Título: O fundamento dos apóstolos e dos profetas — A doutrina bíblica como base para uma vida vitoriosa
Comentarista: Elias Torralbo
Lição 8: A sã doutrina
Data: 25 de Fevereiro de 2024
“Mas, vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna.” (Jd vv.20,21).
A sã doutrina vem de Deus e deve nortear a vida do crente.
SEGUNDA — Sl 33.4,5
A Palavra de Deus é reta e fiel
TERÇA — 2Tm 4.3,4
A sã doutrina é para os fiéis
QUARTA — Gl 1.11,12
Deus é a fonte da sã doutrina
QUINTA — Jo 16.13,14
O Espírito Santo conduz à doutrina verdadeira
SEXTA — Ef 5.1
Vivendo segundo a sã doutrina
SÁBADO — 1Pe 1.13-25
Viver a sã doutrina é honrar a Deus
Professor(a), na lição deste domingo veremos o que a Bíblia chama de “sã doutrina”. Vamos refletir a respeito da importância dela. O propósito é que os alunos compreendam que a verdadeira doutrina é aquela que procede de Deus e esta deve ser o padrão de vida de todo cristão.
O termo doutrina advém do latim doctrina e indica ensino, o que implica em dizer que o ato de ensinar, em certa medida, se refere à tarefa de doutrinar, quer seja uma pessoa, ou ainda, um grupo de pessoas. Quanto ao termo “sã doutrina”, significa uma doutrina saudável, em conformidade com as Escrituras.
Prezado(a) professor(a), inicie a lição explicando os alunos que “toda a Bíblia é a Palavra de Deus. Como ela é inspirada e confiável, devemos ler a Bíblia e aplicar o seu conteúdo à nossa vida. A Bíblia é o nosso padrão para testar tudo o que afirma ser verdade. Ela é a nossa salvaguarda contra os falsos ensinamentos e a nossa fonte de orientação a respeito da maneira como devemos viver. É a nossa única fonte de conhecimento a respeito de como podemos ser salvos. Deus lhe quer mostrar o que é verdade, e o equipar para viver por Ele e para Ele. Quanto tempo você dedica à Palavra de Deus? Leia a Bíblia para descobrir a verdade de Deus, e permanecer confiante na sua vida e fé. Planeje ler a Bíblia toda, e não apenas as passagens mais conhecidas.” (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.273).
Tito 2.1-10.
1 — Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.
2 — Os velhos que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, no amor e na paciência.
3 — As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem.
4 — Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos.
5 — A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.
6 — Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados.
7 — Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade.
8 — Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.
9 — Exorta os servos a que se sujeitem a seu senhor e em tudo agradem, não contradizendo.
10 — Não defraudando; antes, mostrando toda a boa lealdade, para que, em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador.
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos que doutrina é um termo amplo e precisa ser compreendido dentro de um aspecto específico, e aqui a análise será em torno do que a Bíblia chama de “sã doutrina”. Vamos discorrer sobre o que se quer dizer com doutrina e sã doutrina, além de enfatizar que a verdadeira doutrina é aquela que procede de Deus e esta deve ser o padrão de vida de todo cristão.
I. O QUE É DOUTRINA
1. O significado de doutrina. Na primeira lição estudamos a respeito do conceito de doutrina e, nesta, vamos ampliar a compreensão a este respeito. Em linhas gerais, doutrina é um termo que advém do latim doctrina e indica ensino, o que implica dizer que o ato de ensinar, em certa medida, se refere à tarefa de doutrinar, quer seja uma pessoa, quer seja um grupo de pessoas. Quanto ao termo “sã doutrina”, indica para uma doutrina saudável, em conformidade com as Escrituras. Biblicamente, há três tipos de doutrinas: a doutrina de Deus, a doutrina de demônios e a doutrina de homens. A doutrina de Deus é encontrada exclusivamente na Bíblia Sagrada, e pode ser compreendida como a expressão da vontade de Deus ao seu povo por meio de sua Palavra (Tt 2.10). Quanto à doutrina de demônios, é preciso dizer que os demônios são mentirosos e enganadores e eles atuam no sentido de confundir e desviar os crentes, levando-os a apostatarem da fé (1Tm 4.1). Finalmente, a Bíblia fala também da “doutrina de homens”, tão letal como a de demônios, pois serve como instrumento de disseminação de heresias e engano (2Co 11.14,15).
2. Doutrina no Antigo Testamento. Tendo em vista que o conceito de doutrina diz respeito a ensino, qual seria a compreensão disso no Antigo Testamento? A expressão “doutrina” aparece em Deuteronômio 32.2 como algo que “goteja” da parte de Deus, e isso no sentido de que os ensinos divinos são recebidos — do hebraico leqach — pelo seu povo. Outra palavra que faz alusão à “doutrina” no Antigo Testamento é torah, referindo-se em particular ao Pentateuco, isto é, os cinco primeiros livros da Bíblia. O significado de torah é corpo de ensino do qual advém a Lei de Deus, indicando os padrões que o seu povo deve adotar para a sua vida, e por meio do qual vem as instruções e as direções a serem seguidas. Além de apresentar a fonte divina da doutrina e de seu papel instrutivo, o Antigo Testamento apresenta também algumas características essenciais desse conjunto de ensino, tais como: a doutrina é pura (Jó 11.4), a doutrina é boa (Pv 4.2) e a doutrina é transformadora (Is 29.24). Sendo assim, a doutrina no texto veterotestamentário assume o papel de ser uma dádiva de Deus a seu povo. É por meio dela que Ele nos guia por caminhos de pureza, de bondade e de transformação.
3. Doutrina no Novo Testamento. A presença da doutrina no Novo Testamento é ainda mais forte, e assim como no Antigo Testamento, há dois termos que são usados a seu respeito. A primeira expressão é didashalia cujo significado é duplo, podendo indicar o ato de ensinar ou o conteúdo a ser ensinado, como também a referência a quem se propõe a ensinar e àquilo que se deve ensinar. A respeito dos que ensinam, Paulo advertiu sobre a necessidade de que haja dedicação nesse ofício como demonstração da elevada importância da transmissão da sã doutrina (Rm 12.7). O mesmo apóstolo aborda ainda sobre o conteúdo doutrinário a ser transmitido e ensinado à igreja de Deus (1Tm 4.6; 2Tm 3.10; Tt 1.9).
A segunda palavra é didaquê, cujo significado é o mesmo da anterior, com a diferença de que essa se aplica exclusivamente aos ensinos de Jesus. É importante destacar que a Bíblia fala sobre a “doutrina de Jesus” (Jo 7.16,17), afinal de contas, Ele é o Verbo de Deus (Jo 1.1-14). Jesus foi Mestre por excelência e ensinou como nenhum outro (Mc 4.2) e o conteúdo do que ensinou causou admiração e atraiu multidões (Mc 1.27).
Professor(a), inicie o tópico pedindo que um aluno(a) leia Tito 2.1. Depois da leitura, chame a atenção dos alunos para a “ênfase que Paulo dá a expressão ‘sã doutrina’ ou ‘sãos na fé’ nas instruções a Tito. Este é o conteúdo de nossa fé. Os crentes devem estar fundamentados nas verdades da Bíblia, para que não sejam influenciados pela poderosa oratória dos falsos ensinadores, com possíveis devastação de trágicas consequência, ou seja levados pela emoção. Aprenda com a Bíblia, estude teologia, aplique os princípios bíblicos e coloque em prática aquilo que você aprender.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.1721).
II. A DOUTRINA VEM DE DEUS PARA OS CRENTES
1. A doutrina vem de Deus. A doutrina tem as Escrituras Sagradas como a sua fonte, mesmo porque a Bíblia é a Palavra de Deus, que cumpre o papel de testificar a respeito de tudo aquilo que o homem precisa e é capaz de saber a respeito do Criador (2Tm 3.16). Diante dessa afirmativa, surge a pergunta: “A doutrina vem de quem?”. Há doutrina de homens, doutrina de demônios e a doutrina de Deus. Quanto à doutrina de Deus, ela também tem sido chamada de doutrina bíblica, pois conforme o termo indica, todo o seu conteúdo é apresentado pela Bíblia Sagrada, que, além de ser a Palavra de Deus, toda ela é aplicável para o ensino dos homens em todas as áreas de sua vida, além de atuar na preservação da perseverança e da esperança no Senhor (Rm 15.4). Portanto, a doutrina cristã tem Deus como a sua fonte.
2. A doutrina é para os crentes. O apóstolo Paulo afirma que “o Senhor conhece os que são seus” (2Tm 2.19). O que faz de uma pessoa ser considerada propriedade de Deus e outra não? Jesus garantiu aos seus discípulos que eles seriam os seus amigos à medida que obedecessem aos seus ensinos (Jo 15.14,15). A verdade eterna desses ensinos não foi revelada a todas as pessoas, mas àquelas que, na condição de discípulos de Jesus, se interessaram em conhecê-lo (Mt 13.1-23). A distinção entre os que amam a lei de Deus e os que não amam está presente também no Antigo Testamento (Sl 1.1-6). Se considerar apenas o tema da santidade, que é parte da doutrina bíblica, é possível perceber que ela é uma exigência apenas ao povo de Deus (1Ts 5.23; Hb 12.14). ao passo que dos pecadores é exigido que se arrependam de seus pecados (Mt 3.2; At 3.19). Portanto, a doutrina bíblica é um conjunto de ensinos divinos, destinados, exclusivamente, aos que amam a Deus e pertencem ao seu povo.
3. A entrega da doutrina. Aqui é importante pensar sobre os meios usados por Deus para que a sua doutrina fosse entregue ao seu povo ao longo da história, tanto no Antigo como no Novo Testamento. No Antigo Testamento é possível encontrar os seguintes instrumentos pelos quais Deus difundiu os princípios doutrinários a seu povo: os sacerdotes com a responsabilidade de ensinar os princípios de Deus a Israel a fim de preservar a santidade do povo (Lv 10.8-11); os levitas também tinham a função de ensinar a lei de Deus (2Cr 35.3); os profetas que receberam a mensagem de Deus e as transmitiram ao povo (Hb 1.1) e os pais que receberam a responsabilidade de transmitir os ensinos da lei aos filhos (Dt 6.5-9). O Novo Testamento apresenta alguns instrumentos por meio dos quais a doutrina foi difundida, como por exemplo: os apóstolos (2Pe 3.2), os obreiros chamados por Deus e reconhecidos pela igreja (2Tm 2.1,2) e os discípulos de Cristo, em geral (At 8.4). Portanto, uma vez que a doutrina pertence a Deus, ela vem dEle por meio de instrumentos escolhidos pelo Senhor para que seja entregue aos crentes.
“Paulo advertiu Tito a ficar atento às pessoas que ensinavam doutrinas erradas e induziam outros ao erro. Alguns falsos ensinadores são simplesmente confusos: expressam suas opiniões enganosas sem as confrontarem com a Bíblia. Outros tem motivos malignos: fingem ser cristãos somente porque podem conseguir mais dinheiro, um negócio adicional ou sentimento com o fato de ser um líder na igreja. Jesus e os apóstolos advertiram repetidamente contra os falsos mestres (Mc 13.22) porque os falos ensinos atacam os fundamentos da verdade e da integridade sobre a qual a fé cristã está edificada. Você pode reconhecer os falsos ensinadores porque estes (1) concentrarão mais sua atenção em si mesmos do que em Cristo; (2) pedirão para você fazer algo que comprometa ou enfraqueça sua fé; (3) não enfatizarão a natureza divina de Cristo ou a inspiração da Bíblia; ou (4) incentivarão os crentes a tomarem decisões baseados mais no julgamento humano do que na oração e nas diretrizes bíblicas.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.1721).
III. A DOUTRINA É A BASE DA CONDUTA DO CRENTE
1. A doutrina como referência para o crente. O ser humano sempre vai buscar uma referência, quer seja no exemplo de alguma pessoa, quer seja um conjunto de princípios pelo qual ele possa ser guiado. Este é um dos motivos por que o escritor da Carta aos Hebreus orientou os seus leitores a olharem para Jesus Cristo (Hb 12.2). Nesse caso, qual deve ser o ponto de referência do crente no que se refere ao conjunto de princípios pelo qual ele deve nortear os seus pensamentos, as suas decisões e as suas ações? O salmista testemunhou que a Palavra de Deus é luz para o caminho dos que se submetem a Deus (Sl 119.105). Sendo assim, uma vez que doutrina é o conjunto de ensinamentos bíblicos e que deve ser obedecido pelo crente, ela serve como um referencial e cumpre um papel semelhante ao da luz que ilumina o caminho, evitando acidentes, erros e permitindo correções quando necessário. Deste modo, a doutrina bíblica serve de referência ao crente diante da escuridão do pecado que marca este tempo, assim como é a fonte preservadora de sua fé no enfrentamento de seus mais variados conflitos.
2. A vida cristã e suas responsabilidades. A vida cristã pode ser analisada sob diferentes aspectos, inclusive sobre a expectativa que há em relação à vida de um cristão, que o torna responsável diante de Deus, de si mesmo e da sociedade. O cristão tem que refletir o caráter de Cristo, principalmente por meio de sua forma de viver como demonstração de verdadeira transformação (2Co 5.17). Essa responsabilidade é bem compreendida se considerar o fato de que os cristãos são denominados de “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5.13-16). Assim como o sal e a luz, o crente deve buscar beneficiar outras pessoas em detrimento de si mesmo. Se o crente deixar de cumprir o seu propósito ele perde a razão de sua própria existência. O cristão deve ter uma vida vivida na luz para que as suas obras sejam vistas e conhecidas dos homens com a finalidade de que Deus seja glorificado (Mt 5.16), e isso só será alcançado mediante a preservação da “palavra da vida” (Fp 2.13-16).
3. A conduta do crente em seus relacionamentos. A sã doutrina indica o caminho ao crente quanto à sua conduta. mas não é só isso, ela também dá as condições necessárias para que isso seja possível, principalmente no que se refere aos relacionamentos. É importante destacar que a qualidade de vida cristã é medida pelas ações e reações diante dos obstáculos e dificuldades da vida. Os principais testes que podem revelar a qualidade da vida espiritual de um crente ocorrem em seus relacionamentos interpessoais, nas mais variadas áreas da vida. Seguindo nessa mesma linha, ao escrever a Tito, o apóstolo Paulo demonstra que a sã doutrina orienta e capacita o crente a desenvolver bons relacionamentos, fazendo com que os mais jovens tenham os mais velhos como ponto de boa referência e fonte de ensino, no bom uso das palavras para com as pessoas, na relação amistosa que deve haver entre líderes e liderados, visando, sobretudo, que o Diabo não encontre o que possa usar como arma contra o crente.
CONCLUSÃO
A sã doutrina serve ao crente como “luz” para o seu caminho e escudo de proteção contra os ataques do Inimigo. Por isso, aprendemos a respeito da importância da sã doutrina, pois ela vem de Deus, cujos princípios são destinados aos que pertencem ao Senhor e que visam oferecer-lhes direção e condições para o honrarem em tudo o que faz e em todas as áreas de sua vida.
1. O que indica o vocábulo “doutrina”?
Em linhas gerais, doutrina é um termo que advém do latim doctrina e indica ensino, o que implica em dizer que o ato de ensinar, em certa medida, se refere à tarefa de doutrinar, quer seja uma pessoa, ou ainda, um grupo de pessoas.
2. Quais são os três tipos de doutrina?
Biblicamente, há três tipos de doutrinas: doutrina de Deus, doutrina de demônios e doutrina de homens.
3. O que é a doutrina de Deus?
A doutrina de Deus é encontrada exclusivamente na Bíblia Sagrada, e pode ser compreendida como a expressão da vontade de Deus ao seu povo por meio de sua Palavra (Tt 2.10).
4. Segundo a lição, quais os instrumentos por meio dos quais a doutrina foi difundida no Novo Testamento?
O Novo Testamento apresenta alguns instrumentos por meio dos quais a doutrina foi difundida, como por exemplo, os apóstolos, por obreiros chamados por Deus e reconhecidos pela igreja e os discípulos de Cristo, em geral.
5. Como são denominados os cristãos em Mateus 5.13-16?
“Sal” da terra e “luz” do mundo.