Título: Encorajamento, Instrução e Conselho — Alcance uma Vida Cristã feliz com os ensinos dos Salmos
Comentarista: Marcelo Oliveira
Lição 10: Bendiga ao Deus Criador
Data: 04 de Junho de 2023
“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade. [ ] Bendize, ó minha alma, ao SENHOR. Louvai ao SENHOR.” (Sl 104.1,35).
Deus é majestoso e glorioso, e suas obras revelam a sua magnificência. Por isso, somos chamados a louvá-lo, meditar em seus feitos e bendizê-lo por toda a vida.
SEGUNDA — Is 40.22
Deus está assentado sobre o globo da Terra
TERÇA — Sl 96.6
“Glória e majestade estão ante a sua face”
QUARTA — At 17.24,28a
Nele vivemos, nos movemos e existimos
QUINTA — Ec 3.1-8
O tempo determinado para as coisas
SEXTA — Rm 11.33-36
A sabedoria insondável de Deus
SÁBADO — Zc 12.1; Rm 8.16
A vida interior é uma criação de Deus
Professor(a), nesta lição estudaremos o Salmo 104. Veremos que ele é um hino que celebra as obras de Deus.
Enfatize aos alunos que o estudo deste Salmo vai nos trazer uma compreensão ainda maior a respeito do Deus que governa a Criação. Veremos que o Senhor não somente criou todas as coisas mediante o poder da sua palavra, Ele também a sustenta.
Aproveite a temática da lição e promova uma reflexão a respeito dos feitos do Senhor. Mostre que somente o Ele é digno de que venhamos bendizê-lo para sempre. Você verá que esta lição é um convite para, a partir da perfeição da obra de Deus, encontrarmos sentido para superar obstáculos em todas as áreas da nossa vida.
Professor(a), pergunte aos alunos o que eles conhecem a respeito do Salmo 104. Ouça-os com atenção. Em seguida, reproduza a tabela abaixo no quadro. Converse com os alunos explicando que o Salmo 104 fala a respeito do poder criativo de Deus. Diga que o Senhor não somente criou o universo, mas o sustenta até os dias de hoje. Faça, de forma resumida, uma explanação a respeito do relacionamento de Deus com a sua criação. Utilize a tabela para também mostrar a estrutura do Salmo.
1. A glória de Deus na criação (vv.1-23);
2. A glória de Deus na conservação (vv.24-30);
3. A glória de Deus na correção (vv.31-35).
Salmos 104.1-5,9-12,19-24,35.
1 — Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade.
2 — Ele cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina.
3 — Põe nas águas os vigamentos das suas câmaras, faz das nuvens o seu carro e anda sobre as asas do vento.
4 — Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo abrasador.
5 — Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum.
9 — Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.
10 — Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes.
11 — Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua sede.
12 — Junto delas habitam as aves do céu, cantando entre os ramos.
19 — Designou a lua para as estações; o sol conhece o seu ocaso.
20 — Ordenas a escuridão, e faz-se noite, na qual saem todos os animais da selva.
21 — Os leõezinhos bramam pela presa e de Deus buscam o seu sustento.
22 — Nasce o sol e logo se recolhem e se deitam nos seus covis.
23 — Então, sai o homem para a sua lida e para o seu trabalho, até à tarde.
24 — Ó SENHOR, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.
35 — Desapareçam da terra os pecadores, e os ímpios não sejam mais. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR. Louvai ao SENHOR.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos um hino de louvor que celebra as obras de Deus. Nesse sentido, trataremos a respeito da glória e da majestade divinas. Veremos também como Deus governa a Criação, destacando seu poder criador, ordenador e sustentador. E, finalmente, refletiremos a respeito do convite do salmista a cantar ao Senhor, meditar em seus feitos e bendizê-lo para sempre. Esta lição é um convite para, a partir da perfeição da obra de Deus, encontrarmos sentido para superar obstáculos em nossa vida espiritual.
I. A GLÓRIA E A MAJESTADE DE DEUS
1. Estrutura do Salmo 104. O Salmo 104 inicia e encerra com a seguinte expressão: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor!”. Ele é um hino de celebração da criação de Deus, das coisas ordenadas e sustentadas por Ele mesmo. Muitos estudiosos o remontam ao primeiro e ao segundo capítulo de Gênesis. Por isso, podemos apreciar uma divisão do Salmo 104 parecida com os dias de Gênesis: Primeiro dia: Luz (v.2a); segundo dia: divisão das águas (vv.2b-4); terceiro dia: separação entre a terra e a água (vv.5-13), vegetação e árvores (vv.14-18); quarto dia: luzeiros como guardião do tempo (vv.19-24); quinto dia: criaturas marinhas (vv.25,26); sexto dia: animais terrestres, o homem (vv.21-24) e alimentos para as criaturas (vv.27-30). Assim, essa estrutura revela a majestade e a glória do Criador e, por isso, somos convidados a deleitar a nossa alma à vista do maravilhoso trabalho manual do Deus Todo-Poderoso.
2. Deus está vestido de glória e majestade. Os versículos 1 e 2 dizem que Deus está vestido de glória e de majestade, além dos céus serem uma “cortina”, as águas, “o vigamento de sua morada”, bem como os anjos e ministros, “ventos e labaredas de fogo” (vv.3,4), É o Deus que está assentado sobre o globo da Terra (Is 40.22); em que a “glória e majestade” revelam a sua face e o seu santuário revela sua “força e formosura” (Sl 96.6). Logo, os quatro primeiros versículos do Salmo 104 revelam razões preciosas para que os seres humanos exaltem e adorem a Deus.
3. Contemplando a glória de Deus. É bem possível que você esteja vivendo dias em que não se sinta disposto(a) a bendizer ao Senhor. Pode ser que uma “tormenta” misturada ao “furacão” tenha se abatido sobre a sua vida. Uma decepção com o vestibular ou outra com uma vaga de emprego que não se abriu, uma decepção afetiva ou qualquer outra circunstância que trouxe incômodo à sua alma. Muitas vezes a nossa fé é posta à prova diante de uma experiência de sofrimento. Uns acabam perdendo a fé nesse processo, mas outros conseguem superá-lo e sair fortalecidos com a força do Espírito Santo. Isso acontece quando eles compreendem que o Deus majestoso revela a sua glória, força e formosura até mesmo em momentos sombrios (Is 40.22; Sl 96.6). Ainda que o momento seja de vazio e sem forma, todavia, Deus é poderoso para dar um acabamento perfeito. A ordem e a sustentação da Criação nos revelam um Deus majestoso e formoso que ordena e sustenta a nossa vida por completo (At 17.24,28a).
Professo(a), explique que o Salmo 104 é “um hino a respeito da criação de todas as coisas, efetuada por Deus, e do seu providente cuidado concernente a todas as suas obras, Ressalta o seu interesse e cuidado em tudo que Ele criou, pois Ele está presente no mundo e o sustém. Aquilo que Deus continua fazendo no universo revela a sua glória. Todavia, a criação executada por Deus está maculada pelo pecado e pelo mal; por isso, o Salmo termina com uma oração para Deus remover da criação todo mal e todas aqueles que vivem na iniquidade (cf. Rm 8.19-23).” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. p.856).
II. DEUS GOVERNA A CRIAÇÃO
1. Deus criou. A questão de apresentar Deus como o Criador é de grande importância para nós, os cristãos. Ela responde às perguntas: “De onde viemos?”, “Qual é a nossa origem?”, “Para onde vamos?". São perguntas que remontam o sentido da vida. Diante de muitas tentativas humanas em responder qual o sentido da vida e às questões do início e do fim da existência, o Salmo 104 afirma que Deus criou a luz (v.2a), dividiu as águas (vv.2b-4), criou a vegetação e as árvores (vv.14-18), criou as criaturas marinhas (vv.25.26), criou os animais terrestres, o homem e os alimentos para as criaturas (vv.21-30). Nesse sentido, tudo o que vemos na Criação tem a assinatura celestial do Criador. Ora, sem Deus não haveria o sol, a lua, as estrelas, o céu, a terra, os animais. Sem Deus você não existiria.
2. Deus ordenou. Deus não apenas criou, mas Ele ordenou a sua Criação. Certo filósofo da antiguidade disse que próprio do sábio é ordenar. Deus é todo sábio (v.24; Rm 11.33-36) e, por isso, ordenou a sua criação (vv.19-22). Pense nos ciclos das estações do ano: o verão, o outono, o inverno e a primavera. Tudo ordenado pelo Criador. Pense no ciclo vital das plantas: germinação da semente, crescimento da planta e produção de novas sementes. Assim também no ciclo vital dos seres vivos: nascem, desenvolvem-se, reproduzem-se e morrem. Pense ainda nas fases de desenvolvimento do ser humano: infância, adolescência, fase adulta e velhice. Tudo na Criação, tanto humana quanto vegetal, tem um tempo estabelecido e ordenado por Deus (Ec 3.1-8). Isso não é aleatório ou por acaso, mas revela um Criador que ordenou, com precisão, o que criou (Gn 1.6-13). Por acaso, a sua vida não pode ser ordenada por Ele?
3. Deus sustenta. Deus criou, ordenou e não abandonou a sua Criação (v.5). Ele estabeleceu as Leis naturais que garantem o sustento e o desenvolvimento de tudo que formou (vv.11-15). A respeito do ser humano, a Palavra de Deus diz: “Fala o Senhor [ ] que forma o espírito do homem dentro dele” (Zc 12.1). Já parou para pensar que, além do sustento físico, Deus sustenta a vida interior do ser humano? Você tem dentro de si algumas faculdades cognitivas sem as quais a vida seria impossível: 1) memória: 2) atenção; 3) imaginação; 4) vontade; 5) linguagem etc. É por meio dessas faculdades que a Palavra de Deus comunica para nós a vontade divina e o Espírito Santo esclarecemos a respeito de verdades celestiais (Rm 8.16). Por isso, o Senhor Jesus afirmou: “[ ] Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Ora, Ele sustenta você física, emocional e espiritualmente.
Professor(a), explique que Deus governa e sustenta a sua criação. “Ele cuida para que eles tenham moradia adequada. Deus concedeu sabedoria aos homens para que construam por si mesmos e para o rebanho que é útil para eles, todavia, há algumas criaturas para as quais Deus provê mais imediatamente abrigo, Algumas aves, por instinto, constroem seus ninhos em arbustos próximos de rios: Nas nascentes que correm entre os moentes, habitam as aves do céu, cantando entre ramos (v.12). Elas cantam de acordo com sua capacidade para honra de seu Criador e benfeitor, e o canto delas envergonha o nosso silêncio, ‘Nosso Pai celestial as alimenta’ (Mt 6.26), por isso, elas são tranquilas, alegres e não pensam no amanhã.” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro: CPAD. 2010. p.574).
III. UM CONVITE PARA DELEITAR-SE NO BEM DO SENHOR
1. “Cantarei ao Senhor”. Por tudo o que Deus fez e faz, o salmista diz: “Cantarei ao SENHOR enquanto eu viver” (v.33). É um convite para viver de maneira em que a vida seja digna de louvar a Deus. Assim, cante ao Senhor porque Ele criou você! Cante ao Senhor porque Ele ordena a sua vida! Cante ao Senhor porque Ele sustenta a sua vida! Em Deus, tudo é motivo para louvá-lo.
2. “A minha meditação”. Uma vida de louvor a Deus não pode ser dissociada de uma vida de meditação. Por isso, o salmista afirma: “A minha meditação a seu respeito será suave”; e por isso, “eu me alegrarei no Senhor” (v.34). Os judeus sempre tiveram em alta conta a prática da meditação bíblica. No Ocidente, infelizmente, essa prática não é muito comum. A meditação bíblica tem a ver com a ideia de pensar de maneira bem concentrada a respeito de algo bíblico e espiritual. Isso pode ser feito antes de um período de oração e após a leitura de uma porção bíblica. Por exemplo, nesta lição, estudamos a respeito da majestade de Deus, como Criador, Ordenador e Sustentador da Criação. Seria muito proveitoso parar um pouco e meditar a respeito disso. Algumas perguntas, a partir do texto bíblico lido, ajudam nesse processo: “a visão de Isaías 61.3, ajuda-nos a contemplar a beleza da majestade do Senhor”; “Como posso contemplar a majestade e glória de Deus?”; “O que eu era antes de Deus me criar?”; “Que impacto tem em mim a verdade de que Deus me criou do nada?”; “Consigo observar Deus organizando o seu plano em minha vida, na infância, na juventude e na fase adulta?”; “Percebo os dias bem específicos em que contemplei a provisão de Deus?”. Essas perguntas meditativas devem ser feitas em profunda contrição espiritual e quebrantamento de espírito, com uma consciência de que Deus está presente. Quando praticamos isso de maneira disciplinada, somado à nossa vida de oração, o resultado é o seguinte: “eu me alegrarei no Senhor” (v.34). Após uma semana de prática, é notória a diferença em nossa vida espiritual. A prática da meditação bíblica tem base na Bíblia e na história da Igreja. Homens de Deus do passado, como John Wesley, praticavam a meditação bíblica. Teremos muito proveito espiritual ao meditarmos em diferentes porções das Escrituras Sagradas.
3. “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR”. Finalmente, o Salmo encerra-se com o salmista exortando a própria alma a bendizer ao Senhor (v.35). Lembre-se de que a expressão “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR” também inicia este Salmo. Fica claro que, independentemente do que esteja acontecendo em nossa vida, temos muitos motivos para deleitarmos em Deus. Após cantar ao Senhor e meditar em suas obras não há outra coisa a fazer, senão: “Bendize, ó minha alma ao SENHOR” (v.35).
Professor(a), faça a seguinte indagação: “Você já louvou a Deus hoje pela sua criação?”. Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida, explique que “o salmista louvou muito a Deus: ‘Cantarei ao Senhor; [ ] ao meu Deus, louvá-lo-ei como Jeová, o Criador; e como meu Deus, o Deus da aliança comigo, e não só agora, mas enquanto eu viver e enquanto existir’ (v.33).” (HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro: CPAD. 2010. p.576).
CONCLUSÃO
Nesta lição, contemplamos a glória e a majestade de Deus. Aprendemos que esse ser glorioso criou todas as coisas, e não somente as criou: ordenou todas as coisas, e não somente as ordenou; Ele sustenta todas as coisas. Isso é muito consolador, pois entendemos que não fomos deixados sozinhos no mundo. Deus está conosco! Por isso, esse é o tempo em que devemos cantar ao Senhor, meditar em suas obras e bendizê-lo verdadeiramente.
HAN, Ken. Criacionismo: Verdade ou Mito. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
1. De acordo com a lição, o que é o Salmo 104?
Ele é um hino de celebração da criação de Deus, das coisas ordenadas e sustentadas por Ele mesmo.
2. O que os quatro primeiros versículos do Salmo 104 revelam?
Os quatro primeiros versículos do Salmo 104 revelam razões preciosas para que os seres humanos exaltem e adorem a Deus.
3. Segundo a lição, o Salmo 104 apresenta Deus de três formas quanto ao seu governo da Criação. Quais são?
Deus criou: Deus ordenou e Deus sustenta.
4. O que a meditação bíblica tem a ver?
A meditação bíblica tem a ver com a ideia de pensar de maneira bem concentrada a respeito de algo bíblico e espiritual. Isso pode ser feito antes de um período de oração e após a leitura de uma porção bíblica.
5. Como o Salmo 104 encerra?
O Salmo encerra com o salmista exortando a própria alma a bendizer ao Senhor (v.35).