LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

1º Trimestre de 2022

 

Título: Jesus, o Filho de Deus — Os sinais e ensinos de Cristo no Evangelho de João

Comentarista: Silas Queiroz

 

 

Lição 13: Para que creiais que Jesus é o Filho de Deus

Data: 27 de Março de 2022

 

 

TEXTO PRINCIPAL

 

Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.(Jo 20.31).

 

RESUMO DA LIÇÃO

 

Não será por evidências ou argumentos filosóficos que as pessoas serão salvas, mas pela pregação do Evangelho no poder do Espírito Santo.

 

LEITURA DA SEMANA

 

SEGUNDA — Jo 20.1-10

A ressurreição

 

 

TERÇA — Jo 20.11-19

Jesus aparece a Maria Madalena

 

 

QUARTA — Lc 24.27-32

No caminho de Emaús

 

 

QUINTA — Jo 20.19-23

Jesus aparece aos onze

 

 

SEXTA — Jo 20.24,25

A incredulidade de Tomé

 

 

SÁBADO — Jo 20.29

Bem-aventurados os que não viram e creram

 

OBJETIVOS

 

  • MOSTRAR a incredulidade de Tomé;
  • EXPLICAR que a incredulidade é um solo fértil para o surgimento de heresias;
  • SABER que a fé no Filho de Deus nos leva a ter a vida eterna.

 

INTERAÇÃO

 

Professor(a), com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais você e seus alunos foram edificados, exortados e consolados mediante o estudo a respeito do Evangelho de João. Um Evangelho singular cujo objetivo é mostrar que Jesus é o “Verbo que se fez carne”.

Concluiremos nossa série de estudos mostrando que os sinais apresentados por João nos levam a crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado(a) professor(a), chegamos ao final de mais um trimestre e essa é uma boa oportunidade para fazer uma avaliação a fim de verificar o que os alunos compreenderam das lições e do tema geral. Então, para esta aula sugerimos que você faça uma atividade em grupo que vai permitir que seja feita uma avaliação dos conteúdos apresentados nas aulas.

Escreva as questões abaixo em papéis e depois coloque-os em um saco com o número do grupo e a pergunta. Em seguida peça que os alunos retirem um dos papéis e formem três grupos. Cada grupo ficará com uma questão. Depois que os grupos responderem suas perguntas, forme um único grupo; mostre o que os alunos produziram e discuta com eles os assuntos.

Conclua abrindo um espaço para que os alunos façam perguntas e retirem suas dúvidas a respeito do conteúdo do trimestre.

 

 

OS SINAIS DE JESUS NO EVANGELHO DE JOÃO

 

GRUPO 1: “Por que João registrou os sete sinais realizados por Jesus?”.

GRUPO 2: “Qual o propósito destes sinais?”.

GRUPO 3: “Por que alguns sinais andam escassos nos dias atuais?”.

 

TEXTO BÍBLICO

 

João 20.26-31.

 

26 — E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco!

27 — Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.

28 — Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!

29 — Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!

30 — Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro.

31 — Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Hoje faremos a conclusão de nosso tema baseado no Evangelho de João, enfocando sua importância para a desconstrução das heresias e a solidificação da fé no Filho de Deus.

 

 

I. A INCREDULIDADE DE TOMÉ

 

1. A exigência de evidências. O texto de João que nos apresenta o propósito de seu Evangelho começa com a narrativa da aparição de Jesus aos discípulos e a incredulidade de Tomé. Este queria provas cabais da ressurreição do Mestre, rejeitando o testemunho daqueles que já haviam estado com Ele (Jo 20.25).

Não será por evidências ou argumentos filosóficos que as pessoas serão salvas, mas pela pregação do Evangelho no poder do Espírito Santo, único que pode nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-10).

2. A rejeição do testemunho. A reação de Tomé foi muito incisiva, rejeitando o testemunho dado pelos demais discípulos, que, jubilosos, lhe anunciaram terem visto o Senhor. Além de considerar insuficiente o testemunho de seus irmãos, a expressão de Tomé demonstra verdadeira resistência à narrativa que lhe foi apresentada, pois considerava ser necessário não apenas ver Jesus, mas examinarem detalhes o seu corpo (Jo 20.25). Imagine se para crer na ressurreição fosse necessário todo esse processo?

A dureza do coração humano somente pode ser rompida pela ação poderosa do Espírito Santo. Apesar da exigência de Tomé ter sido incomum em relação aos demais discípulos, fato é que nenhum deles creu na ressurreição antes de ter visto Jesus. Mesmo o vendo alguns duvidaram (Mt 28.16,17).

Somente a revelação de Jesus, o Cristo Ressurreto, abrindo-lhes as Escrituras, pode romper o véu da incredulidade, fazendo com que os discípulos cressem na ressurreição. Isso fez Ele falando aos que iam para Emaús (Lc 24.27-32) e aos onze, quando lhes apareceu (Lc 24.44-48).

3. No poder do Espírito. Como vimos, nenhuma narrativa de encontro com o Jesus ressuscitado produziu, por si só, fé no coração dos que a ouviram, pois todos apresentaram a exigência de vê-lo, como ocorreu com os próprios discípulos que andaram todo o tempo com o Mestre. O entendimento de todos estava obscurecido e não poderia ser aberto à fé sem a operação de uma revelação sobrenatural.

Como subiria para o Pai e a mensagem da ressurreição precisaria ser pregada pelos discípulos, Jesus os advertiu para que ficassem em Jerusalém, até que do alto recebessem poder para testemunhar (Lc 24.49). Como os discípulos não criam neles mesmos, ou seja, no testemunho de uns para os outros, quem mais creria se testemunhassem sem o poder do Espírito Santo?

É por isso que Jesus lhes ordenou que ficassem em Jerusalém, para receberem a virtude celestial, que lhes capacitaria a testemunhar não apenas em Jerusalém, mas em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8).

 

SUBSÍDIO I

 

 

Professor(a), explique que “Tomé queria crer, mas a tragédia do Calvário abalara a sua fé. Suas palavras indicam o quanto ainda estava a sua memória fixada nos terríveis acontecimentos da crucificação. Para ele, as chagas do Senhor ainda estão abertas e sangrando. Sente necessidade de evidências positivas de feridas tão mortais terem sido saradas pela Vida.

Jesus considerou sinceras as dúvidas de Tomé: o Senhor ressurreto aparece novamente, para oferecer as provas pedidas pelo discípulo que estava ausente na primeira ocasião. Quanto aos zombadores, Jesus encarava-os bem diferente (cf. Mt 16.4). Jesus aqui fala a um discípulo sincero, cuja fé era fraca, e não a alguém de coração descrente.” (MYER, Pearlman. João: O Evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro: CPAD. 1995. p.220).

 

 

II. INCREDULIDADE E HERESIAS

 

1. Nos dias de João. A incredulidade é um solo fértil para o surgimento de heresias. Quando não se obtém, pela fé, o entendimento das verdades espirituais, buscam-se explicações espúrias, no afã de negar e atacar a verdade cuja revelação não foi alcançada. Já nas primeiras décadas da Igreja Primitiva surgiram diversas heresias que visavam perturbar a fé cristã. Os apóstolos se puseram a refutar esses falsos ensinos, como lemos principalmente nos escritos de Paulo e de João (1Tm 4.1-5; 1Jo 4.1-13).

Nos dias do apostolado de João em Éfeso, entre três e quatro décadas após os sinóticos, surgiu a necessidade de combater um movimento herético altamente pernicioso, que começava a florescer e que iria causar muitos males à fé cristã, especialmente até o quarto século: o gnosticismo.

2. O que é gnosticismo? Os gnósticos interpretavam as Escrituras sob forte influência da filosofia. Além de distorcer a Palavra de Deus, mais tarde produziram diversos escritos apócrifos, preparados para fundamentar suas crenças. Assim, o gnosticismo caracterizava-se como um movimento filosófico-religioso de índole sincretista. Pregava a existência de um dualismo, situando o bem e o mal como duas forças divinas, em constante oposição. O espírito seria perfeitamente bom, enquanto a matéria terminantemente má, criada por um deus imperfeito. A salvação seria a libertação das amarras da matéria, do corpo, através da gnosis, um conhecimento especial, elevado. Por isso o gnosticismo era uma espécie de “culto de mistérios”. Para os gnósticos, esse “deus mal” que criou a matéria seria o Deus do Antigo Testamento, que não seria o Deus Supremo, mas apenas uma emanação imperfeita dEle. Quanto a Jesus, seria outra emanação divina; o Iluminador enviado ao mundo, não em carne, mas em espírito, para trazer o conhecimento especial que seria necessário para a pretendida libertação do mundo material e suas imperfeições.

 

SUBSÍDIO II

 

 

Professor(a), dê início ao segundo tópico da lição, fazendo as seguintes perguntas: “O que significa gnosticismo?”; “O que eles ensinavam?”. Explique aos alunos que “é uma heresia dos primórdios do Cristianismo. Contrariando as pregações dos apóstolos, seus adeptos diziam-se os únicos a possuírem um conhecimento perfeito de Deus. Seu arcabouço doutrinário considerava a matéria irremediavelmente má. Por isso, ensinavam que a humanidade de Cristo era apenas aparente. Os gnósticos foram energicamente combatidos pelo apóstolo João, que em suas Epístolas, fazia questão de mostrar ser o Senhor Jesus verdadeiro homem e verdadeiro Deus. O gnosticismo visava também, conciliar todas as religiões, unindo-as através da gnose, que segundo ufanavam-se, era um conhecimento profundo. Eis alguns ensinos do gnosticismo: a emanação, a queda, a redenção e a mediação exercida por inúmeras potências celestiais entre divindade e os homens.” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 13ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.202).

 

 

III. FÉ NO FILHO DE DEUS

 

1. Jesus é o Cristo. O Jesus que haviam visto e tocado era o Verbo que estava com Deus no princípio relatado por Moisés em Gênesis 1.1. Mais que isso, naquele princípio Ele já era Deus; preexistente, eterno, incriado; Criador de todas as coisas. Por isso João enfatiza que seus escritos tinham como finalidade levar seus leitores a crerem que Jesus, o Mestre da Galileia, é o Cristo, o Filho de Deus.

2. Crer para ter vida eterna. A fé perfeita em Jesus consiste na certeza de que Ele é o Filho de Deus que se encarnou para redimir a humanidade perdida (Rm 3.23-25). Não podemos nos contentar com qualquer revelação de Jesus que seja inferior a esta verdade plena. Precisamos compreender sua missão salvífica e não confundi-la com qualquer outra expressão religiosa. No panteão do presente século muitos pretendem situar Jesus apenas como mais uma opção no mercado da espiritualidade. Crendo no Jesus das Escrituras temos vida em seu nome — e vida para sempre.

3. Extraordinária revelação. Quão extraordinária é a revelação obtida por João, que viu em Jesus os sinais do Deus Eterno, e assim registrou para nós. Em João, o Jesus nascido de mulher é o Verbo Eterno, que o Pai enviaria ao mundo na plenitude dos tempos para manifestar a Graça Salvadora (Gl 4.4).

 

SUBSÍDIO III

 

 

Conhecimento de Jesus

“Devemos conhecer, já de início, ser o conhecimento a respeito de Jesus Cristo igual e ao mesmo tempo diferente ao de outros assuntos. Como líder espiritual do Cristianismo, Jesus é o objeto do conhecimento e também da fé. Ele produz ainda, dentro de nós e mediante o Espírito Santo, conhecimentos espirituais. Os cristãos acreditam universalmente que Jesus continua vivo hoje, séculos depois da sua vida e morte na Terra, e que Ele está na presença de Deus Pai, no Céu. Mas esta convicção certamente provém da fé salvífica, mediante a qual a pessoa encontra Jesus Cristo e é regenerada, por meio do arrependimento e da fé, tornando-se assim uma nova criatura. O conhecimento de Jesus como Salvador leva, através da experiência, ao reconhecimento imediato da existência pessoal de Jesus no presente. Dessa maneira, o conhecimento de Jesus é diferente do conhecimento de outras figuras históricas.” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.300-302).

 

 

 

A identidade do Senhor Jesus Cristo

“Cremos, professamos e ensinamos que o Senhor Jesus Cristo é o Filho de Deus e o único mediador entre Deus e os seres humanos, enviado pelo Pai para ser o Salvador do mundo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus (Rm 9.5). Cremos na concepção e no nascimento virginal de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme as Escrituras Sagradas e anunciado de antemão pelo profeta Isaías, e que Ele foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria. Gerado no ventre dela, nasceu e viveu sem pecado (Hb 4.15); que foi entregue nas mãos dos pecadores para ser crucificado pelos nossos pecados, mas ressuscitou corporalmente dentre os mortos ao terceiro dia e ascendeu ao céu, onde está à direita do Pai, e de onde intercede por nós e voltará para buscar sua Igreja” (Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017. p.50).

 

 

CONCLUSÃO

 

Ao encerrarmos este trimestre, tributemos nossa gratidão ao Deus Eterno que, pelo Espírito Santo, dirigiu todo o processo de registro das verdades por Ele relevadas, necessárias para nossa eterna salvação. Tributemos graças, também, por ter Ele dirigido os pais da Igreja para refutarem os escritos apócrifos e reunir, no cânon sagrado, os livros verdadeiramente inspirados, como o Evangelho de João, o Evangelho do Filho de Deus.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

 

Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Volume I. 7ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Como inicia o texto de João que nos apresenta o propósito do seu Evangelho?

Ele inicia com a narrativa da aparição de Jesus aos discípulos e a incredulidade de Tomé.

 

2. O que pode romper a dureza do coração humano?

A dureza do coração humano somente pode ser rompida pela ação poderosa do Espírito Santo.

 

3. Qual foi a advertência de Jesus antes de subir aos céus?

Que ficassem em Jerusalém para que recebessem a virtude celestial.

 

4. Segundo a lição, o que a incredulidade faz?

A incredulidade é um solo fértil para o surgimento de heresias.

 

5. O que é gnosticismo?

Um movimento filosófico-religioso de índole sincretista.