Título: Encorajamento, Instrução e Conselho — Alcance uma Vida Cristã feliz com os ensinos dos Salmos
Comentarista: Marcelo Oliveira
Lição 9: Habitando no esconderijo do Altíssimo
Data: 28 de Maio de 2023
“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.” (Sl 91.1).
Quem se relaciona de maneira sincera com Deus, pode dizer que Ele é o seu refúgio e fortaleza.
SEGUNDA — Mt 17.17,18
Uma fé firme em Cristo Jesus
TERÇA — Js 1.9
A virtude bíblica da fortaleza
QUARTA — Rm 16.20
Vitória por meio de Jesus
QUINTA — Hb 11.35-40
Padecimentos na vida dos fiéis
SEXTA — Os 6.3
É preciso conhecer ao Senhor
SÁBADO — Lc 18.1
Tempo de buscar o Senhor em oração
Prezado(a) professor(a), nesta lição estudaremos o Salmo 91 Este é um dos mais conhecidos e mais queridos Salmos de nossas igrejas. Entretanto, infelizmente alguns fazem um uso indevido dele, utilizando-o como um “amuleto” de proteção contra o mal. Não adianta deixar a Bíblia aberta no Salmo 91, pois temos que ler toda a Palavra de Deus e confiar que o nosso socorro vem somente do Senhor. Como o salmista, a nossa confiança deve estar depositada em Deus e só assim veremos o seu cuidado para conosco. Neste Salmo o autor nos revela o Altíssimo como um refúgio e uma fortaleza. Ele nos livra dos perigos e das muitas ciladas do Inimigo quando confiamos de modo incondicional em seu poder e misericórdia. Que a sua confiança no Senhor aumente cada dia mais e que você e seus alunos possam descansar à sombra dEle.
Professor(a), inicie a lição fazendo as seguintes perguntas: “Quando você enfrenta uma situação difícil em que se refugia?”; “A quem você pede ajuda?”. Incentive a participação dos alunos e ouça a todos com atenção. Em seguida, utilize o texto abaixo para explicar que Deus deve ser em toda e qualquer situação o nosso abrigo. Diga que “Deus é um abrigo, um refúgio quando sentimos medo. A fé do salmista no Deus Todo-Poderoso como protetor ajudou-o a atravessar todos os perigos e temores da vida. Isto deve moldar a nossa confiança: trocar todos os nossos temores pela fé em Deus, não importando quão possam ser. Para fazer isto, devemos viver e permanecer nEle (v.1). Confiando-nos à sua proteção e garantindo a nossa devoção diária a Ele, estaremos a salvo” (Adaptado de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD, p.797).
Salmo 91.1-16.
1 — Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.
2 — Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.
3 — Porque ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.
4 — Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é escudo e broquel.
5 — Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia,
6 — nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia.
7 — Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas tu não serás atingido.
8 — Somente com os teus olhos olharás e verás a recompensa dos ímpios.
9 — Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio! O Altíssimo é a tua habitação,
10 — Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda,
11 — Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.
12 — Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.
13 — Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.
14 — Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu nome.
15 — Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei.
16 — Dar-lhe-ei abundância de dias e lhe mostrarei a minha salvação.
INTRODUÇÃO
A temática desta lição é o Salmo 91, um dos salmos mais queridos de nossas igrejas. Veremos que ele é um cântico precioso a respeito da confiança em Deus. Ele revela o Altíssimo como refúgio e fortaleza do fiel, sua consequente promessa de livramento e um apelo para o fiel apegar-se mais ao seu Deus. Que possamos, à luz desse belíssimo salmo, descansar à sombra do Onipotente.
I. DEUS COMO O NOSSO REFÚGIO E FORTALEZA
1. A estrutura do Salmo 91. Nesta lição, classificamos a estrutura do Salmo 91 em três grandes partes: 1) Deus como o nosso refúgio e fortaleza (vv.1,2); 2) experimentando o livramento do Senhor (vv.3-13); 3) apegados ao Senhor (vv.14-16). Com base nessa estrutura, e fazendo a leitura e declamação do salmo, percebemos que a palavra-chave é “confiança”. Nesse sentido, o Salmo 91 tem semelhança com o 23 e o 46. Ele expressa a segurança dos que depositam a sua confiança em Deus. Ao longo dos anos, a igreja tem encontrado consolo e conforto nesse salmo, que segundo o pastor George Wood, pode ser relacionado ao que o apóstolo Paulo escreve em Romanos 8.31-39. Nesse aspecto, o cristão lê e canta esse salmo, buscando em Deus proteção em tempos de perigos físicos e espirituais.
2. O Deus soberano. Nos versículos 1 e 2 podemos identificar uma alternância entre a primeira e a segunda pessoa: “Aquele que habita [ ]” e “Ele é o meu Deus”. No primeiro versículo, as palavras “esconderijo”, “Altíssimo”, “sombra”, “Onipotente”, “descansará” remontam a ideia de plena segurança em Deus. Nesse sentido, estamos diante do que o Senhor Jesus sempre esperou de seus seguidores: uma fé robusta e firme (Mt 17.17,18; cf. Mt 8.26). O versículo 1 é uma afirmação do salmista de que é preciso reconhecera soberania de Deus em tudo em nossa vida, daí o destaque de palavras como Altíssimo e Onipotente. Só quem tem fé no Deus Altíssimo, habita com Ele, se esconde nEle e descansa debaixo de sua sombra, pode confiar plenamente no Senhor. Essa confiança é o resultado de um relacionamento estreito com o Deus Todo-Poderoso. Diante de muitos ensinos que enfraquecem a doutrina da soberania de Deus, que a Bíblia expõe com riqueza de detalhes, o Salmo 91 é um convite para nos lembrar de que a soberania divina é uma doutrina bíblica e cristã inegociável na história da Igreja e com impacto profundo na qualidade da vida espiritual dos crentes. Quem não crê na soberania divina tal qual encontramos na Bíblia, afastou-se do ensino bíblico, de uma herança de fé legada pelos primeiros pais e, principalmente, não poderá declarar: “Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei” (Sl 91.2).
3. Refúgio e fortaleza. O versículo 2 se encontra na primeira pessoa. É a afirmação concreta do que Deus é para a pessoa que declama o Salmo. Assim, podemos nos refugiar no Deus Altíssimo e Onipotente. A experiência de descansar no Senhor traz a plena confiança nEle. Sim, Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza. Podemos nos esconder debaixo de “suas asas” e, ao mesmo tempo, podemos estar firmes nEle. É preciso destacar aqui a importância da virtude bíblica da fortaleza. A fortaleza é uma virtude moral que encontramos abundantemente nas páginas da Bíblia: “Seja forte e corajoso” (Js 1.9 — NAA); “Fortalecei os vossos corações” (Tg 5.8); “Mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Nesse sentido, Deus espera de nós resistência, perseverança e resiliência para fazer o bem, resistir às muitas tentações e superar os obstáculos em nossa vida espiritual e moral. Essa fortaleza não tem fundamento em nós mesmos, mas se encontra em Deus. Por isso, podemos dizer: Ele é “a minha fortaleza” (Sl 91.2).
“Este cântico de adoração, junto com o salmo sapiencial seguinte, é com frequência ligado com o Salmo precedente formando o que ficou conhecido como trilogia da confiança. Várias conexões de pensamento e expressão servem para ligá-los. O Salmo 90 representa o pedido de libertação; o salmo 92 se regozija na sua consumação; e o Salmo 91 une a oração e sua resposta em uma expressão de confiança quase inigualável.
A primeira alternância entre a primeira e a segunda pessoa está nos versículos 1-8. Nos versículos 1 e 2, o poeta expressa sua confiança na segurança proporcionada pelo esconderijo do Altíssimo (v.1), que é o seu refúgio e sua fortaleza (v.2). Nos versículos 3-8, ele dirige palavras de confiança e conforto aos seus ouvintes ou leitores. O esconderijo é o lugar escondido ou coberto provido pelo cuidado de Deus; a sombra é a proteção de Deus — possivelmente uma alusão à metáfora das asas da águia do versículo 4. Os títulos Altíssimo e Onipotente são alusões ao poder soberano de Deus para proteger e suprir os seus. O salmista encontra seu refúgio e sua fortaleza no Senhor Deus” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 3. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.256).
II. EXPERIMENTANDO O LIVRAMENTO DO SENHOR (vv.3-13)
1. Livramento dos homens maus e das doenças (vv.3-8). O salmista passa a descrever os diversos livramentos que Deus concede ao fiel que tem Deus como refúgio e fortaleza. O livramento diz respeito aos perigos de homens maus (“laço do passarinheiro”, “espanto noturno”, “seta de dia” [v.5]), bem como dos perigos de enfermidades (“peste na escuridão”, “mortandade que assola ao meio-dia” [v.6]). Os versículos 7 e 8 mostram que os ímpios cairão e receberão uma recompensa de juízo, mas o justo, o que vive em fidelidade a Deus, não será atingido e viverá em segurança.
2. Triunfando na batalha (vv.9-13). Os versículos 9 a 13 são a continuidade da descrição da segurança que o fiel tem em Deus; “O Senhor como refúgio” e “o Altíssimo como habitação” (v.9). A praga, no versículo 10, segundo os intérpretes, é uma referência às pragas que caíram no Egito (Êx 11.1), ou seja, Deus livraria o seu povo como o fez no Egito. Os versículos 11 e 12 trazem a perspectiva da intervenção divina do mundo espiritual no mundo físico, por meio de anjos. Note que no Novo Testamento, Satanás usou esses dois versículos para tentar nosso Senhor, distorcendo completamente o sentido (Mt 4.6). Em nenhum momento o salmo ensina que os crentes devem se expor deliberadamente aos perigos. E, finalmente, o leão e a cobra (v.13) trazem o símbolo de poderes destruidores e malignos, mas que o Deus Onipotente fará os seus fiéis superarem (cf. Rm 16.20).
3. Um olhar mais profundo. Precisamos ressaltar que o salmista se refere, de modo geral, à relação do fiel com o Deus soberano. Entretanto, concordo com o pastor George Wood, ele sabia que nem sempre o justo recebe uma medida igualmente justa nesta Terra (Sl 73.14), conforme lemos no livro de Jó na Bíblia, além da experiência concreta de exemplos que nos mostram isso. Certamente você já presenciou um crente fiel a Jesus padecer de uma doença incurável, ou falecer por causa de um acidente. Sofrimentos e padecimentos também assolaram o Senhor Jesus e seus apóstolos, bem como muitos heróis da fé da Bíblia (Hb 11.35-40). Não há como negar o sofrimento na vida (Jo 16.33). Isso não quer dizer falta de fé ou de fidelidade por parte do crente. O saudoso pastor George Wood nos deu uma ótima chave para ler o Salmo 91: Romanos 8.31-39. Aqui, o apóstolo Paulo nos ensina que Deus é por nós e, por isso, nada nos poderá separar do seu amor: “nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura” (Rm 8.38,39). Assim, podemos experimentar grandes livramentos físicos neste mundo. Entretanto, “sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos humanas, eterna, nos céus” (2Co 5.1; cf. Dn 3.16-18). Portanto, nada pode nos separar do amor de Deus derramado em Cristo Jesus, nosso Senhor, nem mesmo o padecimento físico.
Professor(a), explique que “os quatro nomes de Deus vistos neste Salmo descrevem diferentes aspectos da sua proteção: (1) ‘Altíssimo’ (vv.1,9) demonstrou que Ele é maior que qualquer ameaça ou perigo que venhamos a enfrentar (cf. Gn 14.18,19): (2) ‘Onipotente’ (v.1) destaca o seu poder para enfrentar e destruir todo e qualquer inimigo (cf. Êx 6.3); (3) ‘o SENHOR’ (vv.2,9,14) garante ao crente que a presença divina está sempre com ele; e (4) ‘meu Deus’ expressa a verdade de que Deus torna-se íntimo, achegado, daqueles que nEle confiam.” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. p.883).
III. APEGADOS COM O SENHOR (vv.14-16)
1. Tempo de se apegar a Deus. O tema confiança continua presente no versículo 14. As palavras “livrarei” e “protegerei” aparecem como consequência de “se apegou a mim com amor” e “conhece o meu nome”. A Palavra de Deus diz que devemos “conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor” (Os 6.3). É um exercício incessante. É preciso conhecer a Deus por meio de sua Palavra. Não há como conhecê-lo fora da Bíblia, a Palavra de Deus. Esta é a fonte inesgotável de conhecimento a respeito do Deus Todo-Poderoso.
2. Tempo de relacionamento profundo. O versículo 15 diz que o fiel invocará ao Senhor e Este o responderá e, na angústia, receberá o livramento de Deus. É na oração que encontramos consolo no Senhor. Na oração, conhecemos o Senhor de uma maneira experiencial. Contemplamos a sua presença, que inunda a nossa alma. É na batalha da oração que o nosso relacionamento com Deus se aprofunda. Que maravilha é perceber conscientemente que o Senhor responde as nossas orações (Jr 33.3). Você pode e deve desfrutar dessa rica experiência espiritual pois a oração sedimenta a solidez de nossa confiança em Deus. Quem o experimenta na oração, não duvida jamais de sua poderosa ação.
3. Desfrutando do favor do Senhor. O versículo 16 conclui o Salmo com uma promessa de longevidade e de salvação. Recobrando o prudente conselho do pastor George Wood, a promessa de longevidade e de salvação deve ser vista sempre à Luz da eternidade, como mencionamos no conteúdo acima. Sempre levando em conta a revelação do Novo Testamento a respeito da eternidade e da segurança no porvir. A lição que aprendemos no Salmo 91 é de que vale a pena confiar em Deus, tê-lo como refúgio e fortaleza, pois viveremos o seu bem tanto aqui na Terra quanto no Céu. Confie no Senhor!
CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos a respeito de Deus como nosso refúgio e fortaleza. Quem se refugia nEle, recebe sustento e livramento. Confiar inteiramente em Deus é a grande mensagem desse salmo. Por isso, a despeito das circunstâncias e das adversidades externas, a nossa fé está amparada em Deus. Ele é o nosso esteio, sustento e rocha inabalável. O Salmo 91 é uma expressão que revela uma confiança inigualável no Todo-Poderoso. O Senhor é poderoso para nos guardar de todo o perigo. Os sistemas de segurança do homem, por mais sofisticados que sejam, podem falhar, mas o Senhor é infalível. Então, não deixe a preocupação e o medo dominarem seu coração. Confie inteiramente no Senhor.
GEISLER, Norman L.; MEISTER, Chad V. (Ed.). Razões para Crer: Apresentando Argumentos da Fé Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
1. Segundo a lição, apresente a estrutura do Salmo 91.
Nesta lição, classificamos a estrutura do Salmo 91 em três grandes partes: 1) Deus como o nosso refúgio e fortaleza (vv.1,2); 2) experimentando o livramento do Senhor (vv.3-13) e 3) apegados ao Senhor (vv.14-16).
2. Qual a palavra-chave do Salmo 91?
A palavra-chave é “confiança”.
3. O que o salmista já sabia?
Ele sabia que nem sempre o justo recebe uma medida igualmente justa nesta Terra (Sl 73.14).
4. Qual é a fonte inesgotável do conhecimento de Deus?
A Bíblia, a Palavra de Deus.
5. Que lição aprendemos do Salmo 91?
A lição que aprendemos no Salmo 91 é de que vale a pena confiar em Deus, tê-lo como refúgio e fortaleza, pois viveremos o seu bem tanto aqui na Terra como no Céu. Confie no Senhor!