LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

3º Trimestre de 2023

 

Título: A Igreja de Cristo e o Império do Mal — Como viver neste Mundo dominado pelo Espírito da Babilônia

Comentarista: Douglas Baptista

 

 

Lição 9: Uma visão bíblica do corpo

Data: 27 de Agosto de 2023

 

 

TEXTO ÁUREO

 

Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.(1Co 6.13b).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O corpo é o templo do Espírito Santo e, por isso, deve ser conservado em santificação até a volta de Cristo.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Gn 2.7

O homem recebeu o fôlego da vida diretamente de Deus

 

 

Terça — 1Ts 5.23

O ser humano é constituído de espírito, alma e corpo

 

 

Quarta — 1Co 6.20

Devemos glorificar a Deus em nosso corpo

 

 

Quinta — 1Co 6.19; Ef 1.13

O corpo do crente salvo é templo e morada do Espírito Santo

 

 

Sexta — Rm 8.23; Fp 3.21

A transformação do corpo mortal conforme o corpo glorioso de Cristo

 

 

Sábado — Ec 12.14

Todos os nossos atos estarão sob o juízo divino

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 Coríntios 6.12-20.

 

12 — Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.

13 — Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.

14 — Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.

15 — Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.

16 — Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.

17 — Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.

18 — Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.

19 — Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?

20 — Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

 

HINOS SUGERIDOS

 

5, 159 e 581 da Harpa Cristã.

 

PLANO DE AULA

 

1. INTRODUÇÃO

 

Uma visão materialista do corpo despreza a perspectiva bíblica que eleve o corpo ao propósito da vontade de Deus. Na Bíblia, a doutrina bíblica da glorificação final do corpo do crente tem muito a nos dizer a respeito do corpo terreno. Há um propósito divino no corpo para vivermos de acordo com a Palavra de Deus diante de uma cultura que tende a descartá-lo e desvalorizá-lo. Que o Senhor nos ensine a como servi-lo por meio do nosso corpo.

 

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 

A) Objetivos da Lição: I) Ensinar a criação do ser humano; II) Expor a visão bíblica do corpo; III) Contrapor a visão secular do corpo.

B) Motivação: A Bíblia usa a imagem do templo para se referir ao corpo como uma habitação do Espírito Santo. Essa imagem revela o propósito de Deus para o corpo do cristão e o quanto se deve levar em conta o cuidado com ele. Esta lição nos estimula a cultivar uma visão bíblica e elevada a respeito do nosso corpo.

C) Sugestão de Método: Introduza o segundo tópico com a seguinte pergunta: O que é glorificação final do corpo? Deixe que os alunos respondam. Ouça-os com atenção. Em seguida exponha o segundo tópico, enfatizando o subtópico que trata o assunto da ressurreição, trabalhando a imagem do corpo que o nosso Senhor apareceu aos discípulos por ocasião da sua ressurreição. É uma imagem muito poderosa para consolidar o entendimento da glorificação final do corpo.

 

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

 

A) Aplicação: Há uma doutrina bíblica a respeito do corpo. Essa doutrina tem a ver com a esperança que cultivamos para o dia de nossa completa redenção. O corpo que temos hoje será transformado. Por isso, o apóstolo Paulo nos exorta: “todo vosso espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).

 

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

 

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 94, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A Cura da Alienação” amplia o primeiro tópico com uma reflexão a respeito de uma perspectiva não alienante das coisas; 2) O texto “Glorificando a Deus no Corpo” amplia o segundo tópico com uma reflexão a respeito de como a Bíblia se refere ao corpo.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Deus criou o ser humano para o louvor da sua glória (1Co 6.20). Em vista disso, Ele espera do homem regenerado uma vida de santidade (1Pe 1.15). Contudo, os conceitos secularistas propagam uma forma de vida independente dos preceitos divinos. Nesta lição, vamos estudar a criação do homem e as características do corpo humano nas Escrituras e correlacionar esse tema com a visão secular do corpo hoje. Nossa finalidade é apresentar a visão bíblica do corpo, seu propósito e sua glorificação final.

 

 

Palavra-Chave:

 

CORPO

 

 

I. A CRIAÇÃO DO SER HUMANO

 

1. A origem da raça humana. O homem é o único ser vivo criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27). Por isso, nossa Declaração de Fé ensina que fomos criados por um ato sobrenatural, imediato, e não por um processo evolutivo. Assim, o homem (adham) foi formado do pó úmido da terra (Gn 2.7). Interessante notar que o uso do hebraico adham denota nome próprio, mas também genérico, significando “homens” e “humanidade” (Sl 73.5; Is 31.3). Logo, Adão foi o primeiro homem a ser criado (Gn 2.15,19,20); e Eva, a primeira mulher, formada do corpo de Adão (Gn 2.22; 3.20). Além disso, homem e mulher são descritos como criaturas da terra, porém, Deus “soprou em seus narizes o fôlego da vida” (Gn 2.7b). Ele não fez isso com os animais. O sopro de Deus foi a outorga do nosso espírito e isso nos distingue dos demais seres criados.

2. A constituição do ser humano. Nossa Declaração de Fé professa que a natureza humana consiste numa parte externa, o corpo ou a carne (Gn 6.3; Sl 78.39), chamada de “homem exterior”; e uma parte interna, denominada de “homem interior”, composta de espírito e alma (2Co 4.16; 1Ts 5.23). Essa constituição humana é denominada de tricotomia, isto é, três substâncias: espírito, alma e corpo (Hb 4.12). Exemplo dessa estrutura pode ser observada na pessoa de Cristo (Lc 23.46; 24.39). A Bíblia de Estudo Pentecostal leciona que o nosso espírito é o componente pelo qual se tem comunhão com o Espírito de Deus. E a alma é definida pelos aspectos da mente, emoções e vontade. O corpo é a parte que volta ao pó e que, no caso dos salvos, será transformado no dia da ressurreição (1Co 15.42).

3. Queda e restauração humana. A Bíblia revela que todas as áreas de nosso ser foram afetadas pelo pecado (Rm 7.20-23). Conforme a Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal, embora constituído de três substâncias, se o ser humano for afetado em um elemento de sua constituição humana, ele será afetado inteiramente. Nessa perspectiva, a vida espiritual não pode estar desassociada de seu corpo: “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1Co 6.20). Desse modo, a conduta irrepreensível do cristão é requerida no espírito quanto na alma e no corpo (1Ts 5.23). Isso quer dizer que a santificação deve atingir a parte material e imaterial do homem. Contudo, essa restauração somente é possível por meio do sangue de Cristo, pela ação do Espírito e pela Palavra de Deus (1Pe 1.15-25).

 

 

SINOPSE I

Deus criou o ser humano e o constituiu de corpo, alma e espírito.

 

AUXÍLIO APOLOGÉTICO

 

 

“A CURA DA ALIENAÇÃO

 

Devemos, portanto, responder com uma defesa bíblica do corpo. Devemos encontrar maneiras de curar a alienação entre corpo e pessoa. O ponto de partida é uma filosofia bíblica da natureza. A Bíblia proclama o profundo valor e dignidade do mundo material — incluindo o corpo humano — como obra das mãos de um Deus amoroso. É por isso que a moralidade bíblica coloca grande ênfase no fato da encarnação humana. O respeito pela pessoa é inseparável do respeito pelo corpo. Afinal de contas, Deus poderia ter escolhido fazer-nos como os anjos — espíritos sem corpo. Ele poderia ter criado um mundo espiritual onde flutuássemos por aí. Pelo contrário, Ele criou cada um de nós com corpos materiais e em um universo material. Por quê? Claramente, Deus valoriza a dimensão material e quer que a valorizemos também. A Bíblia trata corpo e alma como dois lados de uma mesma moeda. A vida interior da alma é expressa por intermédio da vida exterior do corpo. Isso é destacado pelo paralelismo característico da poesia hebraica: ‘A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito’ (Sl 63.1); ‘Pois a nossa alma está abatida até ao pó; o nosso corpo, curvado até ao chão’ (Sl 44.25); ‘Guarda [as minhas palavras] no meio do teu coração. Porque são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo’ (Pv 4.21,22); ‘Enquanto eu me calei [me recusei a me arrepender], envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia’ (Sl 32.3).

Em certo sentido, o nosso corpo tem primazia diante de nosso espírito. Afinal de contas, o corpo é a única maneira que temos para expressar a nossa vida interior ou para conhecer a vida interior de outra pessoa. O corpo é o meio pelo qual o invisível é feito visível” (PEARCEY, Nancy. Ama Teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, p.36).

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

 

 

“A POSITIVIDADE DO CORPO

 

[…] Paulo não fala também do ‘corpo do pecado’ (Rm 6.6)? E isso não significa que o corpo é a fonte do mal? Não. O contexto deixa claro que Paulo está falando que o corpo pode tornar-se um instrumento do pecado — mas pode também se tornar um instrumento de justiça: ‘Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?’ (v.16). O problema não é o corpo, mas o pecado. O corpo é apenas o lugar onde a batalha entre o bem e o mal é encarnada.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Ama Teu Corpo, Editora CPAD, p.45.

 

 

II. A VISÃO BÍBLICA DO CORPO

 

1. Parte exterior do homem. O termo corpo (do grego, soma) normalmente identifica a parte exterior do ser humano (Mt 10.28; 1Co 15.38). O termo carne (do grego, sarx), quando se refere ao homem físico, inclui a sua dimensão exterior (Lc 24.39; At 2.31). Ambos os termos indicam a parte visível e material da natureza humana. o corpo é o invólucro da parte imaterial do ser humano; ele envelhece e morre, ocasião em que alma e espírito o deixam (Gn 35.18; Tg 2.26). A carne (corpo) geralmente é descrita em sentido negativo: “na minha carne, não habita bem algum” (Rm 7.18). Entretanto, esse tom depreciativo diz respeito à natureza pecaminosa do homem e não especificamente ao corpo físico. Assim sendo, nossa Declaração de Fé rejeita a ideia de ser o corpo uma prisão da alma e do espírito ou de ser inerentemente mau e insignificante.

2. Templo do Espírito Santo. A Escritura declara que “o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor” (1Co 6.13b). Isso significa que o corpo pertence ao Criador e a Ele deve estar unido (1Co 6.17). Nesse sentido, essa parte material do salvo deve ser santa e usada para glorificar a Deus (1Co 6.20b). Em 1 Coríntios 6, lemos que os corpos dos salvos são metaforicamente membros do Corpo de Cristo (1Co 6.15; cf. Rm 12.4,5). Por isso, eles não devem praticar atos imorais (Rm 6.13,19; 1Co 6.15,16). Aqui, o cristão é exortado a não pecar contra o próprio corpo (1Co 6.18), pois um resgate de alto preço foi pago por Cristo (1Co 6.20a) tornando o crente templo e morada do Espírito Santo (1Co 6.19; Ef 1.13). Portanto, como santuário, o corpo nunca deve ser profanado por impureza alguma.

3. Glorificado na ressurreição. A ressurreição de Cristo aniquilou o império da morte (Hb 2.14,15) e garantiu a nossa ressurreição (1Co 6.14; 2Co 4.14). Entre a morte e a ressurreição há um estado intermediário, onde a parte imaterial do ser humano subsiste de modo consciente (Lc 9.28-31; 16.22-31). Contudo, o nosso corpo carnal não pode herdar o Reino de Deus (1Co 15.50). Por isso, a última etapa de nossa salvação é a glorificação (Rm 8.30). Inclui a redenção e a transformação de nosso corpo mortal conforme o corpo glorioso de Cristo (Rm 8.23; Fp 3.21). Esse evento ocorrerá quando Jesus voltar (1Ts 4.13-17). Na ressurreição, a parte imaterial será reunida em um corpo incorruptível, glorificado, espiritual e imortal (1Co 15.42-44,52-54). Assim, a morte é o último inimigo a ser vencido (1Co 15.26).

 

 

SINOPSE II

A visão bíblica do corpo tem a ver com o exterior do homem, como imagem de templo do Espírito, com a ressurreição e a glorificação final.

 

AUXÍLIO APOLOGÉTICO

 

 

GLORIFICANDO A DEUS NO CORPO

 

“É possível quebrar o poder da escravidão do pecado: ‘Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências’ (Rm 6.12). A única resposta apropriada a tal graça libertadora é: ‘glorificai, pois, a Deus no vosso corpo’ (1Co 6.20), ou, de maneira mais completa: ‘apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional’ (Rm 12.1). É emocionante pensar que Deus quer mesmo se relacionar conosco em nosso corpo, amando o nosso formato e tamanho específico, as nossas peculiaridades corporais, a nossa aparência física. Deus quer amar-nos e interagir conosco não apenas espiritualmente, mas também em nosso ser integral” (PEARCEY, Nancy. Ama Teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, pp.45,46).

 

 

III. A VISÃO SECULAR DO CORPO

 

1. Hedonismo e narcisismo. Zelar e manter o corpo saudável é uma forma de glorificar a Deus (1Co 6.20). Contudo, em tempos pós-modernos de busca da felicidade, o hedonismo e o narcisismo são incutidos na sociedade. Com hedonismo, nos referimos ao estilo de vida em que a obtenção do prazer e a fuga do sofrimento são prioridades. Nesse aspecto, tudo é permitido. Com narcisismo, aludimos ao amor excessivo que uma pessoa tem por si própria. De acordo com essa abordagem, refere-se ao indivíduo que, de modo insensato, persegue o corpo ideal por meio da boa estética a qualquer custo e se porta com ostentação em busca da autorrealização e de ser admirado. Em oposição a essa cultura, Paulo ensina: “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm” (1Co 6.12a).

2. Erotização e libertinagem. Ao formar o ser humano, Deus também criou a sexualidade (Gn 1.27,28). Portanto, não se trata de algo impuro. O pecado não está no sexo, mas na perversão de seu propósito. Nossa Declaração de Fé leciona que a relação sexual não é só para procriar, mas também para o prazer dentro dos limites do matrimônio e do uso natural do corpo (Rm 1.26,27; Hb 13.4). Todavia, em nossos dias, a erotização do corpo é explorada nas mídias, artes, músicas e literaturas. O objetivo é seduzir e estimular as práticas sexuais ilícitas. Como resultado, a licenciosidade, isto é, a conduta sexual desregrada e imoral, prolifera assustadoramente (1Co 6.10). Diante disso, o apóstolo Paulo adverte: “todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1Co 6.12b).

3. Liberdade e autonomia. A Bíblia atesta que o homem é dotado de livre-arbítrio (Gn 2.16,17). Isso indica autonomia para tomar as próprias decisões e se autogovernar. Somos livres, porém, todos os nossos atos serão alvo do juízo divino (Ec 12.14). Não obstante, no atual cenário, ideias secularistas promovem a banalização do corpo. O existencialismo ateu, por exemplo, afirma que para descobrir o sentido da vida, o homem deve usufruir de liberdade incondicional. Nesse aspecto, livre de qualquer moral divina, o indivíduo passa a exercer total controle sobre o corpo. Desse modo, seus adeptos atuam contra o corpo na legalização do aborto, da prostituição, das drogas, do suicídio assistido, dentre outros. Contrário a esse ativismo, o apóstolo Paulo assevera: “não sabeis […] que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).

 

 

SINOPSE III

O hedonismo, o narcisismo, a erotização e a libertinagem fazem parte de uma visão secular do corpo.

 

 

CONCLUSÃO

 

Criado da terra, à imagem e semelhança divinas, o homem é constituído de três substâncias: espírito, alma e corpo (1Ts 5.23). Nessa concepção, não podemos pecar com o corpo sem afetar o espírito e a alma (1Co 6.15-17). O corpo é morada do Espírito, que não habita em santuário impuro (1Co 6.18,19). Na vinda de Cristo, o corpo dos santos será glorificado (1Co 15.52). Assim, o corpo não deve ser tratado como algo pejorativo. O princípio de cuidado e santidade do corpo deve ser observado pelos que pertencem a Deus (1Co 6.20).

 

VOCABULÁRIO

 

Outorga: De outorgar: dar como favor; dar poderes a; facultar, conceder, conferir.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

1. Como a nossa Declaração de Fé expressa nossa constituição humana?

Nossa Declaração de Fé professa que a natureza humana consiste numa parte externa, o corpo ou a carne (Gn 6.3; Sl 78.39), chamada de “homem exterior”; e uma parte interna, denominada de “homem interior”, composta de espírito e alma (2Co 4.16; 1Ts 5.23). Essa constituição humana é denominada de tricotomia, isto é, três substâncias: espírito, alma e corpo (Hb 4.12).

 

2. Como é requerida a irrepreensível conduta do cristão?

Conduta irrepreensível do cristão é requerida no espírito, na alma e no corpo (1Ts 5.23).

 

3. Como o corpo é identificado na Bíblia?

O termo corpo (do grego, soma) normalmente identifica a parte exterior do ser humano (Mt 10.28; 1Co 15.38). O termo carne (do grego, sarx), quando se refere ao homem físico, inclui a sua dimensão exterior (Lc 24.39; At 2.31). Ambos os termos indicam a parte visível e material da natureza humana.

 

4. Por que os corpos dos salvos não devem praticar atos imorais?

Porque a parte material do salvo deve ser santa e usada para glorificar a Deus (1Co 6.20b). Em 1 Coríntios 6, lemos que os corpos dos salvos são metaforicamente membros do Corpo de Cristo (1Co 6.15; cf. Rm 12.4,5).

 

5. No atual cenário, o que as ideias secularistas promovem?

Hedonismo, narcisismo, erotização, libertinagem etc.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

 

UMA VISÃO BÍBLICA DO CORPO

 

Caro professor(a), a paz do Senhor. As Escrituras Sagradas atestam que o nosso corpo é o Templo do Espírito Santo e, como tal, deve ser preservado santo e consagrado. Diferentemente do que a Bíblia ensina quanto ao corpo, a sociedade materialista e secularizada afirma que o corpo foi feito para ser explorado e ter as suas necessidades satisfeitas. Nesse pretexto, muitos entregam seus corpos ao hedonismo, à erotização e à libertinagem. Nesta lição, veremos que tais práticas são condenadas pelas Sagradas Escrituras e resultam na condenação eterna daqueles que compartilham desse entendimento distorcido.

A linguagem metafórica, adotada pelo apóstolo Paulo, de que o nosso corpo é o Templo do Espírito Santo, destaca a finalidade para a qual o Criador fez o corpo humano. Infelizmente, a Queda do homem corrompeu o propósito divino para o corpo e o fez estar sujeito à natureza pecaminosa. Entretanto, uma vez sendo alcançados pela graça de Deus, devemos disciplinar a nossa vida para obediência ao Evangelho. Como afirma o apóstolo Paulo, “Falo em termos humanos, por causa das limitações de vocês. Assim como ofereceram os seus membros para que fossem escravos da impureza e da maldade que leva à maldade, assim ofereçam agora os seus membros para que sejam servos da justiça para a santificação” (Rm 6.19). Logo, a vitória sobre as obras mortas da carne está em submeter continuamente o corpo físico à santificação e à prática da justiça.

Stanley Horton, na obra A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento (CPAD, 1993), declara: “Não temos o direito de usar o nosso corpo ou nossa vida para a gratificação da carne ou para a exaltação do próprio eu. Tanto nosso corpo como nosso espírito pertencem ao Senhor. Por isso, nosso objetivo deve ser usar os dois para glorificar a Deus (1Co 6.20). Isso significa também que devemos cuidar do corpo. Mas não devemos usar esse fato como desculpa para atender aos impulsos e aos desejos que provêm da natureza humana. Nem sequer o prazer legítimo deve tornar-se a nossa razão para viver. Temos algo mais maravilhoso para fazer, ao glorificarmos a Deus no serviço e no sacrifício” (p.222).

Nesse sentido, uma vida concentrada no exercício contínuo da vontade de Deus e em sua Obra não encontrará tempo para os cuidados desta vida material, ainda que sujeita às tentações e distrações deste mundo. Portanto, o cuidado com o corpo envolve nutrir uma vida espiritual forte para que o “andar em Espírito” (Gl 5.16) prevaleça sobre as inclinações irracionais da carne.