Título: O perigo das tentações — As orientações da Palavra de Deus de como resistir e ter uma vida vitoriosa
Comentarista: Alexandre Coelho
Lição 5: Balaão: Quando Deus diz não
Data: 1 de Maio de 2022
“Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como detestarei, quando o SENHOR não detesta?” (Nm 23.8).
Devemos estar atentos para as ocasiões em que Deus nos orienta a não ultrapassar os limites impostos por Ele.
SEGUNDA — Nm 22.9
Balaão sabe que é Deus quem fala
TERÇA — Nm 22.19
Um homem de negócios
QUARTA — Nm 22.12
A advertência divina
QUINTA — Nm 23.4
Um sacrifício para o Senhor
SEXTA — Nm 23.26
Um coração ambicioso
SÁBADO — Ap 2.14
Lançando tropeços para o povo de Deus
Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da tentação da ambição. Quando estudamos a respeito de Balaão vemos que ele ouvia a voz de Deus, embora não fosse um hebreu (Nm 22.12). A princípio parece que reconhecia o Todo-Poderoso como o único e verdadeiro Deus, mas tudo indica que em algum momento ele deixou a ambição tomar conta do seu coração e passou a ignorar a voz do Senhor. Balaão foi chamado pelo rei de Moabe para amaldiçoar o povo a quem Deus já havia abençoado. Sua missão era impossível e ele bem sabia que não obteria êxito, contudo tentava de todas as formas receber algum tipo de recompensa. Tudo indica que Balaão levava a sério sua missão profética, todavia seu coração era ambicioso e dúbio. Que jamais sejamos seduzidos pela tentação da ambição e venhamos nos apartar do Senhor, fonte de bênçãos e vida abundante.
Professor(a), sugerimos que você reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar aos seus alunos alguns pontos importantes da vida de Balaão. Enfatize o fato de que a ambição pode nos fazer ignorar as orientações de Deus, levando-nos a uma vida de iniquidades.
BALAÃO
Pontos fortes e êxitos
Muito conhecido por suas eficientes bênçãos e maldições;
Obedeceu a Deus e abençoou a Israel, a despeito do suborno de Balaque.
Fraquezas e erros
Ajudou a levar os israelitas a adorarem ídolos (Nm 31.16);
Retornou para Moabe e foi morto durante a guerra.
Lições de vida
As motivações são tão importantes quanto às ações;
Onde está seu tesouro também está o seu coração.
Informações essenciais
Locais: Viveu próximo ao rio Eufrates e viajou para Moabe.
Familiares: Pai — Beor.
Contemporâneos: Balaque (rei de Moabe), Moisés e Arão.
Números 22.1-12.
1 — Depois, partiram os filhos de Israel e acamparam-se nas campinas de Moabe, desta banda do Jordão, de Jericó.
2 — Viu, pois, Balaque, filho de Zipor, tudo o que Israel fizera aos amorreus.
3 — E Moabe temeu muito diante deste povo, porque era muito; e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel.
4 — Pelo que Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora lamberá esta congregação tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Naquele tempo, Balaque, filho de Zipor, era rei dos moabitas,
5 — Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito; eis que cobre a face da terra e parado está defronte de mim.
6 — Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; para ver se o poderei ferir e o lançarei fora da terra; porque eu sei que a quem tu abençoares será abençoado e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado.
7 — Então, foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas mãos; e chegaram a Balaão e lhe disseram as palavras de Balaque.
8 — E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o SENHOR me falar; então, os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão.
9 — E veio Deus a Balaão e disse: Quem são estes homens que estão contigo?
10 — E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, mos enviou, dizendo:
11 — Eis que o povo que saiu do Egito cobriu a face da terra; vem, agora, amaldiçoa-mo; porventura, poderei pelejar contra ele e o lançarei fora.
12 — Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é.
INTRODUÇÃO
Uma das maiores tentações que cercam as pessoas que conhecem a Deus é, justamente, tentar contornar o que o Senhor disse, seja para fazer alguma coisa, seja para deixar de fazê-la. A vontade do Altíssimo pode impulsionar pessoas para a obediência, mas quando essa vontade confronta o que desejamos, como reagimos? Não raro, o anseio por conseguir mais bens materiais, posições ou fama nos leva a querer impor para Deus a nossa vontade. A ambição pode nos fazer ignorar as orientações expressas do Eterno, levando-nos a lugares onde Ele jamais planejou que estivéssemos.
Nesta lição, veremos o quanto à tentação pelo dinheiro levou um homem chamado Balaão a contrariar orientações divinas, como ele contornou a situação para desobedecer a Deus e o custo da sua desobediência. Por fim, veremos o custo de se desafiar a Deus quando Ele nos dá orientações claras e diretas.
I. UM HOMEM QUE OUVIU A VOZ DE DEUS
1. Um homem que ouvia a voz de Deus (Nm 22.8-12). Balaão é descrito na Bíblia como um homem que ouviu a voz de Deus. Moisés não entra em detalhes sobre a fé de Balaão, nem como ele começou a ouvir ao Todo-Poderoso, muito menos se Balaão tinha por hábito obedecer ao que Deus lhe dizia, mas deixa claro que ele não apenas ouviu ao Pai Celeste, mas soube também distinguir que o Senhor estava falando com ele. Então, eis aqui uma importante questão: Quando somos tentados, não basta ouvir a voz de Deus!
Veremos que é preciso ouvir e obedecer ao que Deus está falando. O Senhor não se nega a falar conosco. Hoje temos a sua Palavra escrita, onde os princípios gerais para comunhão com Ele já estão apresentados. Temos também respostas do Altíssimo quando oramos, e podemos não somente ouvir sua voz nos orientando, mas igualmente nos direcionando em situações nas quais Ele mesmo está nos dirigindo (Jr 33.3).
Deus também fala conosco de diferentes maneiras: por intermédio dos seus servos e por meio dos dons espirituais, que são bíblicos e válidos para os nossos dias, pois foram dados à Igreja para a edificação dos santos. Esses dons não têm data de validade no Novo Testamento, nem se sujeitam ao pensamento de algumas pessoas que entendem terem sido extintos no primeiro século da era cristã. Mas, de nada adiantaria todas essas formas do Criador falar conosco, se decidirmos que ouvir e obedecer ao que Ele diz não é necessário.
2. Um homem diante de um negócio (Nm 22.6,18). Balaão entra na história sagrada durante a caminhada do povo em direção à Terra Prometida. Midianitas e moabitas se uniram em torno de uma causa à qual julgaram ser um problema em comum: o acampamento dos israelitas nas campinas de Moabe (Nm 22.1-3). É certo que a multidão de hebreus deixou os moabitas assustados, pois os filhos de Abraão eram numerosos. Talvez fosse mais fácil, para os inimigos do povo de Deus, se cercarem de forças espirituais que pudessem dar fim àquele povo, poupando, desta forma, uma possível guerra e a perda de moabitas. Dessa forma, os midianitas e moabitas enviam representantes para falarem com Balaão.
3. Povo bendito é. Após receber os representantes dos dois reinos, Balaão consultou ao Senhor. Ao que parece, ele não tinha conhecimento de que os hebreus contavam com a proteção de Deus. O Eterno sabia o que estava acontecendo, mas se dirigiu a Balaão e perguntou quem eram os homens que estavam com ele. Deus deixou que ele explicasse quem eram e o que estavam fazendo, e de forma objetiva, deixou claro a Balaão que ele não deveria entrar naquele negócio: “[…] Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é” (Nm 22.12). É curioso o fato de que Deus considera seu povo um povo bendito. O mesmo povo que murmurou contra Ele, que se rebelou contra Moisés, foi considerado bendito pelo próprio Senhor. É provável que isso se deva não apenas porque o Todo-Poderoso trata com o seu povo de forma amorosa, mas também que somente Ele pode julgar os seus. Ele não permitiria que seu próprio povo fosse alvo de alguma maldição.
Na prática, foi essa lição que Balaão não aprendeu. Ele até entendeu, em um momento inicial, que não deveria agir de forma contrária ao que Deus lhe orientou: “Então, Balaão levantou-se pela manhã e disse aos príncipes de Balaque: Ide à vossa terra, porque o SENHOR recusa deixar-me ir convosco” (Nm 22.13). Mas logo ele sucumbiria à constância dos apelos daqueles povos.
Professor(a), inicie o tópico fazendo a seguinte indagação: Quem foi Balaão? Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Depois, explique que Balaão foi “um profeta cujo pecado e fracasso tornou-o um exemplo para advertir as eras futuras a respeito da cobiça e ambição (Nm 22 — 24).” (Adaptado de Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. p.258).
II. INSISTINDO NO ERRO
1. Obedecendo a Deus, mas com o coração ambicioso (Nm 23.26). Podemos ver que Balaão, em um primeiro momento, obedeceu a Deus: “E levantaram-se os príncipes dos moabitas, e vieram a Balaque, e disseram: Balaão, recusou vir conosco” (Nm 22.14). Entretanto, o rei dos moabitas não se deu por vencido. Ele insiste com Balaão, a fim de conseguir o seu objetivo: “Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em vir a mim, porque grandemente te honrarei e farei tudo o que me disseres; vem, pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo” (Nm 22.16,17). Aquela era uma oferta tentadora: um rei disposto a premiar um homem apenas para que ele lançasse pragas contra um povo.
2. O Senhor abriu a boca da jumenta (Nm 22.21-30). Advertido por Deus a não dar prosseguimento ao seu plano, Balaão passa por uma experiência sem precedentes: ouvir um animal falando. A jumenta com a qual ele costumava viajar conversa com Balaão. Em nossos dias, é comum pessoas dizerem, de forma jocosa, que se Deus usou a mula para falar com Balaão, pode usar qualquer outra pessoa também. Ocorre que a Bíblia não diz que Deus “usou” a mula para falar com Balaão. A Palavra de Deus é enfática em deixar claro que Deus falou aos pais, de diversas maneiras, pelos profetas (Hb 1.1). A mesma Bíblia diz que Deus abriu a boca do animal, e ele questionou Balaão por ter apanhado. A partir desse “diálogo” o Senhor abriu os olhos de Balaão, e ele viu o anjo do Senhor. O anjo, sim, tratou com Balaão.
3. A insistência que mina a resistência (Nm 22.21). Apesar de ter resistido, inicialmente, aos convites recebidos com a promessa de uma recompensa financeira, no final Balaão acabou cedendo. Mesmo Deus permitindo que ele fosse com os mensageiros, o Senhor deixou claro que ele só falasse o que o Eterno ordenaria. Isso Balaão obedeceu.
Tendo chegado aonde estava Balaque, Balaão foi a três lugares diferentes: Quiriate-Huzote, Pisga, Peor, e em todos esses lugares suas palavras foram dirigidas por Deus, que abençoou o seu povo. Apesar dessas experiências, Balaão ainda estava desejoso de ser “honrado”, remunerado para que Israel fosse punido de alguma forma.
Para iniciar o segundo tópico faça a seguinte pergunta: O que significa ambição? Ouça os alunos com atenção e explique que segundo o Dicionário Houaiss “ambição é um forte desejo de poder ou riquezas, honras ou glórias; cobiça, anseio veemente de obter sucesso”. Em seguida, explique que “a embaixada de Balaque ofereceu recompensas de riquezas, honra e poder se Balaão viesse a amaldiçoar Israel, mas a vontade de Deus era clara: ‘Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é’ (Nm 22.12)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. p.259).
III. QUANDO A AMBIÇÃO VENCE O DISCERNIMENTO
1. Mudar de lugar não muda o que Deus disse. É curioso o fato de que o homem sem Deus, por desprezar a revelação divina, tende a adquirir crendices que irão nortear suas ações e sua fé. Balaque conduziu Balaão para mais de uma localidade, imaginando que, de alguma forma, conseguiria fazer com que um deus pudesse inspirar o vidente a lançar pragas contra os hebreus. Porém, em Quiriate-Huzote, a Palavra de Deus foi: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23.8). Em Pisga é dito: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria?” (Nm 23.19). Em Peora palavra foi; “Que boas são as tuas tendas, ó Jacó! Que boas as tuas moradas, ó Israel!” (Nm 24.5).
2. A insistência no erro. A Palavra de Deus nos diz que em Quiriate-Huzote, “O Senhor pôs a palavra na boca de Balaão” (Nm 23.5). Em Pisga, “encontrando-se o SENHOR com Balaão, pôs uma palavra na sua boca” (Nm 23.16). E em Peor, “veio sobre ele o Espírito de Deus” (Nm 24.2). Com todas essas intervenções sobrenaturais, como Balaão continua insistindo no erro? Parece-nos que, ao perceber que Deus não mudou seu posicionamento, Balaão deixou de tentar amaldiçoar o povo de Deus por meio de imprecações. Mas ele não desistiu de receber a sua recompensa prometida pelos moabitas e midianitas. Quando se pôs a ir com os mensageiros de Balaque, Balaão ouviu do anjo de Deus: “Eis que saí para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim” (Nm 22.32). Essa fala, por si, já deveria ter convencido Balaão, mas ela não foi suficiente para mover o coração daquele homem ambicioso.
3. Lançando tropeço. O vidente ensinou Balaque “a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem” (Ap 2.14). Dessa forma Deus se tornaria o opositor do seu povo, por causa dos pecados cometidos. Se tentar amaldiçoar o povo de Deus não deu certo, com certeza apelar para a carnalidade dos filhos de Israel trouxe a recompensa que Balaão buscava. Mulheres orientadas a desviar os israelitas pela sedução, conduzindo-os à idolatria e à prostituição, causando a morte de vinte e quatro mil pessoas por meio de uma praga em forma de juízo divino (Nm 25.9).
“O profeta derrotado e humilhado partiu para casa, mas não para ficar. Ainda determinado a ganhar a recompensa prometida, Balaão elaborou um plano pelo qual o próprio Deus destruiria Israel. Deixar que Balaque enviasse o jovem povo de Moabe para se misturar aos israelitas, e desviá-los de Deus para a adoração degradante a Baal. O plano foi altamente bem-sucedido (Nm 25), mas os resultados não foram os que Balaão havia planejado. O juízo de Deus veio rapidamente sobre o seu povo, e os pecadores foram totalmente eliminados da congregação. Então Deus ordenou a Moisés que infligisse a derrota a Moabe por seu ataque ardiloso (Nm 25.16-18).” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.259).
CONCLUSÃO
Balaão começou sua história como uma pessoa que ouvia a Deus, mas se tornou depois um mercenário. A tentação de fazer a nossa própria vontade sempre terá seu preço. Balaão poderia ter entrado para a história como um personagem que aprendeu a ser fiel a Deus, mas passou a ser conhecido como um vidente maligno, cujo conselho matou a ele e outras milhares de pessoas.
STARLING, David. Hermenêutica: A arte da interpretação ensinada pelos próprios escritores bíblicos. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
1. Como Balão é descrito na Bíblia?
Balaão é descrito na Bíblia como um homem que ouviu a voz de Deus.
2. Quando somos tentados, basta ouvir a voz de Deus?
Não. É preciso ouvir e obedecer.
3. De acordo com a lição, cite duas maneiras de Deus falar conosco.
Por intermédio de seus servos e por meio dos dons espirituais.
4. Quando Balaão entra na história sagrada?
Ele entra na história durante a caminhada do povo em direção à Terra Prometida.
5. Qual animal falou com Balaão?
Uma mula.