Título: Separados para Deus — Buscando a santificação para vermos o Senhor e sermos usados por Ele
Comentarista: Natalino das Neves
Lição 6: Mortos para o pecado, mas ainda lutando contra ele
Data: 5 de Fevereiro de 2023
“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” (Rm 6.4).
O crente, uma vez justificado e santificado mediante a fé no sacrifício de Jesus Cristo, deve morrer para o pecado.
SEGUNDA — Rm 6.1,2
Mortos para o pecado
TERÇA — Fp 1.27
Portando-se dignamente
QUARTA — Rm 6.7
Justificados por Deus, mortos para as iniquidades
QUINTA — Cl 2.12
Sepultados com Jesus no batismo
SEXTA — Rm 2.13
Mortos para o pecado e vivificados em Jesus
SÁBADO — Ef 2.6
Ressuscitado em Jesus Cristo
Prezado(a) professor(a) na lição deste domingo veremos que as Escrituras Sagradas nos orientam a abandonarmos o pecado. O crente precisa “aproveitar o restante da vida longe dos desejos carnais, e que prossiga vivendo segundo a vontade de Deus. O homem sem Deus gasta a sua vida com coisas que satisfazem a carne, muitas vezes no afã de atender a vontade dos amigos ímpios. Eles andam em imoralidade, nos desejos carnais, nas bebedeiras, nas orgias, na embriaguez e na abominável adoração de ídolos. E assim, quando o cristão abandona esse estilo de vida depravado e imoral, por causa do novo nascimento em Cristo, os amigos antigos acham estranho e passam a atacar aquele que teve sua vida transformada” (Adaptado de NASCIMENTO, Valmir. A Razão da Nossa Esperança: Alegria, Crescimento e Firmeza nas Cartas de Pedro. Rio de Janeiro: CPAD, p.77).
Professor(a), para ajudar na compreensão a respeito do que Deus fez sobre o pecado, reproduza o quadro abaixo.
Romanos 6.1-14.
1 — Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?
2 — De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 — Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
4 — De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
5 — Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;
6 — Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado.
7 — Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
8 — Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
9 — Sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele.
10 — Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11 — Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
12 — Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências.
13 — Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
14 — Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.
INTRODUÇÃO
No texto bíblico que estudaremos nesta lição, Paulo apresenta a nova posição do crente diante de Deus: perdoado gratuitamente e livre em Jesus Cristo. Vamos refletir a respeito das mudanças que devem ocorrer com o crente após a justificação para a sua santificação. Veremos que as Escrituras Sagradas afirmam que o crente deve morrer para o pecado, pois ele passa a ocupar uma nova posição diante de Deus e deve andar em novidade de vida.
I. O CRENTE DEVE MORRER PARA O PECADO
1. A interpretação errônea da justificação pela fé (v.1). A doutrina da justificação pela fé não era tão fácil de ser assimilada por alguém que viveu anos debaixo do jugo da Lei. Imagine um judeu que viveu a vida toda sendo ensinado que a justificação era pela observância da Lei e pelas obras. Coloque-se no lugar dele, De repente, aparece outro judeu que há pouco tempo havia se convertido para uma nova religião, anunciando que Deus enviou o seu Filho em forma de ser humano para morrer na cruz, oferecendo o perdão gratuito a todas as pessoas que o reconheça como Deus. Considere, então, ele aceitando esta pregação do Evangelho. Alguns conversos ao Cristianismo, considerando a “facilidade” da vida na graça, acreditavam erroneamente que poderiam continuar na prática do pecado. Aqueles que, pela fé, recebem a Jesus Cristo como Salvador e Senhor, que confiam no perdão imerecido de Deus, não podem mais viver presos ao jugo do pecado.
2. Advertência contra o abuso da graça (v.2). O comportamento libertino é a preocupação do apóstolo Paulo (v.1). Este problema não é exclusivo da sua época, pois ainda hoje alguns cristãos interpretam equivocadamente a ação da graça de Cristo. Estes afirmam que, uma vez justificados pela fé, estarão salvos para sempre. Para eles, a vida que a pessoa leva não interferirá mais em sua salvação, pois Deus não retiraria o dom da salvação já dado ao crente. O fato de ser justificado gratuitamente não nos dá o direito de abusar da graça de Cristo (Gl 5.1,13). O cristão deve ser cada vez mais grato pela sua graciosidade e se espelhar no exemplo de vida dEle. A liberdade que Cristo nos dá custou um alto preço, assim sendo, não podemos fazer o que bem quisermos, mas precisamos viver uma vida de santidade.
3. Justificados e mortos para o pecado (vv.3,4). O crente em Cristo é declarado justo no tribunal de Deus, mas ao mesmo tempo o velho homem morre legalmente para o pecado, crucificado com Cristo, e ressurge como uma nova vida em sua ressurreição (2Co 5.17). O crente morre e ressurge no batismo nas águas, todavia ele não é obrigatório para a salvação. Somos crucificados e mortos para o pecado na justificação, na santificação inicial (v.7). O batismo nas águas é um ato público para atender uma ordenança que formaliza simbolicamente o que já ocorreu: seu sepultamento (Cl 2.12). O crente não pode mais servir ao pecado, pois Cristo já o libertou de sua escravidão (v.6).
Professor(a), explique aos alunos “que o pecado engana as pessoas pelo uso errado da lei. No jardim do Éden, a serpente enganou Eva ao mudar o foco da liberdade que ela gozava para uma proibição feita por Deus. Desde esse momento, todos se tornaram rebeldes. O pecado nos parece ser algo bom precisamente porque Deus disse que era algo errado. Ao invés de prestar atenção às recomendações divinas, nós as usamos como uma lista daquilo que devemos fazer. Quando sofremos a tentação de rebelar-nos, devemos considerar a lei sob uma perspectiva mais ampla: à luz da graça e da misericórdia de Deus. Se encontrarmos o grande amor de Deus por nós, entenderemos que o Senhor nos proíbe apenas de praticar aquilo que nos prejudica.” (Extraído de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1564).
II. VIVENDO UMA NOVA POSIÇÃO EM CRISTO
1. Conhecendo a nova posição em Cristo (v.3). O crente justificado assume uma nova disposição na sua relação com Deus. Esta nova posição assegura a vida eterna ao lado do Todo-Poderoso, mas também exige uma vida de obediência a Cristo, não priorizando a si mesmo e seus desejos, mas o Reino de Deus. Uma nova identidade, não mais relacionada ao primeiro Adão, mas segundo a descendência de Cristo, o segundo Adão. Nesta nova vida, não significa que nunca mais iremos pecar, mas que não viveremos mais na prática do pecado, como seu escravo. Portanto, uma vez justificados (santificação inicial), sigamos a santificação contínua e progressiva durante toda a vida ou até o arrebatamento da Igreja (santificação final).
2. Vivificados em Cristo (vv.8-11). A nova vida com Cristo é uma vida de santificação e intimidade com Deus. Identificado com sua ressurreição (vv.5-7), em Jesus tivemos a vitória decisiva sobre o pecado. A ressurreição de Jesus e a sua vitória sobre a morte e o pecado garantem, ao salvo, a esperança de um dia receber um corpo incorruptível, como o de Cristo (1Co 15.54; 1Ts 4.16-18). A nova vida é conquistada pela graça de Cristo. É Jesus que sustenta o fiel, para que suporte as muitas adversidades (Rm 8.35,36). Sigamos a mesma instrução que um dia foi dada a Timóteo: “Fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus” (2Tm 2.1).
3. Embaixadores de Cristo na Terra. Cristo cumpriu sua missão e retornou ao Pai, porém não nos retirou do mundo (Jo 17), deixou-nos para anunciar o seu Evangelho. Mortos e vivificados com Cristo, o crente deve viver guiado pelo Espírito Santo, como embaixador de Cristo (2Co 5.19,20). Quem era condenado e sem esperança, passa a ser embaixador de Deus, anunciando o poder do Evangelho, revelação da justiça de Deus que transforma o ser humano e o prepara para a vida eterna.
Professor(a) enfatize que “a lei do pecado em nossos membros é a natureza pecadora que existe em nosso íntimo. Essa é a nossa vulnerabilidade. Essa Lei se refere a tudo que existe dentro de nós e é mais leal ao nosso modo de viver antigo e egoísta do que a Deus. Essa luta interior contra o pecado foi tão real para Paulo como é atualmente para nós. Aprendemos com o apóstolo o que fazer a esse respeito. Todas as vezes que se sentia perdido, ele voltava à origem de sua vida espiritual e lembrava que já havia sido liberto por Jesus Cristo. Quando se sentir confuso e oprimido por causa do apelo do pecado, siga o exemplo de Paulo. Agradeça a Deus por ter-lhe dado a liberdade por intermédio de Jesus Cristo. Deixe que a realidade do poder de Cristo o eleve para uma verdadeira vitória sobre o pecado.” (Extraído de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1564).
III. VIVENDO EM NOVIDADE DE VIDA
1. Quem reina na nova vida não é mais o pecado (v.12). O crente, ao receber a nova natureza, não aceita mais o reinado do pecado, pois passa a ser orientado pelo Espírito Santo que o convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Na época do apóstolo, tornar-se um cristão era correr risco de morte. Atualmente, em determinados meios, é até “chique” se dizer evangélico ou gospel. Algumas pessoas têm se infiltrado nas igrejas evangélicas, se dizendo convertidas, mas com o propósito de obter lucro com os fiéis. Vivem de uma maneira na igreja, mas fora dela continuam com a mesma vida pecaminosa de antes. No entanto, a orientação bíblica é que o crente deve andar em novidade de vida, em santidade, embora ainda com o corpo de pecado e morte (Rm 6.11).
2. Libertando os membros do corpo do domínio do pecado (vv.13,14a). A intimidade com Cristo leva a uma mudança de mentalidade. Queremos agradar a Jesus e sabemos que o que lhe agrada é viver de modo digno, glorificando o seu nome.
Os membros do nosso corpo atendem ao comando do nosso cérebro (mente). No sentido espiritual, não é diferente, pois uma vez tendo a mente de Cristo, somos conduzidos por Ele a tudo que é bom, honesto e que glorifique seu santo nome, A pessoa que tem a mente de Cristo discerne as coisas espirituais e usa os membros do corpo a serviço da justiça divina (2Co 2.14,15). O “velho homem” tinha uma mente insubmissa ao Espírito Santo e entregue ao domínio do pecado, mas o salvo submete sua mente ao controle do Espírito Santo e assim mantém a paz com Deus (Fp 4.6,7).
3. Vivendo uma vida vitoriosa debaixo da graça de Cristo (v.14b). A graça tem sido banalizada no meio evangélico. Há pessoas que dizem viver debaixo da graça, contudo não glorificam a Jesus Cristo com suas palavras, ações e atitudes. Estes não vivem como “sal” e “luz” do mundo. Pela graça, somos livres em Cristo, mas isso não significa que temos menos responsabilidade. Quem quer viver uma vida vitoriosa em santidade precisa aprender e primar por um bom testemunho (Cl 4.5,6), seguir a paz com todos e a santificação (Hb 12.14).
Professor(a), inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: “Quem já recebeu uma nova vida em Jesus Cristo?”. Converse com seus alunos enfatizado que “em Cristo nós temos uma nova vida. Fomos libertos da escravidão do pecado mediante a fé no sacrifício de Jesus Cristo. Explique que segundo o apóstolo Paulo em Romanos 6.19-22 é impossível ficar neutro. Todos têm um mestre: Deus ou o pecado. O crente não é alguém que não possa pecar, mas que não vive mais como um escravo do pecado porque pertence a Deus e já recebeu uma nova vida em Jesus Cristo.” (Adaptado de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1564).
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que o apóstolo Paulo exortou os crentes a respeito da doutrina da justificação pela fé e o cuidado contra a prática da libertinagem. Por isso, ele reforça a necessidade da santidade contínua e progressiva, após a justificação e santidade inicial.
NASCIMENTO, Valmir. O Cristão e a Universidade: Um Guia para a Defesa e o Anúncio da Cosmovisão Cristã no Ambiente Universitário. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
1. O crente alcançado pela graça pode viver no pecado?
Não, pois Cristo já o libertou de sua escravidão.
2. O fato de ser justificado por Cristo nos dá o direito de viver como bem entendemos?
Não podemos fazer o que bem quisermos, mas precisamos viver uma vida de santidade.
3. Transcreva uma referência bíblica que mostra que recebemos uma nova vida.
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17).
4. Segundo a lição, o que é o batismo nas águas?
O batismo nas águas é um ato público para atender uma ordenança que formaliza simbolicamente o que já ocorreu, seu sepultamento (Cl 2.12).
5. O que a nossa nova posição em Cristo nos assegura?
Esta nova posição assegura a vida eterna ao lado do Todo-Poderoso.