Título: Relacionamentos em Família — Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 2: A predileção dos pais por um dos filhos
Data: 9 de Abril de 2023
“E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.” (Gn 25.28).
A preferência de filhos dentro do lar gera divisão e promove o egoísmo na formação deles.
Segunda — Rm 12.2
A vontade de Deus sempre é perfeita
Terça — Gn 25.21
Deus abre a madre da mulher estéril
Quarta — Sl 127.3-5
Os filhos são herança de Deus para os pais
Quinta — Gn 49.3; cf. Sl 78.51
A primazia do filho primogênito na família
Sexta — Ef 6.1-3
Os filhos devem honrar e obedecer a seus pais
Sábado — Ef 6.4
Os pais não devem provocar a ira aos filhos
Gênesis 25.19-28.
19 — E estas são as gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão gerou a Isaque;
20 — e era Isaque da idade de quarenta anos, quando tomou a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã de Labão, arameu, por sua mulher.
21 — E Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.
22 — E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor.
23 — E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.
24 — E, cumprindo-se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre.
25 — E saiu o primeiro, ruivo e todo como uma veste cabeluda; por isso, chamaram o seu nome Esaú.
26 — E, depois, saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso, se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou.
27 — E cresceram os meninos. E Esaú foi varão perito na caça, varão do campo; mas Jacó era varão simples, habitando em tendas.
28 — E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó.
175, 318 e 426 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, veremos que, quando desviamos das normas de convivência saudável que Deus estabeleceu em sua Palavra, o relacionamento familiar é profundamente prejudicado. No livro de Gênesis, encontramos a predileção dos filhos por parte do casal Isaque e Rebeca. O presente relato bíblico nos ensina que é uma tragédia moral e espiritual quando os pais preferem qualquer um dos filhos. Estes são herança do Senhor (Sl 127.3) e cabe aos pais a responsabilidade com o desenvolvimento saudável e equilibrado do ponto de vista físico, emocional e espiritual dos filhos (Ef 6.4). Vale destacar que a formação do caráter dos filhos tem como referência o relacionamento sadio entre os pais, o qual é a principal referência para os filhos.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Apresentar o plano de Deus para a família de Isaque e Rebeca; II) Apontar a predileção dos filhos como uma das principais causas de conflito familiar; III) Explicar os malefícios da predileção na formação e desenvolvimento físico, emocional e espiritual dos filhos.
B) Motivação: Isaque e Rebeca foram infelizes na criação dos filhos porque não souberam esperar o cumprimento das promessas divinas e não atentaram para os malefícios emocionais que a predileção pode trazer para as relações familiares. Para que os filhos cresçam de maneira saudável é fundamental que os pais entendam que o amor de Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11). Cada ser humano tem as suas características peculiares e é relevante no plano de Deus para alcançar as famílias.
C) Sugestão de Método: Realize um painel com seus alunos. Convide pastores e ministros que fazem parte do ministério da igreja para um diálogo sobre a criação dos filhos. É importante que você, professor(a), seja o(a) mediador(a). Peça que cada um deles expresse um conselho sobre a predileção em relação aos filhos. Em seguida, abra espaço para os alunos perguntarem sobre o tema. Ao final, ore ao Senhor para que haja cura das possíveis decepções causadas em razão da predileção. Reforce que devemos pedir a Deus sabedoria para não cometermos injustiça no cumprimento de nossos papéis familiares.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Depois de apontar os malefícios da predileção para a formação do caráter dos filhos, faça a seguinte pergunta: Como a predileção tem afetado a relação entre pais e filhos no seio familiar atual? Que exercícios devem ser praticados para evitar esse tipo de conflito entre irmãos?
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 93, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) Para aprofundar o primeiro tópico, o texto “Entenda como seus filhos se sentem” ressalta que ouvir os filhos é o primeiro passo para lidar com as suas percepções e administrar conflitos entre irmãos; 2) Para aprofundar o segundo tópico, o texto “Amando uns aos outros” mostra a importância do afeto familiar. Se uma família deseja desenvolver seus laços afetivos é essencial que os filhos tenham a certeza do amor recíproco de seus pais.
INTRODUÇÃO
A história de Isaque e Rebeca parece uma infeliz repetição da de Abraão e Sara. Por algumas vezes, Abraão não soube lidar com os sentimentos de sua esposa, cometendo erros pelos quais pagou um alto preço. Nesta lição, estudaremos a respeito da predileção de filhos pelo casal Isaque e Rebeca. Veremos que quando isso acontece na família, os resultados são conflitos intermináveis que fazem do lar um ambiente hostil para a criação de filhos. Obviamente, essa não é a vontade de Deus para a família cristã.
Palavra-Chave:
PREDILEÇÃO
I. O PLANO DE DEUS PARA A FAMÍLIA E SUA PRESCIÊNCIA
1. O plano divino para a família de Isaque e Rebeca. Isaque e Rebeca faziam parte de um plano maior de Deus. Ao conhecer Rebeca e tomá-la por esposa, Isaque não esperava o que viria pela frente. Quando ele descobre a esterilidade de Rebeca, a Bíblia diz que o patriarca orou ao Senhor para que a madre de sua esposa fosse aberta (Gn 25.21). Somente 20 anos depois dessa oração, com 60 anos de idade, Isaque recebe a notícia de que Rebeca estava grávida (Gn 25.26; cf. 25.20). Portanto, nada pode impedir o plano de Deus, pois quando Ele opera, seus desígnios se cumprem no tempo certo. Assim, no tempo perfeito de Deus, Rebeca gerou dois meninos.
2. O propósito presciente de Deus. Deus sabia antecipadamente do futuro de Esaú e de Jacó. Ele sabia de antemão o que haveria de acontecer com os filhos gêmeos de Isaque e Rebeca (Gn 25.23). Isso independia das circunstâncias que envolvessem essa história. Por isso, o Senhor atendeu à oração de Isaque e Rebeca concebeu filhos gêmeos (Gn 25.21). Entretanto, conforme as crianças se desenvolviam, alguns meses depois os gêmeos já lutavam entre si no ventre da esposa de Isaque (Gn 25.22). No caso dos gêmeos, Esaú e Jacó, Deus sabia que, criados como agentes livres, eles seriam rivais. Aqui, estamos abordando a presciência de Deus, um atributo divino que indica o pré-conhecimento de todas as coisas. Devemos ressaltar que esse atributo não é causativo, isto é, ele não implica determinismo na vida do ser humano. Contudo, o Senhor tem um propósito para a vida de cada pessoa; muitas vezes não o compreendemos, mas sabemos que a vontade dEle é perfeita (Rm 12.2).
SINOPSE I
Os desígnios de Deus se cumprem no tempo certo.
“ENTENDA COMO SEUS FILHOS SE SENTEM
Para estabelecer os seus filhos numa identidade forte e positiva, em primeiro lugar você precisa entender como eles se sentem. Sempre que um filho diz ao seu pai: ‘Você não entende’, sinais de alarme deveriam disparar na mente desse pai. Isso não quer dizer que seus filhos sempre tenham razão quanto ao que sentem. No entanto, o passo essencial para ajudar uma pessoa é lidar com as suas percepções. A criança que diz que o seu pai não a compreende pode estar desejando que a escutem — e ouçam. Sempre que os nossos filhos nos dizem isso, a maioria de nós faz a coisa mais fácil — fica zangado e se afasta. Afinal, sempre é mais fácil reagir do que compreender. [ ] Tiago deu o seguinte conselho: ‘Todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar’ (Tg 1.19). Acho que isso é particularmente necessário para os pais. As crianças irão romper as suas regras e o seu coração, mas quando você se comunicar com os sentimentos delas, estabelecerá uma conexão que tornará a cura muito mais fácil” (YOUNG, Ed. Os 10 Mandamentos da Criação dos Filhos: O que fazer e o que não fazer para criar ótimos filhos? Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.44).
II. O CONFLITO FAMILIAR
1. A esterilidade de Rebeca. Na antiguidade, uma mulher estéril era vista como uma pessoa amaldiçoada. Por serem impedidas de procriar, mulheres inférteis eram consideradas inferiores, a ponto de, num casamento, os maridos terem o direito de repudiá-las. No caso de Isaque, ao perceber que Rebeca não podia dar-lhe filhos, orou ao Senhor para que a esterilidade de Rebeca fosse desfeita e ela pudesse gerar. Como vimos, Deus ouviu o clamor de Isaque (Gn 25.21).
2. O conflito: “E os filhos lutavam no ventre dela” (Gn 25.22). Naquele tempo, do ponto de vista social, a geração de filhos herdeiros era importante para as famílias (Sl 127.3-5). Por isso, Abraão e Sara precipitaram-se na promessa de Deus com uma substituta, a serva Agar, para gerar o filho desejado, e pagaram um preço alto. Diferentemente de seu pai, Isaque buscou ajuda do alto para superar o problema da esterilidade de Rebeca. Entretanto, uma vez grávida, para a felicidade do casal, Rebeca começou a afligir-se por causa de um movimento excessivo dentro do seu ventre. A esposa de Isaque orou ao Senhor a respeito da questão e ouviu de Deus que havia dois povos no seu ventre, e que o menor dominaria sobre o maior (Gn 25.23).
3. O favoritismo do casal pelos filhos. Em termos de personalidade e de temperamento, Esaú e Jacó cresceram como pessoas diferentes. Em Gênesis 25.25-28, Deus revela a Rebeca as diferenças entre os gêmeos. O “menor” (Jacó) teria uma descendência forte e o “maior” (o mais velho e, por isso, primogênito, Esaú) serviria ao menor. No capítulo 27, já idoso e cego, Isaque achava que logo morreria. Por isso, preocupava-se em abençoar a Esaú com a benção patriarcal do “direito da primogenitura”. Alicerçado nos padrões legais do direito daquele tempo, dedicava-se a Esaú, pois este o satisfazia com o prazer das caças que levava para o patriarca. Entretanto, sabendo que havia um plano especial de Deus para o filho mais novo, Rebeca favorecia Jacó. Essa predileção praticada pelos pais de Esaú e Jacó produziria um grande conflito na família.
SINOPSE II
A predileção dos filhos é uma das causas de conflito na família.
“AMANDO UNS AOS OUTROS
Maridos e esposas devem se amar mutuamente. As Escrituras não deixam nenhuma dúvida sobre isso, e os filhos sabem instintivamente que é a verdade (Ef 5-6). Portanto, se uma família deseja desenvolver seus laços afetivos, é essencial que os filhos tenham a certeza do amor recíproco de seus pais. Elton Trueblood se expressa dessa maneira: ‘É responsabilidade de todo pai fazer com que o filho saiba que ele ama profundamente a sua mãe. Não existe nenhuma boa razão para que todo afeto seja escondido ou praticado em segredo. Um filho que cresce entendendo que seus pais se amam dispõe de uma maravilhosa base de estabilidade’.
O verdadeiro amor entre os pais não pode ficar escondido. Os filhos ouvirão o amor através das ternas palavras pronunciadas quando eles se separam ou mesmo naquele tom de voz reprimido usado quando alguém está zangado. Eles verão o amor em um toque gentil, no amoroso encontro das mãos quando caminham pelo parque ou em uma sub-reptícia troca de sorrisos.
Os filhos precisam ver que os pais sentem afeto um pelo outro. [ ] Observar uma terna afeição física entre os pais irá aumentar a segurança dos filhos e sutilmente os encorajar à prática do amor. [ ] Se desejarmos construir o amor na família, a disciplina do afeto familiar exige começar com o óbvio: o amor a Deus e o amor ao próximo. Se isso não existir, ou estiver em falta, vai ser muito difícil construir o amor na família” (HUGHES, Kent & Barbara. Disciplinas da Família Cristã. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.34,35).
III. O PROBLEMA DA PREDILEÇÃO POR FILHOS NA FAMÍLIA
1. Esaú, o filho predileto de Isaque. Isaque demonstrou fraqueza ao receber o agrado de Esaú, que lhe trazia a carne de caça do campo, ignorando, dessa forma, a profecia divina de Gênesis 25.23. Por força dos padrões sociais da época, o primogênito tinha a primazia no futuro da família (Gn 49.3; cf. Sl 78.51). Por isso, Isaque pensava que deveria ministrar a benção patriarcal com direito de primogenitura a Esaú, o mais velho. Entretanto, ele não compreendeu o propósito de Deus para seus filhos. Isaque não percebeu que havia algo superior em relação aos dois filhos e que o Senhor agiria para que nenhum dos dois filhos se sentissem prejudicados.
2. Jacó, o filho predileto de Rebeca. Percebendo que a bênção patriarcal poderia ser conferida a Esaú, o filho mais velho, Rebeca resolveu interferir na ordem dos fatos e, sem consultar a Deus, antecipou a bênção patriarcal para o mais novo. Embora soubesse que a bênção pertencia a Jacó, conforme Deus havia revelado anteriormente, Rebeca colocou-se acima do plano divino e interferiu nos acontecimentos com uma atitude mentirosa. Sabedora de que Esaú quebrou princípios da obediência e do respeito aos pais, casando-se com mulher estrangeira (Gn 26.34,35), Rebeca arquitetou um plano para que Isaque abençoasse a Jacó com a bênção da primogenitura. Assim, deu instruções precisas a Jacó. O plano de Rebeca consistia em preparar um cabrito assado, pegar um couro peludo de um bode e vesti-lo em Jacó. Este deveria levar o assado ao pai e imitar a voz de seu irmão. Toda essa trapaça revelava a fraqueza do caráter de Rebeca.
3. O problema da predileção pelos filhos. Além do conhecimento que os pais tinham acerca do conflito entre os dois filhos, faltou a Isaque, como 0 líder da família, a habilidade e a sabedoria para contornar o embate existente. Por outro lado, Rebeca não avaliou os danos morais e espirituais nos seus filhos. O presente relato bíblico nos ensina que é uma tragédia moral e espiritual quando os pais preferem qualquer um dos filhos. Estes são herança do Senhor (Sl 127.3) e Deus concedeu esse privilégio para que os pais sejam uma bênção para a vida de seus filhos. Portanto, quando os pais não fazem a predileção pelos filhos, eles evitam um futuro de traumas e problemas emocionais. Nesse sentido, os pais têm responsabilidades no desenvolvimento saudável e equilibrado do ponto de vista físico, emocional e espiritual dos filhos (Ef 6.4).
SINOPSE III
Os pais têm responsabilidades no desenvolvimento saudável e equilibrado dos filhos.
CONCLUSÃO
Na Palavra de Deus, encontramos normas que servem de convivência saudável e cristã para a vida familiar. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo admoesta aos pais quanto à criação dos filhos (Ef 6.1-4). Nessa orientação, os filhos devem ser obedientes a eles (Ef 6.1-3) e os pais não devem provocar a ira aos filhos (Ef 6.4). Assim, quando o casal não respeita a personalidade dos infelizmente, o resultado é o conflito filhos, tratando-os com predileção, entre os membros da família.
1. O que Isaque não esperava que viria pela frente?
A esterilidade de Rebeca.
2. O que a presciência de Deus indica?
Indica o pré-conhecimento de todas as coisas.
3. O que a predileção praticada pelos pais de Esaú e Jacó produziu?
Produziu um grande conflito familiar.
4. O que Isaque ignorou? E que plano Rebeca arquitetou?
Isaque ignorou a profecia divina de Gênesis 25.23. Rebeca arquitetou um plano para que Isaque abençoasse a Jacó com a benção da primogenitura ao se passar pelo irmão.
5. Segundo a lição, o que o relato bíblico da família de Isaque e Rebeca nos ensina?
O presente relato bíblico nos ensina que é uma tragédia moral e espiritual quando os pais preferem qualquer um dos filhos.
PREDILEÇÃO DOS PAIS POR UM DOS FILHOS
A criação dos filhos requer dos pais senso de justiça, respeito ao próximo e empatia. A preferência por um dos filhos dentro do lar gera divisão e promove egoísmo na formação deles. Nesta lição, é considerado o comportamento de Isaque e Rebeca na criação dos seus filhos. Gênesis narra que Isaque tinha preferência por Esaú, porque a caça era do seu gosto e seu filho primogênito costumava preparar um delicioso guisado para ele. Rebeca, em contrapartida, tinha preferência por Jacó, pois era o filho que mais amava.
Na ocasião em que Isaque percebeu que a sua idade já era avançada, decidiu convidar seu filho primogênito para estender sobre ele a bênção patriarcal. Esaú era o primogênito por herança e, na ausência do pai (Gn 42.37), exerceria a autoridade sobre a família, receberia porção dobrada da herança (Dt 21.17) e o direito ao sacerdócio (PFEIFFER, 2006, p. 1595). A preferência de Rebeca por Jacó, a ponto de defraudar o direito de primogenitura de Esaú, que também era seu filho, trouxe uma ruptura significativa na família. Como bem sabemos, o destino de Esaú foi alimentado pela mágoa do irmão (Gn 27.41) e a depreciação de sua mãe, enquanto que Jacó tornou-se fugitivo de seu irmão e um filho distante de seu pai Isaque (Gn 28.1-10). Esse cenário ensina que pais não devem expressar preferências por nenhum de seus filhos, embora cada um deles demonstre características distintas que, muitas vezes, resultam em maiores afinidades.
Conforme Young (2007), “para estabelecer os seus filhos numa identidade forte e positiva, em primeiro lugar você precisa entender como eles se sentem. Sempre que um filho diz ao seu pai: ‘você não entente’, sinos de alarme deveriam disparar na mente desse pai. Isso não quer dizer que seus filhos sempre tenham razão quanto ao que sentem. No entanto, o passo essencial para ajudar uma pessoa é lidar com as suas percepções” (p.44). A ausência de compreensão de Isaque e Rebeca em relação às necessidades emocionais mais urgentes de seus filhos se revela na reação deles à preferência de seus pais. O mesmo se replica nos dias atuais, pois não são poucos os filhos que relutam em perdoar os pais e se rebelam contra sua autoridade. Que Deus nos conceda a graça de amar os filhos incondicionalmente, ouvir o que pensam e perceber suas dores.