LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

3º Trimestre de 2022

 

Título: Imitadores de Cristo — Ensinos extraídos das palavras de Jesus e dos apóstolos

Comentarista: Thiago Brazil

 

 

Lição 7: Quem segue a Cristo anda em fidelidade

Data: 14 de Agosto de 2022

 

 

TEXTO PRINCIPAL

 

Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.(2Tm 2.1).

 

RESUMO DA LIÇÃO

 

O soldado, o agricultor e o atleta são excelentes imagens para refletir sobre a fidelidade de cada crente no Reino de Deus.

 

LEITURA DA SEMANA

 

SEGUNDA — Tg 4.8

Não tenha a mente dividida

 

 

TERÇA — 2Tm 1.7

Viva com coragem

 

 

QUARTA — 1Co 9.24

Nossa carreira para a coroa eterna

 

 

QUINTA — Lc 9.23

A renúncia para quem quer seguir a Cristo

 

 

SEXTA — Pv 21.25

Não seja preguiçoso

 

 

SÁBADO — Mt 20.8

Nós somos mordomos do Rei

 

OBJETIVOS

 

  • MOSTRAR que precisamos ser fiéis ao Senhor como um soldado;
  • SABER o significado de ser fiel como um atleta;
  • COMPREENDER que precisamos ser fiéis como um agricultor.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado(a) professor(a), veremos nesta lição que o soldado, o agricultor e o atleta são excelentes imagens, utilizadas pelas Escrituras Sagradas, para que venhamos refletir a respeito da nossa fidelidade no Reino de Deus. A lealdade a Deus deve ser o nosso alvo como discípulos de Jesus Cristo. É preciso ser fiel em meio aos sofrimentos e alegria; vivendo em constância para agradar ao Senhor.

Procure enfatizar, no decorrer da lição, que servir a Deus não é um convite a um passeio, mas uma convocação para uma guerra, na qual Jesus Cristo é o comandante de linha de frente dos exércitos celestiais.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor(a), reproduza o quadro abaixo. Utilize-o na introdução da lição para mostrar aos alunos as analogias utilizadas pelo apóstolo Paulo a respeito do soldado, do atleta e do agricultor.

 

 

TEXTO BÍBLICO

 

2 Timóteo 2.3-6.

 

3 — Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.

4 — Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.

5 — E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.

6 — O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Ao escrever sua última carta para seu querido amigo, Timóteo, Paulo oferece uma série de orientações. Nesta lição, refletiremos a respeito da exigência da fidelidade como um dos pré-requisitos fundamentais de quem quer seguir a Jesus Cristo. Partindo de três metáforas importantes e recorrentes nas epístolas paulinas, o soldado, o atleta e o agricultor, aprenderemos sobre como vale a pena ser fiel a Cristo e aos valores do seu Reino.

 

 

I. FIEL COMO UM SOLDADO

 

1. Fidelidade como foco de vida. Oferecendo suas últimas orientações a seu amigo Timóteo, Paulo o incentiva a viver em fidelidade a Deus assim como um soldado alistado deve se dedicar exclusivamente às questões militares. Essa imagem era algo facilmente entendido naquele contexto histórico em que a participação militar era algo absolutamente natural. Nas sociedades daquela época, a vida social era o único universo existencial possível aos indivíduos e ir à guerra para lutar por sua terra e seus compatriotas era a coisa mais honrosa que alguém poderia fazer. Paulo então constrói uma analogia e diz a seu discípulo que, da mesma forma que um soldado não pode estar na guerra pensando em detalhes domésticos, como a colheita de uma plantação ou o ordenhar de um animal de sua fazenda, da mesma forma um cristão verdadeiro não pode ter a mente dividida (Tg 4.8), isto é, um coração instável (Tg 1.8). É impossível servir a Deus e às forças do Inferno (Lc 16.13). Precisamos ser pessoas de vidas transformadas, por meio da operação do Espírito Santo em nossa mente como diz o apóstolo Paulo (Rm 12.1,2). Se na guerra todos os sentidos não estiverem cativos àquele ambiente, a derrota pode ser vexatória. É exatamente isso que o mesmo apóstolo diz, dessa vez, escrevendo aos coríntios (1Co 14.8).

2. Fiel em meio aos sofrimentos. Ainda explorando essa figura do soldado, Paulo convida Timóteo a ser resiliente. A situação não era nada fácil: Paulo estava preso com forte expectativa de morte, o Império Romano massacrando os cristãos, falsos pregadores tentando desestabilizar a harmonia interna daquelas jovens igrejas. Diante desse quadro, a oração do velho apóstolo por seu amigo mais jovem é por fortalecimento (2Tm 2.1) e encorajamento. Ser fiel em tempos de bonança é algo muito fácil, até mesmo algo esperado, contudo, o desafio paulino lançado é para manter a integridade em tempos de adversidade (2Tm 2.3). Servir a Deus não é um convite a um passeio, mas uma convocação para uma guerra (Jo 16.33), na qual Ele mesmo, o Cristo, é o comandante na linha de frente dos exércitos celestiais.

3. Vivendo em fidelidade para agradar a Deus. A característica final da metáfora do soldado utilizada por Paulo, aponta para a finalidade da fidelidade exigida. Devemos ser sinceros diante de Deus, com o objetivo de agradar e honrar nosso Senhor. As guerras que lutamos são contra as estruturas do Inferno (Ef 6.12), e vencer o Maligno é nossa vocação como fiéis soldados de Cristo. Não devemos lutar por nossos próprios interesses ou em busca de honra própria, todas as nossas batalhas são a serviço do Mestre, para a glória dEle (1Co 10.33). Não somos dominados pelo medo e covardia (2Tm 1.7), ao contrário, a operação do Espírito Santo em nós nos impulsiona a viver de modo a glorificar ao Senhor em todos os momentos. Assim como os valentes do rei fizeram de tudo para agradar seu líder (2Sm 23.16), assim também devemos, cada um de nós, viver.

 

SUBSÍDIO I

 

 

Prezado(a) professor(a), explique aos alunos que “a analogia militar é a favorita de Paulo, não porque fosse de mente militar, mas porque no Império Romano era comum as pessoas verem soldados, e, mais ainda, porque a vida de soldado era uma analogia esplêndida para a vida cristã. Infelizmente, nós também estamos familiarizados com exigências impostas no soldado. Servir nesta atividade rigorosa requer um extensivo condicionamento físico. Todos que passam pelo campo de treinamento de recrutas sabem como é difícil fortalecer o corpo ao ponto em que a força seja igual às exigências requeridas. Mas é necessário algo comparável a isso para o cristão, sobretudo para o ministro. ‘Sofre … as aflições’, diz Paulo. Aceite as dificuldades, privações e perigos com um espírito submisso como parte da tarefa de soldado no exército de Cristo. O apóstolo amplia esta analogia no versículo 4 do capítulo 2. Seria difícil achar analogia mais adequada que esta para a consagração exigida do cristão. Quando o indivíduo se torna soldado, ele é separado da sociedade, com a qual esteve familiarizado por toda a vida, apresentando a uma comunidade nova e altamente especializada. Ele é despido de roupas próprias e vestido com um equipamento fornecido pelo governo”. (Comentário Bíblico Beacon. Volume 9. Rio de Janeiro: CPAD. 2014. p.518).

 

 

II. FIEL COMO UM ATLETA

 

1. Encarando a vida com a dedicação de um atleta. Trabalhando com outra imagem para tentar articular o conceito de Reino de Deus, Paulo compara a trajetória cristã como a vida de um atleta do mundo antigo (2Tm 2.5). É claro que ser atleta tem algumas características que permanecem a mesma independente do momento histórico, tais como: dedicação, abnegação, austeridade e seriedade. São qualidades como estas que inspiram o apóstolo a afirmar que devemos viver nossa vida espiritual num “patamar olímpico”. Utilizando a mesma imagem, ao escrever aos coríntios, o apóstolo nos lembra de que, diferente dos atletas terrenos, em nossa carreira todos poderemos ser coroados (1Co 9.24). Para alcançar tanto objetivos humanos quanto espirituais, devemos aprender a ter autocontrole (1Co 9.25), e por fim, tal qual o atleta que, a partir de uma consciência corporal estabelece seu próprio ritmo e objetivos (1Co 9.26), também devemos reconhecer que a vida é muito curta para perder tempo com inutilidades. Tenhamos foco e objetivos (1Co 9.27)! Busque se dedicar ao Reino de Deus e à sua causa, pois esta é a vontade dEle.

2. O árduo, mas glorioso caminho da vitória do atleta. Não há facilidades para quem deseja viver a plenitude de Deus (2Tm 3.12). Só desejos e vontades não colocam medalhas no peito do atleta, é necessário treinamento, abnegação e paciência. Também é assim que a lógica do Reino se estabelece, seguir a Deus sempre será uma escolha, todavia, tomada essa decisão, só há um caminho: a renúncia (Lc 9.23).

3. A felicidade de quem venceu na vida de modo íntegro. Paulo nos ensina, nessa sintética imagem que correlaciona Reino e vida atlética, que a vitória a qualquer custo é bem pior do que uma derrota. Não, há benefício algum em uma vitória alcançada através de trapaças e enganos. Ainda que todos possam ser enganados, é o próprio coração do trapaceiro que o condena, e este tipo de denúncia é simplesmente insuperável (1Jo 3.20).

É melhor ser um perdedor honesto do que um cínico vencedor. Aqueles que foram derrotados na vida podem se levantar novamente e reconstruírem suas histórias (Pv 24.16). Contudo, a desgraça na vida dos perversos virá “à galope” e será sem piedade. Não viva de aparências, como se aplausos e “tapinhas nas costas” alimentassem a alma de alguém, é tempo de conversão.

 

SUBSÍDIO II

 

 

Professor(a), explique que “no versículo 5, Paulo passa para a analogia do atleta: ‘E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente’. Esta declaração revela vividamente outro dos interesses de Paulo: a bravura física. O apóstolo tinha em mente os Jogos Olímpicos da Grécia antiga. Isto era algo obsessivo no mundo antigo, onde cada cidade tinha um estádio e as competições atléticas eram a ordem do dia. Esta tradução do versículo toma o significado mais claro: ‘Semelhantemente, nenhum atleta é coroado como vencedor, se não competir de acordo com as regras’. Isto significa as regras estipuladas para determinado jogo ou competição atlética. Mas é provável que haja um significado mais amplo. Como destaca Scott: ‘É a preparação para a competição que está em discussão e não a competição em si. O atleta não tem chance de vitória a menos que obedeça a certas condições prévias: ele tem de passar pelo treinamento necessário e limitar-se a determinada dieta. Como o soldado, ele precisa deixar tudo com o único objetivo de ganhar a disputa’”. (Comentário Bíblico Beacon. Volume 9. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.519).

 

 

III. FIEL COMO UM AGRICULTOR

 

1. Vivendo no Reino com muito trabalho. Viver junto de Deus é maravilhoso, entretanto, isto não implica em uma vida de facilidades e despreocupações. Participar do Reino envolve muito trabalho e muitas responsabilidades, é claro que, para o preguiçoso, isso é péssimo, mas para quem deseja um compromisso sincero com o Altíssimo sempre será um enorme privilégio. Jesus é nosso padrão, assim como Ele se dedicou de modo irrestrito à sua missão (Jo 5.17), também devemos nos lançar em um esforço pessoal para cumprir as ordenanças do Mestre.

A exortação de Provérbios 6.6 nunca foi tão atual como em nossos dias. Hoje testemunhamos muitas pessoas buscarem um “cristianismo descartável”. Gente que se reconhece como consumidor de um produto e que exige tratamento de primeira classe na igreja local. Estas mesmas pessoas são incapazes de servir ao próximo, nunca cooperam de forma direta onde congregam e acreditam que podem pagar para que outros trabalhem por eles. É urgente uma mudança de paradigma e uma transformação que lembre a todos de que nada mais somos do que escravos, servos, empregados e mordomos do Cristo (Mt 20.8).

2. O árduo trabalho no Reino de Deus. A metáfora do agricultor, a qual é amplamente utilizada nas Escrituras, ao se referir às nossas interações com o Reino, lembra-nos de que uma das maiores dificuldades para viver uma vida cristã sadia é conformar-se à lógica da fé. Não há nada mais desafiador do que um plantio. O agricultor lança pequenas sementes em terra seca, as enterra antes que qualquer chuva caia, trabalha de modo dedicado agarrado na confiança de que aquilo que for necessário para sua plantação crescer, acontecerá. Tal qual um semeador de sonhos e futuros, devemos viver em completa entrega nas mãos do Senhor, sempre confiando que Ele fará o melhor para nossas vidas (Tg 5.7,8).

Numa sociedade materialista como a nossa, sugerir que as pessoas vivam pela fé é um grande desafio. Contudo, não existe outra recomendação que possamos fazer àqueles que sonham com outra sociedade. Se quisermos colher um futuro diferente, o tempo de plantar é agora, afinal de contas esta é a categoria temporal na qual podemos fazer alguma coisa, já que passado e futuro estão para aquém e para além do nosso alcance.

3. Sempre haverá uma recompensa pela dedicação ao Reino. Paulo termina o uso da imagem do lavrador enunciando um dos valores de justiça do Reino: Deus, em seu amor e justiça, jamais permitirá que fiquemos sem o devido prêmio por nossas ações. Mesmo sabendo que não merecemos nada, Ele nos ama, e generosamente nos abençoa. Você não deve ser interesseiro, trabalhar para o Reino apenas ambicionando um prêmio. Todavia o Altíssimo nos presenteia, após cada missão, com dádivas celestiais. Alegre-se por isso, desde já, pois Ele é amoroso e cheio de compaixão.

 

SUBSÍDIO III

 

 

“A terceira das analogias de Paulo é o agricultor: ‘O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos’. Para fazer a colheita, o agricultor tem de se consumir no trabalho, preparando a terra, semeando a semente, vigiando contra secas e pragas, até finalmente gozar dos frutos do seu trabalho. Com essas analogias, Paulo quer dizer uma coisa só. Pois, quer seja a expectativa do soldado em obter a vitória final, a visão do atleta em receber a coroa ou a esperança do agricultor em fazer a colheita, ‘cada um se submete à disciplina e labuta por causa da glória que haverá’.

O apóstolo deseja que Timóteo entenda em que ele está insistindo: ‘Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo’ (v.7). Por advertência do seu jovem assistente. ‘Reflete no que eu digo’, diz o apóstolo, ‘e confia em Deus que te dará sabedoria e orientação’” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 9. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.519).

 

 

CONCLUSÃO

 

A grandeza e a complexidade do Reino exigem uma correspondência à altura daqueles que se propõem a servi-lo. O foco de um soldado na guerra, a honradez de um atleta coroado e o merecimento de um dedicado agricultor, são acessíveis imagens que nos lembram dos valores do Reino.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

 

Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Por que devemos servir a Deus de modo fiel, como um soldado?

Porque as oposições do inferno são múltiplas, os combates ferrenhos, por isso, precisamos de foco e atenção.

 

2. O que Paulo desejava ensinar a Timóteo com a afirmação no final de 2 Timóteo 2.4?

Que a nossa vocação é para servir ao Rei e seu Reino.

 

3. Que relação existe entre a figura do atleta, o conceito de dedicação e o Reino de Deus?

Se há algo pelo que vale a pena negar são todas as seduções do mundo é o Céu prometido para os seguidores do Reino.

 

4. Que importantes ensinamentos podemos extrair da metáfora do atleta?

Segundo a lição, é melhor ser um perdedor honrado do que um cínico vencedor.

 

5. A que conclusão podemos chegar com a imagem do agricultor e o Reino?

De acordo com a lição é que se nos esforçarmos no serviço ao Reino devemos esperar das mãos de Deus o melhor.