Título: A prova da vossa fé — Vencendo a incredulidade para uma vida bem-sucedida
Comentarista: Eduardo Leandro Alves
Lição 7: Fé para crer que Deus fala por meio da profecia
Data: 12 de Novembro de 2023
“Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.” (1Co 14.3).
As profecias são os oráculos de Deus, que manifestam sua vontade soberana para a humanidade.
SEGUNDA — 1Rs 8.56
Nem uma só palavra falhou
TERÇA — Sl 111.7
Fiéis são os mandamentos do Senhor
QUARTA — Ez 12.25
Deus fala e cumpre
QUINTA — Lc 21.33
As palavras do Senhor são eternas
SEXTA — 1Tm 1.3,4
Não dê ouvidos às fábulas
SÁBADO — 1Tm 4.9
Fiel é a palavra que procede de Deus
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito do profetismo no Antigo Testamento. Veremos o dom de profecia e a responsabilidade da igreja como portadora de uma mensagem profética.
No decorrer da lição enfatize que os profetas foram instrumentos divinos para revelar aos reis, sacerdotes e ao povo a apostasia, o pecado e o caminho de volta para o Senhor. Eles também revelaram a humanidade, como o profeta Isaías, o plano de salvação na pessoa de Jesus Cristo. Por essa razão devemos considerar “a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração” (2Pe 1.19).
Professor(a), sugerimos que seja feito um resumo a respeito da função do profeta. Reproduza o esquema abaixo no quadro. Explique à classe que a igreja precisa da profecia e que a Palavra de Deus nos aconselha a não desprezá-la. Todavia, precisamos examinar tudo com sabedoria. Leia com seus alunos 1 Tessalonicenses 5.19,20. Enfatize que atualmente muitos falsos profetas tem se levantado para levar os crentes fiéis à apostasia, por isso precisamos estar alertas e vigilantes. Os crentes precisam aprender a julgar as profecias e discernir os espíritos, mas para isso é necessário conhecer a Palavra de Deus, pois toda profecia precisa ser confrontada com a Bíblia, já que o nosso Deus nunca se contradiz.
O PROFETA
Definição: “Aquele que fala em lugar de outrem”; porta-voz de Deus.
Função: Proclamar os oráculos de Deus.
Prova de autenticidade: Deuteronômio 18.21,22.
Início do ministério dos profetas: Moisés iniciou o ofício profético em Israel (Nm 11.25,26).
Quem poderia ser profeta: Qualquer pessoa, desde que tivesse uma chamada divina específica.
Classificação dos profetas: Clássicos ou profetas escritores.
2 Pedro 1.16-21.
16 — Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade.
17 — Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido.
18 — E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo.
19 — E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração.
20 — Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
21 — Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
INTRODUÇÃO
Estamos vivendo em uma sociedade que deseja desacreditar a fé cristã. Isso ocorre por meio de severos ataques às Escrituras Sagradas. Muitos, erroneamente, dizem que a Bíblia precisa ser atualizada para o nosso tempo, devido às recentes inquietações e demandas sociais. Mas cremos que a Palavra de Deus é imutável eterna e seus preceitos são para os seres humanos de todos os tempos.
Nesta lição, estudaremos a respeito do profetismo no Antigo Testamento, o dom de profecia, a responsabilidade da Igreja como portadora da mensagem profética e princípios de interpretação das profecias bíblicas. Você verá que as profecias fazem parte da revelação que Deus dá ao seu povo.
I. OS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO
1. O profetismo. Vamos iniciar o tópico fazendo algumas indagações. Elas são importantes para que tenhamos uma compreensão melhor da temática da lição. Então, vamos à primeira pergunta: “Você sabe o que significa profetismo?”.
Segundo os teólogos, profetismo, é um movimento que surgiu no século VIII a.C. em Israel. “Qual era o propósito desse movimento?” Restaurar o monoteísmo hebreu, combatendo assim a idolatria e como consequência da fidelidade a Deus, denunciar e corrigir as injustiças sociais e acender a esperança messiânica do povo. “Quem eram os profetas do Antigo Testamento?” Eram pessoas vocacionadas pelo Senhor e autorizadas por Ele para falar em seu nome (Ez 2.1-10). Eram os porta-vozes de Deus que, em tempos difíceis de idolatria e apostasia, tinham uma importante missão: denunciar o pecado, conduzir o povo ao arrependimento e para mais perto de Deus. O profeta era o “contrapeso” entre a realeza e Deus. O ministério, a vocação destes homens e mulheres não dependia da tribo em que nasceram, nem da posição social ou capacidade intelectual A escolha era um ato soberano da vontade de Deus. Os profetas podem ser vistos desde o início do povo hebreu (Gn 20.7; Nm 11.25,26; Dt 34.10) e eles serviram como verdadeiros canais de comunicação entre Deus e o seu povo.
2. Moisés inicia o ofício profético em Israel. Moisés tinha uma grande missão: conduzir o povo até a Terra Prometida. Como ele não poderia exercer seu trabalho sozinho, setenta anciãos foram chamados e separados para ajudá-lo (Nm 11.24-29). Foi assim que Deus repartiu o Espírito que estava sobre Moisés entre estes setentas anciãos do povo. As Escrituras afirmam que “quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram” (Nm 11.25). Foi com estes setenta homens que teve início o que mais tarde foi denominado de ministério profético em Israel.
3. Os desígnios do ministério profético. Deus usou homens e mulheres como profetas no Antigo Testamento, como Débora e Hulda, Jeremias, Isaías, Amós etc. Estes tinham como objetivo: a) defender a pureza do monoteísmo (do culto a Javé) contra as contaminações idólatras; b) exortar o povo à santidade; c) combater as desordens sociais, principalmente a opressão contra os humildes; d) opor-se ao formalismo religioso, demonstrando a necessidade de se ter um espírito sincero (cf. Is 1); e) anunciar os justos castigos de Deus, em consequência dos pecados cometidos e f) oferecer a perspectiva de um futuro melhor (Is 53; 66).
“Para um melhor entendimento da origem divina da instituição profética, a passagem chave está em Deuteronômio 18.9-22. Em contrapartida à contínua atividade dos adivinhadores e vaticinadores cananeus, Deus prometeu enviar a Israel seus profetas. Portanto, Israel não seria compelida a lançar mão de meios humanos para obter informações sobre a vida e a morte. Antes, a nação deveria dar ouvidos aos profetas que iriam declarar as verdadeiras Palavras de Deus. Dessa forma, assim como Moisés, ele seria um mediador entre Deus e a nação. Da mesma forma como o sacerdote representava o povo perante Deus, também o profeta representava Deus perante o povo. Entretanto nenhum dos profetas foi uma cópia exata de Moisés. Somente com a vinda de Cristo eles conheceram aquele grande Profeta que fora verdadeiramente representado por Moisés, aquele que conhecia a Deus Pai face a face (Dt 34.10).
Em Hebreus 3.1-6, existe um grande contraste entre Moisés e Cristo. Na casa de Deus, isto é, na divina organização ou dispensação, Moisés era fiel servo, mas Cristo está acima da casa como Filho. A era do Antigo Testamento, ou Era Mosaica, ficou aqui estabelecida como testemunha do período do Novo Testamento. Nesse sentido, todo o designo mosaico pode ser considerado como típico e preparatório de uma nova época. E nesse designo de aspecto e preparação, Moisés foi a maior figura, o único que era realmente parecido com Cristo.” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1607).
II. O MINISTÉRIO PROFÉTICO NO NOVO TESTAMENTO
1. Jesus Cristo, o Profeta. As Escrituras Sagradas afirmam que Jesus foi o Profeta por excelência. Segundo Lucas, Ele foi o grande profeta (Lc 7.16) e João o retrata como o profeta que deveria de vir ao mundo e que salva as nações (Jo 3.16; 6.14). Jesus falava e agia segundo a vontade de seu Pai, mesmo sendo Deus (Jo 1.1,14) e esta é uma característica da profecia bíblica: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21). Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento o profeta era um porta-voz de Deus. Não falavam o que desejavam, mas o que o Senhor ordenava.
2. O dom de profecia. O dom de profecia é diferente do ministério profético. Dom é uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo, como um dos dons espirituais prometidos em Joel 2.28-32. A profecia, assim como todos os dons, segundo Paulo em sua Carta aos Efésios (Ef 4.11-14), têm por finalidade o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do Corpo de Cristo (1Co 14.3-5). É importante ressaltar que o dom de profecia, neste tempo, não é infalível. Logo, a profecia deve ser corrigida e julgada: “e falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1Co 14.29).
3. A Igreja como voz profética. O profetismo como conhecemos no Antigo Testamento findou-se com João Batista. Mas os dons são concedidos à Igreja pelo Espírito Santo. Podemos afirmar que a Igreja possui uma mensagem profética: anunciar Cristo (evangelizar) e ensinar (discipular) até que Cristo venha (Mt 28.19,20). Deus nunca deixou de falar com seu povo e Ele continua falando conosco. Mas será que estamos atentos à sua voz? Será que queremos realmente ouvir o que o Mestre tem para nós?
“Os profetas continuaram a desempenhar um papel importante na Igreja no Novo Testamento. Paulo escreve que a Igreja, a Casa de Deus, foi edificada ‘sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas’ (Ef 2.20), e que o ministério da igual posição dos gentios no Corpo de Cristo foi ‘revelado pelo Espírito aos seus santos profetas’ (Ef 3.5). Havia homens conhecidos como ‘profetas’ especialmente escolhidos para o constante e regular ministério da profecia (Ef 4.11). Depois dos próprios apóstolos, eles eram os ministros que ocupavam a mais elevada posição na Igreja primitiva (1Co 12.28). Tais profetas permaneceram em evidência ao longo do livro de Atos. Seu ministério era geralmente duplo: o de pronunciar (proclamar), e o de prever (prenunciar). [...] Eles forneciam direção espiritual à Igreja de Antioquia porque, evidentemente, através de um deles o Espírito Santo dava ordens relativas ao futuro trabalho evangelístico de Barnabé e Saulo (At 13.1-4). O trabalho de dois outros profetas era exortar (ou ‘consolar’) e fortalecer os irmãos (At 15.32), e era semelhante às funções das profecias relacionadas em 1Coríntios 14.3, isto é, edificação, exortação e consolo.
Em uma reunião da Igreja, um profeta poderia receber uma revelação que seria compartilhada com os crentes reunidos (1Co 14.30). Em primeiro lugar, a mensagem de um profeta deve ser julgada pelos outros profetas presentes (1Co 14.29), e depois pelos demais crentes. Este julgamento é feito comparando a mensagem do profeta com os ensinos dos apóstolos, que são depositários absolutos da Palavra de Deus.” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1610).
III. ENTENDENDO A PROFECIA BÍBLICA
1. Princípios de interpretação. Você sabe o que significa hermenêutica? Ela é a “disciplina que investiga os princípios de interpretação das Escrituras Sagradas”.
Os princípios a serem utilizados na interpretação de profecias são os mesmos utilizados na interpretação geral das Escrituras: a) toda a Escritura deve ser entendida de acordo com o seu sentido literal, usual e comum, com exceção do contexto no qual seja indicado claramente que a declaração seja simbólica: b) a interpretação da linguagem simbólica é normalmente esclarecida pela referência a outras passagens bíblicas: c) Deus marcou tempos definidos para Israel e para as nações; d) a Escritura não especifica o dia e a hora do arrebatamento; a mensagem do profeta é para o seu próprio tempo e para as gerações que se seguem.
2. O método literal. Essa abordagem parte do princípio de que o escritor do texto bíblico escreveu a sua profecia para ser compreendida como qualquer outro tipo de obra escrita. O método literal não ignora o fato de que a profecia possui símbolos e figuras de linguagem, no entanto os interpreta como uma indicação de uma verdade literal.
3. O problema do método pós-moderno. Com base em discussões filosóficas e literárias, muitos propõem uma leitura bíblica que, inicialmente pode ser muito interessante, a saber, a proposta de dar um novo significado ao texto bíblico para as questões de nosso tempo. O problema é que nesse caminho está o questionamento da autoridade do texto, a sua inspiração e suficiência. Cremos que “toda a Escritura é inspirada para ensinar” e que Deus se revela ao homem mediante as profecias que estão na sua Palavra. Toda a Escritura é inspirada e não apenas parte dela. O Pentecostalismo tem, ao longo dos anos, contribuído para uma forma de leitura bíblica correta. Sem a ação do Espírito Santo não conseguimos ter uma compreensão e nem fazer uma hermenêutica correta de nenhuma parte das Escrituras Sagradas. Cremos na atuação do Consolador para nos ajudar a entender os textos bíblicos e também usar pessoas em nosso tempo como profetas que falaram em nome do Senhor.
Alguns métodos de interpretação, como por exemplo o pós-moderno, dá ao leitor a “autoridade” de decidir o significado do texto. Isso pode ser até muito interessante para uma obra de ficção, um romance, mas não se tratando do texto bíblico, que é a nossa regra de fé e prática. Se cada leitor der o seu próprio significado ao texto, teremos tantos significados quanto forem os seus leitores. Daí para a incoerência ou o erro é um salto.
CONCLUSÃO
Deus deseja o crescimento da sua Igreja e a edificação dos santos e para isso Ele continua usando os seus profetas. No entanto, toda a profecia na atualidade deve ser submetida ao crivo das Sagradas Escrituras. Creia que Deus nos ama e deseja se comunicar conosco mediante a sua inerrante Palavra, que é eterna e que não precisa e jamais precisará de nenhum tipo de “reforma”, ou atualização.
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras: A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
1. O que é profetismo?
Segundo os teólogos é um movimento que surgiu no século VIII a. C., em Israel.
2. Qual o propósito do profetismo?
Restaurar o monoteísmo hebreu, combatendo assim a idolatria. Entretanto o movimento também tinha como objetivos denunciar as injustiças sociais e acender a esperança messiânica do povo.
3. Quem iniciou o ofício profético em Israel?
Moisés.
4. Quem foi o Profeta por Excelência?
Jesus Cristo.
5. Defina, segundo a lição, o dom de profecia.
O dom de profecia é diferente do ministério profético. Dom é uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo.