Título: O Deus que governa o Mundo e cuida da Família — Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração
Comentarista: Silas Queiroz
Lição 5: O casamento de Rute e Boaz: a remição da família
Data: 4 de agosto de 2024
“Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.” (Rt 3.11).
Uma mulher virtuosa tem um valor incalculável, por seu caráter e sua disposição de servir a Deus e à família.
Segunda — Gn 2.18; Ec 4.9-12; Hb 13.4
O casamento como instituição divina fundamental
Terça — Sl 27.14; Pv 20.21
Esperando o tempo certo e o desfecho do devido processo
Quarta — Gn 2.24; Ef 5.25-28; 1Pe 3.7
A liderança masculina na família pressupõe atitude, amor e honra
Quinta — Sl 128.6
Netos como recompensas aos avós é sinônimo de renovação de vida
Sexta — Ez 16.8
O compromisso de Deus com o povo de Israel
Sábado — Jo 3.16; 1Pe 1.18,19
Jesus Cristo, nosso Senhor, como Redentor eterno
Rute 3.8-10; 4.11.
Rute 3
8 — E sucedeu que, pela meia-noite, o homem estremeceu e se voltou; e eis que uma mulher jazia a seus pés.
9 — E disse ele: Quem és tu? E ela disse: Sou Rute, tua serva; estende, pois, tua aba sobre a tua serva, porque tu és o remidor.
10 — E disse ele: Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste esta tua última beneficência do que a primeira, pois após nenhuns jovens foste, quer pobres quer ricos.
Rute 4
11 — E todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Leia, que ambas edificaram a casa de Israel; e há-te já valorosamente em Efrata e faze-te nome afamado em Belém.
227, 505 e 519 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
O tema da presente lição é o casamento de Boaz com Rute. Esse casamento, ao longo da história da Igreja, é visto como um tipo de Cristo e a Igreja. No relacionamento de Boaz com Rute temos um tipo de relacionamento do Senhor Jesus Cristo com a sua Noiva. A história de Boaz e Rute também é a história de salvação de Deus para a humanidade.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Explicar o compromisso de Boaz com Rute; II) Esclarecer o casamento de Boaz com Rute; III) Relacionar a remição da linhagem de Davi com a história de Rute.
B) Motivação: O que o casamento de uma moabita com um remidor da família de Noemi tem a ver com o plano de salvação? Das coisas simples, aparentemente sem importância, brota uma bênção que a abrange toda a humanidade. Deus usou uma crise de uma família para fazer a manutenção de um plano definido desde a fundação do mundo.
C) Sugestão de Método: Inicie a aula de hoje perguntando o que é mais difícil quando aguardamos uma promessa? Crer em meio ao contexto completamente contrário ao que foi prometido? Ou esperar o tempo necessário, dias, meses, anos ou décadas, para ver se concretizar o que foi prometido? Explique que o assunto de hoje traz lições preciosas a respeito da promessa de salvação e, também, acerca de como devemos nos comportar diante da espera de uma promessa. Aguardar as promessas de Deus se cumprirem pode ser tão desafiador quanto o crer diante do improvável. Por isso, desenvolva esta aula de modo que a fé de seus alunos seja estimulada a enfrentar os obstáculos da espera.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O casamento entre Boaz e Rute nos ensina que Deus usa as coisas simples para fazer cumprir um plano muito maior. Também temos a lição de que é necessário aprendermos a esperar o tempo e aguardar o processo devido para alcançar a promessa.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O Contexto Histórico do Casamento entre Boaz e Rute”, localizado após o segundo tópico, explica os desafios e as condições legais que foram cumpridos para a união entre Boaz e Rute; 2) O texto “O Legado da Obediência”, localizado após o terceiro tópico, destaca o tema da redenção salvífica presente no livro.
INTRODUÇÃO
O livro de Rute começa com fome e mortes, mas termina com duas grandes celebrações: o casamento de Boaz e Rute e o nascimento de Obede, o avô de Davi. Nosso Deus é poderoso para reverter tragédias em bênçãos. Além de um redentor humano, a história nos apresenta parte da genealogia de Jesus Cristo, nosso Redentor divino-humano.
Palavra-Chave:
REMIÇÃO
I. O COMPROMISSO DE BOAZ COM RUTE
1. No lugar da bênção. A colheita da cevada e do trigo havia terminado e Rute permanecia servindo a Noemi e lhe obedecendo em tudo (Rt 2.23). Seu lema era: “Tudo quando me disseres farei” (Rt 3.5). Rute teve oportunidades fora de casa, mas não se aventurou por parte alguma, como se fosse autônoma e independente (Rt 3.10). Não buscou falsas liberdades, como as que são pregadas hoje pela ideologia feminista. Sua lealdade e sujeição fortaleceram o desejo de Noemi de vê-la casada novamente. Ter um novo lar era fundamental para a felicidade e segurança de Rute. O casamento é uma instituição divina fundamental para a solidez da família, da igreja e de toda a sociedade (Gn 2.18; Ec 4.9-12; Hb 13.4). A bênção de Rute estava chegando e ela permanecia no lugar certo.
2. A iniciativa de Noemi. Os cereais colhidos eram levados para a eira, um terreno plano preparado para a debulha das espigas. Noemi soube que naquela noite Boaz faria aquele trabalho. Era uma grande oportunidade para Rute se aproximar dele e demonstrar seu interesse em ser remida. Sem que fosse notada, Rute deveria esperar que Boaz se deitasse, lhe descobrir os pés e deitar-se discretamente. Boaz saberia o que fazer quando notasse sua presença (Rt 3.4-7), o que demonstra tratar-se de um costume conhecido na época. Estender a capa era sinal de compromisso de casamento (Rt 3.9). Em Ezequiel 16.8 essa prática é mencionada como metáfora, representando o compromisso de Deus com Israel.
3. Respeitando o processo. Para encontrar-se com Boaz, Rute deveria banhar-se, se perfumar e vestir sua melhor roupa (Rt 3.3). Assim como não exclui a ternura, a santidade não despreza a beleza, desde que com simplicidade, em pureza e moderação (Gn 24.16; Is 39.2; 1Tm 2.9,10). Por volta da meia noite, Boaz acorda, assustado, com uma mulher deitada a seus pés, e pergunta: “Quem és tu?” (Rt 3.9). Orientada por Noemi, Rute se identifica, lembra-lhe a condição de remidor e pede que estenda sobre ela a sua capa. Como Noemi dissera, Boaz realmente entendeu! Ele era, de fato, um parente remidor, mas havia outro mais chegado, que tinha prioridade na remição. Era preciso aguardar, respeitando o processo: “[ ] se te não quiser redimir, vive o Senhor, que eu te redimirei”. O caráter santo de Boaz e Rute novamente se manifestam. Sem qualquer contato íntimo, ela passou o restante da noite deitada aos pés dele e saiu bem cedo, para não ser percebida (Rt 3.9-14). Mesmo estando perto, uma bênção pode ser perdida se não soubermos esperar o tempo certo e respeitar o devido processo (Sl 27.14; Pv 20.21).
SINOPSE I
O compromisso de Boaz com Rute nos ensina a esperar o tempo certo e aguardar o devido processo para alcançar uma bênção.
II. O CASAMENTO ENTRE BOAZ E RUTE
1. Concluindo o negócio. Rute teve a iniciativa de sugerir a Boaz que exercesse o papel de remidor, conforme o costume da época. Mas era fundamental que ele superasse o obstáculo que havia: a preferência do parente mais próximo. Boaz agiu rapidamente, como Noemi havia dito: “Sossega, minha filha, [ ] aquele homem não descansará até que conclua hoje este negócio” (Rt 3.18). Todo homem deve ser preparado para tomar iniciativas na vida, principalmente quando o assunto for casamento e vida conjugal. A liderança masculina pressupõe atitude, amor responsável e honra à mulher como vaso mais fraco (Gn 2.24; Ef 5.25-28; 1Pe 3.7).
2. Resgate e lei do levirato. Boaz foi para a porta da cidade e logo viu o remidor, que ia passando (Rt 4.1). Não seria este mais um ato da providência divina? Boaz o convidou para tratar do assunto que lhe inquietava, e chamou 10 homens importantes da cidade para testemunharem o ato. Em princípio, o remidor aceitou adquirir as terras que haviam sido de Elimeleque, mas desistiu quando Boaz o informou que o resgate incluía o dever de se casar com Rute, a moabita, para “suscitar o nome do falecido sobre a sua herdade” (Rt 4.5). A aplicação das duas leis nesse caso — a do resgatador e a do casamento por levirato — certamente se deu porque apenas a aquisição das terras não faria que ficassem na família de Elimeleque. Assim, o resgate deveria ser acompanhado do casamento sob a lei do levirato. O remidor alegou motivos econômicos para a sua desistência: ele não aplicaria recursos em terras que não seriam de sua própria família, e sim dos sucessores de Elimeleque (Rt 4.6,10).
3. O registro público. Seguindo mais um dos costumes da época, a transferência do direito de resgate foi selada com o remidor descalçando o sapato e entregando-o a Boaz (Rt 4.7,8). O testemunho público para a remição e o casamento com Rute foi invocado por Boaz e recebeu uma confirmação uníssona: “E todo o povo que estava na porta e os anciãos, disseram: Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Leia, que ambas edificaram a casa de Israel [ ]” (Rt 4.9-11). Rute foi acolhida na comunidade de Israel com as mais elevadas honras.
SINOPSE II
O casamento de Boaz com Rute ressalta que a liderança masculina pressupõe atitude, amor responsável e honra à mulher como vaso mais frágil.
“O CONTEXTO HISTÓRICO DO CASAMENTO ENTRE BOAZ E RUTE
Noemi provavelmente pensou que Boaz era seu parente mais próximo. Ele possivelmente desejou casar-se com Rute porque sua resposta demonstra que pensava algo sobre isto. Com certeza, não intentou desposar Noemi porque era muito velha para gerar filhos (1.11,12). Outro membro da família era o parente mais próximo; portanto, tinha o direito de tomar Rute como sua esposa. Caso sua resposta fosse negativa, Boaz estaria livre para casar-se com ela (3.13).
Boaz marcou o encontro com seu parente no portão da cidade. Este era o centro das atividades locais. Ninguém podia entrar ou sair daquela localidade sem passar por lá. Os ambulantes instalavam seus negócios naquele local, que também servia como câmara municipal. Oficiais da cidade juntavam-se para realizar suas transações comerciais. Por existirem tantas atividades, este era um bom lugar para o encontro das testemunhas (4.2) e um local apropriado para Boaz fazer sua proposta.
Boaz habilmente apresentou seu caso ao primo. Primeiro, transmitiu novas informações ainda não mencionadas na história — Elimeleque, o falecido marido de Noemi, ainda possuía uma propriedade que estava à venda. Como parente mais próximo, este tinha a prioridade para comprar a terra, o que ele concordou (Lv 25.25). Entretanto, Boaz disse que, de acordo com a lei, se ele adquirisse a propriedade também teria que casar-se com a viúva [ ]” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.360).
III. A REMIÇÃO DA LINHAGEM DE DAVI ATRAVÉS DE RUTE E BOAZ
1. O nascimento de Obede. Consumado o casamento, Boaz podia tomar a Rute por mulher: “[ ] e o Senhor lhe deu conceição, e ela teve um filho” (Rt 4.13). Foi grande a celebração das mulheres de Belém, pois entendiam como Deus estava agindo em favor de Noemi (Rt 4.14). Antes amargurada e acreditando estar sob castigo divino (Rt 1.13,20,21), a viúva de Elimeleque recebeu uma “renovação da vida” (Rt 4.15 — NAA), e teria, agora, alguém que cuidaria dela em sua velhice. Era mesmo o começo de uma nova fase na vida de Noemi. Os netos enchem os avós de orgulho e alegria (Pv 17.6). Neles, os idosos projetam o prolongamento da vida, recebem novo ânimo e encorajamento. É uma recompensa por terem tido filhos e se dedicado a eles (Sl 128.6).
2. Boaz, um tipo de Cristo. Se Noemi, Rute ou Orfa não se casassem com alguém da família de Elimeleque, a linhagem ancestral de Davi teria sido profundamente alterada. Noemi já não tinha idade para gerar filhos (Rt 1.12). Orfa voltou para os moabitas (Rt 1.14). O Deus de Israel encontrou Rute, cuja vida foi guiada por um caminho de renúncia, amor, pureza e muita submissão. Ela, como um tipo da Igreja, encontrou-se com Boaz, um tipo de Cristo, nosso Redentor eterno (Jo 3.16; 1Pe 1.18,19).
SINOPSE III
O casamento de Boaz e Rute tornou-se um tipo do relacionamento espiritual de Cristo com a Igreja.
“O LEGADO DA OBEDIÊNCIA
As genealogias no livro de Rute são apresentadas fornecendo dez gerações, explicando as omissões e, portanto, as diferenças com outros registros. As genealogias do Novo Testamento (Mt 1.3-6; Lc 3.32,33) são construídas sobre a precisão registrada no livro de Rute (Rt 4.17-22), o que também é a ligação mais vital na linhagem traçada de Abraão até Cristo. Contudo, o nome de Rute não aparece de fato nesses versículos (vv.17-22), talvez por sua história ser o cerne do livro de Rute. Mateus incluiu o nome dela. Rute era pura e deu testemunho das qualidades do mais alto caráter em contraste com outras mulheres mencionadas, o que pode ter sido a razão de ele a ter mencionado pelo nome. Ainda assim, ela também precisava de um go’êl, um remidor. E exatamente como Rute, não pertencente ao povo de Deus, proibida de entrar na congregação do Senhor (Dt 23.3) e sem esperança — alienada de Deus — se humilhou aos pés do parente remidor, Boaz, pedindo sua aceitação e ajuda, todas as mulheres têm de se humilhar aos pés do Senhor Jesus e buscar sua redenção salvífica. Ao fazer isso, assim como Rute encontrou a segurança terrena, você encontrará o descanso celestial” (Patterson, D. K., KELLEY, R. H. Comentário Bíblico da Mulher — Antigo Testamento. Volume I. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.486,487).
CONCLUSÃO
A história de Rute é uma história de redenção. Uma moabita foi não somente remida, mas entrou para a genealogia do Redentor da humanidade, Jesus, o filho de Davi. Ao lado de Tamar e Raabe, Rute proclama a graça de Deus, que se manifesta a todos, judeus e gentios (Tt 2.11). Que proclamemos com poder a vida e a obra de nosso Redentor divino-humano, Jesus Cristo, o Salvador dos homens (1Tm 4.10; At 4.12).
Remição: Ato ou efeito de remir; resgatar, quitar, liberar da pena ou dívida.
1. Qual era o lema de Rute e como isso foi importante em sua vida?
Seu lema era: “Tudo quando me disseres farei” (Rt 3.5). Rute teve oportunidades fora de casa, mas não se aventurou por parte alguma, como se fosse autônoma e independente (Rt 3.10).
2. Qual foi a iniciativa de Noemi que levou ao compromisso de Boaz com Rute?
Os cereais colhidos eram levados para a eira, um terreno plano preparado para a debulha das espigas. Noemi soube que naquela noite Boaz faria aquele trabalho. Era uma grande oportunidade para Rute se aproximar dele e demonstrar seu interesse em ser remida.
3. Que processo deveria ser aguardado por Rute e Boaz?
Ele era, de fato, um parente remidor, mas havia outro mais chegado, que tinha prioridade na remição. Era preciso aguardar, respeitando o processo: “[ ] se te não quiser redimir, vive o Senhor, que eu te redimirei”.
4. Por que houve a necessidade da aplicação das leis do resgate e do casamento por levirato?
A aplicação das duas leis nesse caso — a do resgatador e a do casamento por levirato — certamente se deu porque apenas a aquisição das terras não faria que ficassem na família de Elimeleque. Assim, o resgate deveria ser acompanhado do casamento sob a lei do levirato.
5. O que o nascimento de Obede representa no plano de redenção?
O Deus de Israel encontrou Rute, cuja vida dirigiu por um caminho de renúncia, amor, pureza e muita submissão. Ela, como um tipo da Igreja, encontrou-se com Boaz, um tipo de Cristo, nosso Redentor eterno (Jo 3.16; 1Pe 1.18,19).
O CASAMENTO DE RUTE E BOAZ: A REMISSÃO DA FAMÍLIA
A lição desta semana revela a presciência de Deus quanto ao futuro de Seus servos que confiam em Sua bondade e O servem com temor. A história de Noemi e Rute havia iniciado com amargura e sentimento de impotência diante da morte dos homens da família. No entanto, essa triste realidade se converteu em bonança quando essas duas mulheres resolveram agir conforme a vontade de Deus. A presente ocasião exigiu não apenas a confiança na providência divina, mas também a sabedoria para traçar a estratégia correta a fim de alcançar as bênçãos. Noemi soube que naquele campo havia um homem bondoso e de boa fama que poderia ser o remidor de sua família. Por esse motivo, cuidou de orientar Rute sobre o que fazer para alcançara benevolência dele. Durante aquela noite, quando Boaz se deitasse na eira por ocasião do período de debulha das espigas, Rute deveria deitar-se a seus pés e demonstrar o interesse por ser remida (Rt 3.1-7). Observe que a ocasião se fez útil e Rute demostrou ser agradável a Boaz para que o propósito divino se concretizasse.
Ao deitar-se aos pés de Boaz, Rute não o fez por ambição material ou mesmo porque ansiava um casamento. Ela o fez por amor à sua sogra que, em contrapartida, desejava ver sua nora casada novamente e feliz. A solicitação de Rute a Boaz para que a cobrisse com sua capa significava o pedido de casamento em ocasiões como aquela. Imediatamente, Boaz acolheu Rute e cumpriu o que fosse necessário para a ter como esposa. Até mesmo aquele que tinha o privilégio de ser o primeiro remidor abriu mão do seu direito porque Deus estava neste negócio (Rt 4.6). Quando as intenções do coração de um servo de Deus são agradáveis, o próprio Deus remove as barreiras para que as bênçãos se manifestem de maneira gloriosa em sua vida (Pv 16.7).
No Comentário Devocional da Bíblia, Lawrence O. Richards destaca que “com o tempo, Rute teve um filho e naquele filho encontrou consolo e esperança. De certa forma, como o filho era considerado prole do próprio filho de Noemi, ele era neto de Noemi; uma indicação de que a vida continuava, e de que Noemi não seria esquecida. No entanto, mais comovedor é o elogio que as mulheres de Belém fizeram a Rute. Em uma época em que ter filhos era a coisa mais importante na vida da maioria das mulheres, as mulheres de Belém podiam admirar ‘tua nora, que te ama’ e que ‘te é melhor do que sete filhos’. O amor de Rute, tão valioso quanto um filho nos braços, é que foi capaz de renovar a vida de Noemi” (pp.162,163). Note que o amor mútuo presente entre essas duas mulheres fez com que elas encontrassem em Boaz não apenas a remissão dos bens e direitos da descendência, mas também a bênção de ser novamente uma família completa e feliz.