Título: A prova da vossa fé — Vencendo a incredulidade para uma vida bem-sucedida
Comentarista: Eduardo Leandro Alves
Lição 8: Fé para crer que Deus não criou o mal
Data: 19 de Novembro de 2023
“Porque o SENHOR é bom, e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração.” (Sl 100.5).
O pecado de desobediência de Adão e Eva trouxe toda a sorte de males para a humanidade e a criação.
SEGUNDA — Ne 6.2
Pessoas más intentam fazer o mal
TERÇA — Jó 15.34,35
O ajuntamento dos hipócritas
QUARTA — Sl 10.17
A boca do homem mau
QUINTA — Pv 4.14
Não ande pelo caminho dos maus
SEXTA — Pv 24.1
Não tenhas inveja do homem maligno
SÁBADO — Pv 24.8
Mestre dos maus intentos
Prezado(a) professor(a), estudaremos a respeito do mal moral e físico. Deus não criou o mal e sabemos que ele adentrou no mundo pela desobediência do primeiro casal. Quando Adão e Eva comeram do fruto proibido, eles perceberam que estavam nus e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com Deus e a entrada do mal no mundo. Mas Deus na sua bondade e misericórdia anunciou a vinda do Redentor. Foi por causa da desobediência que o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte e toda a sorte de males (Rm 5.12).
Professor(a), inicie a lição fazendo as seguintes perguntas: “O que é pecado?”; “Quando o pecado entrou no mundo?”. Ouça os alunos e incentive a participação de todos. Explique que a palavra pecado significa “transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Errar o alvo estabelecido pelo Criador ao homem. O pecado moral é a deliberação consciente e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples pecado ou de uma transgressão ordinária; é uma rebeldia movida pelo orgulho e pelo não reconhecimento da soberania divina” (Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, p.235).
Salmos 34.12-22.
12 — Quem é o homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem?
13 — Guarda a tua língua do mal e os teus lábios, de falarem enganosamente.
14 — Aparta-te do male faze o bem; procura a paz e segue-a.
15 — Os olhos do SENHOR estão sobre os justos; e os seus ouvidos, atentos ao seu clamor.
16 — A face do SENHOR está contra os que fazem o mal, para desarraigar da terra a memória deles.
17 — Os justos clamam, e o SENHOR os ouve e os livra de todas as suas angústias.
18 — Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito.
19 — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.
20 — Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra.
21 — A malícia matará o ímpio, e os que aborrecem o justo serão punidos.
22 — O SENHOR resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele confiam será condenado.
INTRODUÇÃO
Para alguns filósofos, teólogos e religiosos, a questão do mal é motivo de muita discussão. Para muitos, um dos grandes problemas relacionados à fé cristã está em conciliar a presença do mal e do sofrimento com a bondade e a perfeição de Deus. Eles acreditam que não existe uma definição precisa do que seja o mal, assim como não há uma definição para o que é bem. O mal e o bem dependem dos valores e crenças de cada pessoa. Será essa afirmativa verdadeira? É o que veremos na lição deste domingo.
I. O MAL MORAL E FÍSICO
1. De acordo com a Bíblia. A Palavra de Deus afirma que Deus é bom e que Ele criou o homem e o mundo perfeito (Gn 1.31). O mal, tanto o físico quanto o moral, teve seu início na Queda, narrada no terceiro capítulo do livro de Gênesis. Todo o mal que vemos hoje é uma consequência do pecado de Adão e Eva (Gn 3.16-19). Separada de Deus pelo pecado, a humanidade ficou em um estado de sofrimento e vergonha. Ao desobedecer deliberadamente a Deus, o ser humano ficou preso ao pecado e as suas nocivas consequências. Todo o pecado é contra Deus e a sua vontade e, portanto, jamais pode vir dEle.
A decisão de Adão e Eva envolvia uma escolha pessoal acerca do mal e do bem. O primeiro casal era livre para tomar suas decisões, entretanto, o Deus bondoso já havia alertado para o perigo da desobediência ao afirmar: “da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás” (Gn 2.17).
2. De acordo com a filosofia. Antes de falar a respeito do mal, observe o que o filósofo Aristóteles entendia como bem: “é aquilo que todos os seres aspiram; o bem é desejável quando ele interessa a um indivíduo isolado, mas seu caráter é mais belo e mais divino quando se aplica a um povo e a Estados inteiros”. Para alguns filósofos escolásticos (um método ocidental de pensamento crítico, com origem nas escolas monásticas cristãs, que concilia a fé cristã com um sistema de pensamento racional, especialmente o da filosofia grega) o bem designa o Ser que possui a perfeição absoluta: Deus. Enquanto no conceito da ética, o bem designa aquilo que é conforme às normas da moral. O mal, por sua vez, vai designar, em um sentido geral, tudo o que venha a ser negativo, nocivo ou prejudicial a outra pessoa.
3. De acordo com a ética secular e cristã. A ética secular está fundamentada em valores materialistas e relativistas, onde o bem e o mal dependem do ponto de vista de cada pessoa. Já a ética cristã tem como fundamento as Escrituras Sagradas e seu objetivo é aperfeiçoar a nossa vida de comunhão com Deus e o nosso testemunho cristão perante a sociedade na qual estamos inseridos. Ela mostra que o Deus Trino é santo e imutável e criou tudo perfeito.
A ética cristã trata das três esferas principais do homem: a moral, a social e espiritual. Os israelitas caíram no deserto por não observarem a lei moral que havia sido outorgada pelo Senhor. Não podemos deixar de lado estes fatos bíblicos, pois nos revelam o perigo de não vivermos o ideal ético do Reino de Deus instituído por Jesus Cristo (1Co 10.5). A corrupção moral tem causado terríveis consequências para toda a sociedade. Não podemos nos conformar com o pensamento deste mundo (Rm 12.1). É preciso dizer “não” ao hedonismo, ao relativismo ético e a tudo que nos leva a pecar e assim nos afastar de Deus. Somos o “sal da terra” e a “luz do mundo” deste século, vivamos como tal (Mt 5.13,14).
“Um dos mais profundos problemas da Teologia e da Filosofia é a existência e a ação do mal. Ao longo da História, o mal tem sido motivo de estudo, pesquisa e discussão, de modo especulativo, mas também de maneira séria. Haja vista o poder do mal impor-se de modo natural na experiência humana, a preocupação com a sua origem desafia a inteligência e aguça o interesse em descobri-lo na sua essência.
Neste campo da realidade universal do mal entra a história da raça humana através da primeira criatura: o homem. Este, por seu livre-arbítrio, cai na rede de engano do agente do mal, o Diabo, e pratica o pecado de rebelião contra o Criador.
A questão do mal é tratada na Bíblia a partir do relato do livro de Gênesis sobre a Queda do homem. O relato histórico descreve o princípio da tentação ao homem e seu pecado, trazendo maldição para a sua vida pessoal e a toda a humanidade. Na teologia cristã, a doutrina do pecado ocupa grande espaço porque o Cristianismo é a religião da redenção da raça humana. De todas as doutrinas bíblicas, três delas são de vasta amplitude porque tratam de Deus, do pecado e da redenção. Existe uma inter-relação entre essas três doutrinas. É impossível tratar do pecado sem mencionar a redenção do pecador e, naturalmente, a sua relação com a sua fonte: Deus.” (Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 2008, pp.301,302).
II. DEUS E O MAL
1. Deus é mau? Não! Ele é bom, santo, justo e tem todo o poder: “Eu formo a luz e crio as trevas: faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas” (Is 45.7). Muitos têm se utilizado erroneamente desse texto do profeta Isaías para afirmar que o mal e o bem procedem de Deus. Sabemos que o caráter de Deus é benigno: “bom e reto é o SENHOR: pelo que aponta o caminho aos pecadores” (Sl 25.8). O Senhor é bom e sabemos que existe a lei da semeadura e da colheita, ou seja, este princípio afirma que a humanidade colhe o que planta. É a lei da causa e do efeito. Elifaz, um dos amigos de Jó, faz uso desse princípio ao afirmar: “Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo” (Jó 4.8). Encontramos tal princípio no livro de Salmos, onde os salmistas, em vários poemas, afirmavam que Deus é bom e justo, por isso, Ele recompensa os bons e pune os maus (Sl 1.6). No Novo Testamento também encontramos tal princípio no texto de 1 Pedro 3.12.
2. Deus é um ser em equilíbrio? Há também aqueles que utilizam o texto de Isaías citado acima para afirmar que Deus é um ser em “equilíbrio”; Ele é tanto bom como mau. No entanto, sabemos que o Deus verdadeiro não é um conjunto de forças opostas. Ele é perfeitamente bom, e não contém nada de mau, conforme nos diz o apóstolo João: “Deus é Luz, e não há nele treva nenhuma” (1Jo 1.5).
3. Deus não criou o mal moral. Deus não criou o mal no sentido moral. As Escrituras Sagradas afirmam que: “Porque tu não és Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal” (Sl 54.5). Deus não tenta ninguém, pois segundo o profeta Isaías Ele é “Santo, Santo, Santo” (Is 6.3).
A palavra “mal” em Isaías 45.7 se origina de uma palavra que pode ter vários sentidos. Neste contexto e em outros onde Deus faz ou traz o mal, a palavra significa “calamidade” ou “punição”, sendo o oposto de paz. Deus usaria Ciro para “abater as nações” (Is 45.1). Já no versículo 8, Deus promete salvação (paz) e justiça (punição ou mal). Outros trechos usam a mesma linguagem. Os males que Deus ameaçou trazer sobre Judá em 2 Reis 22.16 foram punições pelo pecado. Tal verdade revela justiça e não maldade. Deus não é o criador do mal moral, entretanto como um Deus santo, Ele traz juízo ao pecador (Rm 3.23).
“Ao longo da história, a preocupação com a existência do mal tem provocado muitas perguntas e respostas. O problema da presença do pecado no Universo é discutido por filósofos, sociólogos e teólogos. Especialmente, no campo da filosofia, há muitas teorias que tentam em vão analisar e definir o que é pecado. Há opiniões extremamente especulativa e arbitrárias sobre esse assunto. Por isso, ao trazê-las à tona neste estudo, queremos destacar dois elementos auxiliares para o estudo do pecado. O primeiro trata da natureza metafísica do pecado, e o segundo, de sua natureza moral. Surgem, então, as questões: O que é aquilo que denominamos pecado? Seria uma substância, um princípio ou um ato? Significaria privação, negação ou defeito? Seria alguma coisa relacionada com sentimentos? Essas perguntas se relacionam com a natureza metafísica do pecado. Mas, e as questões sobre a natureza moral do pecado? Como o pecado se relaciona com a lei de Deus? Algumas teorias sobre a natureza do pecado são apresentadas ao longo da história, no estudo progressivo das doutrinas cristãs. Algumas dessas teorias são incoerentes com a realidade bíblica do pecado e, por isso, heréticas.
A primeira teoria filosófica e antibíblica que mencionaremos é a que ensina a existência de um eterno princípio do mal. Ela se difundiu e foi introduzida na igreja nos primeiros séculos da Era Cristã. Para alguns, esse princípio original do mal se identificava como um ser pessoal. Trata-se do gnosticismo, tal princípio original do mal se identificava como um ser pessoal. Trata-se do gnosticismo. Para outros, seguidores do gnosticismo tal princípio era uma substância, uma matéria eterna.” (Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 2008, pp.307,308).
III. O CRISTÃO E O SOFRIMENTO
1. O problema do sofrimento. Vivemos em uma sociedade hedonista, onde as pessoas afirmam não ser plausível pensar que um Deus que é amoroso e bondoso permita o sofrimento. As Escrituras Sagradas não descartam o sofrimento, pois segundo o profeta Isaias, o Messias seria um homem de dores (Is 53). Vivemos na era da autoajuda, da confissão positiva, dos coach etc. Estes querem banir a dor e sofrimento da existência humana. Entretanto, se esquecem de que Jesus declarou: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo” (Jo 16.33). Veja o que H. Dieterlen afirmou depois de meditar a respeito do sofrimento do justo: “tudo depende do modo porque se sofre. Mas Deus sempre tem um pensamento de amor nas tristezas que nos envia”. Sabemos que no final todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus e que nEle confiam (Rm 8.28).
2. O sofrimento. Lutero, em um debate no qual retomou os ensinamentos do apóstolo Paulo sobre a mensagem da cruz, afirmou que “Deus somente pode ser encontrado no sofrimento e na cruz”. Assim, cruz e sofrimento significam, em primeiro lugar, o que Cristo fez por nós, mas também o sofrimento do cristão. Para o cristão, Deus entende e conhece nossa dor e Ele não se ausenta de nós em meio às aflições.
Não podemos nos esquecer de que o pecado sempre causará sofrimento para o homem, independente da sua crença religiosa; basta ver o que ocorreu com Adão e Eva logo após pecarem (Gn 3).
3. Deus é maior que todo o sofrimento. Deus é soberano e maior do que toda dor que venhamos enfrentar. Ele nos ama e não nos abandona em meio ao nosso sofrimento. Jó foi provado pela dor, entretanto no fim de tudo viu o quanto o Senhor é poderoso (Jó 42.2). Eliú, um dos amigos de Jó, afirma que “Deus é grande, e nós o não compreendemos” (Jó 36.26). Em uma tentativa de explicar a grandeza e a majestade do Senhor, ele fala a respeito da ação de Deus nas quatro estações do ano. O Deus que controla as estações do ano é o mesmo que tem o controle das nossas vidas. Ele não erra. Confie no Senhor e você verá que assim como o verão, o outono, o inverno e a primavera são sazonais, assim são os momentos difíceis da vida.
CONCLUSÃO
Deus criou um mundo perfeito e bom o mal e o sofrimento entraram no mundo como uma consequência da Queda. O Criador está sempre disposto a agir com generosidade para com a sua criação, entretanto o pecado cega o entendimento das pessoas e elas não conseguem crer que Ele é justo e não pode tolerar o pecado. O pecado é repugnante diante de Deus e merece ajusta punição. Mas Deus é sempre bom: a bondade é um dos seus atributos.
GONÇALVES, José. A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
1. Quando o mal físico e moral teve início?
O mal, tanto o físico quanto o moral, tiveram seu início na Queda, narrada no capítulo três do livro de Gênesis.
2. Segundo a lição, o mal é uma consequência de quê?
Da Queda.
3. Defina o bem segundo Aristóteles.
O filósofo Aristóteles, entendia como bem “aquilo que todos os seres aspiram; o bem é desejável quando ele interessa a um indivíduo isolado, mas seu caráter é mais belo e mais divino quando se aplica a um povo e a Estados inteiros”.
4. Qual o fundamento da ética cristã?
A ética cristã tem como fundamento as Escrituras Sagradas e seu objetivo é aperfeiçoar a nossa vida de comunhão com Deus e o nosso testemunho cristão perante a sociedade na qual estamos inseridos.
5. O que Lutero afirmou a respeito do sofrimento humano?
Ele afirmou que “Deus somente pode ser encontrado no sofrimento e na cruz”.