Título: O fundamento dos apóstolos e dos profetas — A doutrina bíblica como base para uma vida vitoriosa
Comentarista: Elias Torralbo
Lição 5: As falsas doutrinas
Data: 4 de Fevereiro de 2024
“Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.” (1Jo 4.6).
Na atualidade encontramos muitas ideologias e falsas doutrinas, por isso precisamos conhecer a Palavra de Deus para não ser enganados por elas.
SEGUNDA — Ml 3.18
A diferença entre o justo e o ímpio
TERÇA — At 5.1-11
A mentira não prosperará em uma igreja doutrinariamente saudável
QUARTA — 2Ts 2.1-6
O falso ensino é uma característica do Anticristo
QUINTA — Rm 1.18-32
O abandono da verdade de Deus resulta em depravação
SEXTA — Mt 7.15-23
O castigo dos falsos profetas
SÁBADO — Jd v.7
O cuidado com os ímpios e os falsos mestres
Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito das “doutrinas de demônios”. Veremos que o termo “demônios” aparece somente uma vez na Primeira Carta a Timóteo e indica tudo aquilo que se opõe a Deus, à sua Palavra e aos seus princípios (1Tm 4.1). Paulo já havia falado a respeito do que ele chamou de “mistério da injustiça” ao escrever para os tessalonicenses (2Ts 2.7). A expressão “doutrinas de demônios” é uma referência a todo ensino que influência as pessoas a se posicionarem contra Deus e a sua Palavra.
Que venhamos ensinar as Escrituras Sagradas com sabedoria, pois a “doutrina de demônios” é uma leitura errada da Bíblia, promovida e produzida por Satanás (1Tm 4.1) com o propósito de fazer o crente apostatar da fé e se tornar um hipócrita.
Professor(a), inicie a lição com as seguintes perguntas? “O que é doutrina?”; “Quais as três formas de doutrinas?”. Ouça os alunos com atenção. Explique que doutrina “é o conjunto de preceitos fundamentais que compõem um sistema religioso, filosófico, político, social ou econômico. As três formas da doutrina são: a doutrina de Deus, a doutrina dos homens e a doutrina de demônios. Diga que no campo das religiões, cada uma tem a sua doutrina, os dogmas ou conjunto de crenças. O cristianismo tem suas doutrinas fundamentadas na Bíblia Sagrada, nossa única regra infalível de fé e prática (2Tm 3.14-17). O Novo Testamento usa dois termos gregos para doutrina: didache e didashalia, ambos com dois sentidos: o ato de ensinar e o conteúdo do ensino (Mt 7.28; Mc 4.2; Rm 16.17; 1Tm 4.13,16; Tt 1.9; 2.1). A boa doutrina ou a ‘sã doutrina’ (1Tm 1.10; Tt 2.1), é o ensino correto (ortodoxo), de acordo com as Escrituras, fruto de uma exegese que considera o que realmente está no texto. Busca, portanto, a intenção do autor sagrado, que escreveu inspirado pelo Espírito Santo (2Pe 1.20,21). Não se orienta por pensamentos, sentimentos ou desejos do leitor, que, como destinatário do texto, deve crer nas Escrituras como infalível, completa e inerrante Palavra de Deus, amoldando-se a ela e aplicando-a em seu viver (Sl 119.9; Rm 12.2)” (QUEIROZ, Silas. Lições Bíblicas Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023).
1 Timóteo 4.1-5.
1 — Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios.
2 — Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência.
3 — Proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças.
4 — Porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.
5 — Porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada.
INTRODUÇÃO
Esta lição tem como objetivo ressaltar que não podemos nos deixar enganar pela sutileza das falsas doutrinas. O apóstolo Paulo chama essas de “doutrinas de demônios”, identificando o espírito do Anticristo que atua por detrás dessas falsas doutrinas.
I. DOUTRINA DE DEMÔNIOS
1. Doutrinas de demônios, o que são? Dentre as muitas expressões que as Escrituras Sagradas utilizam para se referirão falso ensino, está “doutrinas de demônios”. Mas, afinal, o que significa “doutrinas de demônios”? O termo “demônios” aparece somente esta vez nesta Carta e indica, claramente, tudo aquilo que se opõe a Deus, à sua Palavra e aos seus princípios (1Tm 4.1). Na Segunda Carta aos Tessalonicenses, Paulo já havia falado a respeito do que ele chamou de “mistério da injustiça” (2Ts 2.7). Portanto, a expressão “doutrinas de demônios” é uma referência a todo ensino que influencia as pessoas a se posicionarem contra Deus e à sua Palavra.
2. A doutrina de demônios e as suas produções. A “doutrina de demônios” é o ato de se ler de forma errada as Escrituras Sagradas, promovendo a inimizade contra Deus. Seus resultados apontam para isso, conforme a advertência de Paulo a Timóteo a esse respeito. A “doutrina de demônios” é promovida e produzida por Satanás (1Tm 4.1) com o propósito de fazer o crente apostatar da fé e se tornar um hipócrita (v.2).
3. O enfrentamento às doutrinas de demônios. O texto no qual Paulo trata sobre “doutrina de demônios” oferece a forma pela qual a Igreja é orientada a enfrentá-la e vencê-la. O texto foi escrito enquanto a igreja em Éfeso estava sofrendo com os ataques e os danos das falsas doutrinas. Paulo incentiva Timóteo a pregar, viver e se desenvolver na Palavra. Logo, a referência feita às “doutrinas de demônios” é parte da seção em que o jovem pastor foi desafiado a pregar diante da avalanche de falsos ensinamentos que a igreja estava recebendo. Observe atentamente as palavras de Paulo: “Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido” (v.6). A expressão “propondo” tem relação direta com “pregar”, enquanto “criado” se refere a “alimento”, ou seja, a forma de enfrentar as denominadas “doutrinas de demônios” é pela pregação do Evangelho e da boa doutrina, pois é isso que alimenta e preserva o rebanho de Deus.
Professor(a), “uma das maiores necessidades da presente hora, no seio da Igreja é uma sólida base bíblica doutrinária para a fé. Doutrina significa literalmente ensino normativo, terminante, como regra de fé e prática. É coisa séria. É fator altamente influente para o bem e o mal A sã doutrina é uma bênção para o crente e para a Igreja, mas a falsa — corrompe, contamina, ilude e destrói.
O plano de Deus é que depois de salvos, ‘todos cheguem ao pleno conhecimento da verdade’ (1Tm 2.4). A tragédia espiritual de inúmeros crentes, é que não atentam para isso. Podemos pagar muito caro por uma só ignorância espiritual. Há pelo menos três formas de doutrinas. Uma é sublime e santa. Duas são perniciosas e deletérias.
a. A doutrina de Deus (Pv 4.2; Mt 7.28; Lc 4.32).
b. A doutrina de homens (Jr 23.16; Mt 15.9; 16.12).
c. A doutrina de demônios (1Tm 4.1).
Há, pois, demônios cuja atividade é espalhar violência e outros males ostensivos, mas ocupar-se com o maléfico, falso, errôneo e enganoso.” (GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. 23ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.92).
II. A SEDUÇÃO DAS FALSAS DOUTRINAS
1. A sedução da idolatria. A idolatria é a fonte da sedução das falsas doutrinas. A idolatria é mais do que a adoração a ídolos; é tudo o que ocupa o lugar de Deus em nossas vidas. Por isso. Jesus afirmou que o coração do homem sempre se voltará para o seu tesouro (Mt 6.21). O que domina o coração humano torna-se um objeto de sua adoração. Conclui-se, portanto, que as falsas doutrinas — que trabalham para desonrar a Deus — são sedutoras, pois elas sugerem que o homem seja o centro da existência e não o Todo-Poderoso.
2. A sedução do relativismo. O relativismo é a crença que afirma não existir verdades absolutas, pois a verdade depende do ponto de vista de cada pessoa. Por exemplo, no que se refere aos princípios morais, o relativismo propõe que não há princípio moral imutável e nem absoluto. O relativismo prega a inexistência de uma verdade absoluta, e os seus adeptos defendem crenças relativas e flexíveis, sempre obedecendo à circunstância, ao ambiente e à necessidade dos envolvidos. O relativismo ataca frontalmente a verdade única e absoluta da Palavra de Deus, e é aqui que ele se coloca como uma importante sedução da falsa doutrina e que precisa ser rechaçada e enfrentada, pois a Bíblia é a genuína fonte doutrinária deixada para a Igreja de Cristo.
3. A sedução do hedonismo. O hedonismo é outro importante fenômeno da pós-modernidade, caracterizando-se pela busca desenfreada e sem critério do prazer. A cultura pós-moderna incentiva e patrocina o sentir-se bem, que traduz muito bem a famosa frase “o importante é ser feliz”, ou ainda, “Deus quer o seu bem e não o seu mal, portanto, faça o que quiser para que você seja feliz e se sinta bem”. Deus quer o bem das pessoas e que elas desfrutem da felicidade verdadeira, mas o caminho para isso é obedecer aos princípios absolutos da Palavra de Deus (Sl 1.1-6). O hedonismo é o termo técnico e atual para aquilo que Tiago chamou de “deleites” que são os responsáveis pelas “guerras” que há entre os homens. Os “deleites” desse mundo não são capazes de satisfazer o anseio da alma do homem; somente o temor e a entrega a Deus levam o homem a desfrutar da verdadeira felicidade. Portanto, a idolatria, o relativismo e o hedonismo são elementos bases para toda sorte de falsa doutrina. Vencê-los é desfazer não somente das consequências dos falsos ensinos, mas principalmente a sua raiz.
Professor(a), explique que “uma das atividades prediletas do Diabo é subtrair a Palavra de Deus (Mt 13.19), inclusive no púlpito, onde, muitas vezes ela é substituída por outras coisas vãs. O Diabo é o autor ou inspirador de todo ensino falso (1Tm 4.1) e perversão dos verdadeiros (2Pe 3.16). A arma exata contra o erro e a mentira, é a verdade divina quando conhecida e aplicada. É por ela, mediante o Espírito Santo, que discernimos entre a verdade e o erro, entre o falso e o verdadeiro. A admoestação bíblica para nós outros, neste particular é Efésios 4.14).” (GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. 23ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.93).
III. NÃO SE DEIXE ENGANAR
1. A falsa doutrina não pode ser uma surpresa para a Igreja. A Igreja sempre foi alertada sobre a realidade, os perigos e a ação dos falsos ensinadores, pois Jesus e alguns de seus servos advertiram-na a este respeito. Portanto, as falsas doutrinas não são e nem podem ser uma surpresa para Igreja, que deve estar vigilante, preparada e não se deixar ser enganada. A advertência que Timóteo recebeu, enquanto pastoreava a igreja em Éfeso (1Tm 4.1-5). havia sido predita pelo próprio Paulo. Ele sabia que depois de sua partida, lobos cruéis iam aparecer para atacar o rebanho (At 20.29,30), logo, o surgimento e a ação de falsos mestres, no seio da igreja, não era uma novidade para aqueles irmãos. A Igreja pode até sofrer com os ataques dos falsos mestres, mas o nosso Deus conhece todas as coisas e Ele bondosamente nos alerta, mediante a sua Palavra, sobre os perigos que nos cercam. A Igreja tem todas as condições necessárias para que não venha a ser enganada pelas seduções dos falsos ensinos.
2. Desmascarando o engano doutrinário. Em sua despedida da igreja em Éfeso, o apóstolo Paulo indicou uma característica dos que, com a sua partida, trabalhariam para disseminar falsos ensinos: a crueldade (At 20.29,30). Em outra ocasião, esses falsos mestres aparecem como “homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente” (Ef 4.14). O termo “astúcia” tem o sentido de “fazer algo que vise benefícios próprios”, e ele aparece em outro texto no qual indica a decisão do apóstolo em não agir dessa forma, mesmo diante das muitas pressões que sofria em seus dias. Sendo assim, os que disseminam engano são desmascarados à medida que são descobertos em sua maldade.
3. Como se proteger do engano. A recomendação de Paulo aos líderes da igreja em Éfeso foi para que, ao contrário dos enganadores que só pensam em si e não amam a Igreja de Deus, eles — com vigilância — cuidassem do rebanho do Senhor, pois ele é formado por pessoas que custaram o preço do sangue de Jesus Cristo. Uma outra recomendação de Paulo para que a Igreja não seja levada pelo engano de falsas doutrinas é o estímulo ao verdadeiro crescimento espiritual que só pode ocorrer por meio do equilíbrio entre a verdade e o amor, que também promove a unidade saudável do Corpo de Cristo (Ef 4.15,16). Finalmente, o apóstolo dos gentios oferece uma outra arma eficaz contra os ataques dos enganos doutrinários, que é a não falsificação da Palavra de Deus (2Co 4.1,2). A expressão “falsificar” nos tempos de Paulo era usada para se referir aos que — desonestamente — diluíam vinho com água, enganando assim aos seus compradores. Desse modo, a lição aqui é de que somente pela mensagem pura a Igreja poderá não ser levada pelo engano da falsa doutrina.
Professor(a), explique que “O Espírito Santo revelou explicitamente que haverá, nos últimos tempos, uma rebeldia organizada contra a fé pessoal em Jesus Cristo. Muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de amar a verdade (2Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos dias. Por isso, o evangelho liberal dos ministros e educadores modernistas encontrará pouca resistência em muitas igrejas. A popularidade dos ensinos antibíblicos vem. sobretudo pela ação de Satanás, conduzindo suas hostes numa posição cerrada à obra de Deus. A segunda vinda de Cristo será precedida de uma maior atividade de satanismo, espiritismos, ocultismos, possessão e engano demoníacos, no mundo e na igreja.
A proteção do crente contra tais enganos e ilusões consiste na lealdade total a Deus e à sua Palavra inspirada, e a conscientização de que os homens de grandes dons e unção espirituais podem enganar-se, e enganar os outros com suas misturas de verdade e falsidade Essa conscientização deve estar aliada a um desejo sincero do crente praticar a vontade de Deus (Jo 7.17) e de andar na justiça e no temor dEle.
Os crentes fiéis não devem pensar que pelo fato de a apostasia predominar dentro do cristianismo nesses últimos dias, não poderá ocorrer reavivamento autêntico, nem que o evangelismo segundo o padrão do Novo Testamento não será bem-sucedido. Deus prometeu que nos ‘últimos dias’ salvará todos quanto invocarem o seu nome e que se separem dessa geração perversa, e que Ele derramará sobre eles o seu Espírito Santo.” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1870).
PROFESSOR(A), “no decorrer da lição, enfatize que a Bíblia difere de outros livros. Sabe por quê? Pela sua inerrância e infalibilidade. Aquele que crê na inspiração das Escrituras acredita que ela é inerrante e infalível”. Você crê nessa verdade?
CONCLUSÃO
As falsas doutrinas são uma realidade, e Deus sempre alertou o seu povo acerca disso, oferecendo recursos poderosos e eficazes para resisti-las, enfrentá-las e não se deixar levar por elas, Esta lição reafirmou o compromisso que a Igreja deve ter com o ensino e propagação da sã doutrina.
GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. 23ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
1. O que são doutrinas de demônios?
A “doutrina de demônios” é uma leitura errada das Escrituras Sagradas, capaz de promover a inimizade contra Deus.
2. Quem produz e promove as falsas doutrinas?
A “doutrina de demônios” é promovida e produzida por Satanás.
3. Como enfrentar a chamada “doutrina de demônios”?
A forma de enfrentar as denominadas “doutrinas de demônios” é pela pregação do Evangelho e da boa doutrina, pois é isso que alimenta e preserva o rebanho de Deus.
4. Segundo a lição, o que é relativismo?
O relativismo é a crença que afirma não existir verdades absolutas, pois a verdade depende do ponto de vista de cada pessoa.
5. O que é hedonismo?
O hedonismo é um fenômeno da pós-modernidade, caracterizando-se pela busca desenfreada e sem critério do prazer.