Título: O fundamento dos apóstolos e dos profetas — A doutrina bíblica como base para uma vida vitoriosa
Comentarista: Elias Torralbo
Lição 4: Os jovens que se mantiveram firmes na doutrina
Data: 28 de Janeiro de 2O24
“E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.” (Dn 3.18).
A confiança em Deus e o compromisso com a sua Palavra contribuem com a manutenção da fidelidade do crente.
SEGUNDA — Gn 39.7-9
A oportunidade não deve prevalecer sobre os princípios
TERÇA — Dn 1.7-9
Honrar a Deus é uma sábia decisão
QUARTA — Dn 5.10-16
A decisão de honrar a Deus
QUINTA — Mt 5.13-16
A igreja deve se distinguir do mundo
SEXTA — Fp 2.12-18
Vivendo de modo irrepreensível
SÁBADO — 2Tm 3.14-17
Um convite à firmeza
Na lição deste domingo, discorreremos a respeito dos conflitos do crente diante dos ataques à verdadeira doutrina. Vamos tomar como exemplo a vida de Daniel e seus amigos. Eles foram inseridos na cultura babilônica, uma cultura idólatra, mas permaneceram firmes no propósito de honrar a Deus. A temática da lição é uma oportunidade para você tratar a respeito da firmeza doutrinária, os ataques das falsas doutrinas e como viver a verdade da Palavra de Deus. Os jovens precisam saber que vale a pena ser fiel a Deus e à sua Palavra em meio a uma geração perversa.
Daniel e seus amigos recebem o merecido destaque nas Escrituras, não somente pelos livramentos, mas principalmente pela firmeza na verdade de Deus que demonstraram ter, mesmo vivendo na Babilônia, uma sociedade hostil e aversa aos princípios divinos. A fé desses jovens tornou-se conhecida diante dos “ventos contrários” a que foram submetidos. Longe de casa e distante dos referenciais divinos que receberam, esses jovens foram testados de todas as formas, mas decidiram não se prostrar diante da estátua do rei Nabucodonosor (Dn 3.16-18). Essa decisão nos mostra que é preciso saber fazer escolhas corretas, pautadas na Palavra de Deus. Não há dúvida de que a decisão tomada por esses jovens, que colocou em risco suas vidas, foi fruto da firmeza doutrinária que possuíam.
Professor(a), converse com seus alunos explicando que “quando Deus permitiu a Nabucodonosor a vitória sobre Jeoaquim em 605 a.C., o monarca babilônico levou alguns vasos do templo e alguns escolhidos dentre os príncipes e nobres. Depois da destruição de Nínive, sete anos antes, o império babilônico começou a crescer tão rapidamente que não dispunha de números suficientes de babilônios cultos para a cúpula governamental. Por isso, Nabucodonosor levou para a Babilônia jovens saudáveis de boa aparência e de alto nível cultural a fim de ensinar-lhes a cultura e a língua dos caldeus e, assim, torná-los úteis no serviço real. Entre eles estavam Daniel e seus três amigos” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1244).
Daniel 3.7-12.
7 — Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda a espécie de música, prostram-se todos os povos, nações e línguas e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
8 — Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus e acusaram os judeus.
9 — Disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente.
10 — Tu, ó rei, fizeste um decreto que todo o homem que ouvir o som da corneta, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da sinfonia e de toda sorte de música se prostrasse e adorasse a imagem de ouro.
11 — Todo aquele que não se prostrar a adorar seja lançado no meio duma fornalha de fogo ardente.
12 — Há uns judeus, que constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; esses homens, ó rei, não fizeram caso de ti: não servem aos teus deuses, nem adoram a imagem de ouro que levantaste.
INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo, vamos discorrer a respeito dos conflitos do cristão com os ataques à verdadeira doutrina. Tomaremos o exemplo de vida dos jovens judeus Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Inseridos na cultura babilônica, permaneceram firmes no propósito de honrar a Deus.
A lição também trata sobre a firmeza doutrinária, os ataques das falsas doutrinas e como viver a verdade da Palavra de Deus. O objetivo é fazer você perceber que vale a pena ser fiel a Deus e à sua Palavra em meio a uma geração inimiga.
I. FIRMEZA DOUTRINÁRIA
1. Jovens sob pressão. Ao lado de Daniel, os jovens Sadraque, Mesaque e Abede-Nego recebem merecido destaque nas Escrituras, não somente pelos livramentos da cova dos leões e da fornalha de fogo ardente, respectivamente, mas principalmente pela firmeza de fé na verdade de Deus que demonstraram, em uma Babilônia hostil, aversa aos princípios divinos. A profundidade das raízes de sua fé tornou-se conhecida diante dos “ventos contrários” a que esses jovens foram submetidos.
Longe de casa, distante dos referenciais familiares e religiosos, diante do triste quadro de deportação para a Babilônia, esses jovens hebreus foram testados de todas as formas, incluindo a crença, convicções e até mesmo o risco de perder a própria vida, enfim, foram testados no que aprenderam a respeito de Deus e de seu povo.
2. Três jovens e uma sábia decisão. A decisão dos jovens de não se prostrar diante da estátua do rei Nabucodonosor (Dn 3.16-18), foi o ápice de uma vida pautada em boas e sábias decisões. Junto de Daniel, eles haviam resolvido não se contaminar com as iguarias do rei, contrariando assim o curso normal da vida em Babilônia, fazendo-os diferente dos demais (Dn 1.8-20). Essa decisão oferece importantes lições, das quais duas se destacam: é preciso saber tomar decisões corretas, inclusive em situações simples, para que em outras mais complexas isso ocorra naturalmente. Não há dúvida de que a decisão tomada por esses jovens, que colocou em risco a manutenção de suas vidas, foi fruto da firmeza doutrinária que tinham, principalmente, na adoração somente a Deus (Êx 20.3-5; Dn 3.17,18). Portanto, a firmeza doutrinária dá condições e permite que o cristão tome sábias e corretas decisões.
3. Firmeza doutrinária recompensada. A história dos jovens hebreus não é um relato só de pressão e testes à fé, mas também de confirmação da justiça de Deus em recompensar aos que o honram, especialmente em contextos que contrariam os seus princípios. Esses jovens foram recompensados, pois tiveram a garantia da presença do próprio Senhor com eles desde o momento em que foram lançados na fornalha (Dn 3.25). Eles viram a confissão do rei acerca da grandeza inigualável de Deus (Dn 3.26,28) e presenciaram a determinação da alteza de que todos os moradores da babilônia deveriam respeitar o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Os jovens foram recompensados pelo rei com prosperidade e destaque especial (Dn 3.30). De tal modo, percebemos que a fidelidade refletida na firmeza doutrinária desses jovens fez os olhos do rei e de todo o povo se voltarem para Deus, e em seguida, levou-os a serem recompensados, em questões pessoais. Definitivamente, vale a pena manter-se firme na doutrina em todo tempo.
“Os quatro heróis de Daniel se sobressaíram entre todos os vencedores do rigoroso exame. Esses pertenciam aos filhos de Judá e tinham a reputação de serem da linguagem de Davi. Eles eram Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Esses quatro jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes, testemunhavam do único e verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em Judá, seus pais lhe deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que serviam: Daniel significava: ‘Deus é meu juiz’; Hananias significava: ‘O Senhor tem sido gracioso ou bondoso’; Misael significava: ‘Ele é alguém que vem de Deus’ e Azarias declarava: ‘O Senhor é meu Ajudador’. A continuação da história claramente indica que, embora outros pais em Judá pudessem ter falhado em relação à educação dos seus filhos, os pais desses meninos tinham dado a eles uma base sólida em relação às convicções e responsabilidades dignas dos seus nomes. Seu treinamento piedoso havia cultivado profundas raízes de caráter.” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 4. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.503).
II. CONFRONTANDO A FALSA DOUTRINA
1. A falsa doutrina. O que é uma falsa doutrina e como ela se manifesta? A falsa doutrina se caracteriza principalmente por contrariar e, em alguns casos, em negar os fundamentos da fé cristã, conforme se vê na advertência de Paulo a Timóteo sobre a distorção que fizeram sobre a ressurreição, ponto doutrinário considerado vital à fé do crente (2Tm 2.18). Com o engano como principal aliado, a falsa doutrina se manifesta de maneiras distintas e surpreendentes, que podem ser resumidas do seguinte modo: pela astúcia dos que a disseminam, somada à ingenuidade dos meninos na fé (Ef 4.14); como meios de tropeços ao povo de Deus (Ap 2.14,15), de maneira a tentar tornar normal a valorização dos interesses pessoais em detrimento aos interesses espirituais (Hb 13.9); pela propagação de dissensões e porfias, o que causa divisões (Rm 16.17,18). Portanto, a falsa doutrina contraria a verdade de Deus e se manifesta por vias que desonram os princípios divinos.
2. A falsa doutrina e os seus males. A falsa doutrina traz consigo o veneno que destrói a vitalidade e a saúde espiritual da igreja, comprometendo assim que esta cumpra eficazmente a sua missão. Mas, por que a falsa doutrina é tão danosa assim e quais seriam os males que ela causa à igreja? Paulo advertiu que a falsa doutrina deve ser considerada maldita (Gl 1.8-11). Observe que o apóstolo afirma que o crente deve viver para agradar a Deus (v.10) e que a doutrina por ele ensinada veio do próprio Deus (vv.11,12). Nesse caso, adulterar ou aceitar uma doutrina adulterada é - em certa medida - afirmar que a mensagem e o ensino deixado por Deus não são suficientes para satisfazer a necessidade humana, e carece de alterações, sendo uma desonra a Deus e à sua natureza perfeita.
Além de desonrar a Deus, a falsa doutrina traz confusão, divide a igreja em grupos e impede que haja a disseminação da seiva vivificadora do verdadeiro Evangelho de Cristo (1Tm 6.3-5), capaz de salvar o perdido (Rm 1.16) e consolidar a sua Igreja (Rm 1.15).
3. O confronto à falsa doutrina. Está claro que a falsa doutrina e os seus males são uma realidade e que, gostando ou não, o cristão - em algum momento - terá de enfrentá-la, daí surge a pergunta: “Como confrontar a falsa doutrina?”. O aprofundamento dos conhecimentos bíblicos, a intensificação da vida de oração, a promoção de encontros saudáveis de ensino da Palavra e a ampla distribuição de literaturas com a verdadeira doutrina são meios eficazes de confronto à falsa doutrina. No entanto, tanto essas como outras atitudes que podem ser tomadas, dependem diretamente da unidade doutrinária da igreja, pois ela dá clareza e firmeza sobre as crenças fundamentais que sustentam a vida da igreja, sendo aptas para o enfrentamento à falsa doutrina.
A divisão de entendimento e de crença traz danos terríveis à igreja. Paulo lamentou a forma com que a igreja em Corinto estava lidando com a celebração da ceia (1Co 11.18) e por essa razão, ao escrever à igreja em Éfeso, o apóstolo enfatizou veementemente sobre a unidade, inclusive a doutrinária (Ef 4.3-6). Portanto, a forma mais segura e eficaz que a igreja tem de confrontar as falsas doutrinas é fortalecendo a unidade doutrinária, cumprindo assim o desejo de Jesus, demonstrado em sua oração: “que eles sejam um” (Jo 17.21). A unidade doutrinária é o muro de contenção às ações sorrateiras e maldosas da falsa doutrina.
Professor(a), explique que “a melhor maneira de identificar os falsos ensinos continua sendo conhecer o verdadeiro. Para isso, temos em nossas mãos as Sagradas Escrituras e farta literatura teológica ortodoxa. Em 2017, o Pentecostalismo Clássico brasileiro ganhou um documento oficial que reúne sinteticamente todas as doutrinas fundamentais da Bíblia. Trata-se da Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Amplamente fundamentada nas Escrituras, a obra apresenta o mais genuíno pensamento teológico dos cristãos bíblicos pentecostais, o cremos assembleiano foi elaborado por uma Comissão Especial composta por vários teólogos da denominação, liderados pelo pastor Esequias Soares. O texto foi apreciado e aprovado na 43ª Assembleia Geral Ordinária da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) em 27 de abril de 2017” (QUEIROZ, Silas. Sejam Firmes: Ensino Sadio e Caráter Santo nas Cartas Pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2023).
III. VIVENDO A VERDADEIRA DOUTRINA
1. A verdadeira doutrina. A verdadeira doutrina procede de Deus (Tt 2.10) e está de acordo com a piedade (1Tm 6.3). Note que a natureza da verdadeira doutrina é divina, cujos frutos sempre são bons, santos e piedosos; e juntos, capacitam o cristão a manter uma vida cristã firme e a refletir o caráter santo de Deus.
Sendo de natureza divina, o conteúdo da sã doutrina é composto, tanto de elementos quanto de propósitos divinos, como por exemplo: a exaltação a Deus, o Justo Criador; a triste realidade do estado de pecado da humanidade e a sua necessidade de um Salvador; a gloriosa mensagem da redenção em Cristo e a consumação de todas as coisas. Sendo assim, a verdadeira doutrina procede de Deus e tem como objetivo a glória dEle, a salvação do perdido e a edificação da igreja.
2. Os benefícios da verdadeira doutrina. Uma igreja que vive a verdadeira doutrina se beneficia em todos os aspectos. O apóstolo Paulo mostra que a verdade da Palavra de Deus ensina, repreende, corrige, instrui e capacita o crente a praticar boas obras, agradando e honrando a Deus (2Tm 3.16,17). Ao escrever para Tito, Paulo diz que a doutrina verdadeira é fonte encorajadora aos crentes, e muro de proteção contra os falsos ensinamentos (Tt 1.9). Paulo, ao escrever a Timóteo, mostrou que a boa doutrina oferece nutrientes à vida espiritual da igreja, dando-lhe saúde e vigor espirituais (1Tm 4.6,7). Finalmente, o apóstolo João afirma que a sã doutrina garante as condições necessárias para a permanência de Deus na vida do cristão (2Jo 9).
3. Vivendo a verdadeira doutrina. É possível notar que o combate às falsas doutrinas e o incentivo para que a igreja honrasse e vivesse a verdadeira doutrina, ocuparam posição de destaque na agenda dos apóstolos, o que confirma que isso é vital à igreja de Cristo. Os falsos ensinos não são um desafio enfrentado somente pela Igreja Primitiva, mas a igreja da atualidade também os enfrenta, e, como os apóstolos, a liderança e a igreja, devem se ocupar no combate a este mal, formando uma frente de incentivo para que a geração atual viva intensa e plenamente a verdadeira doutrina.
A sã doutrina trabalha na manutenção da comunhão com Deus, no fortalecimento das bases da fé e a sua constante preservação, além de promover saúde espiritual. Diante de tudo isso, resta fazer um importante e inadiável convite: “Conheça e viva a verdadeira doutrina”.
Professor(a), explique que “Paulo não se preocupou em detalhar as heresias, mas em insistir com Timóteo e Tito para que estes batalhassem pela preservação da sã doutrina. Ao que se observa, assim como havia ocorrido em outras igrejas desde os primeiros anos da fé cristã, muitos judeus insistiam em misturar a doutrina do Caminho - como o cristianismo era conhecido nos seus primórdios, cf. Atos 9.2 (NAA); 24.14 — com elementos judaicos, o que, aliás, motivou a ida de Paulo com Barnabé e outros a Jerusalém, para o conhecido Concílio de Atos 15. Pior ainda se dava quando judeus místicos, influenciados pelo paganismo grego, buscavam trazer as suas religiosidades para o seio do Cristianismo, o que produzia um sincretismo ainda mais agudo, corrompendo a fé cristã.” (QUEIROZ, Silas. Sejam Firmes: Ensino Sadio e Caráter Santo nas Cartas Pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2023).
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, diante da pressão babilônica e sob o risco de morte, decidiram manter-se firmes na fé em Deus e no propósito de honrá-lo até o fim. Com isso, vimos a necessidade de a igreja, por meio da verdadeira doutrina, confrontar a falsa, sempre com o objetivo de, à semelhança dos jovens hebreus, honrar a Deus acima de tudo.
1. Segundo a lição, qual foi a maior recompensa que os amigos de Daniel receberam?
A maior recompensa foi a garantia da presença do próprio Senhor com eles desde o momento em que foram lançados na fornalha (Dn 3.25).
2. O que é uma falsa doutrina?
A falsa doutrina se caracteriza principalmente por contrariar e, em alguns casos, em negar os fundamentos da fé cristã.
3. Qual é o principal aliado da falsa doutrina?
O engano é o principal aliado da falsa doutrina.
4. Cite, conforme a lição, um dos males que a falsa doutrina traz.
Além de desonrar a Deus, a falsa doutrina traz confusão, divide a igreja em grupos e impede que haja a disseminação da seiva vivificadora do verdadeiro Evangelho de Cristo (1Tm 6.3-5), capaz de salvar o perdido e consolidar a sua Igreja.
5. Como confrontar a falsa doutrina?
O aprofundamento dos conhecimentos bíblicos, a intensificação da vida de oração, a promoção de encontros saudáveis de ensino da Palavra e a ampla distribuição de literaturas com a verdadeira doutrina são meios eficazes de confronto à falsa doutrina.