LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

2º Trimestre de 2023

 

Título: Encorajamento, Instrução e Conselho — Alcance uma Vida Cristã feliz com os ensinos dos Salmos

Comentarista: Marcelo Oliveira

 

 

Lição 3: O Messias já veio

Data: 16 de Abril de 2023

 

 

TEXTO PRINCIPAL

 

Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão.(Sl 2.7,8).

 

RESUMO DA LIÇÃO

 

Quem se submete ao reinado e ao senhorio de Cristo Jesus tem sua vida completamente ordenada por Ele.

 

LEITURA DA SEMANA

 

SEGUNDA — At 4.25,26

A perseguição contra o ungido de Deus

 

 

TERÇA — Mt 10.40; Jo 13.20

Quem recebe o Filho recebe o Pai

 

 

QUARTA — Rm 1.5

A expectativa para que as nações obedeçam à fé

 

 

QUINTA — Rm 2.14-16

A reta justiça divina

 

 

SEXTA — Dn 2.21

Deus é quem institui e destitui reis

 

 

SÁBADO — Hb 12.2

O Rei Jesus é a nossa referência

 

OBJETIVOS

 

  • MOSTRAR a rebelião contra o Ungido de Deus;
  • CONSCIENTIZAR de que um dia o Ungido pedirá contas aos insurgentes;
  • EXPLICAR o chamado à rendição e à submissão ao Ungido de Deus.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado(a) professor(a), nesta terceira lição do trimestre estudaremos o Salmo 2. Este é um Salmo messiânico, cujo propósito é mostrar que o reinado de Cristo nunca terá fim. As nações, até os dias atuais, insistem em rebelar-se contra o Ungido do Senhor revelado pelo salmista. Os insurgentes não ficarão impunes, chegará o dia em que o Messias pedirá contas dos atos de rebeldia dos homens. Veremos que o Salmo 2 é uma revelação profética do reinado messiânico de Jesus. O Inimigo fez de tudo para que o Salvador não viesse ao mundo e não cumprisse a sua missão, entretanto haverá um tempo, que o reino do Senhor será plenamente estabelecido neste mundo.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor(a), reproduza o quadro abaixo e utilize-o na introdução da lição. Mostre aos alunos as quatro cenas principais do Salmo 2 mostrando que é uma alusão ao reino de Cristo.

 

(1) O salmista começa com uma alusão aos povos e reis da terra em oposição ao Ungido de Deus (vv.1-3);

(2) Deus responde zombando dos ridículos intentos do mundo para removê-lo do cenário (vv.4-6).

(3) Deus, o Pai, promete que enviará seu Filho amado (vv.7-9). para aniquilar todos que se opõem ao seu governo.

(4) Através do salmista, o Espírito Santo exorta a raça humana a ser sábia diante de Deus.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Salmos 2.1-9.

 

1 — Por que se amotinam as nações, e os povos imaginam coisas vãs?

2 — Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos se mancomunam contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:

3 — Rompamos as suas ataduras e sacudamos de nós as suas cordas.

4 — Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.

5 — Então, lhes falará na sua ira e no seu furor os confundirá.

6 — Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte Sião.

7 — Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei.

8 — Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão.

9 — Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

A história é marcada por impérios que tentaram dominar o mundo. Até hoje há líderes que possuem a utopia de dominá-lo. O Salmo 2 mostra que há um rei em que seu reinado nunca terá fim. Veremos como as nações insistem em rebelar-se contra esse rei, como este pedirá contas dos homens e, finalmente, como que o rei messiânico apela para que os reis se rendam ao seu senhorio.

 

 

I. A REBELIÃO CONTRA O UNGIDO DE DEUS

 

1. A importância do Salmo 2. O Salmo 2 está na categoria dos salmos régios ou messiânicos. Segundos estudiosos, é possível que os salmos régios se refiram a Davi ou algum rei em Israel. O ponto importante é que esses salmos são uma descrição do rei messiânico. Não por acaso, o Novo Testamento aplica o Salmo 2 à pessoa de Jesus tanto na perspectiva do ministério terreno quanto na perspectiva futura daquEle que implantará o seu glorioso reino na terra. Em Mateus 3.17, a expressão “este é o meu filho amado” tem a ver com Salmo 2.7; Atos 4.25-28, o evangelista cita os versículos de Salmo 2.1,2 e aplica a perseguição registrada no Salmo a Jesus. Em Hebreus 1.5 e 5.5 você verá paralelos bem claros das passagens do salmo. Por isso, o Salmo 2 é muito importante para nós os cristãos.

2. A rebelião das nações. O Salmo está estruturado em quatro blocos de três versículos cada: vv.1-3; vv.4-6; vv.7-9; vv.10-12. O primeiro bloco diz respeito à rebelião dos gentios contra a autoridade de Deus. O versículo primeiro inicia com uma pergunta retórica: “Por que se amotinam as nações […]” (v.1). Essa pergunta, na verdade, revela a presunção dos reis das nações ao se voltar contra o Senhor. Eles se preparam, planejam estratégias acreditando que terão êxito em seu propósito. O problema é que eles se levantam contra o Ungido do Senhor, na verdade, levantam-se contra 0 próprio Senhor (v.2). Eles acham mesmo que terão autonomia para romper o domínio divino, bem como seus planos (v.3). Os primeiros cristãos aplicaram essa passagem na perseguição que eles sofreram (At 4.25,26). No contexto do Novo Testamento, o Senhor Jesus é o Ungido, o Cristo de Deus, acima de todo principado, poder, potestade e domínio (Ef 2.20,21).

3. Rebelião contra Deus é tolice. Há uma lição muito preciosa nesses primeiros versículos. Se uma pessoa não servir ao Senhor Jesus e praticar o seu ensino, servirá a outro segundo a sua filosofia (Mt 6.24). Não tem como escapar. Liberdade longe de Deus é uma completa ilusão. Infelizmente, quando alguém se rebela contra o Altíssimo, deixando de seguir seus valores, tal pessoa passa a seguir uma série de falsidades e ilusões. Ora, os valores de Deus são eternos, bons e verdadeiros. O que leva um(a) jovem a deixar de desfrutar do bem espiritual que tem impacto positivo e construtivo na vida terrena para abraçar um estilo tolo e desordenado, que só trará prejuízos? Perder a juventude na rebelião contra Deus nunca foi uma boa ideia.

 

SUBSÍDIO I

 

 

“Por que se amotinam as nações? (1) Refere-se ao goyim, ‘gentios’, ‘pagãos’, não-israelitas, como distintos do povo de Israel. As nações estavam se amotinando com o propósito de organizar uma insurreição. As nações antagônicas ao verdadeiro Deus podem ser chamadas de forma apropriada de ‘gentios’. Os povos imaginam significa ‘os povos meditam’; a mesma palavra é usada em 1.2, mas aqui tem a conotação de tramar uma ação maléfica. Entende-se por coisas vãs uma rebelião irracional e sem esperança.

A rebelião não tem uma conotação meramente política. Ela é contra o Senhor e contra o seu ungido (v.2). Em hebraico, Meshiach, que é Messias. Quando traduzido para o grego, Meshiach se torna Christos. Essa é a justificativa para uma interpretação messiânica do Salmo, junto com a aplicação feita no Novo Testamento para Jesus. Os rebeldes estão determinados a romper as suas ataduras, possivelmente os ferrolhos que prendiam o jugo ao animal, e suas cordas, que podem representar as rédeas usadas para controlar o boi que puxava o arado, ‘lance fora o seu jugo’.

Quaisquer que tenham sido as circunstâncias imediatas, esses versículos representam a descrição de pecado mais comum do Antigo Testamento. O pecado não é meramente uma imperfeição humana ou finita. O pecado é uma rebelião moral, uma revolta contra as leis de Deus. Pecar é colocar a vontade do homem no centro da vida, em vez da vontade de Deus. A revolta das nações é um retrato do pecado da alma humana de cada indivíduo.” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 3. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.116).

 

 

II. O UNGIDO PEDIRÁ CONTAS

 

1. Como Deus contempla a rebelião dos homens? No versículo 4, temos uma resposta de Deus num tom de desprezo e escárnio, típicas expressões da natureza humana. É muito comum essa linguagem na Bíblia, denominada em Teologia de antropopatismo, ou seja, atribuição das paixões humanas a Deus (cf. Gn 6.6; Zc 8.2). Essa figura de linguagem nos ajuda a compreender as verdades eternas da Bíblia de acordo com a nossa capacidade. Então, Deus está olhando para a rebelião humana, zombando dela porque Ele mesmo falará aos homens no derramamento de sua ira (v.5). Os homens não podem fazer nada contra a soberania divina. Deus ungiu o seu rei sobre o monte Sião, isto é, o monte de sua santidade, onde está o Santo Templo (v.6). Não por acaso, o Novo Testamento apresenta a passagem que revela essa mesma relação entre Jesus e o Pai: “Quem vos recebe a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou” (Mt 10.40; cf. Jo 13.20).

2. O Ungido do Senhor regerá o mundo todo. O versículo 7 remonta um oráculo divino, ou profecia, em que é dito ao ungido do Senhor: “Tu és o meu filho; eu hoje te gerei” (v.7). Essa expressão tem a ver com um herdeiro da casa de Davi para sempre (2Sm 7.13,14). No Novo Testamento, o autor aos Hebreus desenvolve a messianidade de Jesus a partir dessa mesma expressão (1.5). Nesse caso, Deus dará por herança as nações ao rei (v.8) e o ungido destruirá com “vara de ferro” os rebeldes e seu reinado será de justiça (v.9).

3. Todos prestarão contas. Deus “ri” das artimanhas dos homens aqui da Terra porque todo poder vem dEle. Os homens que arrogam para si orgulho e soberba e, ao mesmo tempo, buscam a rebelião contra o Altíssimo, estão fadados ao fracasso. Da mesma forma que eles foram dotados de poder, podem perdê-lo a qualquer momento (Dn 2.21). Por isso, precisamos andar em humildade e mansidão como Jesus ensinou (Mt 11.29). A soberba e a arrogância humanas só levam ao caminho de perdição. A Palavra de Deus mostra com clareza que, seja quem for, um dia todos estaremos diante do Juiz para prestar contas de todas as nossas ações (Rm 2.6,7). E tudo será feito de acordo com a reta justiça divina (Rm 2.14-16).

 

SUBSÍDIO II

 

 

Professor(a), explique que a resposta de Deus contra os insurgentes “é retratada pelo salmista em termos de escárnio e desprezo humanos. A Bíblia frequentemente atribui a Deus aspectos, atitudes e ações derivadas da experiência humana. Isto é feito sem a intenção de rebaixar o Infinito ao nível humano, mas para apresentar verdades em termos que somos capazes de entender. O Senhor é visto como aquele que habita nos céus (v.4), ‘entronizado nos céus’, Ele nem precisa se elevar para opor-se à insurreição. O Senhor não é o nome mais comum atribuído a Deus, Yaweh (traduzido por SENHOR na ARC e ARA) mas Adonai (Senhor, indicado pelas letras em caixa baixa e depois da letra maiúscula. ‘Deus é visto como o governante soberano do mundo, em vez de o Deus da aliança de Israel’” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 3. Rio de Janeiro: CPAD. 2005, p.116).

 

 

III. UM CHAMADO À RENDIÇÃO E À SUBMISSÃO

 

1. Um chamado aos reis da Terra. O último bloco do Salmo, ou estrofe, traz um chamado à rendição completa: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra” (Sl 2.10). É uma oportunidade dada às nações para reverter seus caminhos tortuosos. Esse chamado lembra muito o convite de sabedoria que lemos no livro de Provérbios (9.10). Ademais, o chamado também é para servir a Deus com temor e tremor (v.11). Por isso, a Bíblia diz que o temor do Senhor é o princípio do saber (Pv 1.7 — NAA).

2. Se curvando ao Filho. Aquele que se arrepende da rebelião contra Deus e o seu ungido, deve se submeter ao Altíssimo e ao seu Filho: “Beijai o Filho” (v.12). É uma homenagem de submissão ao senhorio do Filho. Quem assim proceder será poupado da ira vindoura. Por isso, é feliz e realizado quem se refugia e confia no Filho (v.12). Assim, o Salmo encerra exatamente com o convite de cultivar a confiança no ungido do Senhor. O Novo Testamento nos orienta a olhar “para Jesus, autor e consumador da fé” (Hb 12.2).

3. Jesus é Rei e Senhor? De maneira geral, o Salmo nos ajuda a refletir a respeito da completa rendição e submissão a Jesus. No mundo de hoje, submeter-se e render-se a Jesus não é um desafio fácil. Isso significa fazer dEle o Rei do nosso coração. Aqui, é que acontece a verdadeira batalha: quando Jesus deve ser o Rei do nosso pensamento, do nosso sentimento e da nossa vontade (2Co 10.5). Quando nosso Senhor se torna Rei do nosso mundo interior, o mundo exterior é completamente ordenado.

Entretanto, quando Ele não é Rei da nossa vida interior, a exterior fica completamente desordenada. Por isso, o Salmo nos ajuda a refletir a respeito de não lutarmos mais contra o reinado de Jesus em nós. Deixemo-lo reinar! Então seremos verdadeiramente livres.

 

SUBSÍDIO III

 

 

“Na última estrofe, o salmista fala diretamente aos rebeldes. O texto hebraico começa com: ‘Agora, pois’ (v.10), como que indicando a conclusão extraída dos versículos precedentes. Deixai-vos instruir ou ‘admoestar’. Juízes é um termo usado para os governantes em geral, incluindo os subordinados do rei.

Em vez de continuar com sua rebelião, o povo é impelido a servir ao Senhor com temor (v.11). Aqui se tem em mente mais do que uma mera submissão política, visto que servir e temor são termos usados constantemente no Antigo Testamento com significado religioso. ‘O temor do Senhor’ é o respeito reverente com o qual o homem deve venerar o Deus soberano. Esse conceito do Antigo Testamento é o que mais se aproxima da palavra ‘rebelião’. Esse serviço capacitará o homem a legrar-se com tremor. Não existe contradição nessa cláusula. Ela representa a harmonização da ‘alegria do Senhor’ com ‘o temor do Senhor’. As duas emoções são apropriadas ao homem diante do seu Criador.

Da mesma forma que a rebelião se expressou contra o Senhor e contra o seu ungido, assim o arrependimento deve influir tanto o Deus soberano como o seu Filho real.” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 3. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.117).

 

 

CONCLUSÃO

 

O Salmo 2 tem uma ligação muito profunda com o reinado messiânico do Senhor Jesus. Ao longo dos séculos, os cristãos sempre leram esse Salmo com vista ao reino messiânico do Senhor Jesus. Haverá um tempo, em que o reino do Senhor será plenamente estabelecido neste mundo. Todavia, ele pode ser experimentado agora por meio do reinado de Cristo em nossos corações. É tempo de deixar Jesus reinar dentro de nós.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

 

JEREMIAH, David. O Desejo do Meu Coração: Vivendo Cada Momento na Maravilha da Adoração. Rio de Janeiro: CPAD.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Em qual categoria podemos classificar o Salmo 2?

O Salmo 2 está na categoria dos Salmos régios ou messiânicos.

 

2. O que a expressão “Por que se amotinam as nações” (v.1) revela?

Revela a presunção dos reis das nações ao se voltar contra o Senhor.

 

3. O que é antropopatismo?

É uma atribuição das paixões humanas a Deus.

 

4. O que a Palavra de Deus mostra?

A Palavra de Deus mostra com clareza que, seja quem for, um dia todos estaremos diante do Juiz para prestar contas de todas as nossas ações (Rm 2.6,7). E tudo será feito de acordo com a reta justiça divina (Rm 2.14-16).

 

5. O que o Salmo nos ajuda a refletir?

De maneira geral, o Salmo nos ajuda a refletir a respeito da completa rendição e submissão a Jesus.