LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

1º Trimestre de 2024

 

Título: O Corpo de Cristo — Origem, natureza e vocação da Igreja no mundo

Comentarista: José Gonçalves

 

 

Lição 3: A natureza da Igreja

Data: 21 de Janeiro de 2024

 

 

TEXTO ÁUREO

 

Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.(1Co 12.12).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Conhecendo a Igreja em sua natureza nos conscientizamos da importância de fazer parte dela.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Jo 1.1

A Igreja centrada na Palavra viva de Deus

 

 

Terça — Rm 8.14

A Igreja na esfera do Espírito

 

 

Quarta — 1Co 1.1-3

A Igreja como expressão visível e local

 

 

Quinta — Hb 12.23

A Igreja em seu aspecto invisível e universal

 

 

Sexta — Ef 4.3

A indivisibilidade da Igreja de Cristo

 

 

Sábado — Fp 2.2

A Igreja em busca da unidade

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 Coríntios 12.12-27.

 

12 — Porque, assim como o corpo é ume tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.

13 — Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.

14 — Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.

15 — Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?

16 — E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo?

17 — Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?

18 — Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.

19 — E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?

20 — Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo.

21 — E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós.

22 — Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários.

23 — E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.

24 — Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela,

25 — para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.

26 — De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.

27 — Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.

 

HINOS SUGERIDOS

 

144, 175 e 375 da Harpa Cristã.

 

PLANO DE AULA

 

1. INTRODUÇÃO

 

Prezado(a) professor(a), nesta lição, estamos estudando a Eclesiologia, isto é, o estudo sobre a natureza da Igreja, sua essência e dimensões. Para tanto, temos como particularidades da Igreja a sua extensão confessional, isto é, sua base doutrinária e ortodoxa; sua extensão local e espiritual que diz respeito à sua localização e influência na sociedade enquanto Corpo de Cristo; e, por fim, sua extensão comunitária no que tange a sua unidade e comunhão como estilo de vida.

 

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 

A) Objetivos da Lição: I) Destacar a natureza bíblica da Igreja, fundamentada na doutrina dos apóstolos e conduzida pelo Espírito Santo; II) Apresentar os aspectos naturais visíveis e invisíveis da Igreja; III) Elencar a unidade da Igreja como aspecto central que revela a sua identidade cristã neste mundo.

B) Motivação: A compreensão exata do que é a Igreja está presente nas marcas ou características que a identificam como sendo cristã. Esses aspectos estavam presentes, sobretudo, nas relações e estilo de vida dos crentes do primeiro século. O desafio da igreja atual é desenvolver as práticas das primeiras obras nestes últimos tempos tão trabalhosos.

C) Sugestão de Método: Sugerimos que você estimule os seus alunos a participarem da aula, apontando os conceitos abordados na lição que, possivelmente, encontraram dificuldade para compreender. Destaque esses conceitos ao longo da aula e, sendo possível, consulte um Dicionário Teológico e exponha as definições aos alunos. Esse método agregará novos conhecimentos à aula a partir das dúvidas apresentadas pela classe.

 

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

 

A) Aplicação: A Igreja foi instituída neste mundo com a incumbência de transmitir a mensagem do Evangelho até os confins da Terra. Para tanto, ela deve testemunhar aos pecadores que o Senhor Jesus, mediante a ação do Espírito Santo, continua a curar, salvar, batizar no Espírito Santo e conduzir o homem ao Reino Celestial.

 

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

 

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Definição de Igreja”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda o significado da palavra igreja e os seus diversos sentidos em que é aplicada no texto bíblico; 2) O texto “Entendendo o Texto”, ao final do terceiro tópico, apresenta três aspectos que estão intrinsecamente ligados e ampliam a compreensão da relação estabelecida entre os crentes como Corpo de Cristo.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

O estudo sobre a natureza da Igreja deve analisar aquilo que ela é em essência. O que define uma igreja genuinamente cristã? Evidentemente que há muitas características que mostram o que é uma verdadeira igreja. Contudo, para nosso propósito aqui, trata remos apenas de algumas delas. Por isso, nesta lição, veremos que uma igreja genuinamente cristã é confessional, ou seja, ela se fundamenta na Palavra de Deus; tem uma dimensão local e universal, ou seja, existe tanto na forma visível como invisível; e, finalmente, a igreja genuinamente cristã é una, isto é, não é dividida, pois sem unidade não há Igreja.

 

 

Palavra-Chave:

 

NATUREZA

 

 

I. A NATUREZA DA IGREJA NA SUA DIMENSÃO CONFESSIONAL

 

1. Fundamentada na Palavra. Uma igreja verdadeiramente bíblica é firmada na Palavra de Deus. Nesse aspecto, primeiramente, temos Cristo como a Palavra Encarnada, a Palavra Viva. No princípio era a Palavra (Jo 1.1). Jesus é a Palavra que se humanizou, isto é, Deus feito homem. A igreja bíblica possui Jesus Cristo como seu fundamento (Ef 2.20). Uma igreja verdadeiramente bíblica é centrada em Jesus. Em segundo lugar, uma igreja bíblica é fundamentada nas Escrituras Sagradas, a Palavra Inspirada. Se não existe igreja verdadeira sem Jesus, da mesma forma não há igreja verdadeira sem fundamentação bíblica (2Tm 3.15). A heterodoxia, o desvio doutrinário e a apostasia vêm pelo distanciamento e abandono da Palavra de Deus.

2. Habitada pelo Espírito. A Igreja é habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele. O Espírito Santo é a força-motriz da Igreja. Na verdade, a obra do Espírito começa no seu trabalho de convencimento do pecador. É o Espírito quem convence o ser humano do pecado (Jo 16.8-11). É o Espírito Santo quem produz a obra da regeneração. Quando o evangelista Lucas diz que o Senhor abriu o coração de Lídia (At 16.14), aí vemos uma obra poderosa do Espírito Santo trazendo o convencimento para a salvação.

3. Quem faz parte da Igreja anda no Espírito. Quando alguém responde à mensagem da cruz, o Espírito de Deus produz nele a certeza da salvação (Rm 8.16). Agora, regenerado, o cristão passa a andar ou ser dirigido pelo Espírito (Rm 8.14). O fracasso na vida espiritual está no fato de não andarmos na esfera do Espírito (Gl 5.16,17). O Espírito, portanto, habita o crente; capacitando-o (At 1.8). Sem a capacitação do Espírito, a igreja é inoperante e perde a sua essência.

 

 

SINOPSE I

Uma igreja bíblica é fundamentada na Palavra Inspirada por Deus, habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

 

 

“DEFINIÇÃO DE IGREJA

 

Jesus assevera, em Mateus 16.18: ‘Edificarei a minha igreja’. Esta é a primeira entre mais de cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega primária para ‘igreja’: ekklêsia, composta com a preposição ek (‘fora de’) e o verbo kaleò (‘chamar’). Logo, ekklêsia denotava originalmente um grupo de cidadãos chamados e reunidos, visando um propósito específico. O termo é conhecido desde o século V a.C., nos escritos de Heródoto, Xenofontes, Platão e Eurípedes. [...] O uso secular do termo também aparece no Novo Testamento. [...] Na maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se àqueles que Deus tem chamado para fora do pecado e para dentro da comunhão do seu Filho, Jesus Cristo, e que se tornaram ‘concidadãos dos santos e da família de Deus’ (Ef 2.19). Ekklêsia é sempre empregada às pessoas e também identifica as reuniões destas para adorar servir ao Senhor” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.536).

 

 

II. A NATUREZA DA IGREJA NAS SUAS DIMENSÕES LOCAL E UNIVERSAL

 

1. Local e visível. Biblicamente, podemos falar da Igreja em relação à sua dimensão espacial, isto é, em relação ao local ou ao espaço geográfico. Ela pode ser vista e sentida. Nesse aspecto, a Igreja existe localmente. Assim, vemos os apóstolos escrevendo suas cartas a determinadas igrejas, situadas em diferentes locais: “à igreja de Deus que está em Corinto” (1Co 1.2); “aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1Pe 1.1). Nesses textos vemos as Escrituras se referindo à ekklesia, à comunidade de crentes, situada em diferentes locais.

2. As particularidades das igrejas locais. Pelo teor das cartas neotestamentárias, observamos que essas igrejas locais possuíam suas particularidades. Os problemas encontrados em uma não eram necessariamente os mesmos da outra (Fp 4.2,3 cf. 2Ts 3.11,12). De igual modo, as virtudes. Por outro lado, embora estivessem todas sob a supervisão apostólica, observamos que eram autônomas uma em relação às outras. Assim possuíam sua dinâmica própria. Um método que funciona em determinada igreja pode ser inadequado em outra.

3. Universal e invisível. Assim como a Igreja existe em sua dimensão local, existe também na sua dimensão universal. Somos conscientes da existência da igreja local, pois dela fazemos parte. Contudo, nem sempre é fácil se dar conta do aspecto universal da Igreja porque nesse sentido, a Igreja não está limitada ao espaço geográfico ou físico. Assim a Igreja universal e invisível é formada por todos os cristãos regenerados que estão em todos os lugares e por aqueles que já estão também na glória (Hb 12.23), não se limitando somente à dimensão terrena. Aqui, é importante se diferenciar “Igreja” de “denominação”. Numa cidade, por exemplo, pode haver várias denominações; contudo, somente há uma Igreja. A igreja é divina, as denominações são humanas. As denominações podem ser temporárias, a Igreja não. As denominações podem desparecer, mas a Igreja é indestrutível (Mt 16.18). Convém dizer que nem todo grupo que se diz cristão pode ser visto como fazendo parte da Igreja Cristã. Há grupos que se autodenominam “igrejas”, contudo, são sinagoga de Satanás (Ap 3.9). Entretanto, o que fará com que uma igreja ou denominação seja cristã, é a sua fidelidade a Cristo e às Escrituras Sagradas.

 

 

SINOPSE II

A Igreja de Cristo se revela numa dimensão terrena e, igualmente, numa dimensão espiritual.

 

 

III. A IGREJA NA SUA DIMENSÃO COMUNITÁRIA

 

1. A igreja é una. Isso significa que a igreja é indivisível. Na analogia onde compara a Igreja ao corpo humano, Paulo deixa bem claro que uma igreja verdadeiramente cristã é unida porque não pode haver divisão no corpo (1Co 12.12). Jesus disse que um reino dividido não subsistirá (Mt 12.25). Esse princípio se aplica à Igreja também. O que o Diabo não consegue contra a Igreja por meio da perseguição, ele consegue por intermédio da divisão. Devemos evitar, a todo custo, o partidarismo, as preferências e os exclusivismos, se quisermos preservar a unidade da igreja local (Ef 4.3).

2. Unidade na Igreja. Paulo escreveu à igreja de Filipos: “completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa” (Fp 2.2). Esse texto mostra o anseio do apóstolo pela unidade da igreja que, como Corpo de Cristo em sua forma coletiva, deve zelar pela unidade e, da mesma forma, cada crente deve buscar isso.

3. Diversidade na unidade. Isso reverbera o anseio de Jesus pela unidade dos seus discípulos (Jo 17). Ali há o que os teólogos chamam de “unidade de essência”. Na Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas diferentes, com uma mesma essência, possuindo a mesma substância e um só propósito. Da mesma forma, os cristãos devem buscar esse tipo de unidade. Nesse aspecto, unidade não é uniformidade. Somos diferentes, diversos, temos temperamentos distintos e maneiras diferentes para fazer as coisas; mas, mesmo assim, somos um em Cristo Jesus para perseverar no mesmo alvo.

 

 

SINOPSE III

A igreja como Corpo de Cristo em sua forma coletiva deve zelar pela unidade e, da mesma forma, cada crente deve buscar isso.

 

AUXÍLIO DEVOCIONAL

 

 

“ENTENDENDO O TEXTO:

 

‘Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal’. Há três temas que sempre sãos encontrados juntos em passagens do Novo Testamento. O Corpo de Cristo, os dons espirituais e o amor. Há razões importantes porque esses três temas são inseparáveis. O nosso relacionamento com outros cristãos é definido pela participação conjunta em um único Corpo. O nosso serviço aos outros cristãos é definido com o uso de nossos dons e capacidades para servi-los. Nossa postura para com outros cristãos deve ser de amor ativo e cuidado. Unidade, serviço e amor nunca estão separados na Escritura. Sem unidade, não pode haver qualquer experiência de amor. Sem amor, não pode haver qualquer experiência de unidade.

Cada um depende do outro. Se você amar e servir os outros, começará a experimentar a unidade do Corpo de Cristo” (RICHARS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.787).

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

 

 

A IGREJA

 

“A palavra ekklesia se refere a uma reunião ou congregação de pessoas que são chamadas ou convocadas e se reúnem com um propósito. No Novo Testamento, a palavra designa basicamente uma congregação ou comunidade do povo de Deus — as pessoas que aceitam a mensagem de Cristo, confiam a Ele suas vidas e se reúnem como cidadãos do Reino de Deus (Ef 2.19) com o propósito de adorar e honrar a Deus. A palavra ‘igreja’ pode se referir a uma congregação na igreja local (Mt 18.17; At 15.4) [...] ou à igreja universal.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1650.

 

 

CONCLUSÃO

 

Chegamos ao final de mais uma lição bíblica, a qual aborda a natureza da Igreja. Vimos que não é possível nos referirmos a uma igreja como sendo cristã se determinadas marcas ou características não estão presentes nela. Destacamos aqui que a igreja local deve estar fundamentada na Palavra e habitada pelo Espírito Santo. A Igreja também existe tanto local como universalmente. Não está limitada nem pelo tempo nem pelo espaço. Ela existe para a eternidade!

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

1. Qual é a principal característica de uma igreja verdadeiramente bíblica?

Uma igreja verdadeiramente bíblica é firmada na Palavra de Deus.

 

2. O que caracteriza uma igreja habitada pelo Espírito?

A Igreja habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele.

 

3. Como podemos falar da dimensão espacial da Igreja?

A dimensão espacial da igreja diz respeito ao seu local ou ao espaço geográfico.

 

4. Como a Igreja universal e invisível é formada?

Assim a Igreja universal e invisível é formada por todos os cristãos regenerados que estão em todos os lugares e por aqueles que já estão também na glória (Hb 12.23).

 

5. Explique a expressão “unidade de essência” em relação à Trindade.

Na Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas diferentes, contudo, com uma mesma essência. Possuem a mesma substância e um só propósito.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

 

A NATUREZA DA IGREJA

 

A aula desta semana tem como propósito apresentar a natureza da Igreja. Nesse sentido, a intenção é mostrar a sua essência, dimensão, propósito e razão de existir. Nesta lição, veremos que a natureza da Igreja está fundamentada nas dimensões confessional, local, universal e comunitária. A dimensão confessional se deve ao fato de a Igreja estar fundamentada nas Sagradas Escrituras. Logo, o manual e regra de fé e prática da Igreja é a Palavra de Deus. Todos quantos são membros do Corpo de Cristo seguem o ensinamento bíblico e o adotam como código de ética (1Co 12.12). Esse compromisso coaduna com a ação do Espírito Santo que capacita o crente a ser fervoroso e atuante na Seara do Senhor.

No que diz respeito à dimensão local, considera-se o aspecto geográfico, isto é, a localidade onde a igreja se reúne para adorar, servir ao Senhor e atuar pela salvação de almas. Em contrapartida, ao se tratar do seu contexto universal, a igreja existe também na dimensão invisível. Ela é formada por todos os crentes regenerados, presentes em todos os lugres e diferentes épocas. Este será o povo que fará parte do grande encontro com o Senhor nos ares quando Ele voltar para buscar a sua igreja (1Ts 4.15-17).

Por fim, a igreja possui caráter comunitário em razão da sua indivisibilidade. Chama a atenção neste tópico a capacidade de a Igreja comportar ao mesmo tempo grande diversidade de pessoas, temperamentos, culturas e etnias, porém sem perder as qualidades espirituais, morais e éticas. Todos os crentes que entendem a dimensão da Igreja como um só Corpo sabem que preservar a comunhão, o amor e a cordialidade são exercícios indispensáveis para a continuidade da Igreja do Senhor.

Além dos aspectos dimensionais que constituem a Igreja, há uma perspectiva que norteia todas as ações de seu trabalho. A Igreja existe neste mundo em razão da sua existência missional. A ordem imperativa do Mestre era para que seus discípulos fossem por todo mundo e anunciassem o Evangelho a todas as pessoas, independentemente da etnia, língua ou cultura (Mt 28.19,20). Conforme destaca Stanley M. Horton, “a missão de Deus, que é reconciliar consigo mesmo a humanidade, segundo os registros autorizados das Escrituras, revela a origem de nossa motivação suprema quanto à missão da Igreja” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, 1996, pp.579,580). Logo, a igreja existe para a salvação de almas. Ela tem o dever de pregar o Evangelho, praticar a Palavra e mostrar aos pecadores, por meio do seu estilo de vida, que é possível reconciliar-se com Deus e viver neste mundo de modo piedoso. Em breve, Cristo voltará para nos buscar e estaremos para sempre Ele na eternidade.