Título: Encorajamento, Instrução e Conselho — Alcance uma Vida Cristã feliz com os ensinos dos Salmos
Comentarista: Marcelo Oliveira
Lição 7: Perdoe-me, Senhor
Data: 14 de Maio de 2023
“Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.” (Sl 51.1).
Para viver um processo de restauração espiritual é preciso reconhecer a benignidade e a misericórdia de Deus, bem como confessar o pecado praticado e abandoná-lo.
SEGUNDA — Sl 136.1
A benignidade do Senhor
TERÇA — Lm 3.22,23
As misericórdias do Senhor
QUARTA — Sl 51.3-5
Confessando o pecado
QUINTA — Rm 3.9-12
Todos estão debaixo do pecado
SEXTA — Tg 1.14,15
A prática do pecado
SÁBADO — Jo 16.8
O Espírito Santo apela para a consciência
Professor(a), continuaremos nossos estudos do Livro de Salmos. Na lição deste domingo estudaremos o Salmo 51 Veremos que ele está na categoria dos Salmos penitenciais. Esses nos ensinam a respeito da importância da confissão e busca pelo perdão de Deus, Este Salmo foi escrito por Davi quando ele foi confrontado pelo profeta Natã por ocasião do adultério com Bate-Seba e o assassinato de Urias (cf. 2Sm 12.1-14).
O estudo do Salmo 51 nos revela importantes preceitos divinos para uma vida cristã abençoada, como por exemplo: a natureza misericordiosa de Deus, a necessidade de confessar o pecado para ser restaurado, a disposição de viver o processo de restauração e viver a adoração pública de maneira restaurada.
Como crentes recebemos uma nova natureza e não somos mais escravos do pecado, entretanto enquanto vivermos neste mundo estamos vulneráveis ao pecado. Mas, agora não mais pecamos de forma deliberada. O erro é um acidente.
É importante que no decorrer da lição você ressalte que é tempo de humilhar-se e de confessar toda iniquidade, ainda é tempo de ser restaurado(a) por Deus!
Professor(a), reproduza a tabela abaixo no quadro. Sugerimos que você a utilize-a para explicar aos alunos a estrutura do Salmo 51. Conhecer e analisar a estrutura nos ajuda a ter uma compreensão melhor do texto bíblico que será estudado.
1. Reconhecimento da natureza misericordiosa de Deus (vv.1,2);
2. Confissão de pecados (vv.3-5);
3. Busca por restauração (vv.6,13);
4. A adoração verdadeira (vv.14-17).
Salmos 51.1-17.
1 — Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
2 — Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado.
3 — Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
4 — Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares.
5 — Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.
6 — Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.
7 — Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
8 — Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste.
9 — Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades.
10 — Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.
11 — Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo.
12 — Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário.
13 — Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão.
14 — Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça.
15 — Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor.
16 — Porque te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos.
17 — Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
INTRODUÇÃO
O Salmo 51 está na categoria dos Salmos penitenciais. Esses Salmos trazem a ideia de confissão e busca pelo perdão de Deus. Outros Salmos podem ser classificados nessa categoria: 6, 37, 142, dentre outros. De acordo com essa categoria, o Salmo 51 remonta o contexto em que o rei Davi foi confrontado pelo profeta Natã por ocasião do seu adultério com Bate-Seba e o consequente assassinato do esposo dela, Urias (cf. 2Sm 12.1-14), ordenado e planejado pelo rei. Por isso, o Salmo 51 está estruturado da seguinte forma: 1) Reconhecimento da natureza misericordiosa de Deus (vv.1,2); 2) Confissão de pecados (vv.3-5); 3) Busca por restauração (vv.6,13); 4) Adoração verdadeira (vv.14-17); 5) O bem a Sião (vv.18,19). Assim, nesta lição, estudaremos sobre a natureza misericordiosa de Deus, a necessidade de confessar o pecado para ser restaurado, a disposição de viver o processo de restauração e, finalmente, viver a adoração pública de maneira restaurada.
I. MISERICÓRDIA E CONFISSÃO (vv.1-5)
1. Um clamor por misericórdia. Nos dois primeiros versículos, chama a atenção as expressões “tem misericórdia” e “benignidade”; “apaga minhas transgressões” e “tua misericórdia”; “lava-me” e “purifica-me”. O salmista tem uma clara noção de que Deus é benigno e misericordioso. A benignidade do Senhor dura para sempre (Sl 136.1), e suas misericórdias não têm fim (Lm 3.22,23). Por isso, só Deus pode “lavar” e “purificar” a alma do salmista. Assim, o rei Davi tem plena certeza de que se dirigir diretamente a Deus é a melhor decisão. Ele é benigno e misericordioso. Só Ele pode lavar e purificar sua alma.
2. Confessando o pecado. O salmista se dirige a Deus de maneira humilde, confessando e especificando o seu pecado (vv.3,4). Este estava tão patente diante dele que a expressão “em pecado me concebeu a minha mãe” (v.5) revela que o salmista reconhece a inclinação humana para o pecado desde o início da existência humana. Dois pontos estão bem claros nos versículos 3-5: 1) o pecado específico praticado (vv.3,4) e 2) a consciência da inclinação humana ao pecado desde o início da existência (v.5; cf. Rm 3.9-12).
3. Deus é quem remove o pecado. Contra a prática do pecado só há um antídoto: voltar-se ao Deus misericordioso, por intermédio de Jesus Cristo, e confessar o pecado (vv.1-5; cf. 1Jo 1.8-10). Todo pecado é contra Deus somente. Embora Davi tivesse adulterado com Bate-Seba e ordenado a execução de Urias, foi “contra ti, contra ti somente pequei”. Davi havia violado vários mandamentos do Decálogo (cf. Êx 20.13-17) e, por isso, seu pecado era exclusivamente contra Deus. Logo, quem peca contra Deus só pode ser lavado, bem como ter purificado o coração, por Ele mesmo por intermédio do Senhor Jesus (1Jo 2.1,2). Assim, o caminho para a restauração do jovem cristão, de maneira humilde, é se dirigir ao Deus misericordioso, confessando especificamente o pecado praticado, tendo a consciência de que somente Deus pode remover a mancha deletéria do pecado por meio do Senhor Jesus.
Salmo de Davi, Professor(a), explique que “conforme se lê no título, este salmo de confissão é atribuído a Davi, alusivo ao momento em que o profeta Natã revelou seus pecados de adultério e de homicídio. Note-se que este salmo foi escrito por um crente que voluntariamente pecou contra Deus e de modo tão grave que foi privado da comunhão e da presença de Deus (cf. v.11). Provavelmente, Davi escreveu este salmo já arrependido, após Natã declarar-lhe o perdão divino (2Sm 12.13). Davi roga contritamente a plena restauração da sua salvação, a pureza, a presença de Deus, a vitalidade espiritual e a alegria.” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. p.856).
II. BUSCANDO A RESTAURAÇÃO (vv.6-13)
1. Purificando a vida interior. A prática do pecado nasce de dentro do ser humano (Tg 1.14,15). Isso devido à corrupção total da natureza humana como consequência do advento do pecado (Gn 3.1-19; cf. Rm 3.20). Nesse sentido, contemplamos o pedido do salmista: “purifica-me”, “lava-me”, “apaga”, “cria em mim [ ] um coração puro” (Sl 51.6-11). O salmista sabia que Deus aprecia a verdade de nossa vida interior, pois diante dEle tudo está patente (v.6). Somente Deus pode criar um coração puro, não mais sujo pelo pecado (v.10); um espírito reto, não uma vida torta (v.10). A nossa vida interior precisa ser purificada para que a presença do Espírito Santo seja uma realidade e, assim, tenhamos de volta a alegria da salvação e um espírito voluntário nas coisas de Deus (v.12).
2. Restituindo a alegria e o júbilo. Com a vida interior purificada, o salmista espera ouvir júbilos e alegrias (v.8) no lugar de tristeza e angústia pelo pecado praticado. Sim, o salmista sabia que o pecado apaga a alegria de viver. O processo de restauração do pecador perpassa pela confissão, humilhação diante de Deus e, finalmente, o fato de tornar a sentir a presença do Espírito Santo. Neste Salmo, uma das verdades mais contundentes é a de que o pecado tira a presença de Deus do salmista (cf. Ef 4.30). Sem esta presença não há alegria nem júbilo, mas sobra tristeza, angústia, frustração e consciência pesada.
3. A restauração começa pela renovação interior. Precisamos lembrar de que a obra de restauração de uma vida que caiu no pecado é de Deus e não meramente uma decisão humana. Ele pode dar um coração puro e um espírito reto (Sl 51.10). Outrossim, o Espírito Santo sempre apelará para nossa consciência a fim de que não fiquemos imersos na prática do pecado, pois é Ele quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). E, finalmente, há uma vida plena no Espírito, de alegria e júbilo para servir a Deus em sua obra e na vida. Entretanto, tudo começa pela purificação do coração e o estabelecimento de um espírito reto; tudo começa pela renovação interior do jovem cristão.
Professor(a), explique que “todos que pecaram gravemente e que estão opressos por sentimento de culpa podem obter o perdão, a purificação do pecado e a restauração diante de Deus, se o buscarem conforme a natureza e a mensagem deste salmo. A súplica de Davi, por perdão e restauração, baseia-se na graça, misericórdia, benignidade e compaixão de Deus (v.1), num coração verdadeiramente quebrantado e arrependido (v.17) e, em sentido pleno, na morte vicária de Cristo pelos nossos pecados (1Jo 2.1,2).
Às vezes, a certeza do perdão e restauração da bênção divina não ocorrem facilmente. A pessoa que antes desfrutava a alegria da salvação desce às profundezas da imoralidade poderá passar por um período de arrependimento e de conflitos interiores antes de receber a certeza do perdão e a plena restauração ao favor de Deus. A experiência de Davi revela quão terrível é ofender a um Deus santo depois de alguém ter sido tão ricamente abençoado por Ele” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.856).
III. PRONTOS PARA ADORAR (vv.14-17)
1. O desejo de participar da adoração pública. Lembre-se de que os Salmos são canções para adorar, principalmente, no Templo. O salmista tem o desejo, aqui, de louvar a justiça divina (Sl 51.14). Por isso, o pedido de livrá-lo dos “crimes de sangue”, certamente, uma alusão ao assassinato de Urias (v.14). Assim, uma vez perdoado, o salmista estaria pronto para adorar publicamente no Templo do Senhor de acordo com a justiça divina (v.15). A adoração pública, congregacional, tem a ver com o real estado interior da vida do salmista.
2. Quebrantamento e contrição. Os versículos 16 e 17 aprofundam mais ainda a questão do estado interior para a adoração pública. Note as expressões “espírito quebrantado” e “coração quebrantado e contrito”. Essas expressões não substituíram o sistema de sacrifício levítico, pois ele é retomado no versículo 19. A ideia é a de que não podemos nos apresentar para adoração pública de maneira mecânica, superficial. Nesse sentido, o salmista entende que todo o seu ser deve estar presente no ato de adoração, isto é, espírito, alma e corpo (cf. 1Ts 5.23). Espírito e coração quebrantados e contritos são a prova de que a vida inteira do adorador está ali diante de Deus.
3. Fazendo o bem para outros. A nossa experiência de restauração nos permite “ensinar aos transgressores os teus caminhos” (Sl 51.13). É isso o que Deus quer fazer conosco. Que os nossos gestos exteriores reflitam a nossa vida interior, pois se o nosso coração for puro e nosso espírito for reto, consequentemente, nossas ações serão puras e retas (cf. Mc 7.18-22). Com o advento do sacrifício de Jesus Cristo, nós, almas restauradas, corpos posicionados, somos o sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1).
Professor(a), explique aos alunos que “todos os crentes precisam que o Espírito Santo crie neles um coração puro que aborreça a iniquidade e um espírito renovado e disposto a fazer a vontade de Deus. Somente Deus pode nos fazer novas criaturas e nos restaurar à verdadeira santidade (Jo 3.3; 2Co 5.17).
Davi sabe que se Deus abolir da sua vida a obra do Espírito Santo, que convence e repreende o pecador face aos seus pecados, não haverá qualquer esperança de salvação.” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.856).
CONCLUSÃO
Todos nós estamos vulneráveis ao pecado. Por isso, a Palavra de Deus nos ensina a vigiar e a cuidar de nossa vida espiritual. Entretanto, quando acontece um “acidente de percurso” na vida do jovem cristão, é importante que ele não deixe de perceber que Deus é misericórdia, que é necessário confessar especificamente o pecado praticado, primeiramente a Deus. em seguida, ao pastor da igreja e, finalmente, viver o processo de restauração espiritual. O Espírito Santo nunca deixará de apelar às consciências dos que temem a Deus. É tempo de humilhar-se! É tempo de confessar! É tempo de ser restaurado(a) por Deus!
DEVER, Mark. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e Homilética. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
1. Qual noção o salmista tem a respeito de Deus?
Ele tem uma clara noção de que Deus é benigno e misericordioso.
2. Qual o único antídoto contra a prática do pecado?
Contra a prática do pecado só há um antídoto: voltar-se ao Deus misericordioso, por intermédio de Jesus Cristo, e confessar o pecado (vv.1-5: cf. 1Jo 1.8-10).
3. Quem é que pode criar um coração puro?
Somente Deus pode criar um coração puro, não mais sujo pelo pecado (v.10); um espírito reto, não uma vida torta (v.10).
4. Segundo a lição, a adoração pública, congregacional tem a ver com o quê?
A adoração pública, congregacional, tem a ver com o real estado interior da vida do salmista.
5. O que a nossa experiência de restauração nos permite?
A nossa experiência de restauração nos permite “ensinar aos transgressores os teus caminhos” (Sl 51.13).