Título: A Igreja de Cristo e o Império do Mal — Como viver neste Mundo dominado pelo Espírito da Babilônia
Comentarista: Douglas Baptista
Lição 2: A deturpação da doutrina bíblica do pecado
Data: 9 de Julho de 2023
“Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.” (Rm 3.20).
O pecado de Adão arruinou toda a humanidade. Contudo, Jesus Cristo pode regenerar eficazmente o pecador.
Segunda — 1Jo 3.4
Pecado é transgredir a Lei de Deus
Terça — Rm 5.12
O pecado de Adão passou a toda raça humana
Quarta — 2Co 5.17
Em Cristo, o pecador torna-se uma nova pessoa
Quinta — 1Pe 1.15
A santidade é um princípio ético e moral da fé cristã
Sexta — Hb 13.4
A prostituição não pode macular a sexualidade do cristão
Sábado — 1Co 6.19
O corpo do cristão é morada do Espírito Santo
Romanos 3.9-20.
9 — Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado,
10 — como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
11 — Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.
12 — Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
13 — A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;
14 — cuja boca está cheia de maldição e amargura.
15 — Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.
16 — Em seus caminhos há destruição e miséria;
17 — e não conheceram o caminho da paz.
18 — Não há temor de Deus diante de seus olhos.
19 — Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
20 — Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.
75, 422 e 568 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
A doutrina bíblica do pecado, por natureza, faz oposição às principais ideologias modernas que buscam enaltecer o homem, destacando sua suposta bondade intrínseca. Quando a doutrina bíblica do pecado é deturpada, então, tudo o mais no campo moral também o é. Talvez essa seja a raiz de fenômenos éticos tão distantes do cristianismo bíblico, que podem ser encontrados em movimentos que se dizem cristãos, tais como: “igreja gay”; “casamentos abertos”; “prática sexual entre solteiros” etc.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Expor o ensino bíblico da natureza pecaminosa; II) Pontuar teologias modernas que derivam da deturpação da doutrina bíblica do pecado; III) Mostrar as consequências da normalização do pecado.
B) Motivação: Quando assistimos pessoas influentes dizendo que a Bíblia deve ser atualizada diante dos desafios de gênero, saiba que estamos diante de cristãos que deixaram de lado a visão bíblica do pecado. Nesse sentido, não há disposição para sustentar uma verdade bíblica tão intragável para o mundo moderno: o homem é por natureza pecador e, por isso, deve se arrepender de seus pecados. Então, se enfraquecemos a doutrina bíblica do pecado, passamos a aceitar tudo o que a Bíblia diz que é pecado.
C) Sugestão de Método: Pergunte aos alunos se eles já ouviram falar de pecado social, teologia da libertação e liberalismo teológico. Ouça as respostas e, em seguida, diga que essas três expressões são consequências do processo de deturpação da doutrina bíblica do pecado. Em seguida, inicie a exposição do primeiro tópico.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Esta lição exorta os alunos a não perderem de vista a doutrina bíblica do pecado. Devemos estar cientes de que a sociedade atual tem dificuldades de aceitar essa visão bíblica, mas ao mesmo tempo devemos estar encorajados a demonstrar que essa doutrina bíblica pode ser provada de maneira concreta em cada esquina onde uma pessoa é assaltada, assassinada e violada sexualmente.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 94, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A Sombra do Pecado”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito da natureza do pecado; 2) O texto “Questões ambientais e sociais como extensão do pecado”, ao final do segundo tópico, traz uma ampliação a respeito das ênfases que derivam da deturpação da doutrina bíblica do pecado, adequando um eficaz entendimento do lugar social na doutrina bíblica do pecado.
INTRODUÇÃO
A Queda no Éden transmitiu à humanidade a inclinação do coração humano ao erro. Por isso, a regeneração é o único meio possível de desfazer as consequências do pecado em que a natureza humana só pode ser transformada pela obra de Cristo (Tt 3.5,6). Não obstante, por influência de teologias modernas, a Doutrina do Pecado vem sendo deturpada e enfraquecida. Esse processo abriu as portas para a normalização do pecado em muitos lugares denominados cristãos. Nesta lição, vamos estudar o perigo dessas teologias para a ortodoxia cristã.
Palavra-Chave:
PECADO
I. O ENSINO BÍBLICO DA NATUREZA PECAMINOSA
1. Definição de Pecado. Dentre os termos para “pecado”, destacamos o substantivo hebraico chatá, cuja raiz significa “errar o alvo” (Gn 4.7); e o seu correspondente grego hamartia, que possui conotação de “erro moral” (2Pe 2.13,14). Assim, a Bíblia define “pecado” como a transgressão da Lei de Deus (1Jo 3.4). A palavra abrange não apenas errar o alvo, mas deliberadamente acertar o alvo errado. Trata-se de rebelião e desobediência contra Deus e a sua Palavra (1Sm 15.22,23). Além disso, o pecado afasta o homem de Deus, fazendo-o pecar contra o próximo (1Jo 1.6,7) e por se omitir em fazer o bem (Tg 4.17). Portanto, pecado é a condição do homem não regenerado e só pode ser expelido por meio do Novo Nascimento (Jo 3.3-7). Essa reconciliação do homem com Deus só é possível em Cristo Jesus (2Co 5.19).
2. A universalidade do Pecado. O ser humano foi criado em estado de inocência, sem pecado, perfeito (Ec 7.29) e dotado de livre-arbítrio (Gn 2.16,17). Porém, o primeiro homem escolheu desobedecer a Deus e a sua Queda corrompeu toda a humanidade (Gn 3.9-19). O pecado de Adão foi transmitido a toda raça humana (Rm 5.12). Assim, a partir da Queda, todos os seres humanos nascem em pecado (Sl 51.5). Portanto, o pecado não é passado adiante meramente pela força do mau exemplo, mas é um mal inerente à natureza humana (Rm 7.14-24). Em consequência disso, todo ser humano está debaixo da escravidão do pecado e da condenação da morte (Rm 3.23; 6.23). Apesar de corrompida pelo pecado, a natureza humana pode ser eficazmente regenerada pela fé em Cristo (Rm 3.24; 2Co 5.17).
3. Corrupção Total. É o estado de corrupção mental, moral e espiritual da natureza humana (Rm 3.10-18). Nesse aspecto, a inclinação para fazer o errado é resultado do pecado (Gn 6.5; Rm 5.19). Por causa da Queda, todas as áreas de nosso ser foram corrompidas. Essa corrupção impede o homem de tomar a iniciativa no processo de regeneração (Rm 8.7,8). Ele só pode ser liberto do pecado após o convencimento do Espírito (Jo 16.8). Sem essa ajuda divina ninguém pode ser transformado (Tt 3.5), ou seja, o livre-arbítrio precisa ser divinamente restaurado (Rm 2.4). Somente por meio da graça o homem recebe capacidade para crer, arrepender-se e ser salvo (Rm 3.24,25). Dessa forma, a libertação do pecado não provém de nenhum esforço humano, mas é gratuita e divinamente ofertada (Rm 6.23; Ef 2.8,9).
SINOPSE I
O pecado é a transgressão da Lei de Deus. Por ele, o ser humano foi totalmente corrompido.
A SOMBRA DO PECADO
“Compreender o pecado nos ajuda no conhecimento de Deus, porém o pecado distorce até mesmo nosso conhecimento do próprio-eu. Mas se a luz da iluminação divina consegue penetrar essas trevas, e não somente as trevas mas também a própria luz, então poderão ser melhor analisadas. Percebe-se a importância prática do estudo do pecado na sua gravidade. O pecado é contra Deus. Afeta a totalidade da criação, inclusive a humanidade. Até mesmo o menor dos pecados pode provocar o juízo eterno. E o remédio para o pecado é nada menos que a morte de Cristo na cruz” (HORTON, Stanley M. (ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.263).
II. AS TEOLOGIAS MODERNAS
1. Teologia do pecado social. A tese do pecado social remonta aos concílios católicos de Medellín (1968, Colômbia) e Puebla (1979, México). Essa tese defende que o pecado é algo que se constrói por meio de estruturas opressoras, tais como, a pobreza, a injustiça e a desigualdade. Dessa maneira, a redenção do pecado não se restringe ao aspecto espiritual, sendo preciso tratar as questões sociais. O pecado deixa de ser tratado no nível da moral e passa a ser considerado no nível econômico e social. A mudança de ênfase do pecado original (natureza humana) para o pecado social (estrutural) enfraquece a responsabilidade moral do pecador. Então, deixa-se de enfatizar a causa para explorar os sintomas (Mt 23.27,28). A partir daí, resolver as questões da ordem social é visto como solução para o problema do pecado. Naturalmente, essa é uma deturpação do ensino bíblico a respeito do pecado.
2. Teologia da libertação. A teologia da libertação tem afinidade com as ideias socialistas de Karl Marx. Essa teoria busca “libertar” o oprimido das estruturas opressoras da sociedade. Ela nasce na década de 1970 com Gustavo Gutiérrez (Peru) e Leonardo Boff (Brasil). Para eles, o estudo teológico não deve estar centrado em doutrinas bíblicas para libertar o homem do pecado, mas na indignação social para libertar o homem da injustiça social, econômica e cultural. Desse impulso surgem as teologias de cunho emancipatório de gênero (transexualidade), de sexualidade (homossexualidade) e de raça. Uma de suas vertentes é a Teologia da Missão Integral (TMI). O grande impacto dessas influências é que a fé cristã é reduzida a militância política socialista e marxista. As pautas sociais e progressistas são disfarçadas pela roupagem de Evangelho, postas acima dos valores morais do Reino de Deus. Então, transforma-se o Evangelho em inconformismo, criticismo e assistencialismo (1Co 15.19; Fp 3.18-20).
3. Liberalismo teológico. Após a Reforma Protestante (1517), floresce o liberalismo teológico, onde a razão é colocada acima da revelação divina. Como resultado disso, a inspiração, inerrância e infalibilidade das Escrituras são questionadas; os milagres e o sobrenatural são considerados mitológicos; as doutrinas da fé são reinterpretadas e ressignificadas. Troca-se a mensagem da salvação de arrependimento, confissão de pecados e mudança de caráter por uma visão progressista que enfatiza a transformação social pelo paradigma do marxismo. Assim, o pecado é relativizado, o ecumenismo religioso é propagado e toda experiência espiritual é considerada válida. O ideário da teologia liberal é de oposição às antigas doutrinas bíblicas que se fundamentam na revelação das Escrituras (2Tm 4.3).
SINOPSE II
A teologia do pecado social, da libertação e o liberalismo teológico derivam da deturpação da doutrina bíblica do pecado.
III. A NORMALIZAÇÃO DO PECADO
1. Crise ética e moral. Em termos gerais, os valores que regulam a conduta de uma pessoa denominam-se ética (1Pe 1.15) e a prática dessa conduta recebe o nome de moral. Nessa concepção, a obediência aos princípios bíblicos reflete o caráter de um cristão (Rm 12.2). Porém, o conceito deturpado e relativizado do pecado resulta em desvio e falha de caráter (2Tm 3.5). Desse modo, a sociedade deixa de ser eticamente sólida e se torna moralmente desajustada (Hc 1.4). Dessa crise de integridade irrompe ações incompatíveis com a fé bíblica (Rm 2.21,22). Temas progressistas violam a ética e a moral bíblicas e passam a ser normalizados, tais como: a imoralidade sexual, o aborto e o uso de drogas ilícitas (1Sm 2.6; Rm 1.27; 1Co 6.15,19).
2. Imoralidade sexual. A deturpação da doutrina do pecado favorece o avanço da imoralidade sexual (Rm 1.24). Em defesa da liberdade de decisão sobre o corpo, banaliza-se o sexo pré-conjugal, extraconjugal, normaliza-se a homossexualidade (Rm 1.26,27) e a doutrina da castidade é vista como opressora (Rm 6.12). Nesse aspecto, o afrouxamento da moral, o ensino da ideologia de gênero e a erotização da infância promovem luxúria e licenciosidade. O pecado é tolerado, a família é desconstruída e a doutrina da santidade é negligenciada (Hb 13.4).
3. A dessacralização da vida. As Escrituras ensinam que a vida humana é sagrada porque tem origem divina (Gn 1.27). Por conseguinte, a vida é inviolável e deve ser valorizada (2Pe 1.3). O corpo humano deve ser cuidado, alimentado e preservado (Ef 5.29). Não obstante, a vulgarização do pecado fomenta ideologias que desprezam a sacralidade e a dignidade humana. Propala-se a autonomia incondicional sobre o próprio corpo sem as devidas limitações éticas e morais. O slogan “meu corpo, minhas regras” reivindica o pseudodireito de a pessoa usar drogas, prostituir-se, abortar, cometer o suicídio e a eutanásia. Assim, o corpo que é templo do Espírito Santo é profanado (1Co 6.19). A criatura, de modo proposital, afronta a vontade do Criador (Rm 1.25).
SINOPSE III
Quando se normaliza o pecado sobra uma crise ética e moral, bem como a dessacralização da vida.
QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS COMO EXTENSÃO DO PECADO
“A compreensão da natureza do pecado deve renovar a nossa sensibilidade diante das questões do meio ambiente e levar-nos a retomar a comissão original de cuidar do mundo de Deus, o qual não devemos deixar nas mãos daqueles que preferem adorar a criação ao invés de ao Criador. Questões como justiça social e necessidade humana devem ser advogadas pela Igreja como testemunho da veracidade do amor, em contraste à mentira que é o pecado. Mesmo assim, semelhante testemunho deve apontar sempre para o Deus da justiça e do amor, que enviou o seu Filho a morrer por nós. Somente a salvação, e não a legislação ou um evangelho social que desconsidera a cruz [ ], pode curar o problema e seus sintomas” (HORTON, Stanley M. (ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.298).
CONCLUSÃO
A relativização do pecado que o restringe à solução de pautas sociais em prejuízo da moral e, por sua vez, o exclusivismo moral em detrimento de causas sociais, igualmente, não retratam a fé cristã. Apesar de a Igreja não ser apolítica e nem insensível às desigualdades sociais, o mal primário a ser combatido é o pecado inerente à natureza humana. Uma vez regenerado pela fé em Cristo, o crente repudia as injustiças contra o seu próximo (Rm 1.18; 1Co 13.6). A Igreja atuante é aquela que ainda milita na terra contra a carne, o mundo, o Diabo, o pecado e a morte (Ef 6.12).
Emancipatório de gênero: Libertação e independência do gênero biológico.
Marxista: Relativo a Karl Marx e sua doutrina exposta em suas obras.
Progressista: Relativo à ideia de transformação, revolução e reformas no campo social, ético e moral.
Inconformismo: Tendência e atitude de estar inconformado; recusa de aceitar a condição incômoda ou desfavorável.
Criticismo: Relativo ao ato de criticar de maneira generalizada e mórbida alguma coisa ou objeto.
Assistencialismo: Um sistema de assistência aos carentes e necessitados.
Liberalismo Teológico: Método de abordagem da religião sob uma perspectiva crítica, racionalista e materialista.
Ideário: Conjunto de ideias principais de um autor, doutrina ou movimento.
Propalar: Tornar público; divulgar; dar publicidade.
1. Segundo a lição, como a Bíblia define o “pecado”?
A Bíblia define “pecado” como a transgressão da Lei de Deus (1Jo 3.4).
2. O que é Corrupção Total?
É o estado de corrupção mental, moral e espiritual da natureza humana (Rm 3.10-18).
3. O que enfraquece a responsabilidade moral do pecador?
A mudança de ênfase do pecado original (natureza humana) para o pecado social (estrutural) enfraquece a responsabilidade moral do pecador.
4. O que reflete o caráter do cristão?
A obediência aos princípios bíblicos reflete o caráter de um cristão (Rm 12.2).
5. Por que a vida humana é sagrada?
As Escrituras ensinam que a vida humana é sagrada porque tem origem divina (Gn 1.27).
A DETURPAÇÃO DA DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO
Amigo(a) professora(a), nesta lição, estudaremos a tentativa das teologias modernas de descaracterizar a doutrina do pecado. O conceito de pecado, a universalidade do pecado e o estado de corrupção total revelados na Palavra de Deus têm sido substituídos por uma perspectiva social da realidade. Nesse sentido, a responsabilidade moral do pecador em relação ao pecado é tratada como trivial frente aos problemas sociais que acarretam o pecado. Esse entendimento trata as questões sociais como causa e não como consequência da Queda do homem (Gn 3). Obviamente, essa é uma deturpação do ensino bíblico sobre o pecado.
A tentativa de deturpar a compreensão bíblica do pecado é mais uma obra de Satanás para afastar o homem de Deus. Essas distorções teológicas têm como raiz o relativismo religioso. No relativismo, prevalece a crença de que não há religião boa ou ruim, melhor ou pior. Afinal, o que é a religião, se não a interpretação particularista de cada grupo ou denominação em busca de explicações a respeito do metafísico? Para o relativismo, a religião não possui caráter objetivo.
O relativismo religioso tem invadido mutas igrejas no meio evangélico em forma de movimentos que sugerem um novo formato de igreja e uma interpretação “atualizada” das Escrituras. O movimento que tenta descredenciar a Bíblia como suficiente origina-se de “teologias inclusivas”. Apesar de assumir aparentemente um perfil agregador, social e de valorização do indivíduo enquanto pessoa, essas teologias, de forma sutil, reinterpretam a Palavra de Deus. Para seus críticos, o Evangelho deve se adequar ao tipo de pessoas que vivem na sociedade pós-moderna, suscitando, assim, uma geração de crentes pouco compromissada ou confiante no poder transformador e libertador da Palavra.
Na perspectiva bíblica, de acordo com Walle, na obra Santidade, Uma Introdução Teológica (CPAD), “a ideia de transgressão está relacionada à ideia de iniquidade (‘ãwôn no hebraico), ‘a ideia de torcer ou distorção’. A iniquidade se refere ao desvio de um curso reto e verdadeiro ou à falha em cumprir as exigências da justiça e ter uma abordagem correta e imparcial. E, mais especificamente, ela significa a falha dos seres humanos em cumprir a Lei de Deus” (WALE, 2022, p.93). Logo, a Bíblia é suficiente para apontar a nocividade do pecado e a necessidade de arrependimento, oferecer ao crente a manutenção da fé e mostrar o caminho que leva à vida eterna.