Título: O Deus que governa o Mundo e cuida da Família — Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração
Comentarista: Silas Queiroz
Lição 7: A deposição da rainha Vasti e a ascensão de Ester
Data: 18 de Agosto de 2024
“Antes, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tg 4.6).
Devemos nos conservar humildes, confiando na justiça de Deus, pois Ele governa a todos, abatendo ou exaltando.
Segunda — Et 1.5-8
Assuero faz um convite de um banquete público ao povo da fortaleza de Susã
Terça — Et 1.9
A rainha Vasti também oferece um banquete, porém, restrito às mulheres
Quarta — Et 1.10-12
A rainha Vasti resiste a ordem do rei
Quinta — Et 1.13-15,20-22
O rei se aconselha com sábios e destitui a rainha
Sexta — Et 2.1-4
O rei Assuero decide escolher uma nova rainha
Sábado — Et 2.16,17
A rainha escolhida foi a judia Ester
Ester 1.10-12,16,17,19; 2.12-17.
Ester 1
10 — E, ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e a Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero,
11 — que introduzissem na presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista.
12 — Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a palavra do rei, pela mão dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira.
16 — Então, disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente pecou contra o rei a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes e contra todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero.
17 — Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos, quando se disser: Mandou o rei Assuero que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, porém ela não veio.
19 — Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se nas leis dos persas e dos medos, e não se revogue que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e o rei dê o reino dela à sua companheira que seja melhor do que ela.
Ester 2
12 — E, chegando já a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com as coisas para a purificação das mulheres),
13 — desta maneira, pois, entrava a moça ao rei; tudo quanto ela desejava se lhe dava, para ir da casa das mulheres à casa do rei;
14 — à tarde, entrava e, pela manhã, tornava à segunda casa das mulheres, debaixo da mão de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse e fosse chamada por nome.
15 — Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que a tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de todos quantos a viam.
16 — Assim, foi levada Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado.
17 — E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e afez rainha em lugar de Vasti.
457, 491 e 525 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
Esta lição apresenta o contraste entre duas mulheres, Vasti e Ester. Vasti, a rainha que foi deposta por se recusar a obedecer ao rei. Ester, a judia que se tornou rainha e teve como marca obedecer às orientações de seu primo Mardoqueu. Para aprofundar nesses contrastes estudaremos o banquete de Assuero e recusa de Vasti; a deposição de Vasti; a ascensão da jovem judia Ester. Nesta lição, também perceberemos a atributo incomunicável de Deus denominado de presciência. Ele conhece de antemão todas as ações humanas.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Explicar o banquete de Assuero e a recusa da rainha Vasti; II) Refletir a respeito da resistência e da deposição da rainha Vasti; III) Mostrar a ascensão de Ester ao posto de rainha.
B) Motivação: Obediência é um atributo bíblico muito importante para desenvolver a humildade cristã. O contrário da obediência é a desobediência que pode levar ao orgulho e a arrogância. Estas trazem consequências inevitáveis. A Palavra de Deus nos mostra que obedecer é melhor que o sacrificar (1Sm 15.22).
C) Sugestão de Método: Para concluir a lição, estabeleça um contraste a respeito dos comportamentos de Vasti e Ester: a) Vasti: recusa-se a ir festa do rei; b) Ester: a jovem judia que obedeceu aos conselhos de seu primo, Mardoqueu. Em seguida, mostre que tal comportamento obediente de Ester resultou na sua elevação de rainha. Esse posto, mais tarde, se mostrará crucial para o livramento que o Senhor nosso Deus fará em favor de seu povo. Neste livro, embora não esteja grafada, percebemos a providência divina atuando do início ao fim.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Há um tempo oportuno que Deus faz chegar para que sejamos instrumentos usados em suas mãos. Assim como Deus fez na vida de Ester, que aguardou o tempo oportuno para chegar ao posto de rainha, Ele requer que confiemos em seu favor para que o tempo oportuno também chegue em nossa vida para fazer a sua vontade.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A recusa da rainha Vasti”, localizado após o primeiro tópico, explica o contexto histórico-cultural do episódio; 2) O texto “Ester”, ao final do terceiro tópico, destaca um resumo biográfico da personagem.
INTRODUÇÃO
Deus estabeleceu princípios imutáveis, pelos quais governa a todos os povos, independente de cultura, época ou lugar. Nesta lição, veremos o claro contraste entre as condutas de Vasti e de Ester, a obediente moça judia que ascendeu ao trono de rainha de um dos maiores impérios de todos os tempos, o Império Persa.
Palavra-Chave:
OBEDIÊNCIA
I. O BANQUETE DE ASSUERO E A RECUSA DE VASTI
1. O rei Assuero. Filho de Dario, Assuero governou o Império Persa por 20 anos (486-465 a.C.), reinando “desde a Índia até a Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias” (Et 1.1). Seu nome grego é Xerxes. No terceiro ano de seu reinado, Assuero convidou a nobreza imperial e os senhores de todas as províncias para mostrar-lhes a grandiosidade do reino e as suas riquezas. A recepção durou 180 dias. Acredita-se que foi nessa ocasião que Assuero tratou, com seus generais e conselheiros, da expedição militar que faria contra a Grécia, batalha que se transformou em um grande fracasso, conforme narra, em detalhes, o historiador grego Heródoto (484-425 a.C.).
2. Um banquete público, outro exclusivo. Passados os 180 dias, Assuero ofereceu um banquete para todo o povo de Susã, no pátio do jardim de seu palácio. Havia muito luxo e ostentação, além de bebida à vontade, em uma festa programada para durar sete dias (Et 1.5-8). Assuero tinha como mulher a rainha Vasti, que alguns estudiosos acreditam ser a mesma Améstris, citada por Heródoto em seu livro História. Ela também ofereceu um banquete, porém restrito às mulheres do palácio (Et 1.9).
3. O convite à rainha. No sétimo dia de seu banquete, depois de ter bebido bastante, Assuero estava em euforia: “o coração do rei [estava] alegre do vinho” (Et 1.10). Foi quando ordenou que lhe trouxessem a rainha Vasti, “com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista” (Et 1.11). A rainha simplesmente recusou acompanhar os sete eunucos que o rei enviou para conduzi-la à sua presença (Et 1.12).
SINOPSE I
O rei ordena a rainha Vasti para o acompanhar a fim de que sua formosura fosse mostrada aos convivas. A rainha não aceita.
“A RECUSA DA RAINHA VASTI
A rainha Vasti se recusou a desfilar diante dos amigos do rei, possivelmente por ser contra o costume persa uma mulher apresentar-se diante de uma reunião pública de homens. Este conflito entre o costume persa e a ordem do rei colocou-a em uma difícil situação, e ela escolheu não obedecer à ordem de seu marido embriagado, na esperança de que ele, mais tarde, recobrasse o juízo. Alguns sugerem que Vasti estava grávida de Artaxerxes, que nasceu em 483 a.C., e não queria ser vista em público naquele estado.
Qualquer que tenha sido o motivo, sua atitude foi uma quebra de protocolo que também colocou Assuero em situação difícil. Se uma ordem era expedida por um rei persa, ele nunca poderia revertê-la (leia nota sobre 1.19). Enquanto se preparava para invadir a Grécia, Assuero havia convidado muitos importantes oficiais de todo o império para ver o seu poder, riqueza e autoridade. Caso sua autoridade sobre a própria esposa fosse colocada em dúvida, sua credibilidade militar — o maior critério de sucesso para um rei da antiguidade — seria prejudicada. Além disso, o rei Assuero estava acostumado a ter o que queria” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.687).
II. VASTI RESISTE À ORDEM DO REI E É DEPOSTA
1. A recusa da rainha. São diversas as opiniões a respeito das condutas do rei e da rainha nesse episódio. Fontes extrabíblicas tentam justificar a desobediência de Vasti, com versões que pintam como absurda a pretensão do rei em apresentá-la em seu banquete. O uso de fontes não bíblicas é saudável quando servem para aclarar o sentido do texto escriturístico. Contudo, podem levar à prática da eisegese quando dão à Escritura um sentido alheio ao que foi revelado. A narrativa bíblica é: uma festa pública acontecia e a rainha recusou atender ao rei. O texto para por aí. Fica difícil sustentar algum recato da rainha, principalmente se ela for, como alguns imaginam, a mesma Améstris citada por Heródoto, uma mulher astuta e sanguinária.
2. A aplicação da lei. Assuero estava, de fato, sob influência do vinho quando ordenou a vinda de Vasti, mas sua decisão de depô-la do cargo não se deu de forma intempestiva ou autoritária. Apesar da fúria, o rei suportou o constrangimento público de receber de volta os eunucos, sem a rainha. Em seguida, submeteu o caso ao exame dos sábios de seu reino, entendidos nas leis e no direito dos medos e persas (Et 1.13,14). A pergunta do rei demonstrava prudência: “O que, segundo a lei, se devia fazer da rainha Vasti, por não haver cumprido [o seu mandado]”? (Et 1.15). Assuero estava em uma difícil situação. Como poderia exercer o governo do império se não tinha autoridade sobre sua própria esposa?
3. A sentença de Vasti. Examinado o caso, Memucã, um dos sábios, aconselhou ao rei que depusesse Vasti. Liderança pressupõe muita responsabilidade. Pela grande repercussão, a conduta da rainha seria um péssimo exemplo para todas as mulheres do reino: “Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos” (Et 1.17). Isso provocaria desrespeito e discórdia nos lares (Et 1.18). O conselho de Memucã agradou a Assuero e seus nobres, e ele decretou a deposição de Vasti. Além disso, enviou cartas a todas as províncias, estabelecendo “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Et 1.22). Uma das qualificações exigidas do líder cristão é exatamente esta: exercer o governo da própria casa. O princípio bíblico é: o homem que não lidera em casa não é apto para cuidar da Igreja de Deus (1Tm 3.4,5).
SINOPSE II
A recusa de Vasti a leva a perder o posto de rainha no reino de Assuero.
III. ESTER: A JUDIA SE TORNA RAINHA EM TERRA ESTRANHA
1. Quatro anos depois. Há certo consenso entre os estudiosos de que a escolha da substituta de Vasti ocorreu após a frustrada campanha militar que Assuero lançou contra os gregos. A destruição quase total das forças navais persas na Batalha de Salamina, ano 480 a.C., forçou seu retorno para Susã. Passada a ira, o rei se lembrou de Vasti, do que ela havia feito e do que ele havia decretado (Et 2.1). Assim, no 479 a.C., aconselhado por seus servos mais próximos, Assuero decide escolher a nova rainha (Et 2.2).
2. O universo da escolha. Apesar de governar um império originário de longas sucessões entre famílias da Média e da Pérsia, Assuero decidiu escolher a nova rainha dentre moças de todas as províncias do reino. Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. A única exigência é que fossem virgens e formosas (Et 2.2-4). Quando Deus dirige o processo, nenhum detalhe fica esquecido. Ele cuida de tudo. O concurso foi divulgado e muitas moças levadas à Susã. Mardoqueu morava próximo ao palácio e, com ele, a prima Ester, criada como filha. Levada à casa do rei, Ester ficou sob os cuidados de Hegai, guarda das mulheres, de quem logo conquistou a simpatia (Et 2.7-9). Havia uma graça especial em Ester. Além de se apressar em dar-lhe os seus enfeites e alimentos, e sete moças para lhe assistirem, Hegai “a fez passar ao melhor lugar da casa das mulheres” (Et 2.9). Embora o texto não diga, não há outra explicação: o Deus que estava com José, estava também com Ester (Gn 39.2,21,23).
3. A obediência de Ester. Mardoqueu ordenou a Ester que não declarasse qual era o seu povo e sua parentela. Qual a razão dessa ordem? Não sabemos ao certo, já que não havia restrição étnica no processo de escolha da nova rainha. Mesmo sem entender o motivo da proibição, Ester obedeceu, à risca, a ordem de Mardoqueu (Et 2.10). Ela não exigia explicação para obedecer. Mardoqueu demonstrava profunda preocupação com o bem-estar de Ester, passando diariamente diante do pátio da casa das mulheres para saber como ela estava (2.11). Havia respeito e cuidado mútuo entre eles. Cumpridos os 12 meses de preparação, chegou a vez de Ester ser levada à presença de Assuero: “E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti” (Et 2.17).
SINOPSE III
A jovem judia Ester é elevada ao posto de rainha numa terra estranha.
“ESTER
Uma exilada judia que viveu na Pérsia durante o reinado de Assuero (Xerxes, 486-465 a.C.). O nome Ester vinha do persa stara, ‘estrela’, ou de Ishtar, uma deusa babilônia. Seu nome heb. era Hadassa, que significa ‘murta’. Ester era órfã e foi criada por seu primo Mardoqueu. Sua beleza foi o motivo de ter sido contada entre as virgens trazidas a Assuero para a seleção de uma rainha para reinar no lugar de Vasti. Foi escolhida, tornou-se rainha, e viveu no palácio em Susã (q.v.).
Ester também é notada por sua bravura e lealdade ao seu povo. Arriscando a própria vida, ao revelar, pela primeira vez, que era judia, fez uma súplica ao rei para assinar um novo decreto, desfazendo o decreto de Hamã contra os judeus” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.696).
CONCLUSÃO
Ester havia chegado ao posto em que, no tempo oportuno, seria um instrumento para cumprir os propósitos divinos. Um dos atributos incomunicáveis de Deus é a sua presciência. Somente Ele conhece, de antemão, todos os acontecimentos futuros (Is 46.9,10). Podemos confiar nossa vida inteiramente à sua direção, pois Ele sabe o que é melhor para nós (Jr 29.11).
Eisegese: Interpretação de um texto atribuindo-lhe ideias do próprio leitor.
1. Qual a diferença entre o banquete de Assuero e o de Vasti?
Assuero ofereceu um banquete para todo o povo de Susã, no pátio do jardim de seu palácio. Vasti também ofereceu um banquete, porém, restrito para as mulheres do palácio (Et 1.9).
2. Qual o procedimento adotado por Assuero para decidir o futuro da rainha?
Ele submeteu o caso ao exame dos sábios de seu reino, entendidos nas leis e no direito dos medos e persas (Et 1.13,14).
3. Que resolução foi acompanhada do seu decreto de deposição de Vasti?
Ele decretou a deposição de Vasti. Além disso, enviou cartas a todas as províncias, estabelecendo “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Et 1.22).
4. Quais os critérios para a escolha da nova rainha?
Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. A única exigência é que fossem virgens e formosas (Et 2.2-4).
5. O que se destaca na obediência de Ester?
Mardoqueu ordenou a Ester que não declarasse seu povo e sua parentela. Qual a razão dessa ordem? Não sabemos ao certo, já que não havia restrição étnica no processo de escolha da nova rainha. Mesmo sem entender o motivo da proibição, Ester obedeceu à risca a ordem de Mardoqueu (Et 2.10). Ela não exigia explicação para obedecer.
A DEPOSIÇÃO DA RAINHA VASTI E A ASCENSÃO DE ESTER
A partir desta lição, seus alunos conhecerão com maiores detalhes o livro de Ester, a começar pela deposição da rainha Vasti para que os propósitos divinos se cumprissem por meio da judia Hadassa. Uma mensagem clara neste livro é que o governo de Deus está presente neste mundo. Não há autoridade que governe ou assuma o poder sem a permissão divina (Rm 13.1). Na época em que Ester foi aclamada rainha, alguns eventos ocorreram em tempo oportuno para que ela ascendesse ao trono. Dentre estes eventos podemos citar o convite do rei para que a rainha Vasti comparecesse em seu banquete, pois queria apresentá-la aos convidados da corte real. A rainha simplesmente recusou o convite, causando constrangimento ao rei. Depois disso, o rei consultou os sábios de seu reino para saber o que a lei orientava a respeito da conduta da rainha. Desde então, a história seguiu os preparativos para que Ester fosse escolhida rainha em lugar da deposta Vasti.
Quanto aos detalhes da nova rainha, conforme descreve o Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD, 2006), o que se sabe é que ela era “uma exilada judia que viveu na Pérsia durante o reinado de Assuero (Xerxes, 486-465 a.C. O nome Ester vinda do persa stara, ‘estrela’, ou de Ishar, uma deusa babilônia. Seu nome hebraico era Hadassa, que significa ‘murta’. Ester era órfã e foi criada por seu primo Mardoqueu. Sua beleza foi o motivo de ter sido contada entre as virgens trazidas a Assuero para a seleção de uma rainha para reinar no lugar de Vasti. Foi escolhida, tornou-se rainha, e vivei no palácio em Susã” (p.696).
A deposição de Vasti, bem como outros eventos que ocorreram nos dias em que Ester ascendeu ao trono como rainha, revelam o cuidado providencial de Deus mais uma vez para preservar Seu povo de ser aniquilado. Assim como foi nos dias de José, que se tornou governador do Egito (Gn 41.41-43), e também nos tempos do profeta Daniel, que foi exaltado no período do domínio babilônico (Dn 2.48), Ester foi inserida pelo próprio Deus na corte persa. Em Sua presciência, Deus pretendia usar alguém que tivesse Seu coração inclinado a atentar para causa dos judeus para que houvesse livramento. Essa mesma busca se assemelha ao chamado do profeta Isaías, quando ouviu do próprio Deus: “A quem enviarei?” (Is 6.8). Em nossos dias, o Senhor procura aqueles que se preocupam com a causa do Evangelho e se prontificam a ser instrumentos dEle para que haja livramento antes que venha o grande Dia do Senhor. Que tenhamos o coração de Ester; caso contrário, haverá livramento da parte de Deus de outra forma. E quem sabe não foi para tal tempo como este que o Senhor nos chamou para exercer o chamado ministerial? (Et 4.14). Ouçamos a voz de Deus!