Título: Imitadores de Cristo — Ensinos extraídos das palavras de Jesus e dos apóstolos
Comentarista: Thiago Brazil
Lição 9: Quem segue a Cristo aprende novos valores
Data: 28 de Agosto de 2022
“Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal.” (Mt 20.26).
Seguir a Jesus implica uma ruptura com os valores do mundo e uma adesão à santidade de Cristo.
SEGUNDA — Tg 4.3
É preciso sabedoria ao orar
TERÇA — Rm 8.17
Somos coerdeiros de Cristo
QUARTA — Jr 17.9
Cuidado com o coração
QUINTA — Ef 2.6
É Cristo que nos exalta
SEXTA — Mt 20.7
Recebemos o que é justo
SÁBADO — Is 53.3
Sigamos o exemplo de Cristo
Prezado(a) professor(a), veremos nesta lição que seguir a Jesus implica em uma ruptura com os valores do mundo e uma adesão à santidade de Cristo. Somos a Igreja de Jesus aqui na Terra, por isso não podemos imitar o pensamento deste mundo que jaz no Maligno. Não temos nada a aprender com a filosofia, o modo de pensar e agir deste mundo (Rm 12.2). Pertencemos a Jesus Cristo e o mundo precisa ver Cristo em nós por meio de nossas palavras, atitudes e sentimentos. Que venhamos viver para a glória do Senhor, exaltando o nome de Jesus Cristo.
Professor(a), escreva no quadro a palavra “favoritismo”. Em seguida faça as seguintes perguntas: “O que significa favoritismo?”; “No Reino de Deus pode haver favoritismo?”. Ouça os alunos com atenção e incentive à participação de todos. Em seguida, escreva no quadro o significado de favoritismo, preferência que se dá ao favorito; preferência que soberanos ou pessoas poderosas concedem a seus favoritos; regime (político, administrativo etc.) que concede compensações ou privilégios por influência, amizade, parentesco etc., sem levar em consideração valores como competência, merecimento e honestidade (Dicionário Houaiss).
Conclua explicando que no Reino de Deus não há favoritismo e que Jesus ensinou que a pessoa mais importante no Reino de Deus é aquela que é serva de todos.
Mateus 20.20-24.
20 — Então, se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o e fazendo-lhe um pedido.
21 — E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu Reino.
22 — Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis: podeis vós beber o cálice que eu hei de beber e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos.
23 — E diz-lhes ele: Na verdade bebereis o meu cálice, mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem meu Pai o tem preparado.
24 — E, quando os dez ouviram isso, indignaram-se contra os dois irmãos.
INTRODUÇÃO
Na atualidade, testemunhamos um movimento inverso acontecer na relação entre o mundo e a Igreja: invés daqueles que foram convocados por Jesus influenciarem os valores do mundo, é a mentalidade apartada de Cristo que tem influenciado algumas igrejas.
É urgente que retomemos aos princípios do Reino, que sigamos o exemplo de Jesus e façamos da vida na Casa de Deus um ambiente de edificação e crescimento.
I. CUIDADO COM A FALSA PIEDADE
1. Nem sempre a sinceridade é sinônimo de piedade. Imagine a cena, uma frágil idosa intercede pelo futuro de seus filhos. Pensando nesse tipo de contexto, podemos chegar à precipitada conclusão de que isso é um pedido tão viável quanto justo. Contudo, em Mateus 20.20-28, somos apresentados a mais detalhes sobre a súplica da mãe de Tiago e João, e pela conclusão da narrativa aprendemos que, apesar da aparente honestidade do pedido, ele carregava a marca de uma sociedade pecaminosa. Era uma intercessão sincera, feita por uma mãe pelos seus filhos ao Criador, mas, mesmo assim não foi acolhida por Jesus.
Não basta orar, é necessário falar com Deus da forma correta, pois infelizmente muitos pedem, mas não recebem porque pedem mal “para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4.3).
2. Sim, existem orações e pedidos inadequados. Esse registro do Evangelho é um excelente exemplo para demonstrar como se pode fazer a coisa certa do modo errado. Sim, devemos orar uns pelos outros (Tg 5.16); a intercessão por todas as pessoas é uma ordenança bíblica. Todavia, o motivo daquele pedido ao Senhor estava completamente inadequado e por isso o Senhor repreendeu-o imediatamente: “Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu hei de beber e ser batizado com o batismo com que eu sou batizado ” (Mt 20.22). Logo, aprendemos que não basta orar, mas é absolutamente necessário ter as motivações corretas ao falar com Deus.
O Senhor jamais responderá alguma oração que pede algo frontalmente contrário à sua vontade, o caso mais clássico desse tipo de situação é Balaão e sua tentativa de amaldiçoar o povo de Deus (Nm 23.7-12).
3. Não existem favoritismos no Reino. Qual o cerne do problema no pedido não atendido da mãe dos filhos de Zebedeu? A tentativa de garantir algum tipo de favorecimento com repercussão espiritual (Rm 2.11).
O absurdo desse tipo de oração, em primeiro lugar, é a tentativa de desvirtuar a natureza de nosso relacionamento com o Eterno. Não precisamos de um “padrinho” que episodicamente faça alguma coisa por nós, pois já somos filhas e filhos do bom Deus (Ap 21.7), herdeiros de todas as coisas (Rm 8.17). Jamais reduza o Grandioso Deus, nem seu maravilhoso amor.
O Eterno não faz um ranking de amor entre seus filhos. Ele simplesmente ama e abençoa com imparcialidade e generosidade. Os filhos de Adão é que insistem em divisões e rivalidades entre si, mas com relação à bênção de Deus não existe distinção alguma (Rm 10.12; Cl 3.11; Gl 3.28).
Deus já fez de nós o maior milagre sobre a face da Terra. Ele já nos colocou num lugar de honra e salvação (Ef 2.6), resta-nos agora adorá-lo para sempre.
Prezado(a) professor(a), explique que “a mãe de Tiago e João pediu a Jesus que destinasse a seus filhos lugares especiais em seu Reino. É natural que os pais queiram ver seus filhos promovidos e honrados, mas esse desejo pode tornar-se perigoso se interferir no plano específico de Deus. Ele pode ter em mente uma função diferente para cada filho; talvez uma que não tenha tanto destaque, porém não menos importante. Portanto, o desejo dos pais em relação ao progresso dos filhos deve ser mantido sob controle quando errarem para que o plano de Deus se torne uma realidade na vida deles.” (Extraído da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p.1260).
II. BUSCANDO UMA ESPIRITUALIDADE SADIA
1. Nunca queira assumir o “papel de Deus” na sua história. Não bastasse o pedido inconveniente da mãe dos irmãos apóstolos, estes insistiram no plano descabido de ter um lugar de honra no Céu (Mt 20.22,23). Por um instante, a glória e a majestade salvadora do Reino de Deus não foram suficientes para João e Tiago; eles também ambicionaram determinar seus galardões no Céu. Cuidado com as vezes que seu coração lhe disser: “Você merece!”, "Você é o melhor!”, o pecado está perigosamente próximo de realizar graves estragos em sua vida. Os filhos de Zebedeu não queriam apenas o Céu, já ambicionavam um lugar de destaque lá e, perceba, não era apenas um ingênuo pedido de quem desejava estar perto do Mestre. O Céu, lugar de justiça e paz, jamais poderá ser dividido de acordo com certos critérios humanos. Se depois da grave repreensão de Jesus, e desse breve comentário explicativo, a postura daquela mãe e de seus filhos não lhe causa incômodo ou constrangimento algum, isso diz muito sobre o seu coração e sua espiritualidade.
2. Sintomas de uma fé decadente. Para que não reste qualquer dúvida sobre a inadequação do pedido da família de Zebedeu, basta que reflitamos sobre a reação dos demais apóstolos (Mt 20.24). Ela produziu uma enorme celeuma no meio apostólico, como poucas vezes se vê nos Evangelhos. O pior dos apóstolos apareceu nesse momento, e esse problema não ocorre no início do ministério do Cristo, mas na etapa final, ou seja, já eram quase três anos caminhando com o Mestre, mas mesmo assim, aquele grupo de homens ainda estava em processo de aprendizagem a respeito de uma vida cristã saudável.
3. Os perigos da lógica do mundo. Já pensou se muitos crentes quiserem ser “Zebedeus”? O que será da Igreja? Infelizmente, precisamos reconhecer que em alguns lugares isso já até pode estar acontecendo. São crentes carnais que querem os primeiros lugares (Mt 23.6), que alimentam seus egos de elogios públicos (Mt 23.7). Jesus exortou os escribas e fariseus, há quase dois mil anos porque eles viviam dessa forma. Precisamos ter cuidado, pois foi contra isso que Jesus se opôs de modo contundente. Não houve qualquer tipo de negociação com o erro, o Mestre desconsiderou completamente a petição e imediatamente lembrou seus amigos da qualidade de valores que eles deveriam buscar. Não pode ser diferente hoje, é tempo de aprender o que significa servir a Deus.
Explique que o pedido da mãe de Tiago e João foi egoísta, mas de “acordo com o texto de Mateus 27.56, a mãe de Tiago e João estava ao pé da cruz quando Jesus foi crucificado. Alguns sugerem que ela era irmã de Maria, a mãe de Jesus. Um relacionamento familiar muito próximo pode tê-la induzido a fazer esse pedido a favor de seus filhos.” (Extraído da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD. p.1260).
III. PENSANDO SEGUNDO O PADRÃO DO REINO
1. A lógica do Reino é diferente da lógica do mundo. A Igreja não pode imitar o Império das Trevas. Nossas igrejas locais não têm nada a aprender com a filosofia deste mundo, ou seja, sua maneira de pensar. Observe o que nos diz Romanos 12.2: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Jesus deixou bem claro aos seus discípulos que as relações no Reino precisam ser bem diferentes do modo como a sociedade sem Deus funciona (Mt 20.25,26). A Igreja fundamenta-se exatamente nisso: no reconhecimento dos princípios inegociáveis do Reino de Deus.
2. Servos do Reino. Não há expressão melhor do que esta para definir o que é um líder segundo os padrões do Reino de Deus: ele é um servo (Mt 20.27). Outros sinônimos possíveis para a tradução de dulos são: mordomo, servo e diácono. Quem quiser ser grande deve ser o menor servo entre todos. Percebe-se assim que a honra valorizada por Jesus se estabelece no privilégio de servir os pequeninos de Deus.
3. Jesus, o modelo inquestionável a ser seguido. O líder autêntico segue o modelo de gestão deixado por Jesus. Ele se importa com o bem-estar das pessoas e tem uma rotina de serviço para o Reino. Estes têm imensa alegria quando observam o Reino de Deus crescendo na vida das pessoas.
O trabalho de Cristo não se limitou ao Templo, mas o nosso Mestre proclamou o Reino a todos, calejou os pés em suas jornadas, se doou ao extremo (Is 53.3), a ponto de dormir em meio a uma tempestade ou não conseguir descansar, por estar comprometido em orar, mesmo depois de extenuantes jornadas. Imite o modelo de liderança de Jesus.
“Os outros discípulos ficaram aborrecidos com Tiago e João por desejarem ocupar as posições mais elevadas. Todos queriam ser os maiores (Mt 18.1), mas Jesus ensinou que a pessoa mais importante no Reino de Deus é aquela que serve a todos. A autoridade é concedida não pela importância, ambição ou respeito, mas pelo serviço útil que possa vir a ser prestado a Deus é à sua criação.” (Extraído da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD, p.1260).
CONCLUSÃO
É surpreendente o tipo de pedido da mãe dos filhos de Zebedeu. Esse mesmo modelo de intenções não deve existir no coração dos crentes.
Nosso exemplo não deve ser os bilionários de nossa geração, mas o pregador da cidade de Nazaré: Jesus Cristo. Que venhamos seguir o exemplo de Jesus, pois Ele não se negou a orar, a pregar a Palavra de Deus e a ajudar os enfermos e necessitados.
Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
1. A lógica do Reino é diferente da lógica do mundo?
Sim. A Igreja não pode imitar o Império das Trevas.
2. Todas as orações sinceras devem ser respondidas, ainda que com objetivos inadequados?
Não! Não basta orar, mas é absolutamente necessário ter as motivações corretas ao falar com Deus.
3. Seguindo o exemplo de Jesus, como devemos agir diante do desejo pelo poder?
Devemos agir com o máximo rigor, rejeitando completamente e denunciando todos aqueles que ambiciosamente tentam oprimir o povo de Deus.
4. O que significa liderar como Jesus?
Significa servir os pequeninos de Deus e ver em cada sorriso e abraço, a presença material do Altíssimo.
5. Qual o padrão de comportamento que devemos seguir? De Cristo ou do Império das Trevas?
Jesus deve ser nosso modelo, pois seguindo Ele, viveremos na lógica da humildade e do serviço.