
“Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” (Jo 20.17).
João descortina a revelação de Jesus como Deus, e o que isso representa para nossa redenção.
SEGUNDA — Jo 13.1-20
Jesus lava os pés dos discípulos
TERÇA — Jo 13.16
Os discípulos tinham o dever de servir
QUARTA — Jo 13.21-30
Jesus prediz a traição que sofreria
QUINTA — Jo 14.26
A missão do Espírito Santo
SEXTA — Jo 15.26
O Espírito Santo testifica de Cristo
SÁBADO — Jo 17.15
Jesus intercede pelos discípulos
Professor(a), estamos chegando ao término do estudo do Evangelho de João. Aprendemos que este Evangelho é singular e nos mostra alguns dos sinais realizados por Jesus e narrados somente por João.
Na lição deste domingo, não estudaremos nenhum sinal que trate a respeito da cura divina ou ações sobre a força da natureza. Todavia, estudaremos um dos maiores sinais apresentados por Jesus, algo que Ele mesmo viveu. Trataremos a respeito da ressurreição de Jesus, o “Verbo de Deus” que se fez carne o Todo-Poderoso não nos criou para morrer fisicamente, a morte entrou no mundo com a Queda e assim ela passou a todos os homens. Contudo, a vida e a morte sempre estiveram debaixo da autoridade divina. Deus ainda na Antiga Aliança deu vida aos mortos revelando o seu poder. Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo para a nossa redenção, Ele morreu e ressuscitou para que tenhamos vida e vida eterna. Jesus venceu a morte!
Professor(a), reproduza a imagem abaixo. Utilize-a para mostrar como era o sepulcro de Jesus. Diga que este tipo de sepulcro, mostrado na imagem, corresponde às descrições dos Evangelhos.
João 20.1,2,9,11-14,16,17.
1 — E, no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.
2 — Correu, pois, e foi a Simão Pedro e a outro discípulo a quem Jesus amava e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.
9 — Porque ainda não sabiam a Escritura, que diz que era necessário que ressuscitasse dos mortos.
11 — E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro.
12 — E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13 — E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.
14 — E, tendo dito isso, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus.
16 — Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer Mestre)!
17 — Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, más vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.
INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo refletiremos a confirmação dada pelo Pai a respeito da plena e perfeita obra de Cristo: sua ressurreição dentre os mortos, razão maior de nossa esperança.
I. A CONCLUSÃO DO MINISTÉRIO DE JESUS NA TERRA
1. O lava-pés. Novamente João apresenta informações importantíssimas do ministério de Jesus, não encontradas nos outros três Evangelhos. Uma delas é o ato de lavar os pés dos discípulos na ceia da última Páscoa (Jo 13.1-20). Uma extraordinária lição de humildade, de valor simbólico, pedagógico e inspirador, embora não represente a instituição de uma prática.
Jesus estava demonstrando aos discípulos o dever que tinham de servir com atitudes humildes, não se prevalecendo jamais de suas posições como líderes espirituais (Jo 13.16). Se Jesus, sendo Senhor, se sujeitava a práticas tão humildes, como o lava-pés, os discípulos deveriam viver de forma semelhante. No verdadeiro cristianismo não há lugar para orgulho e prepotência.
2. As últimas instruções. João passa a relatar dois momentos do ministério de Jesus que não têm caráter público. No primeiro, fala com os discípulos. No segundo, fala com o Pai. Em seguida, entrega-se à prisão, julgamento e morte (Jo 18.19).
Depois de predizer a traição que sofreria (Jo 13.21-30), Jesus transmite suas últimas instruções aos discípulos. Fala abertamente de sua partida, volta a declarar-se igual ao Pai e anuncia a vinda do Espírito Santo. Aliás, é de uma riqueza extraordinária a revelação que Jesus faz sobre a missão do Consolador, nos capítulos 14, 15 e 16.
A riqueza doutrinária de João também se vê, portanto, na área da Doutrina Bíblica do Espírito Santo. Depois de anunciar o batismo no Espírito Santo (Jo 1.33) e de mostrar Jesus prometendo o fluir desse Espírito como rios de água viva (Jo 7.38,39). O evangelista detalha seu agir na Dispensação da Graça.
3. O papel do Espírito Santo. Os registros de João sobre a missão do Espírito Santo são fundamentais para que, em conjunto com Atos e as Epístolas Paulinas, especialmente, compreendamos como Ele age em nós e por nós nestes dias. O Espírito da verdade não apenas habitaria com os discípulos, mas estaria neles, o que se cumpriu após a ressurreição de Cristo (Jo 14.17; 20.22). Trata-se de uma morada permanente, em todos os regenerados.
O Espírito Santo tem como missão nos ensinar todas as coisas pertinentes ao Reino de Deus (Jo 14.26). Ele testifica de Cristo (Jo 15.26) e o glorifica (Jo 16.14). É dEle o exclusivo papel de convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo, ou seja, não há como alguém ser salvo por um mero assentimento mental da doutrina cristã. Precisa haver essa obra do Espírito (Jo 16.8-11).
Para não sermos enganados por filosofias ou doutrinas estranhas, precisamos viver em comunhão permanente com o Espírito Santo, especialmente nestes últimos dias, quando aumenta a apostasia (1Tm 4.1).
Professor(a), explique “que o ato de Jesus haver lavado os pés dos discípulos teve lugar na última noite de sua vida terrena. Ele assim fez para;
a) Demonstrar a seus discípulos quanto os amava;
b) Prefigurar o sacrifício de si mesmo na cruz;
c) Comunicar a seus discípulos a verdade de que Ele os estava chamando para servirem uns aos outros em humildade.
A ânsia de grandeza tinha sempre inquietado os discípulos. Cristo queria que eles percebessem que o desejo de ser o primeiro — ser maior e receber mais honra que outros crentes — é contrário ao espírito do seu Senhor” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1598).
II. PRISÃO E CRUCIFICAÇÃO DE JESUS
1. “É chegada a hora”. Depois de tantas ameaças e investidas dos judeus, estava chegando a hora de Jesus se entregar à crucificação. Como um último ato antes de seguir para o cenário de sua prisão, Jesus levanta os olhos ao céu e fala com o Pai. Estava seguro de que em tudo havia glorificado àquEle que o enviara, consumando a obra que lhe dera a fazer (Jo 17.4). Agora, pede pelos discípulos, para que fossem livres do mal (Jo 17.15), não somente aqueles discípulos, mas todos quantos viessem a crer nEle e se tornassem seus seguidores (Jo 17.20).
2. No Getsêmani. No sopé do Monte das Oliveiras havia um horto ou jardim chamado Getsêmani. Jesus tinha por costume ir àquele lugar quando estava em Jerusalém e assim o fez também na noite em que seria preso. Os Evangelhos Sinóticos narram com mais detalhes esses momentos tão cruciantes para Jesus. Mateus conta que Ele foi ali orar, levando consigo Pedro, Tiago e João (Mt 26.37). Registram sua tristeza e profunda angústia, enquanto Lucas, o médico, especifica que “seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até ao chão” (Lc 22.44). Foi ali que Jesus, mais uma vez e de forma definitiva, entregou-se à vontade do Pai, a despeito de tudo o que enfrentaria nas últimas horas de vida.
3. Preso e crucificado. As últimas horas de Jesus foram de intensa agonia. Um julgamento cercado de ultrajes e escárnio (Jo 18.12-40). Um processo de completo abandono por parte dos discípulos, como havia predito (Mt 26.56). Pedro, o mais enfático, o negou três vezes (Jo 18.16-27). Enfim, os judeus religiosos tinham Jesus preso, como tanto esperavam. Em seguida Ele compareceu perante Anás e Caifás, o sumo sacerdote, para ser interrogado. Já tinham uma sentença de morte; queriam apenas formalizar o intento. Diante de Pilatos, o único fundamento que apresentaram foi justamente o motivo de o terem rejeitado (Jo 19.7). Com isso, aquela geração de judeus estava declarando, de forma cabal, a completa rejeição do Filho de Deus. Preferiram a soltura de um criminoso, Barrabás (Jo 18.40), e exigiram a morte de Jesus (Jo 19.6,15).
Professor(a), sugerimos que você utilize a seguinte pergunta para a introdução do tópico II: “Por que Jesus teve que morrer?”. Ouça os alunos com atenção e procure incentivar a participação de todos. Depois explique que “Jesus não era apenas um homem. Ele era o Filho Unigênito de Deus. Como nunca desobedeceu a Deus, e nunca pecou, somente Ele pode preencher o vazio entre um Deus sem pecado e os seres humanos pecadores. Jesus ofereceu, livremente e gratuitamente, sua vida, por nós, morrendo na cruz em nosso lugar, tomando sobre si todas as injustiças, e salvando-nos das consequências do pecado — incluindo o juízo de Deus e a morte. Jesus tomou sobre si mesmo nossos pecados passados, presentes e futuros, para que nós pudéssemos ter uma nova vida. Como toda a nossa injustiça é perdoada, nós nos reconciliamos com Deus” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD. 2015. p.1498).
III. ELE VENCEU A MORTE
1. O curso da vitória. O ápice da vitória de Cristo é, sem dúvida, o fato de, no terceiro dia, ter ressurgido dentre os mortos. Essa vitória decorreu de todo um processo de obediência e entrega, que começou com sua decisão de submeter-se à encarnação (Fp 2.6-8). Iniciou-se aí o enfrentamento do império da morte, que a todos assombrava (Hb 2.14). Ao aceitar fazer-se semelhante aos homens Jesus estava desafiando os poderes daquele que tinha o domínio desse império, o Diabo, por causa da condição pecaminosa de todos os seres humanos (Rm 3.9,10,23).
2. Ressuscitado pelo Pai. Como um sacrifício perfeito, a morte não poderia detê-lo. Quando as mulheres chegam ao sepulcro no primeiro dia da semana já encontram o sepulcro vazio (Jo 20.1,2). Jesus não estava mais ali; e, agora, todas as vezes que aparece já está em corpo glorificado, sem qualquer limitação física (Jo 20.19,26).
3. O valor da ressurreição. A pregação da ressurreição de Cristo foi a mensagem principal dos crentes primitivos, justamente porque esse fato é a razão maior de nossa esperança. Na igreja de Corinto havia, da parte de alguns, a negação da ressurreição dos santos. Paulo prega sobre a ressurreição invocando justamente o fato de Jesus ter ressurgido dentre os mortos (1Co 15.12.13). O valor da ressurreição de Cristo, portanto, é o fundamento maior da nossa fé e esperança, e no que consiste o poder de nossa pregação (1Co 15.14). Além de apontar para um futuro de glória, a ressurreição de Jesus tem, também, um elevado e indispensável valor em nosso presente, que é dar sentido e propósito à nossa vida, tirando-nos da miserabilidade de uma existência meramente terrena e banal (1Co 15.19).
Professor(a), se possível, reproduza o quadro abaixo mostrando aos alunos as evidências da morte e ressurreição de Jesus (Adaptado de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD. 2015. p.1501).
CONCLUSÃO
A vitória de Jesus sobre a morte foi o ápice de sua obra redentora. Pelo poder de sua ressurreição fomos vivificados e temos vida espiritual, pois Ele nos gerou de novo para uma viva esperança conforme Efésios 2.1,2: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência”.
FEE, Gordon D. Jesus o Senhor Segundo o Apóstolo Paulo: Uma Síntese Teológica. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
1. Que lição Jesus estava ensinando com o lava-pés dos discípulos?
Uma mensagem extraordinária de humildade. Jesus estava ensinando aos discípulos a respeito do dever que tinham de servir com atitudes humildes, não se prevalecendo jamais de suas posições com o líderes espirituais.
2. Qual a missão do Espírito Santo?
Ele tem como missão nos ensinar todas as coisas pertinentes ao Reino de Deus.
3. Como se chamava o horto que ficava no sopé do monte das Oliveiras?
Getsêmani.
4. Como foram as últimas horas de Jesus?
As últimas horas de Jesus foram de intensa agonia.
5. Quem foi solto no lugar de Jesus?
O criminoso Barrabás (Jo 18.40).