Título: A Igreja de Cristo e o Império do Mal — Como viver neste Mundo dominado pelo Espírito da Babilônia
Comentarista: Douglas Baptista
Lição 10: A renovação cotidiana do homem interior
Data: 03 de Setembro de 2023
“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” (2Co 4.16).
Por instrumentalidade do Espírito Santo, os salvos experimentam a renovação interior em meio as adversidades externas.
Segunda — 2Co 4.7
O tesouro do Evangelho guardado em vasos de barro
Terça — 2Co 1.9,10
As provações na vida de Paulo forjaram a sua confiança em Deus
Quarta — Jo 14.16,17
O Espírito Santo habilita o cristão a vencer na adversidade
Quinta — Fp 3.13,14
A adversidade impulsiona o cristão a prosseguir na jornada da fé
Sexta — Hb 11.1
O apelo da Escritura ao exercício da fé bíblica
Sábado — Ez 22.30
A busca do Espírito de Deus por crentes que tomam posição contra o mal
2 Coríntios 4.11-18.
11 — E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal.
12 — De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida.
13 — E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri; por isso, falei. Nós cremos também; por isso, também falamos,
14 — sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus e nos apresentará convosco.
15 — Porque tudo isso é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, torne abundante a ação de graças, para glória de Deus.
16 — Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
17 — Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente,
18 — não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.
5, 186 e 330 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
As adversidades são comuns à nossa vida terrena. Por isso, nosso Senhor alertou: “no mundo tereis aflições” (Jo 16.33). Fica claro que as aflições são uma realidade. Entretanto, o nosso desafio é não deixar que a fé seja enfraquecida por elas. Precisamos lembrar de que Jesus já venceu o mundo. Assim, a lição desta semana traz uma exortação para que a nossa vida interior, isto é, a vida espiritual, persevere diante das muitas dificuldades externas.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Refletir sobre as adversidades enfrentadas pelo homem interior; II) Compreender que essas dificuldades na vida não podem ser comparadas à glória futura reservada aos cristãos; III) Despertar os alunos para buscar o renovo espiritual e o fortalecimento do homem interior.
B) Motivação: A vida do apóstolo Paulo nos mostra que os crentes fiéis e obedientes ao Senhor também passam por muitas provações e aflições. Ele nos deixou um grande exemplo de como permanecer firme em Cristo, mesmo diante do sofrimento. Como cristão precisamos amadurecer na fé. Para isso, Deus usa as adversidades para nos conduzir ao caminho do crescimento espiritual.
C) Sugestão de Método: Essa lição precisa ser desenvolvida à luz das experiências pessoais dos seus alunos. Ao apresentar o primeiro e o segundo tópico, compartilhe um testemunho pessoal que mostre o quanto uma adversidade pode nos fazer crescer na fé. Em seguida, convide seus alunos a compartilharem também. Exemplos reais irão enriquecer sua aula e edificar a fé dos ouvintes.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Esta lição traz uma mensagem de despertamento espiritual. Convide sua classe a refletir sobre a saúde e a firmeza da fé em Cristo. Na lição foi citado dois tipos de ataques contra a fé cristã (o secularismo e o relativismo doutrinário). Entretanto, é possível que seus alunos estejam enfrentando outros tipos de provações. Ressalte que o Espírito Santo é nossa fonte de força e renovo. Encerre a aula motivando seus alunos a buscarem mais da intimidade com Deus por meio de uma vida de oração.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 94, p.41, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O paradoxo dos sofrimentos de Paulo”, que ajudará aprofundar o primeiro tópico; 2) O texto “Batalha Espiritual” deve ser usado na ministração do segundo tópico, pois traz aplicações devocionais sobre o tema.
INTRODUÇÃO
As adversidades externas são uma incontestável realidade (Rm 8.22,23). Apesar disso, por meio do Espírito, os salvos experimentam a renovação espiritual no interior de sua vida (2Co 4.16). Não obstante, durante a nossa existência, o corpo mortal permanecerá sujeito às adversidades da vida (2Co 5.2,4). Nesta lição, veremos o sofrimento do homem exterior, o fortalecimento do homem interior e os desafios atuais como forças externas que tentam esmagar a nossa vida espiritual. A finalidade é mostrar que o crente espiritualmente renovado pode resistir a qualquer ataque das trevas.
Palavra-Chave:
RENOVAÇÃO
I. O SOFRIMENTO EXTERIOR
1. A experiência de Paulo. O apóstolo Paulo é um exemplo de um homem que sofreu adversidades externas, mas não perdeu a solidez da vida espiritual. Suas epístolas relatam tribulações acima de suas forças, a ponto de ele perder a esperança da preservação da própria vida (2Co 1.8). Ainda podemos ler menções do apóstolo a prisões, açoites, apedrejamento, perseguições, fadiga, fome, sede, frio e nudez (2Co 11.23-27). Dessa forma, Paulo sintetiza as adversidades da nossa jornada de fé nas seguintes palavras: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3.12). Por isso, o texto bíblico diz que o tesouro do Evangelho está guardado em vasos de barro (2Co 4.6,7). Isso é uma declaração de que somos feitos do pó, ou seja, somos mortais, e, por isso, como seres humanos, somos frágeis (2Co 7.5). Nesse aspecto, o homem exterior padece e sofre ataques por causa da cruz (2Tm 2.9,10).
2. O exemplo do Apóstolo. Mesmo diante do sofrimento, o apóstolo não retrocede e tampouco nega a fé (2Tm 4.7; Hb 10.39). Suas provações forjaram a confiança em Deus na sua vida e ministério (2Co 1.9,10; Fp 4.12,13). Ele reconhece que suas fraquezas são instrumentos do poder divino (2Co 2.4; 4.11; 12.9,10). Sua vida está a serviço do Mestre, em favor dos escolhidos e para a glória de Deus (2Co 1.12-14; 4.11,12,15). Cônscio de sua vocação, o apóstolo declara: “por isso não desfalecemos; […] ainda que o nosso homem exterior se corrompa” (2Co 4.16a). Nesse aspecto, o legado do apóstolo é de perseverança. Embora o homem exterior seja consumido pelas tribulações, o salvo não desanima nem recua. Acerca disso, Cristo nos assegurou: “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
3. A esperança do crente. Na Escritura, o contraste entre as aflições do homem e o poder de Deus estão assim representadas: (a) “atribulados, mas não angustiados” (2Co 4.8a) significa que, mesmo pressionado, o crente não é esmagado; (b) “perplexos, mas não desanimados” (2Co 4.8b), indica que, mesmo confuso, o crente não se desespera; (c) “perseguidos, mas não desamparados” (2Co 4.9a), sinaliza que, mesmo ameaçado, o crente não é abandonado; (d) “abatidos, mas não destruídos” (2Co 4.9b), mostra que, mesmo derrubado, o crente não é nocauteado. O texto ensina que, embora nosso corpo esteja sujeito ao pecado e ao sofrimento, Deus sempre provê um meio de escape (1Co 10.13). Nosso Senhor obteve êxito sobre a morte e, do mesmo modo, temos esperança da vitória e da vida eterna (2Co 4.14). Portanto, como cristãos, não podemos deixar de aguardar a bem-aventurada esperança em Cristo (Tt 2.13).
SINOPSE I
O apóstolo Paulo sofreu muitas aflições, mas se manteve fiel. Nós devemos seguir seu exemplo.
“O PARADOXO DOS SOFRIMENTOS DE PAULO
[Em 2Coríntios 4.7-11] Parece que Paulo foi atingido pelo paradoxo que acabou de descrever. O ‘tesouro’ (v.7) faz referência à ‘luz [ou iluminação] do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo’ (v.6), conhecido e experimentado por Paulo e seus companheiros. Isto abrange a completa realidade que pertence ao novo ministério da aliança do Espírito (3.3-18). Paulo é dominado pelo contraste entre o valor insondável e duradouro deste ‘tesouro do evangelho’ e a indignidade e fragilidade humana (‘vasos de barro’) daqueles que agora levam-no ao mundo. Ele também percebe que este paradoxo é necessário. Deus escolheu trazer o evangelho ao mundo através da fraqueza humana [5] para que a grandeza extraordinária de seu poder de salvação possa ser vista como sua obra e não como uma ação humana. Os versículos 8,9 contêm quatro conjuntos de contrastes que ilustram tanto a fraqueza de Paulo em executar sua chamada apostólica, como o poder de Deus para superar esta fraqueza e libertá-lo: Paulo conheceu aflições que pressionavam-no de todos os lados, porém nunca foi cercado a ponto de ser esmagado. Encontrou circunstâncias desnorteantes, mas nunca chegou a ponto de se desesperar. Seus inimigos haviam perseguido seus passos, mas Deus nunca o deixou cair em suas garras. Abateram-no até o chão, porém foram impedidos de dar o golpe fatal. Em resumo, Paulo descreve estas experiências em termos físicos, identificando-as com a ‘morte de Jesus’ ou até mesmo como que participando desta (v.10), de forma que Deus poderia revelar seu poder de ressurreição. Este poder infunde ao corpo mortal de Paulo a vida de Jesus, e preservou-o apesar das tribulações e das ameaças contra sua vida (vv.10-11). Estas não são somente as consequências destas tribulações, mas também o propósito de Deus” (ARRINGTON, F. L. STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.287).
II. A RENOVAÇÃO INTERIOR
1. O fortalecimento diário. A Bíblia enfatiza que o Espírito Santo é o agente que habilita o cristão a manter-se firme na adversidade (Jo 14.16,17). Esse poder do Espírito atua no homem interior e capacita o crente a perseverar e a viver afastado do pecado (1Co 2.12-16). Assim, apesar da fraqueza e do sofrimento exteriores, o nosso “interior, contudo, se renova de dia em dia” (2Co 4.16b). Isso é a operação do Espírito que qualifica o salvo a não desfalecer. Do ponto de vista das disciplinas espirituais práticas, esse renovo ocorre por meio da santificação pessoal, fidelidade, reverência, oração, jejum e temor a Deus (1Co 7.5; Ef 5.18; Hb 12.14,28). Portanto, não podemos permitir que a aflição nos desanime, mas devemos renovar o nosso compromisso em servir a Cristo e permitir que o poder do Espírito Santo nos fortaleça dia a dia (1Co 16.13).
2. O eterno peso de glória. O apóstolo Paulo declara o seguinte: “a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2Co 4.17). Aqui, ele faz um contraste entre o sofrimento presente e o futuro glorioso. O apóstolo ensina que, se comparada ao peso da glória, que é eterna, a tribulação é leve e passageira. Nesse sentido, a adversidade serve como instrumento encorajador do homem interior, impulsionando-o a prosseguir (Fp 3.13,14) e que a fé se renova à medida que o crente é capaz de suportar as tribulações (Jó 42.5; Sl 119.67). Portanto, faz-se necessário sermos sábios diante da tribulação, fugindo da murmuração e reconhecendo que as lutas, segundo o critério de Deus, são inevitáveis. Entretanto, as Escrituras ratificam que as aflições deste tempo não podem ser comparadas com a glória do porvir (Rm 8.18).
3. A visão da eternidade. Fortalecido em Deus, tendo plena consciência da vida vindoura, o cristão é exortado a não focar “nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2Co 4.18). Contrastando as coisas visíveis com as invisíveis, as temporárias com as eternas, o apóstolo Paulo apela ao exercício da fé bíblica como uma importante motivação para o crente não desfalecer nas tribulações (cf. Hb 11.1). Nesse caso, somado à renovação diária, o crente deve viver sob a perspectiva da eternidade. Não por acaso, o apóstolo Paulo escreveu: “pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra” (Cl 3.2).
SINOPSE II
Precisamos buscar o renovo do homem interior constantemente, nos fortalecendo com a ajuda do Espírito Santo.
BATALHA ESPIRITUAL
“A guerra é aplicada de forma figurada à vida espiritual, particularmente pelo apóstolo Paulo. O seguidor de Cristo, como um bom soldado, suporta as dificuldades e não se envolve de forma exagerada com os assuntos desta vida (2Tm 2.3,4). Aquele que é temente e obediente veste ‘toda a armadura de Deus’ para que possa estar firme e resistir às forças espirituais opostas que, de outro modo, o derrotariam (Ef 6.10-20). O cristão não trava uma guerra contra a carne e o sangue; portanto, as armas de sua luta não são materiais ou humanas, e sim divinamente poderosas para destruir fortalezas de especulações e sofismas, e tudo aquilo que se levanta de forma orgulhosa contra o conhecimento de Deus (2Co 10.4,5). A Igreja de Jesus Cristo deve lutar contra as portas do inferno, pois estas não serão capazes de resistir (Mt 16.18)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.887).
III. OS DESAFIOS DE HOJE
1. Cultura secularista. O “espírito da Babilônia”, por meio da cultura secularista, procura esmagar a vida espiritual dos crentes (Ap 17.5). É um sistema materialista, conforme estudamos até aqui, que nega a realidade espiritual, a existência de Deus, a verdade bíblica e todo o conjunto de valores provenientes da Palavra de Deus. Diante desse ataque, o Altíssimo continua a buscar um povo que seja renovado por dentro, resista aos ataques externos e tome posição contra o advento do mal (Ez 22.30).
2. Relativismo doutrinário. Outro ataque que procura matar a nossa vida espiritual é o processo de desconstrução dos fundamentos da fé. Não podemos tolerar a relativização doutrinária. Ora, relativizar a doutrina bíblica é enfraquecer o homem interior. Não há como renovar a nossa vida espiritual sem ter em alta conta a Palavra de Deus. Não se pode fazer uma releitura seletiva da Bíblia para agregar à Igreja os que não aceitam a sã doutrina (2Tm 4.3). O relativismo aliado à ideologia secularista impõe o que deve ser considerado como ideal. Assim, o pecado é aceito e tolerado. Porém, o crente renovado deve reagir contra essa inversão de valores, resistir ao “espírito da Babilônia” e “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 1.3).
3. Batalha espiritual. Todo salvo trava uma batalha espiritual neste mundo. A Escritura diz que Satanás é o “deus deste século” e que o mundo jaz no Maligno (2Co 4.4; 1Jo 5.19). Por isso, nossa Declaração de Fé realça que foi com engano que ele começou as suas atividades contra o homem (Gn 3.13; 2Co 11.3). E é com essa arma que o Diabo e seus agentes ainda seduzem as pessoas neste mundo (Ap 12.9). Outrossim, os espíritos malignos têm capacidade de influenciar os que vivem na desobediência, manipulando, aprisionando e colocando pessoas contra Deus (Ef 2.2). Por isso, a Bíblia alerta que nossa luta não é contra o homem, mas contra os demônios (Ef 6.12). De certo, o crente renovado, de posse da armadura de Deus, deve posicionar-se contra as ciladas do Diabo, “orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18).
SINOPSE III
A cultura secularista e o relativismo doutrinário combatem contra a fé cristã. Precisamos nos fortalecer para vencermos as batalhas espirituais.
CONCLUSÃO
Durante a existência do corpo mortal, nosso homem exterior estará sujeito às tribulações desta vida (2Co 4.11). Apesar do padecimento e das aflições, o nosso homem interior não deve desfalecer, mas se renovar por meio do poder do Espírito (2Co 4.16). Assim, os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com o peso de glória eterna reservado para os fiéis (2Co 4.17). Por isso, no tempo presente de ataques e desconstrução da fé cristã, necessitamos de renovação do nosso interior, dia a dia, para enfrentar o poder do pecado e do mal.
1. Qual exemplo podemos contemplar na vida do apóstolo Paulo?
Mesmo diante do sofrimento, o apóstolo não retrocedeu e tampouco negou a fé.
2. O que a Bíblia enfatiza a respeito do Espírito Santo?
A Bíblia enfatiza que o Espírito Santo é o agente que habilita o cristão a manter-se firme na adversidade.
3. Que contraste o apóstolo Paulo faz para apelar ao exercício da fé bíblica?
Ele contrasta as coisas visíveis com as invisíveis, as temporárias com as eternas.
4. De acordo com a lição, o que o “espírito da Babilônia” nega?
Nega a realidade espiritual, a existência de Deus, a verdade bíblica e todo o conjunto de valores provenientes da Palavra de Deus.
5. O que a Bíblia nos alerta a respeito de nossa luta?
A Bíblia alerta que nossa luta não é contra o homem, mas contra os demônios (Ef 6.12).
A RENOVAÇÃO COTIDIANA DO HOMEM INTERIOR
A paz do Senhor, amigo(a) professor(a). A Palavra de Deus ressalta que “mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, o nosso ser interior se renova dia a dia” (2Co 4.16). Nesse sentido, a vida cristã não está condicionada às intempéries da vida. Diuturnamente, o crente é convidado pelo Espírito a viver pela fé, a suportar as tentações e a resistir firme contra as astutas ciladas do Diabo (Ef 6.11). Para tanto, precisa apropriar-se da proteção espiritual disponível ao crente mediante a tomada da armadura de Deus.
Dentre as investidas de Satanás para causar o enfraquecimento da fé no crente está o convencimento de que ele não tem condições de suportar as angústias e problemas dos dias maus. A falta de confiança e convicção na provisão divina já fez muitos servos de Deus afundarem na fé, como ocorreu com Pedro ao temer a tempestade (Mt 14.30). Aos escrever a Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo destaca o “dia mau” como uma realidade recorrente vivenciada pelo crente (Ef 6.13). Em contraste com o êxito na realização da obra ministerial, na salvação de almas e na operação de milagres e maravilhas em o nome de Cristo, estão os períodos de dor e tristeza resultantes das perseguições, preocupações, afrontas, traições e injustiças recebidas de quem menos esperamos. Tais situações são os dias nos quais o apóstolo dos gentios exorta a permanecermos firmes (Ef 6.13).
Em nome de Jesus, a Obra de Deus é realizada e vidas são edificadas. De modo semelhante, em nome de Jesus, as lutas e aflições são vencidas por meio da resistência e da perseverança. Logo, o contraste entre as aflições do homem e o poder de Deus, descrito em 2Coríntios 4.8-14, é uma marca da resiliência do cristão, apontada na Bíblia como o resultado da convicção do crente alcançada mediante o relacionamento íntimo e sincero com o seu Senhor. O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal afirma: “Na sua guerra espiritual, o cristão é conclamado a suportar as aflições como bom soldado de Cristo (2Tm 2.3), sofrer em prol do Evangelho (Mt 5.10-12; Rm 8.17; 2Co 11.23; 2Tm 1.8), combater o bom combate da fé (1Tm 6.12; 2Tm 4.7), guerrear espiritualmente (2Co 10.3), perseverar (Ef 6.18), vencer (Rm 8.37), ser vitorioso (1Co 15.57), triunfar (2Co 2.14), defender o Evangelho (Fp 1.16), combater pela fé (Fp 1.27), não se alarmar ante os que resistem (Fp 1.28), vestir toda a armadura de Deus (Ef 6.11), ficar firme (Ef 6.13,14), destruir as fortalezas de Satanás (2Co 10.4), levar cativo todo pensamento (2Co 10.5) e fortalecer-se na guerra contra o mal (Hb 11.34)” (CPAD, 1995, p.1820).