Título: O padrão bíblico para a Vida Cristã — Caminhando segundo os ensinos das Sagradas Escrituras
Comentarista: Alexandre Coelho
Lição 3: A realidade bíblica do pecado
Data: 21 de Abril de 2024
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Rm 3.23).
O pecado é um mal real que atinge toda a humanidade e que traz consequências eternas.
SEGUNDA — Jo 16.8
É o Espírito que convence do pecado
TERÇA — Tg 4.17
Pecado por não fazer o que é certo
QUARTA — Sl 32.5
Não encobrir o pecado
QUINTA — Sl 51.4
O pecado sempre é contra Deus
SEXTA — 1Jo 1.8
Todos pecamos
SÁBADO — Rm 6.23
O salário do pecado é a morte
Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da realidade do pecado. No capítulo três de Gênesis encontramos um dos relatos mais tristes da história da humanidade, a Queda de Adão e Eva. Mas, Deus não foi pego de surpresa com o pecado do primeiro casal, pois as Escrituras Sagradas afirmam que desde a fundação do mundo a morte redentora de Jesus, pela salvação da humanidade, já havia sido determinada (Ap 13.8). O primeiro casal pecou de modo deliberado contra Deus ao desobedecer a uma única restrição. Contudo, o Criador não o deixou entregue a sua própria sorte, Ele providenciou a sua redenção. Por intermédio da história de Adão e Eva, podemos ver que as consequências que vieram sobre eles, ao cederem à tentação foram as piores possíveis. Uma delas foi o sentimento de culpa, algo novo e terrível para o primeiro casal que havia sido formado sem pecado, no estado de inocência.
Professor(a), sugerimos que você converse com seus alunos explicando o ensino bíblico a respeito do pecado. Diga que “a sombra do pecado está sobre cada aspecto da existência humana. Fora de nós, o pecado é um inimigo que seduz; por dentro, compele-nos ao mal, como parte da nossa natureza caída. Nesta vida, o pecado é intimamente conhecido, ainda que permaneça estranho e misterioso. Promete a liberdade, mas escraviza, produzindo desejos que não podem ser satisfeitos. Quanto mais nos debatemos para escapar ao seu domínio, tanto mais inexplicavelmente nos enlaça. Compreender o pecado nos ajuda no conhecimento de Deus, porém o pecado distorce até mesmo nosso conhecimento do próprio-eu. Mas se a luz da iluminação divina consegue penetrar essas trevas, e não somente as trevas, mas também a própria luz, então poderão ser mais bem analisadas” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 19ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.263).
Romanos 3.9-18.
9 — Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado.
10 — Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
11 — Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.
12 — Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
13 — A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios.
14 — Cuja boca está cheia de maldição e amargura.
15 — Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.
16 — Em seus caminhos há destruição e miséria.
17 — E não conheceram o caminho da paz.
18 — Não há temor de Deus diante de seus olhos.
INTRODUÇÃO
Uma das características do Cristianismo é o ensino de que o homem possui uma forte tendência a rejeitar o que é bom e praticar o que é mau. Tal prática desagrada e ofende a Deus, pois Ele nos criou para que fizéssemos o que é certo e justo. Essa prática do que é mau chamamos de pecado, algo que faz com que o homem se afaste de Deus e seja condenado a uma existência de conflitos com aqueles que o cercam e com aquele que os criou nesta vida, e que pode levá-lo ao Inferno, na eternidade.
I. O QUE É O PECADO
1. Conceitos extrabíblicos sobre o pecado. Uma das características do pecado é o obscurecimento do entendimento humano. Isso significa que qualquer coisa que lhe seja dita e que corresponda a uma reprovação por seus atos errados poderá ser intelectualmente rechaçada.
Há uma corrente filosófica que defende ser o pecado um mecanismo de opressão de um grupo de pessoas por outro, de tal forma que, se os oprimidos estiverem livres dessa opressão, não cometerão o pecado. Outra corrente ensina que ações como a violência e o desajuste sexual não têm uma origem espiritual, e sim material, pois se o homem é fruto de uma evolução, esses elementos são traços característicos dos animais passados geneticamente. Para outros pensadores, o pecado é uma ilusão a ser combatida por meio intelectual, pois para eles, se Deus não existe, logo, a ideia do pecado, que é uma afronta contra esse Deus, também não deveria existir. Na prática, a sociedade dos nossos dias rejeita a ideia da existência do pecado como um mal que aflige a humanidade e que deve ser combatido; dessa forma, atribui a ele uma mera percepção religiosa, não sendo, portanto, algo que deve fazer parte das preocupações dos seres humanos. Tudo isso mostra que o pecado tem o poder de afetar o intelecto e as ações humanas, distorcendo a capacidade de entender e aceitar as coisas espirituais.
2. O conceito bíblico sobre o pecado. A Bíblia descreve o pecado como um ato de rebeldia contra Deus. Segundo o Dicionário Wycliffe, “pecado não é somente alguma coisa contrária ao que Deus disse que o homem não deveria fazer, mas é também algo contrário ao que Deus não quer que o homem faça, com base nos princípios revelados”. A expressão mais utilizada para definir o pecado é “errar o alvo”, ou seja, ter na sua frente um objeto e não conseguir acertá-lo, como se uma pessoa que tivesse em mãos um arco e uma flecha, ou mesmo uma funda, e não conseguisse atingir o alvo à sua frente, ou porque este estava em movimento, ou porque quem atirou a flecha ou a pedra não mirou de forma correta. Na prática, tão danoso quanto errar o alvo é esquecer-se de Deus, e essa é uma definição mais forte sobre o pecado. Quando nos esquecemos do Senhor e transgredimos a sua Lei, nos colocamos contra Ele e seus mandamentos. Davi exemplifica bem que os escritores sagrados tinham consciência da existência do pecado: “Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl 51.3).
3. A origem do pecado. É natural que queiramos saber como tudo surgiu, desde objetos a grandes ideias. Nosso mundo foi criado por Deus, e nós também. Ocorre que uma de suas criaturas, Satanás, mesmo dotado de proximidade da glória de Deus, decidiu que seria semelhante ao Altíssimo, e por isso, foi retirado de sua condição de perfeição, tornando-se a fonte de todo o mal. O profeta Ezequiel, falando acerca do rei de Tiro, profecia também atribuída a Satanás, diz que “perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que fostes criado, até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28.15). Esse versículo nos mostra duas coisas: Satanás não é um deus, embora se ache um: e que o pecado pode corromper até a mais perfeita criatura.
Satanás, uma vez privado de sua glória por causa de sua rebeldia, dirige-se para transmitir seu mal à outras duas criaturas que foram feitas por Deus, o homem e a mulher. Estes foram feitos à imagem de Deus, mas estavam sujeitos ao mal, pois não eram imunes ao pecado. Eles deveriam depender do Criador o tempo todo para que não pecassem, e justamente em um momento em que se esqueceram do Senhor, foram fisgados pelo discurso de Satanás, pecaram contra o Todo-Poderoso e foram julgados por essa desobediência. A partir daí, todas as desgraças que acometem a humanidade: mentira, assassinatos, acusações, guerras, desrespeito entre os casais e a morte. O pecado provém de Satanás, o pai da mentira, que peca e mente desde o princípio (Jo 8.44).
Professor(a), inicie o primeiro tópico da lição ressaltando a importância do estudo da natureza do pecado. Explique que “o pecado distorce todos os conhecimentos e lança dúvidas sobre eles. Ao defendermos a fé cristã, defrontamos com um dilema ético: como pode existir o mal no mundo governado por um Deus onipotente e inteiramente bom? O estudo da natureza divina deve considerar o controle providencial de Deus sobre um mundo amaldiçoado pelo pecado.” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.264).
II. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
1. O homem foi criado bom. Segundo as Escrituras, o ser humano foi criado perfeito, sem pecado, Chamamos isso de estado de inocência, em que o homem e a mulher não tinham a consciência do mal. Eclesiastes 7.29 diz que “Deus fez ao homem reto”. Mas, mesmo tendo sido criado sem imperfeição alguma, o homem cedeu à tentação. A partir de sua desobediência a Deus, dando ouvidos à proposta de Satanás, o homem passou a ser mau. Observe que o ser humano usou da liberdade que tinha para desobedecer a Deus: Gênesis 3 nos conta que Satanás não obrigou o casal a comer do fruto que Deus lhes havia vedado, mas que eles mesmos, convencidos por Satanás, comeram da árvore.
2. Degradação da raça humana. A humanidade pode até negar a existência do pecado, mas não pode negar a consciência de que estão errados quando cometem uma iniquidade. Gênesis 3.7 diz: “então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus”. O pecado tira a inocência do ser humano.
Se eles buscaram ser parecidos com Deus, conhecedores do bem e do mal, logo perceberam que a decisão que tomaram, incitados por Satanás, lhes mostrou que o mal que desconheciam agora lhes dominava.
Os homens se tornaram violentos, gananciosos, assassinos, desrespeitosos de compromissos, doentes e insatisfeitos com o que possuíam. Criaram deuses para si e os adoraram, e nesses cultos degradaram a imagem e semelhança que tinham de Deus em si.
3. A degradação do mundo em que vivemos. É curioso perceber que o pecado afetou não somente a humanidade, mas igualmente o mundo em que ela vive. Questões como alterações climáticas, poluição e alterações na produtividade dos alimentos têm sua origem nos efeitos do pecado. O apóstolo Paulo nos diz que a criação aguarda ser redimida (Rm 8.22). Os problemas ambientais que vemos hoje são oriundos da pecaminosidade humana, seja por força de ações, seja por omissões. O descaso com o ambiente em que vivemos nos mostra o quanto nos afastamos de Deus e de sua criação. Mesmo a Terra Prometida pelo Senhor a Moisés e ao povo foi alvo desse descaso. A Lei de Moisés designava que a terra deveria descansar no sétimo ano, após ter sido lavrada e as colheitas realizadas. Esse descanso era “um sábado ao Senhor” (Lv 25.4), mas os hebreus, desprezaram esse mandamento, sendo isso grave violação à Lei de Deus.
Professor(a), inicie o tópico pedindo que os alunos citem uma consequência de ceder ao pecado. Depois, alerte aos alunos mostrando que “a punição de Adão e Eva reflete a seriedade da visão de Deus quanto a qualquer tipo de pecado”.
III. CONSEQUÊNCIAS PARA QUEM COMETE O PECADO
1. A morte física e a espiritual. Após criar Adão e colocá-lo no Éden, Deus advertiu que ele não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, para que não morresse. Por ter dado mais ouvidos ao que Satanás lhes disse e tendo desobedecido a Deus, homem e a mulher se sujeitaram à morte, o fim da existência física. Não somente isso, mas todos os filhos de Adão e Eva herdaram a pecaminosidade de seus pais e a morte que os levou. Vemos aqui o que a Teologia Cristã chama de solidariedade. A partir de Adão, o pecado e a morte como consequência foram transmitidos aos seus descendentes. “Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Portanto, o pecado é hereditário e a sua universalidade deve-se à corrupção da natureza humana que é a consequência que herdamos de nossos primeiros pais, Adão e Eva. Segundo a Carta aos Hebreus, “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hb 9.27). Na morte, o ser humano tem as suas conexões com este mundo cessadas. Com a quebra da comunhão com Deus, vem também a morte espiritual, a separação entre o homem e o Criador. Essa é a segunda consequência do pecado.
2. A perdição eterna. A perdição eterna se dá justamente após a morte física. Finda a existência do ser humano, e resta-lhe apenas uma eternidade com ou sem Deus. A perdição eterna é justamente a consequência de quem se esqueceu do Senhor nesta vida, que não se arrependeu de seus pecados e não aceitou a mensagem do Evangelho trazida por Jesus Cristo.
Segue-se, portanto, uma séria advertência: onde passaremos a eternidade depende de nossas decisões e ações nesta vida presente. É preciso que nos arrependamos de nossos pecados, aceitemos a Jesus como nosso Salvador e Senhor, e que possamos andar com Deus em nossa vida.
Por mais que a vida seja ínfima diante do destino que nos aguarda, é nela que devemos tomar a decisão que pode nos levar para o Céu, ou escolher ignorar as advertências de Deus e passar a eternidade sem Ele, no Inferno.
Prezado(a) professor(a), explique aos alunos que “percebe-se a importância do estudo do pecado na sua gravidade. O pecado é contra Deus. Afeta a totalidade da criação, inclusive a humanidade. Até mesmo o menor dos pecados pode provocar o juízo eterno. E o remédio para o pecado é nada menos que a morte de Cristo na cruz. Os resultados do pecado abrangem todo o terror de sofrimento e da morte. Finalmente, as trevas do pecado demonstram — num contraste nítido e terrível — a glória de Deus”.
Ressalte que “a Bíblia descreve o destino dos ímpios, aqueles que não se arrependeram de seus pecados, como algo terrível e que vai além de toda a imaginação. São as ‘trevas exteriores’, onde haverá choro e ranger de dentes por causa da frustração e do remorso ocasionados pela ira de Deus (Mt 22.13; 25.30). É uma ‘fornalha de fogo’ (Mt 13.42,50), onde o fogo pela sua natureza é inextinguível.” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.642,643).
CONCLUSÃO
A fé cristã nos ensina que o pecado existe, que toda a raça humana foi alcançada por ele, recebendo, como juízo, a morte e o afastamento de Deus. Diante do que estudamos, não podemos aceitar as ideias modernas que tentam tirar do ser humano a responsabilidade por seus pecados, maldades e das consequências desses atos. O pecado é real e pode levar as pessoas para a perdição eterna.
OLSON, Roger. Contra a Teologia Liberal: Uma Defesa Cristã Bíblica Tradicional. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.
1. Segundo a lição, cite uma das características do pecado.
Uma das características do pecado é o obscurecimento do entendimento humano.
2. Qual o conceito bíblico sobre pecado?
A Bíblia descreve o pecado como um ato de rebeldia contra Deus.
3. Qual a expressão mais utilizada para definir pecado?
A expressão mais utilizada para definir o pecado é “errar o alvo”, ou seja, ter na sua frente um objeto e não conseguir acertá-lo.
4. O que nos mostra o texto de Ezequiel 28.15?
Esse versículo nos mostra duas coisas: Satanás não é um deus, embora se ache um: e que o pecado pode corromper até a mais perfeita criatura.
5. Segundo a lição, os problemas ambientais que vemos hoje são oriundos de quê?
Os problemas ambientais que vemos hoje são oriundos da pecaminosidade humana, seja por força de ações, seja por omissões.