Título: O padrão bíblico para a Vida Cristã — Caminhando segundo os ensinos das Sagradas Escrituras
Comentarista: Alexandre Coelho
Lição 7: A realidade bíblica do casamento
Data: 19 de Maio de 2024
“Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.” (Mc 10.9).
O casamento é uma bênção planejada por Deus para o homem e para a mulher.
SEGUNDA — Jo 2.11
O primeiro milagre de Jesus foi em um casamento
TERÇA — 1Co 7.9
É melhor casar-se
QUARTA — Ef 5.25
O marido deve amar sua esposa
QUINTA — Ef 5.22
As esposas devem ser submissas aos maridos
SEXTA — Ml 2.14
Deus é testemunha dos votos no altar
SÁBADO — Pv 18.22
A bênção de uma boa esposa
Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da realidade bíblica do casamento. No decorrer da aula, procure enfatizar que o matrimônio foi instituído por Deus a fim de que homem e mulher tivessem, antes de tudo, a companhia um do outro (Gn 2.18). O casamento não é solução para deixar a casa dos pais, ou para melhorar na vida financeiramente, galgando uma nova posição ou status sociais, o casamento é algo sério e divino. É uma aliança entre um homem e uma mulher perante o Criador. O matrimônio é divino e para toda a vida; depois da conversão é a decisão mais importante da vida de uma mulher e de um homem. Por isso, aproveite a temática da lição e ore com seus alunos a este respeito. Eles também precisam da orientação divina nesta importante área da vida.
Professor(a), para a lição desse domingo, sugerimos que você inicie a aula pedindo aos alunos que citem algumas ideias erradas a respeito do casamento. Ouça os alunos com atenção, incentive a participação de todos e à medida em que os alunos forem falando vá escrevendo as ideias no quadro. Em seguida, peça aos alunos que formem três grupos. Cada grupo deve ficar com uma ideia relacionada que foi apresentada no quadro. Os grupos terão que refutar tais opiniões à luz da Palavra de Deus. Em seguida reúna os grupos novamente formando um único grupo. Cada grupo terá um minuto para refutar tal pensamento.
Marcos 10.1-9.
1 — E, levantando-se dali, foi para o território da Judeia, além do Jordão, e a multidão se reuniu em torno dele; e tornou a ensiná-los, como tinha por costume.
2 — E, aproximando-se dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher?
3 — Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés?
4 — E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar.
5 — E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza do vosso coração vos deixou ele escrito esse mandamento.
6 — Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.
7 — Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher.
8 — E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne.
9 — Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.
INTRODUÇÃO
Uma das instituições mais valorizadas pela fé cristã é o casamento. Por meio dele, Deus abençoa a união lícita entre um homem e uma mulher, bem como os filhos dessa união. Mas esse modelo divino vem sendo ameaçado por uma série de opções modernas que renegam a união pretendida por Deus, tirando a sua sacralidade e banalizando o projeto divino. Nesta lição, estudaremos o casamento segundo a Bíblia.
I. O QUE É O CASAMENTO
1. Uma definição. O casamento pode ser definido como a união entre um homem e uma mulher, que decidem formar uma família, apoiando-se mutuamente e demonstrando amor e respeito um pelo outro, por meio de um acordo perante Deus e a sociedade. Reiteramos que a Palavra de Deus requer que essa união seja feita entre um homem e uma mulher, pois tal perspectiva vem da própria criação divina, que fez um homem e uma mulher para que se ajudassem e se completassem. Sempre que há um casamento, ele é realizado com a presença de três participantes: Deus, o Criador, o homem e a mulher — seres criados.
2. Deus e o casamento. O Eterno também participa do casamento, pois foi Ele que o instituiu. Deus estabeleceu também os princípios pelos quais o casal deve se relacionar, de tal maneira que se um homem é fiel à sua esposa e cuida dela, ele é fiel ao Senhor e demonstra seu temor ao Eterno, e se a mulher é fiel ao seu esposo e cuida dele, ela também demonstra sua fidelidade e temor a Deus. Esse é o comportamento esperado por Deus de quem se casa. Entretanto, nem sempre o povo de Deus no Antigo Testamento seguiu essas orientações, pois eles tomavam como exemplo as práticas dos povos à sua volta. O profeta Malaquias, em seus dias, retratou uma realidade vergonhosa entre os seus contemporâneos. Os homens traziam suas ofertas e se derramavam em lágrimas diante de Deus, mas o Eterno os rejeitava. E você sabe qual o motivo da rejeição de Deus para os homens do povo? “[...] Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto” (Ml 2.14). Aparentemente, os homens estavam se divorciando de suas esposas e se casando com mulheres mais novas, e isso foi abominação diante do Senhor. Não adianta uma pessoa casada ser desleal com seu cônjuge e tentar se achegar a Deus seguindo os protocolos do culto, como se isso fosse lhe garantira bênção divina. O testemunho do Todo-Poderoso, portanto, dentro do casamento, é algo muito sério.
3. A bênção de Deus para aqueles que se casam. Da união do primeiro casal, Adão e Eva, propagou-se a humanidade. A Palavra de Deus fala que Adão e Eva tiveram dois filhos: Caim e Abel. Esse foi um sinal da bênção de Deus para o primeiro casal, ou seja, poder manter a perpetuação da família por meio de descendentes. Apesar de em nossos dias vermos pessoas não crentes que defendem o aborto, a Palavra de Deus nos diz que ter filhos é um sinal da bênção de Deus (Dt 28.11). Na atualidade, os filhos continuam sendo “herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão” (Sl 127.3).
Professor(a), inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: “O casamento nos tempos bíblicos era diferente dos da atualidade?”. Explique que sim, entretanto o princípio divino para o casamento permanece o mesmo. Diga que nos tempos bíblicos “os jovens geralmente não decidiam com quem iam casar-se. Era casar-se primeiro e amar depois. Embora houvesse, mais ‘vontade’ do que ‘romance’, esse costume tendia a produzir um padrão estável de casamento (Gn 24.67). Esaú teve problemas por se casar contra o desejo dos pais (Gn 26.34,35). A prática dos casamentos arranjados não significa que os pais não consideravam os sentimentos dos filhos (Gn 24.58), ou que o amor não acontecia algumas vezes antes do casamento (Gn 29.10,20). Um ‘amigo do esposo, que lhe assiste’ (Jo 3.29) negociava a favor do noivo em perspectiva a seu pai com um representante do pai da noiva. Arranjos tinham de ser feitos para a compensação do trabalho a ser pago à família da mulher, e para um dote ao pai da noiva. Ele pedia os juros do dote, mas não pode gastá-lo (Gn 31.15) porque devia ser guardado para a mulher no caso dela vir a enviuvar-se ou divorciar-se. Quando tais somas em dinheiro não podiam ser pagas por causa da pobreza do pretendente, outros meios eram encontrados, tais como serviço (Gn 29.18) ou eliminação de inimigos (1Sm 18.25). Os casamentos eram arranjados, se possível, com membros da mesma parentela. Abraão enviou um servo para encontrar uma noiva para Isaque entre seu povo (Gn 24.3,4), e Jacó foi enviado ao mesmo lugar para achar esposa (Gn 28.2; 29.19). Os pais de Sansão ficaram desgostosos porque ele não escolheu uma esposa do seu próprio clã (Jz 14.3)” (GOWER, Ralph. Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.64).
II. O TRATAMENTO ENTRE O CASAL
1. Aliança diante do altar. Como vimos, para o Cristianismo, o casamento é um evento celebrado diante de Deus, e ele é tão importante que somos informados da presença de Jesus numa dessas cerimônias, e foi lá que o seu ministério começou. Ele havia sido convidado para a celebração em Caná, localidade na Galileia, e quando houve a falta do vinho, Jesus interveio transformando a água em vinho e garantindo a continuidade daquela celebração. O primeiro milagre do Senhor Jesus foi realizado em um casamento (Jo 2.11), pois os noivos o convidaram para participar com eles daquele momento ímpar em suas vidas. Quando um homem e uma mulher decidem se casar, não podem deixar Jesus de fora dessa decisão.
2. O trato com a esposa. Deus estabeleceu princípios para que o homem convivesse com sua esposa. Dentre eles, destacamos:
a) O amor. As Escrituras Sagradas afirmam que os maridos devem amar suas esposas “como também Cristo amou a igreja” (Ef 5.25). O padrão de Deus para que o homem aprenda a amar sua esposa é o amor de Jesus pela Igreja, e não menos do que isso.
b) A honra. O esposo deve honrar sua esposa, pois ela é participante com ele da vida eterna (1Pe 3.7). Tal verdade revela o quanto as esposas devem ser honradas, respeitadas e ajudadas.
c) A proteção. Cabe ao homem defender sua esposa e prover o que for necessário para que ela se sinta protegida. Essa proteção deve ser física, emocional e espiritual.
As orientações bíblicas em relação aos homens são bem contundentes e precisam ser seguidas. O apóstolo Pedro destaca que se o esposo não tratar bem de sua esposa, suas orações serão impedidas (1Pe 3.7). A afirmação quanto as orações serem impedidas de chegarem a Deus não é destinada às mulheres, somente aos homens.
3. A mulher e o trato com seu esposo. Salomão destaca que “quem encontra uma esposa encontra algo excelente. Alcançou a benevolência do SENHOR” (Pv 18.22), revelando, assim, a importância do casamento.
Na Palavra de Deus, encontramos regras de convivência para o homem e a mulher. A esposa deve honrar seu marido, respeitando-o e sendo submissa. A submissão tem o sentido de estar debaixo da mesma missão. Homem e mulher não são concorrentes diante de Deus, nem o devem ser um para com o outro. São companheiros que trabalham juntos em família com uma função específica. Ao homem, Deus deixou a responsabilidade de liderar o lar, com a certeza de que será cobrado de sua liderança. À mulher, Deus ordenou que fosse uma auxiliadora idônea, e isso em nada diminui o seu papel.
Prezado(a) professor(a), para falar a respeito da temática do segundo tópico, sugerimos que você inicie com a seguinte pergunta: “O que pode atrapalhar o tratamento (relacionamento) entre marido e mulher?”. Ouça os alunos e depois relacione no quadro as questões abaixo. Diga que tais atitudes jamais devem existir para que se tenha um relacionamento saudável. Discuta com eles as questões abaixo relacionadas:
“1. Quando o marido ou a esposa usa uma situação pública para diminuir um ao outro.
2. Quando o marido usa sua esposa como o alvo de suas piadas ou vice-versa.
3. Quando o marido chama sua esposa de nomes ofensivos ou vice-versa.
4. Quando o marido ou a esposa demonstra pouquíssima atenção um para com o outro.
5. Quando o marido raramente ajuda nas tarefas de manutenção do lar.
6. Quando o casal não consegue conversar sobre as diferenças sem entrar em uma discussão ou briga acalorada.
7. Quando o marido empurra para a sua esposa a responsabilidade de tomar as decisões.” (Adaptado de WILLIANS, H. Page. Querida, Há Algo Errado: Tudo que o Homem e a Mulher Precisam Saber sobre o Casamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.21,22).
III. OUTRAS QUESTÕES SOBRE O CASAMENTO
1. A morte encerra o casamento. O casamento é uma aliança com o Eterno que só termina quando um dos cônjuges falece. Nos dias do Apóstolo Paulo, como também acontece nos nossos, havia casos de viuvez, e ele recomendou que se a mulher viúva quisesse se casar novamente, estava livre para isso, desde que se casasse no Senhor. Esse princípio também vale para os solteiros que ainda não contraíram núpcias. Um cristão jamais deve se casar com alguém que não seja crente, por mais bondosa que a pessoa seja. Paulo, escrevendo aos coríntios pergunta: “E que comunhão tem a luz com as trevas” (2Co 6.14)?
A fé cristã ensina que, para que o casamento seja harmonioso, deve ser pautado por princípios espirituais, e não somente nos atrativos físicos, pois a beleza e a juventude são efêmeras: “Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada” (Pv 31.30). A escolha da pessoa com quem vamos nos casar é de nossa responsabilidade, entretanto devemos seguir os princípios da Palavra de Deus.
2. O divórcio. O divórcio é o fim da união conjugal pela lei dos homens. Ele não foi planejado por Deus, mas era uma prática considerada comum nos tempos bíblicos por causa da dureza de coração de muitos. Havia quem pensasse que o divórcio poderia ser iniciado por qualquer motivo, como uma comida que foi queimada durante o preparo ou porque a esposa havia mudado sua jovialidade com o tempo. Mas Jesus deixou claro que o divórcio em caso de relações sexuais ilícitas era uma exceção (Mt 19.9).
Em nossos dias, o divórcio ganhou proporções alarmantes mesmo entre aqueles que se dizem servos de Deus. É preciso lembrar que a quebra da aliança com Deus e com o cônjuge tem um preço muito alto a ser pago, e quem sempre sofre com isso são os filhos.
3. Morar juntos. Lamentavelmente, o casamento vem sendo considerado dispensável por muitos jovens e adultos de nossa sociedade, que optam por “morar juntos”. Há até aqueles que dizem que “amigado com fé, casado é”, e que “o casamento é somente um papel onde as pessoas assinam, pois que o papel aceita tudo”. A verdade é que quando um casal decide viver junto, sem um ato formal diante de Deus e da sociedade, está vivendo em fornicação, pois estão praticando o ato sexual de forma que desagrada a Deus. A desculpa mais usada por quem adota essa prática é que, ao morar junto, o casal vai saber se conseguirá se adaptar ou não à vida a dois no futuro. Dessa forma, ambos estariam “experimentando” a vida de casados, mas sem se casar.
4. A bigamia, a poligamia e o concubinato. A bigamia é o ato de se ter um novo matrimônio sem que o anterior tenha se encerrado legalmente. A poligamia é quando uma pessoa tem mais de um cônjuge ao mesmo tempo. Há países onde ela é permitida, entretanto tal permissão não reflete a vontade de Deus. Note que nas Escrituras Sagradas, no Antigo Testamento, os homens que tiveram mais de uma esposa não desfrutaram de uma vida sossegada, mas viveram em lares onde a disputa familiar era constante (Gn 21.8-21).
O concubinato nos tempos bíblicos se concretizava quando mulheres eram compradas, raptadas ou mesmo quando se tornavam prisioneiras de guerra, e eram obrigadas a se tornar esposas de um homem já casado. No Brasil, o concubinato é a relação entre duas pessoas que não podem se casar por impedimento legal, tornando essa relação ilegítima.
Deus não promoveu esses modelos, pois não criou um homem e duas ou mais mulheres, mas um homem e uma mulher. O plano divino, desde a criação, foi que o casal demonstrasse amor e fidelidade um para com o outro, em uma relação hétero e monogâmica.
“A vontade de Deus para o casamento é que ele seja vitalício, que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mt 19.1-12). Neste particular, Jesus cita uma exceção, a saber, a prostituição, palavra esta que no original inclui o adultério ou qualquer outro tipo de imoralidade sexual. O divórcio, portanto, deve ser permitido em caso de imoralidade sexual, quando o cônjuge ofendido se recusar a perdoar. Quando Jesus censura o divórcio em Mateus 19.8,9, não estava referindo-se à separação por causa de adultério, mas ao divórcio como prometido no Antigo Testamento em casos de incontinência pré-nupcial, constatada pelo marido após a cerimônia do casamento (Dt 24.1). A vontade de Deus em tais casos era que os dois permanecessem juntos. Todavia, Ele permitiu o divórcio, por incontinência pré-nupcial, por causa da dureza de coração das pessoas.
No caso de infidelidade conjugal depois do casamento, o Antigo Testamento determinava a dissolução do casamento com a execução das duas partes culpadas (Lv 20.10). Isto, evidentemente, deixaria o cônjuge inocente livre para casar-se de novo.
Sob a Nova Aliança, os privilégios do crente não são menores. Embora o divórcio seja uma tragédia, a infidelidade conjugal é um pecado tão cruel contra o cônjuge inocente, que este tem o justo direito de pôr termo ao casamento mediante o divórcio. Neste caso, ele ou ela está livre para casar-se de novo com um crente (1Co 7.27,28).” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1427).
CONCLUSÃO
O Cristianismo ensina, segundo a Bíblia, que o casamento é monogâmico, entre um homem e uma mulher que estejam livres e desejem se casar. Ambos têm, diante de Deus e de si, obrigações que farão com que essa união seja bem-sucedida, e a escolha de com quem irão se casar deve se pautar também por princípios espirituais.
WILLIANS, H. Page. Querida, Há Algo Errado: Tudo que o Homem e a Mulher Precisam Saber sobre o Casamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.
1. Segundo a lição, o que é o casamento?
O casamento pode ser definido como a união entre um homem e uma mulher, que decidem formar uma família, apoiando-se mutuamente e demonstrando amor e respeito um pelo outro, por meio de um acordo perante Deus e a sociedade.
2. Qual o comportamento esperado por Deus de quem se casa?
Deus espera que o homem e a mulher sejam fiéis um ao outro e cuidem um do outro com amor e respeito.
3. Qual o profeta que denunciou a deslealdade dos homens para com as esposas de sua mocidade?
O profeta Malaquias.
4. Cite, segundo a lição, princípios de Deus para que o homem viva bem com sua esposa.
O princípio do amor, da honra e da proteção.
5. Como o casamento pode ser encerrado?
O casamento é uma aliança com o Eterno que só termina quando um dos cônjuges falece.