Título: Aviva a Tua Obra — O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 12: Vivendo no Espírito
Data: 19 de Março de 2023
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” (Gl 5.22).
O avivamento espiritual traz uma realidade de vida no Espírito.
Segunda — Gl 5.16
É necessário que o crente ande no Espírito
Terça — Rm 12.2
Andando em Espírito para experimentar a vontade de Deus
Quarta — Ne 8.10
A alegria do Senhor é a nossa força
Quinta — Rm 8.14
Os filhos de Deus são guiados pelo Espírito Santo
Sexta — 1Co 6.19,20
O corpo do crente é templo do Espírito Santo
Sábado — 1Jo 4.7,8
Quem ama conhece a Deus porque Deus é amor
Gálatas 5.19-25.
19 — Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,
20 — idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
21 — invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.
22 — Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
23 — Contra essas coisas não há lei.
24 — E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
25 — Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
101, 367 e 458 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo veremos que o verdadeiro avivamento espiritual proporciona ao crente uma nova dinâmica de vida no Espírito. No entanto, isso não significa que o crente esteja isento de enfrentar lutas espirituais, bem como batalhas na carne para que não obedeça à vontade de Deus. A caminhada espiritual requer do crente o esforço para preservar uma vida santa, consagrada a Deus por intermédio da oração e leitura da Palavra. O Senhor Jesus alertou aos seus discípulos de que enfrentariam aflições neste mundo, mas deveriam manter o bom ânimo, haja vista que Ele mesmo venceu esse sistema pecaminoso (Jo 16.33). A Bíblia ressalta que o nascido de Deus tem condições de vencer o mundo mediante a fé (1Jo 5.4). Logo, o estilo de vida pela fé requer andar no Espírito.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Destacar o que significa andar no Espírito e a sua importância para a condução da vida espiritual; II) Apontar os aspectos que envolvem o confronto entre a carne e o Espírito; III) Ressaltar os dons e o Fruto do Espírito como predicados essenciais para a vida e o caráter cristão.
B) Motivação: O apóstolo Paulo destacou que há uma batalha incessante entre a carne e o Espírito para que não façamos o que queremos (Rm 7.18-20). Essa batalha se mostra presente nas ocasiões em que intentamos praticar a vontade de Deus, porém, o mal do pecado está sempre presente para nos impedir. Paulo conclui que somente a graça de Deus, mediante a ação do Espírito no crente, pode resultar na obediência a Deus (Rm 8.1). Reflita com seus alunos o que precisa ser feito para nutrir uma vida espiritual no Espírito e longe do pecado. Pergunte se a santificação tem sido o alvo principal da nova vida em Cristo ou a negligência com esse compromisso tem sido uma constância em nosso cotidiano.
C) Sugestão de Método: Neste momento da aula, sugerimos que você desenvolva com a classe o método de aprendizagem baseado na resolução de um problema: considere a situação de um crente que, após a conversão, se depara com a batalha entre a carne e o Espírito. Pergunte aos alunos quais sãos as práticas que a Bíblia ensina para que o crente vença essa batalha que, diga-se de passagem, parece ser tão injusta. Peça que expliquem com base no texto bíblico de Romanos, capítulos 7 e 8. Explique que a nova vida debaixo da graça requer disciplina e sujeição aos mandamentos bíblicos para que o crente tenha uma vida cristã direcionada pelo Espírito Santo e vença as concupiscências da carne (cf. Gl 5.16).
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Após estudar a respeito da nova vida no Espírito, faça a seguinte pergunta: como você tem lidado com as concupiscências da carne? Quais aspectos do Fruto do Espírito você encontra maior dificuldade de produzir? Reforce a importância dessa autoanálise para a saúde da vida cristã. Considere que, à medida que o crente busca o fortalecimento da vida espiritual e o compromisso contínuo com a prática dos ensinamentos bíblicos, menor a influência das obras da carne sobre o comportamento diário. O apóstolo João ensina em sua Carta que “Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou” (1Jo 2.6).
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) Para aprofundar o segundo tópico, o texto que tem como título “Carne” trata-se de um verbete do Dicionário Bíblico Wycliffe que tem como finalidade apresentar o sentido ético da palavra “carne”, que faz referência à natureza carnal do homem, propensa a pecar, em contraste com a santidade de Deus; 2) Para aprofundar o terceiro tópico, o texto “Vivendo no Espírito: a mensagem de Paulo” diz respeito ao comportamento do crente cheio do Espírito e a comunicação da morte e ressureição de Cristo com a nova vida de acordo com o Espírito.
INTRODUÇÃO
O salvo em Cristo Jesus, desde quando aceitou a Jesus como seu único e suficiente Salvador, pode passar por diversas situações em sua vida para experimentar o avivamento espiritual. “Não se embriaguem com vinho, pois ele os levará ao descontrole. Em vez disso, sejam cheios do Espírito”. A vida cristã é uma jornada espiritual que começa no dia da conversão e prossegue até à morte, se a pessoa perseverar até o fim (Mt 10.22). Na caminhada espiritual, o crente precisa conservar-se fiel, vivendo de acordo com a vontade de Deus. Para isso é necessário andar no Espírito.
Palavra-Chave:
ESPÍRITO
I. A VIDA NO ESPÍRITO
1. Andando em Espírito. Na Bíblia, o verbo andar tem o sentido figurado de viver, experienciar, praticar e conduzir na vida espiritual. Por isso, Paulo escreve: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16). O andar em Espírito, com “E” maiúsculo, tem um significado espiritual muito elevado e profundo. É ter uma vida cristã subordinada à direção do Espírito Santo, pautada nos ditames da santa Palavra de Deus. É ter uma vida espiritualmente avivada (Rm 8.1).
2. Por que andar em Espírito? O crente em Jesus deve andar de acordo com o Espírito Santo para não cumprir os desejos da natureza carnal (Gl 5.16). Escrevendo aos romanos, o apóstolo Paulo disse: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.1,2). Por isso, andando no Espírito, o salvo tem vitória sobre o império do pecado e da morte.
3. Como andar em Espírito? Não é fácil andar no Espírito. Infelizmente, a inclinação da natureza carnal, herdada de nossos primeiros pais, inerente a todos os seres humanos, faz com que busquemos as coisas que não agradam a Deus. Quando as pessoas aceitam a Cristo como Salvador, tornam-se novas criaturas, pelo processo salvífico do Novo Nascimento (Jo 3.3; 2Co 5.17). Entretanto, elas precisam cultivar o relacionamento espiritual e perseverante com Deus. Portanto, para o crente andar em Espírito é preciso ter o Espírito Santo dentro dele (Jo 14.17); ser guiado pelo Espírito (Rm 8.14); ser cheio do Santo Espírito (Ef 5.18).
SINOPSE I
Ter uma vida espiritualmente avivada é andar no Espírito e viver de acordo com os ensinamentos bíblicos.
II. O CONFRONTO ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO
1. Carne x Espírito. Em termos espirituais, é a maior luta da vida do crente salvo. A natureza carnal, herdada de Adão, é alimentada pela concupiscência da carne. Ela se inclina para as estruturas pecaminosas criadas pelo Diabo com o objetivo de afastar os seres humanos para longe de Deus. Por isso, o apóstolo João escreveu: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1Jo 2.15,16).Infelizmente, muitas pessoas não querem saber de Deus. Elas são seduzidas e afastadas para longe de Deus por meio de vários instrumentos: pelas falsas religiões, pelo humanismo, materialismo etc. Como resultado, as pessoas se esquecem de Deus e procuram agradar ao Diabo e à própria natureza carnal, corrompida pelo pecado. Não por acaso, o apóstolo Paulo admoestou a respeito dessa luta entre a carne e o Espírito (Gl 5.16,17).
2. As obras da carne. Em termos bíblicos, do grego sarx, “a carne” é a natureza decaída do homem, cuja inclinação é a prática do que não agrada a Deus. Assim, “as obras da carne”, segundo a Epístola aos Gálatas, são as práticas, atitudes e pensamentos contrários à santidade exigida por Deus para os que são fiéis à Palavra. Identificadas em pelo menos 15 tipos, sem fechar a lista, pois o autor bíblico acrescenta “e coisas semelhantes a estas”, essas obras podem ser classificadas em várias categorias: práticas sexuais ilícitas (5.19); práticas religiosas (5.20a); mau relacionamento humano (5.20b,21); e vícios e maus hábitos (5.21). O apóstolo Paulo encerra essa parte da carta, dizendo “que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21; cf. 1Co 6.9).
SINOPSE II
Em termos espirituais, o confronto entre a carne e o Espírito trata-se da maior luta da vida do crente.
CARNE
“No sentido ético ela faz referência à natureza carnal, ou à disposição no homem que é propensa a pecar e que é antagônica a Deus (Gn 6.12; Rm 7.18; 8.6-8; 1Co 3.3; Gl 5.17,19; Cl 2.18; 2Pe 2.10,18; 1Jo 2.16). Este é o uso mais importante para o cristão. A carne, ou a natureza caída, cobiça e guerreia contra o Espírito quando este opera através de uma nova natureza, o que pode resultar em uma paralisia ou derrota espiritual (Gl 5.17-24; Rm 7.14-8.1). Esta condição é vencida da seguinte maneira: a) Aprendendo a distinguir entre as obras da carne e as obras do Espírito Santo (Gl 5.19-23; cf. 1Co 6.9-11; Rm 8.4-13). b) Percebendo pela fé que a natureza caída já está sob condenação, embora ela ainda não esteja removida (Rm 8.3) e, portanto, o Espírito Santo pode habitar e de fato habita o crente (Rm 8.9). c) Rendendo-nos e sujeitando-nos à direção orientadora do Espírito Santo (Rm 8.4-13; Gl 5.24,25; Ef 5.18ss), o que é mencionado como ‘andar em Espírito’” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.379).
III. O AVIVAMENTO PELO FRUTO DO ESPÍRITO
1. O Fruto do Espírito. Dons e Fruto do Espírito são características essenciais para a vida e o caráter cristão. O uso dos dons espirituais, sem a prática do Fruto do Espírito, pode ser apenas uma demonstração de egoísmo e exibicionismo. Nem todos os cristãos são portadores da graça dos dons espirituais, mas todos devem experimentar e testemunhar o Fruto do Espírito em sua vida. Um cristão não pode dar bom testemunho sem a unidade do Fruto do Espírito: não pode ter amor sem ter fé; não pode ter gozo (alegria) e não ter benignidade, bondade ou temperança (Gl 5.22,23). Um aspecto do fruto não pode ser dissociado do outro. Podemos usar o exemplo de uma fruta, como uma laranja, que tem vários gomos, mas é um só fruto.
2. Os nove aspectos do Fruto do Espírito (Gl 5.22). Na Bíblia, amor (ou caridade) (gr. ágape) é mais que filantropia, pois significa o verdadeiro amor como sinônimo do amor ágape, o amor de Deus no coração do homem (Fp 1.9; 1Jo 4.7-8,16); gozo (gr. chara) é a alegria produzida pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Fp 1.4); paz (gr. eirene) é “a paz de Deus que excede todo o entendimento” (Fp 4.7); longanimidade (gr. makrothumia) é a paciência para suportar as adversidades, os defeitos do outro (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1); benignidade (gr. chrestotes) é a qualidade de quem é benigno, bondoso, complacente, perdoador (Ef 4.32); bondade (gr. agathosune) refere-se àquele que é bom (Mt 12.35; Ef 5.9; Sl 37.23); fé (gr. pistis), não é a fé natural, mas a produzida pelo Espírito Santo no coração dos que creem em Deus, conforme as Escrituras (Jo 7.38; Rm 1.17; 3.28; Hb 11.6); mansidão (gr. prautes) diz respeito àquele que é manso, sinônimo de “brandura, de gênio afável, sossegado, dócil” (Mt 5.5; 1Tm 6.11); temperança (gr. egkrateia) quer dizer autocontrole, domínio próprio, é o aspecto elevadíssimo do relacionamento com os outros, com situações e fatos diversos na vida (Tt 1.8; 2Pe 1.6).
3. Contra o Fruto do Espírito, não há lei. A conclusão de Paulo sobre o fruto do Espírito é impressionante. Ele afirma de modo incisivo e categórico: “Contra essas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.23-25). Que Deus nos ajude a cultivar o Fruto do Espírito em nossas vidas. Os dons espirituais só têm valor se forem acompanhados do Fruto do Espírito. Isso é viver na plenitude do Espírito, tendo uma vida verdadeiramente avivada.
SINOPSE III
O uso dos dons espirituais e o Fruto do Espírito são práticas indissociáveis.
VIVENDO NO ESPÍRITO: A MENSAGEM DE PAULO.
“A mensagem de Paulo é clara. Os crentes cheios do Espírito se separaram completamente do pecado, do mundo e da carne. Mas as perguntas ainda permanecem. Em que sentido nós fomos crucificados? Como esta crucificação acontece? E que papel representamos na experiência da crucificação? Em resposta, note que a nossa crucificação está sempre relacionada à cruz de Cristo. Nós não nos crucificamos a nós mesmos, mas em um sentido passivo fomos crucificados ‘com Cristo’. Deste modo a morte de Cristo na cruz serve como o único fundamento para todas as outras crucificações no corpo de Cristo. Pela fé podemos participar da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo (Rm 6.1-6). Em resumo, a partir da perspectiva de Deus, as experiências de Cristo se tornaram as nossas experiências.
Não obstante, como crentes temos um papel ativo na crucificação da carne (Gl 5.24). Os efésios são ordenados a despojarem-se do velho homem e revestirem-se do novo homem (Ef 4.22-24). Os romanos são exortados a pararem de oferecer seus membros como instrumentos de iniquidade (Rm 6.13). Não devem viver de acordo com a natureza pecadora, mas de acordo com o Espírito (8.1,4). Os coríntios são desafiados a limparem-se de toda contaminação do corpo e do espírito (2Co 7.1). Embora Cristo seja a nossa santidade (1Co 1.30) os crentes recebem a ordem de viver a santidade na vida diária (Rm 12.1; 1Co 3.16,17; 6.19,20)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal — Novo Testamento: Romanos — Apocalipse. Volume 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.379).
CONCLUSÃO
Crentes avivados são beneficiados com grandes bênçãos da parte de Deus, pois eles andam em Espírito, e não andam conforme as concupiscências da carne (Gl 5.16). Além dos dons espirituais, eles têm o Fruto do Espírito: “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gl 5.22). Por isso, Deus concede bênçãos em abundância sobre os crentes que andam e vivem no Espírito: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3).
1. Qual o sentido do verbo “andar” na Bíblia?
Na Bíblia, o verbo andar tem o sentido figurado de viver, experienciar, praticar e conduzir na vida espiritual.
2. De que a natureza carnal é alimentada?
A natureza carnal, herdada de Adão, é alimentada pela concupiscência da carne.
3. Segundo os termos bíblicos, o que é “carne”?
Em termos bíblicos, do grego sarx, “a carne” é a natureza decaída do homem, cuja inclinação é a prática do que não agrada a Deus.
4. O que são as características essenciais para a vida e o caráter cristão?
Dons e fruto do Espírito são características essenciais para a vida e o caráter cristão.
5. O que quer dizer “temperança”?
Temperança (gr. egkrateia) quer dizer autocontrole, domínio próprio, é qualidade elevadíssima no relacionamento com os outros, com situações e fatos diversos na vida (Tt 1.8; 2Pe 1.6).
VIVENDO NO ESPÍRITO
Querido(a) professor(a), o avivamento espiritual na vida do crente é caracterizado não apenas por manifestações espirituais de poder e operação de sinais e maravilhas. Também não se resume ao batismo no Espírito Santo como experiencia única e passageira. A vida cristã genuinamente avivada é qualificada pela manifestação contínua do Espírito no crente, seja na sua instrumentalidade por intermédio dos dons espirituais ou pelo seu testemunho de fé.
É importante ressaltar que esse processo não acontece de maneira automática como se o Espírito de Deus fosse responsável por tornar o crente avivado sem que haja respeito à vontade da pessoa. Muito pelo contrário, a ação do Espírito coaduna com a inclinação do crente para as coisas espirituais. O apóstolo Paulo ressaltou que “a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis” (Ef 5.17). O enfrentamento do conflito interno é uma das razões pelas quais muitos crentes encontram dificuldade em preservar uma vida espiritual avivada. Para vencer esse desafio, a Bíblia mostra algumas medidas que o crente deve tomar para manter a vida cristã andando no Espírito.
Em primeiro lugar, o apóstolo Paulo destaca aos romanos que o crente deixou de praticar as obras infrutuosas da carne, quando era servo do pecado, para agora apresentar os seus membros para a prática da justiça e à santificação (Rm 6.19). De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal, “Paulo exorta os ouvintes a uma comparação oportuna. Assim como outrora eles serviam à impureza, hoje da mesma maneira eles servem à justiça. A vida fora de Cristo é caracterizada por um ciclo de maldade crescente. Este é o resultado trágico da rejeição da revelação de Deus (Rm 1.18-32). Mas esse ciclo foi interrompido pela graça. Dentro da esfera da graça, a vida consiste numa progressão em santidade crescente” (2003, p.52).
O segundo aspecto considera a preservação do avivamento a partir da vigilância em relação às tentações. Satanás continua a tentar os crentes nas esferas citadas pelo apóstolo João em sua Carta (1Jo 2.16,17). A estratégia é a mesma, levar o crente a ter uma vida acomodada em pecados. A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida correspondem às três áreas humanas pelas quais o Diabo tenta o ser humano a distanciar-se de Deus, semelhante ao que fez ao Senhor Jesus no deserto, porém sem sucesso (Mt 4.1-11). Logo, uma vida cristã avivada deve considerar a vigilância constante em relação ao pecado, visando à preservação da intimidade com Deus e à manutenção constante da fé.