Título: O padrão bíblico para a Vida Cristã — Caminhando segundo os ensinos das Sagradas Escrituras
Comentarista: Alexandre Coelho
Lição 12: A realidade bíblica do Evangelho na cultura
Data: 23 de Junho de 2024
“Dos filhos de Issacar, destros na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, duzentos de seus chefes e todos os seus irmãos, que seguiam a sua palavra.” (1Cr 12.32).
O Evangelho nos ensina a interagir com a cultura de nossos dias sob a perspectiva da Palavra de Deus.
SEGUNDA — 2Tm 2.2
A Palavra deve ser ensinada
TERÇA — Dt 6.6-9
Os pais ensinando seus filhos
QUARTA — 1Rs 6.38
O templo, erguido para adoração e ensino
QUINTA — Êx 20.4-6
A arte que a Palavra de Deus rejeita
SEXTA — Sl 96.9
A beleza da santidade de Deus revelada na Palavra
SÁBADO — 1Pe 1.25
A Palavra de Deus permanece para sempre
Professor(a), na lição deste domingo veremos o poder transformador da fé cristã na cultura. Ao longo dos anos temos presenciado a transformação de nações e povos que foram alcançados pelo Cristianismo. Por isso, é importante que você ressalte no decorrer da lição a importância que o Evangelho tem para a cultura de nossos dias. Ressalte também que precisamos fazer uma leitura crítica da nossa realidade, do nosso tempo e da nossa cultura. Sabe para quê? Para que possamos viver o Evangelho de Cristo e ensiná-lo a esta geração de forma ungida e inteligente, pois o Evangelho não é só palavras, mas poder.
Professor(a), converse com os alunos de modo que entendam o conceito de cultura. Depois, explique que o crente precisa fazer uma “leitura” da sociedade do nosso tempo a fim de entender os conflitos das visões de mundo que está mudando a face da sociedade. Mostre que essa “‘leitura’ vai contribuir para nos ajudar a responder as pessoas que ficam desiludidas com as crenças e valores falsos, e quando elas começam a buscar as verdadeiras respostas. Devemos saber não só qual é a nossa visão de mundo e porque acreditamos nela, mas também defendê-la. Diga que a maioria dos cristãos está ciente da grande comissão, mas eles esquecem da comissão cultural para redimir a cultura: salvar as almas e salvar a cultura. A grande tarefa é fazer com que a Verdade imutável se relacione com a cultura” (Adaptado de COLSON, Charles; PEARCY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje: Desenvolvendo uma Visão de Mundo Autenticamente Cristã. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.12,13).
Atos 19.11-20.
11 — E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias.
12 — De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saiam.
13 — E alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.
14 — Os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes.
15 — Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?
16 — E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno e assenhoreando-se de dois, pôde mais do que eles: de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa.
17 — E foi isto notório a todos os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido.
18 — Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos.
19 — Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata.
20 — Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.
INTRODUÇÃO
Quando se fala a respeito do Evangelho e o seu alcance, é preciso que se observe as transformações que ele gera nas culturas aonde chega. Na história da humanidade, percebe-se que muitos países passaram por grandes transformações sociais positivas quando o Evangelho chegou em suas terras: famílias foram valorizadas, as mulheres respeitadas, crianças educadas, e pessoas tiveram um rumo em suas vidas. Nesta lição, veremos a importância que o Evangelho tem para a cultura de nossos dias, independentemente do lugar em que ele se encontre.
I. A IMPORTÂNCIA DA CULTURA
1. O que é cultura. O termo cultura é amplo. Ele engloba assuntos como arte, o conhecimento científico, a língua e as tradições de um povo. Todo grupo social tem sua própria cultura. A comida, a forma de se vestir, de trabalhar, de falar e a maneira como interage com o ambiente e entre si são componentes da cultura. Em geral, ela é repassada dos mais velhos para os mais novos no lar, no trabalho, na escola, por meio da literatura, da música e outras manifestações sociais. As formas de aquisição da cultura são variadas, e se ela não for preservada, será esquecida. Por isso, Deus orientou o povo de Israel a ensinar aos seus filhos a sua lei para que eles não a esquecessem (Dt 6.6-9).
A cultura e a língua de um povo podem sofrer modificações com o passar do tempo. Tomemos como exemplo a nossa língua. Ela recebeu e recebe termos em inglês e de outras línguas que são incorporados ao nosso vocabulário e usados, geralmente, pelas gerações mais novas.
2. A cultura do Antigo Testamento. O ambiente em que o Antigo Testamento foi escrito tinha a cultura voltada em boa parte para a criação de animais e o cultivo e colheita de grãos. A família era responsável pela educação dos filhos e pela passagem das tradições familiares e nacionais, e por iniciá-los na fé que caracterizava o povo de Deus e o seu concerto com o Eterno.
No aspecto do trabalho, havia casos em que a escravidão era corrente, mas também havia empregados remunerados, pessoas livres que trabalhavam e recebiam salários. Em seus primórdios, os hebreus foram vítimas de uma cultura de escravidão, mas pelo poder de Deus saíram para uma cultura de liberdade na terra que Deus prometeu que daria a Abraão.
Na cultura israelita, a família era patriarcal, e os pais, para evitar dificuldades de relacionamentos, tinham participação muito ativa na escolha dos cônjuges para seus filhos. Observe que Abraão fez seu servo, o mais velho de sua casa, jurar que não tomaria mulher das filhas dos cananeus para seu filho Isaque (Gn 24.1-4). Seu filho deveria se casar com alguém da sua parentela.
A fé era passada dos pais para os filhos, e a participação nos cultos fortalecia a tradição entre as gerações. As nações mantinham relações comerciais umas com as outras e possuíam exércitos para se defender, ou contratavam de outras nações para auxiliar nas guerras que eram travadas.
3. A cultura do Novo Testamento. A cultura dominante era a romana entre os países em que o Evangelho chegou inicialmente. Os romanos dominavam militar e administrativamente o mundo conhecido. Sua perspectiva era que o império proporcionaria segurança nas relações entre os países, impondo uma paz obrigatória. Eles costumavam preservar a religião dos povos dominados, desde que estes concordassem em prestar culto também a César.
Os gregos foram dominados pelos romanos, mas a sua cultura, quanto aos aspectos filosóficos, e a língua grega, foram absorvidos pelos dominadores. O Novo Testamento foi escrito em grego, herança cultural que perdurou por séculos. Os hebreus nos dias de Jesus estavam sob o domínio romano, contudo, tinham liberdade de realizar seus cultos e pagavam tributos a César.
Professor(a), “diante das incertezas do tempo presente e dos ataques às doutrinas bíblicas, torna-se indispensável o crente cultivar profunda convicção cristã (2Tm 1.12-14). Não cabe ao salvo esmorecer em meio às tribulações, mas prosseguir confiante pelo prêmio da soberana vocação (2Co 4.1; Fp 3.14). Precisamos ter convicção espiritual, moral e social O cristão deve ter o desejo de ser um autêntico ‘embaixador de Cristo’ em um mundo de trevas. Na segunda viagem missionária de Paulo (49-52 d.C.), por orientação divina, o evangelho de Cristo foi proclamado na Europa. Após ter sido impedido pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra na Ásia e na Bitínia (At 16.6,7), o apóstolo teve uma visão em que um homem dizia-lhe: ‘Passa à Macedônia e ajuda-nos!’ (At 16.9). A partir dessa revelação, a mensagem da cruz foi anunciada em Filipos e, depois, em Tessalônica e Corinto (At 16.10-12; 17.1; 18.1). A Boa Nova foi ministrada com total ousadia no poder do Espírito, de modo que resultou na salvação e libertação de almas (1Ts 1.6-10), Assim, constata-se que, na ausência de convicção espiritual, a Palavra de Deus é reduzida a mero intelecto humano, e o seu resultado é ineficaz na transformação de vidas (Mt 7.29; 1Co 2.1-5).” (Adaptado de BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. Como Viver Neste Mundo Dominado pelo Espírito da Babilônia. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.121).
II. O EVANGELHO E A CIÊNCIA
1. A ciência nos tempos antigos. Os homens não eram ignorantes, e as grandes construções que ultrapassaram séculos, como as pirâmides do Egito, e grandes obras literárias são amostras de que eles sabiam como aplicar a matemática e usar a escrita de uma forma que perdurou.
Os conhecimentos a respeito de engenharia, medicina e educação não surgiram no século XXI. O Templo de Salomão foi construído em sete anos (1Rs 6.38) e durou 410 anos, quando Nabucodonosor o destruiu. Por mais que em nossos dias tenhamos aperfeiçoado os processos, essas melhorias ocorreram com base em algo que já existia. Deus, portanto, dotou os homens com inteligência para que fizessem grandes feitos.
2. A ciência em nossos dias. Com o advento do movimento chamado Iluminismo, surgiu o método científico, que trouxe regras para serem usadas nas pesquisas e nas ciências. Com o método científico, estabeleceram-se mecanismos para que as experiências científicas pudessem ser testadas repetidamente e se chegassem aos mesmos resultados. Ocorre que muitos cientistas se valeram do uso desse método para dizerem que tudo o que existe é matéria, que Deus não existe, que milagres não são possíveis e que se uma experiência não puder ser explicada pela ciência, ela não pode ser aceita como válida.
Na tentativa de separar a fé da ciência, tais cientistas se esquecem de que grandes universidades foram fundadas por cristãos. Harvard tem como lema: “a verdade para Cristo e para a Igreja”, pois, foi fundada por servos de Deus, mostrando que o Evangelho não é contrário à verdadeira ciência.
3. A ciência e a Bíblia. Um dos maiores problemas para algumas pessoas é conciliar a ciência com as Escrituras Sagradas. A Palavra de Deus não é um livro de curiosidades, nem tem por objetivo se colocar como um manual científico. Ela não depende da validação da ciência humana ou do método científico para ser o Livro de Deus. A Bíblia diz que Deus criou o homem a partir do pó da terra, que existe a ressurreição e que os milagres são possíveis e existem, coisas que muitos cientistas insistem em dizer que são fatos impossíveis.
Reconhecemos que o método científico tem seus méritos para direcionar a pesquisa científica e que o respeito a ele resulta em critérios que norteiam os grandes avanços que nos conduziram até aqui, mas também entendemos que a ciência não tem resposta para todas as coisas, pois ela é limitada. Muitas descobertas e invenções científicas com o passar do tempo foram descontinuadas, pressupostos foram contraditados, e tratamentos médicos, substituídos. Por estar em constante mudança, a ciência não pode ser tida como um validador para a fé cristã. Isso não significa que ela e a Bíblia não possuam pontos de concordância, e sim que a Palavra de Deus não tem por objetivo ser validada pela ciência para produzir seus efeitos na vida de uma pessoa.
A ciência não explica a salvação de um pecador, ou o poder que a oração de um justo tem diante de Deus. O método científico segue regras cujos pressupostos podem mudar descobertas ou postulados científicos tidos por definitivos há décadas. A Palavra de Deus, por sua vez, não muda (1Pe 1.25).
4. A arte e a Bíblia. Uma das manifestações culturais mais impressionantes é a arte. Muitas poesias eram acompanhadas de músicas em Israel, e assim os salmos eram cantados. Esculturas não eram aceitas entre os hebreus, pois por mais que se mostrassem uma forma de arte, eram representações da idolatria, algo que Deus sempre condenou. Ele mesmo proibiu os hebreus de tentarem simbolizá-lo por meio de gravuras ou esculturas (Êx 20.4-6).
O Templo edificado pelo rei Salomão era uma obra de arte, pois Deus tem prazer naquilo que é belo, e a própria santidade de Deus é qualificada como bela (Sl 96.6). Entretanto, nenhuma arte que induza à idolatria, à sensualidade ou a qualquer outra forma de pecado deveria ser incentivada ou consumida entre o povo de Deus.
III. UMA CULTURA TRANSFORMADA PELO EVANGELHO
1. Um Evangelho transformador. É notório que o Evangelho tem realizado grandes e profundas mudanças na cultura à nossa volta. Todos aqueles que tiveram um encontro com Jesus, nunca mais foram os mesmos. Tomemos como exemplo Zaqueu, Nicodemos, Paulo etc.
2. Na família. Um dos ambientes onde a fé cristã tem demonstrado o poder de Deus é na família. O Evangelho torna os pais mais responsáveis na criação dos filhos, e os cônjuges mais conscientes no tocante ao amor e respeito. Os filhos criados no temor do Senhor têm a consciência da vida eterna, e que precisam respeitar seus pais para também agradarem a Deus.
3. Na sociedade. A sociedade é abençoada pelo Evangelho e seus efeitos na vida de quem recebe a Jesus. Não são poucos os testemunhos de pessoas, antes iracundas, que tiveram seu comportamento mudado pelo Espírito Santo e se tornaram amáveis até com os seus opositores. Vale lembrar que a Escola Dominical nasceu como uma iniciativa do jornalista Robert Raikes, que percebendo que as crianças ociosas cometiam delitos na Inglaterra, resolveu levá-las para a igreja e ensiná-las nas Sagradas Escrituras e outras disciplinas. Essa iniciativa social e espiritual trouxe frutos ao Reino Unido.
CONCLUSÃO
O Evangelho produz mudanças significativas na cultura de um povo. A Palavra de Deus nos mostra que o pensamento do ser humano foi afetado pelo pecado, e que por isso, o homem tende a deixar Deus de fora da ciência, por receio de que as respostas que tanto procura sobre o passado, ou para o avanço que desejam fazer no futuro, o obrigue a aceitar a existência do Todo-Poderoso e do seu poder.
Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
1. O que engloba o termo “cultura”?
O termo cultura é amplo. Ele engloba assuntos como a “sabedoria” popular, a arte, o conhecimento científico, a língua e as tradições de um povo.
2. Segundo a lição, como era a cultura do Antigo Testamento?
O ambiente em que o Antigo Testamento foi escrito tinha a cultura voltada em boa parte para a criação de animais e o cultivo e colheita de grãos.
3. Qual era a cultura dominante no Novo Testamento?
A cultura dominante era a romana entre os países em que o Evangelho chegou inicialmente.
4. Qual a língua em que o Novo Testamento foi escrito?
Foi escrito no grego.
5. Qual o lema da universidade de Harvard? O que ele mostra?
Harvard tem como lema “A verdade para Cristo e para a Igreja”, pois foi fundada por servos de Deus, mostrando que o Evangelho não é contrário à ciência.