Título: Encorajamento, Instrução e Conselho — Alcance uma Vida Cristã feliz com os ensinos dos Salmos
Comentarista: Marcelo Oliveira
Lição 13: A beleza da unidade espiritual
Data: 25 de Junho de 2023
“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (Sl 133.1).
A unidade da Igreja de Cristo começa em Deus, em nosso relacionamento pessoal com Cristo.
SEGUNDA — 1Sm 17.28,29
A falta de unidade familiar
TERÇA — 1Sm 18.7-9
Davi teve que lidar com o ciúme de Saul
QUARTA — 2Sm 5.1-4
A unificação do reino de Israel
QUINTA — Jo 17.23
Unidade espiritual gera fidelidade
SEXTA — Jo 15.5
Unidade espiritual gera frutos
SÁBADO — At 2.42
Unidade gera perseverança
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito de um tema bem relevante para o crente: a unidade. Esta é a temática do Salmo 133. Será feita uma relação deste Salmo com a oração sacerdotal do Senhor Jesus encontrada em João 17.20-23. Veremos que a verdadeira unidade dos cristãos começa em Deus, no nosso relacionamento pessoal com Cristo. Todos os nossos relacionamentos vão depender desta verdade irrefutável.
Você e seus alunos verão que o Salmo 133 tem muito a nos ensinar a respeito da beleza da unidade entre o povo de Deus. A unidade espiritual traz a unção e a bênção do Senhor. Desejamos que você exale a unção divina em seu cotidiano por meio da unidade. Nada é mais incrível do que uma classe de Escola Dominical unida na causa do Evangelho. Como Deus se agrada de uma igreja que é uma na doutrina e faz o que Jesus ordenou que seja feito.
Professor(a), sugerimos que você reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize na introdução do primeiro tópico da lição. Inicie fazendo a seguinte pergunta aos alunos: “Por que a união é importante?”.
1. Faz da Igreja um exemplo para o mundo e ajuda a aproximaras pessoas do Senhor;
2. Ajuda-nos a cooperar conforme a vontade de Deus, antecipando um pouco da alegria que teremos no Céu;
3. Renova e revigora o ministério, porque existe menos tensão para extrair a nossa energia. Viver em união não significa que concordaremos em tudo; haverá muitas opiniões, da mesma maneira que existem muitas notas em um acorde musical. Mas devemos concordar em nosso propósito na vida; trabalhar juntos para Deus. A união reflete a nossa concordância de propósitos.
Salmos 133.1-3; João 17.20-23.
Salmos 133
1 — Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!
2 — É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.
3 — Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre.
João 17
20 — Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim.
21 — Para que todos sejam um, como tu. ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
22 — E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.
23 — Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado a eles como me tens amado a mim.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a respeito do tema da unidade encontrado no Salmo 133. Relacionaremos o Salmo com a oração sacerdotal do Senhor Jesus (Jo 17.20-23) e veremos que a verdadeira unidade dos cristãos começa em Deus, no nosso relacionamento pessoal com Cristo para, então, nos relacionarmos com os irmãos. Esse relacionamento passa pela perseverança na doutrina, na piedade e no serviço cristão (At 2.42).
I. A BELEZA DA UNIDADE
1. O Salmo 133. É um Salmo de Davi, denominado dos degraus ou das peregrinações. Há pelo menos mais 15 salmos na categorias dos degraus (120 a 134). A característica principal deles é a de serem canções de adoração enquanto o povo de Deus peregrinava ao Monte Sião para adorar ao Senhor. Nesse aspecto, o tema desse salmo é a unidade. Na adoração, a unidade é o elemento indispensável. É o contraponto a qualquer ideia de egoísmo ou disputa. O Salmo 133 revela a beleza da unidade de uma família natural, bem como da família espiritual.
2. A unidade é boa e suave (v.1). Nesse versículo, duas expressões se destacam; “quão bom” e “suave”. O salmista deseja demonstrar a beleza da unidade entre irmãos de uma família natural para animar a unidade espiritual da nação. Aqui, devemos levar em conta que nem sempre é possível que irmãos de carne habitem na mesma família. Passagens da Bíblia mostram isso a respeito de Esaú e Jacó (Gn 36.6-8) e o desentendimento entre Abraão e seu sobrinho Ló (Gn 13.6). Quando irmãos vivem guerreando entre si, famílias inteiras sofrem. Entretanto, a força desse primeiro versículo reside exatamente em perceber que, se há degradação na desarmonia familiar, há beleza na unidade e harmonia entre irmãos: a família toda é abençoada, a paz e a harmonia predominam, bondade e suavidade têm lugar na família. Quem não gosta de desfrutar da bondade e da suavidade de um ambiente familiar? Essa imagem da unidade familiar deve transbordar para a unidade espiritual, pois o salmista espera que os peregrinos israelitas apliquem essa verdade ao subir unidos para adorar no Templo. Na realidade da igreja local, somos irmãos espirituais em Cristo e como é belo, bom e suave quando a unidade é a nossa realidade.
3. Duas imagens: o óleo da unção e o orvalho de Hermom (vv.2,3). Davi, o salmista, usa duas imagens para falar a respeito do valor e da beleza da unidade: o óleo da unção e o orvalho de Hermom.
a) O óleo da unção sobre o sumo sacerdote. A consagração do sumo sacerdote acontecia apenas uma vez na vida dele e tratava-se de coisa santa. O perfume do óleo exalava todo o ambiente conforme ele escorria sobre o corpo do sumo sacerdote, sua cabeça e barba, bem como suas vestes. A comparação é clara: a unidade espiritual, observada do ponto de vista de Deus, é coisa santa, sagrada, que destila bom perfume, formosura e doçura em qualquer ambiente pelo qual passar.
b) O orvalho de Hermom que desce sobre os montes de Sião. Do ponto de vista geográfico, o monte Hermom está bem distante dos montes de Sião, estes ficam no sentido sul, aquele em sentido norte. O Hermom é cercado de uma região em que o sol é escaldante. Entretanto, por ser um monte bem elevado, seu pico sempre está coberto de neve. É o orvalho do Hermom que levará frescor e vida à área de vegetação castigada pelo sol escaldante, até chegar ao monte de Sião, a morada do Deus Todo-Poderoso, de onde Ele ordena todas as bênçãos. Assim, é o amor fraterno, a unidade entre irmãos. Ele traz frescor em período de sequidão: saúde, em momento de enfermidades: conforto, alegria e vida para a família espiritual (cf. At 2.46,47).
“O Salmo 133 é um breve cântico de Louvor pela alegria decorrente da união entre irmãos, tanto da família natural como da família espiritual de Deus. Oesterley e Taylor entendem que o Salmo se refere ao acordo do levirato na vida familiar, em que os irmãos casados continuam a viver juntos na mesma casa. Barnes entende que esse Salmo descreve a vida em comunhão dos judeus que vinham a Jerusalém para as festas anuais. No entanto, ele apresenta um significado mais amplo no que diz respeito à família da fé. Existe uma unidade espiritual entre os filhos de Deus que transcende inclusive barreiras denominacionais. Como diz um velho ditado: ‘Você não vê as cercas quando o trigo está alto’ (Jo 17.17-23).” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 3. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.313).
II. UNIDOS PARA A FIDELIDADE E FRUTIFICAÇÃO
1. Unidade na igreja. Da mesma forma que o salmista desejava que a nação compreendesse o valor, a beleza e a importância da unidade espiritual (Sl 133.1-13), nosso Senhor desejou a perfeita unidade de sua Igreja (Jo 17.20-23). O Senhor Jesus não só desejou isso, Ele orou por isso (v.20). Essa oração tem uma perspectiva futura, a respeito dos que “hão de crer em mim” (v.20). Nosso Senhor sabia que a unidade é boa e suave (Sl 133.1) e sua Igreja não pode renunciar a ela.
2. A unidade começa em Deus. Como Davi tomou o exemplo da consagração do sumo sacerdote e do orvalho de Hermom, para representar a bondade e a suavidade e a unidade exalam, nosso Senhor tomou o seu relacionamento com o Pai para que a Igreja estivesse unida ao Pai e ao Filho (Jo 17.21). Nessa perspectiva, a unidade entre irmãos não é possível sem um verdadeiro relacionamento pessoal com Deus.
3. Unidade entre irmãos. Como irmãos espirituais, nossa unidade deve ser à luz da unidade do Filho com o Pai (v.22). Assim, seremos aperfeiçoados por Cristo nessa relação fraternal (v.23). É uma unidade que começa em nossa união espiritual com Cristo, onde a Bíblia diz que somos um Corpo e Cristo, a cabeça (1Co 12.12; Ef 5.23); um edifício cujo fundamento é Cristo (1Co 3.10,11). Com base nessa verdade, somos chamados a perseverar em unidade como a igreja em Atos dos Apóstolos (At 2.46; 5.42; 9.31). Assim sendo, a ideia de uma igreja local dividida, isto é, família espiritual não tem origem em Cristo nem em sua Palavra. A ideia de uma juventude divorciada de uma profunda convivência cristã na igreja local não tem rastro algum na Palavra de Deus. Essa convivência se dá por meio de alguns elementos bem concretos que, segundo o que lemos na Palavra de Deus, são bem claros: a doutrina, a piedade e o serviço (At 2.42). A unidade deve levar em conta o que temos em comum, ou seja, cremos na mesma fé, praticamos a mesma piedade e prestamos o mesmo serviço.
Professor(a), explique aos alunos que “provavelmente não escolheria os dois exemplos dados por Davi para a paz com as pessoas: o óleo da unção do sumo sacerdote e o orvalho do monte Hermom caindo sobre os montes de Sião. Davi escolheu essas metáforas para falar de três verdades. Primeiro, para Davi, a união seria coisa rara, Davi desfrutou de poucos momentos preciosos de paz com outras pessoas. Inicialmente, nem seu pai nem seus irmãos tinham um alto conceito dele. Segundo, a união, quando ocorre, vem em abundância. A cabeça, a barba e as vestes do sumo sacerdote ficavam encharcadas do óleo da unção. O orvalho do Hermom inunda os arredores de Sião. Terceiro, a união vem como um dom de Deus. A tríplice repetição da palavra hebraica ‘desce’ parcialmente se perde na tradução para o inglês, O ‘óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla de suas vestes [ ] o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes Sião’ (vv.2,3).” (WOOD, George. Um Salmo em Seu Coração. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. pp.538,539).
III. ELEMENTOS DA UNIDADE DA IGREJA
1. Unidade na doutrina. O Novo Testamento apresenta a doutrina como elemento importante da unidade cristã: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). A “doutrina” aqui, ou “ensino”, é o ensino de Jesus em seu ministério e quando por ocasião de sua aparição aos apóstolos durante 40 dias, após ter ressuscitado (At 1.3). Todo esse ensino foi transmitido aos apóstolos, e estes transmitiram à Igreja (Ef 2.20). Esta, por sua vez, tem o compromisso de preservar essa herança apostólica recebida diretamente de Jesus, Nesse caso, os jovens da Igreja de Cristo devem ter uma consciência doutrinária. Não por acaso, o apóstolo Paulo falou a respeito da perseverança na doutrina ao jovem Timóteo: “Tu, porém, tens seguido a minha doutrina permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” (2Tm 3.10,14). Antes de pensarmos em fazer algo, é preciso pensar corretamente em algo. Nesse sentido, precisamos acessar intelectualmente a doutrina da Palavra de Deus. A doutrina fala ao nosso intelecto, à nossa razão, por intermédio do Espírito Santo. Deus nos deu essa faculdade cognitiva para conhecer as suas verdades.
2. Unidade na piedade. Não basta apenas conhecer a doutrina correta, é preciso amar e viver a doutrina de Cristo, seu ensino e sua vida. O Cristianismo bíblico tem como base uma pessoa: Jesus Cristo, que foi crucificado, morto, sepultado e que ressuscitou ao terceiro dia. Nesse sentido, é preciso relacionar-se com essa pessoa: Jesus Cristo. Isso acontece por meio da prática da vida piedosa, como contemplamos na primeira igreja (At 2.42). Quando exercemos a piedade por meio das disciplinas da oração, do jejum, da leitura devocional da Bíblia, das presenças regulares aos cultos e reuniões de oração da igreja local, estamos desenvolvendo um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Então, passamos amar o que compreendemos intelectualmente. Assim, experimentamos de maneira concreta que a Palavra de Deus é a verdade que traz sentido para a nossa vida.
3. Unidade no serviço. Devemos conhecer a doutrina de Cristo, amar a pessoa de Cristo e praticar o que Ele ensinou. Aqui, nos referimos à prática das boas obras em favor do próximo, como acontecia na vida da igreja apostólica (At 2.42). Partilhar os bens para suprir a necessidade de uma pessoa, como resultado da compreensão do conteúdo transmitido pelos apóstolos e do amor despertado pelo relacionamento com o Senhor, era uma marca da igreja de Atos (At 2.44). É uma bênção quando há unidade entre os cristãos com a finalidade de suprir as necessidades de nossos irmãos. Certamente você deve conhecer alguém em sua igreja que precise de uma mão estendida. Assim, a juventude cristã é chamada para servir ao próximo em unidade como consequência de pensar corretamente o que Jesus ensinou, de amar a Pessoa dEle, e por isso, fazer o que Ele ordenou (Lc 10.25-37). Portanto, pensemos na mesma doutrina, amemos a mesma pessoa e pratiquemos o que Jesus ensinou.
CONCLUSÃO
O Salmo 133 nos ensina a beleza da unidade entre o povo de Deus. A unidade espiritual é como um perfume que exala seu doce aroma em todos os ambientes. Nosso Senhor espera que você exale esse aroma por meio da unidade. Nada é mais incrível do que uma juventude unida na causa do Evangelho. Como Deus se agrada de uma juventude que pensa na mesma doutrina, ama a mesma pessoa e faz exatamente o que Jesus ordenou que fizesse!
1. Qual a característica principal dos Salmos dos degraus ou das peregrinações?
A característica principal deles é a de ser canções de adoração enquanto o povo de Deus peregrinava ao Monte Sião para adorar o Senhor.
2. O que o salmista deseja demonstrar no Salmo 133?
O salmista deseja demonstrar a beleza da unidade entre irmãos de uma família natural para animar a unidade espiritual da nação.
3. Para representar a ideia de unidade, qual imagem o Senhor Jesus apresentou?
A imagem de um Corpo e Cristo, o cabeça (1Co 12.12: Ef 5.23); um edifício cujo fundamento é Cristo (1Co 3.10,11).
4. A que a palavra “doutrina” se refere?
A “doutrina” aqui, ou “ensino”, é o ensino de Jesus em seu ministério e quando por ocasião de sua aparição aos apóstolos durante 40 dias, após ter ressuscitado (At 1.3).
5. Como podemos desenvolver o nosso relacionamento com Cristo?
Quando exercemos a piedade por meio das disciplinas da oração, do jejum, da leitura devocional da Bíblia, das presenças regulares aos cultos e reuniões de oração da igreja local, estamos desenvolvendo um relacionamento pessoal com Jesus Cristo.