Título: Na cova dos leões — O exemplo de fé e coragem de Daniel para o testemunho cristão em nossos dias
Comentarista: Valmir Nascimento
Lição 7: Deus abate o coração orgulhoso
Data: 18 de agosto de 2024
“Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba.” (Dn 4.37).
Nunca devemos nos orgulhar de nossas capacidades e realizações, pois em tudo dependemos da graça de Deus.
SEGUNDA — Pv 16.18
A soberba precede a destruição
TERÇA — Tg 4.6
Deus se opõe aos orgulhosos
QUARTA — Pv 29.23
O orgulho do homem o abaterá
QUINTA — 1Pe 5.5
Revestidos de humildade
SEXTA — Fp 2.5-8
O exemplo de Jesus
SÁBADO — Mc 16.15
Pregando para todos
Prezado(a) professor(a), nos capítulos anteriores vimos os desafios e as crises suportadas por Daniel e seus amigos de Judá. Agora, no capítulo 4, lemos sobre a crise de Nabucodonosor. Neste testemunho pessoal, veremos como Deus abateu o orgulho e a soberba do rei e o conduziu à humilhação e ao arrependimento. Este relato destaca a importância da humildade e o reconhecimento da soberania divina, e ilustra como Deus pode agir para humilhar os orgulhosos e levá-los a uma transformação espiritual, caso se rendam. Esta lição nos conduz a uma profunda reflexão sobre o perigo da soberba e a necessidade do reconhecimento da majestade de Deus sobre todas as coisas. Também nos ensina que o Evangelho deve ser pregado a todas as pessoas, independentemente da posição e classe social, pois todos carecem da graça de Deus. Esta lição é uma importante oportunidade para refletirmos sobre os perigos do orgulho e da altivez, destacando a necessidade de sempre reconhecermos a graça de Deus sobre as nossas vidas.
Prezado(a) professor(a), uma dinâmica interessante para explorar o tema desta lição é a discussão em grupo. Divida os alunos em pequenos grupos e peça a cada um que discuta as seguintes perguntas:
Como a arrogância de Nabucodonosor o afetou?
Quais são os sinais de arrogância em nossas vidas hoje?
Como podemos aplicar lições da história de Nabucodonosor em nossas vidas?
O que é humildade?
Como a colocamos em prática?
Tempo: 15 minutos.
Encerre a dinâmica enfatizando a importância de permanecer humilde, reconhecendo que somos dependentes de Deus, e discutindo maneiras práticas de aplicar essas lições em suas vidas cotidianas.
Daniel 4.1-6.
1 — Nabucodonosor, rei, a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!
2 — Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo.
3 — Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas, as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio, de geração em geração.
4 — Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa e florescente no meu palácio.
5 — Tive um sonho, que me espantou; e as imaginações na minha cama e as visões da minha cabeça me turbaram.
6 — Por mim, pois, se fez um decreto, pelo qual fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho.
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, iremos explorar o quarto capítulo do livro de Daniel, que apresenta um impactante testemunho pessoal do rei Nabucodonosor. Neste relato, testemunhamos como sua soberba o levou, por divina sentença, a uma condição de insanidade, fazendo-o viver como um animal selvagem por um período conhecido como “sete tempos”, até que Deus o redimiu dessa situação. Ao fim desse período, Nabucodonosor experimentou uma profunda transformação, reconhecendo a soberania do Deus Altíssimo.
I. O EDITO E O SONHO DO REI
1. O edito real. O quarto capítulo do Livro de Daniel começa com um edito de Nabucodonosor, uma espécie de pronunciamento oficial para conhecimento de todos. Nele, o rei declara a grandeza de Deus (4.3). Contudo, como veremos, o reconhecimento da grandiosidade de Deus pelo rei se deu somente depois da experiência dramática que ele narra a seguir (4.37).
2. A satisfação momentânea do rei e o seu sonho. O rei estava satisfeito e próspero em seu palácio (4.4). Com suas conquistas, ele havia estendido o domínio do seu vasto império, alcançando grande sucesso. Nabucodonosor desfrutava de riqueza e fama. Sua cidade, Babilônia, era um esplendor e ele se sentia sossegado. No entanto, a paz e a satisfação do rei foram abruptamente interrompidas por um sonho perturbador. Convocados para darem a interpretação do sonho, mais uma vez os sábios da corte não são capazes de desvendar o seu sentido (vv.6,7). O rei, então, manda chamar novamente Daniel. O monarca sabia que Daniel era diferente, em quem habitava o espírito de um ser divino (vv.8,9). Diante das dificuldades, os descrentes buscam o socorro daqueles que dão testemunho de Deus.
3. A descrição do sonho. Ao narrar o sonho, o rei diz ter visto uma árvore frondosa, que crescia cada vez mais até sua copa chegar ao céu. Suas folhas eram belas e muitos eram os seus frutos. Os animais do campo se abrigavam debaixo dela e os pássaros faziam ninhos em seus ramos (vv.10-12). No sonho surge uma sentinela, um anjo que descia do céu que dava ordem para que a árvore fosse derrubada, deixando somente o toco e suas raízes, presos com ferro e bronze. Ele deveria ser molhado como orvalho do céu, e viveria com os animais selvagens. Durante sete tempos, teria a mente de um animal selvagem em vez de mente humana (vv.15-17).
Professor(a), explique que “buscar arrogantemente o poder não é atributo espiritual. É sinal de egoísmo e orgulho. Todo aquele que deseja o poder para obter prestígio é traiçoeiro. No esforço de tornar-se imperial adquire a mentalidade que diz: ‘Estou gostando desta liderança. Sei o que é melhor, apenas sigam-me!’.
Apreciam alguns poderosos — leigos, pregadores, empresários, educadores, oficiais do governo ou quem quer que seja — o brilho, a honra e o prestígio da liderança? Têm prazer em chegar ao topo pela escada da adulação? Veem as pessoas como irmãos e irmãs, e a si mesmos como um de seus companheiros de serviço? Ou estão mais inclinados a manter o rebanho em seu lugar? Trovejam mensagens quanto ao que o trabalho deve ser? Ou guiam alegremente como um pastor?
Quero chamar sua atenção de perdedor financeiro para o simples fato: muitos de nós estamos nadando em dívidas e vivendo um caos conjugal como resultado de nada menos que uma necessidade descontrolada de possuir e acumular coisas. A verdade é que o caos em nosso casamento poderia ter fim se nós simplesmente parássemos de acumular e começássemos a estar satisfeitos com as coisas que já temos.
Nossa atitude com relação às pessoas é, frequentemente, uma ofensa a Deus e aos que estão se esforçando para servir. Enquanto as pessoas estão quase sempre ansiosas para liderar — liderança santa e inspirada — estamos afundados em nosso ‘trabalho’. Quando isso acontece, podemos facilmente nos tomar insensíveis aos sentimentos alheios.” (DORTCH, R. W. Orgulho Fatal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.103,104).
II. DANIEL INTERPRETA O SONHO E ACONSELHA O REI
1. Agindo com prudência. Depois de ouvir o relato do sonho, Daniel ficou bastante estarrecido durante certo tempo (v.19), de sorte que até mesmo o rei tentou tranquilizá-lo. Daniel, porém, sabia do significado do sonho, e possivelmente estava preocupado em como declarar a interpretação ao rei. Mesmo para comunicar a verdade, é preciso ter prudência, e saber a forma adequada de se expressar.
2. A interpretação do sonho. Agindo com coragem e cautela, Daniel passou a contar ao rei a interpretação do sonho:
a) A árvore majestosa (vv.11,12). A árvore simbolizava a formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de Nabucodonosor. Realmente, este rei que governou a Babilônia no período de 605 a 562 a.C. foi um dos mais poderosos da história da Mesopotâmia. Daniel foi enfático ao dizer que a árvore era o próprio rei: “És tu, ó rei” (v.22).
b) O juízo divino. O semblante do rei deve ter caído ao ouvir o restante da interpretação. O seu reino estava com os dias contados. Isso porque, a árvore deveria ser cortada, deixando somente o tronco com as suas raízes, presas com ferro e bronze. O verso 15 mostra que a intenção não era a destruição completa de Nabucodonosor, e sim dar-lhe a oportunidade de se converter e reconhecer que o céu reina (v.26).
c) Vivendo entre os animais. Daniel diz, ainda, que o entendimento do rei seria afetado, passando a viver e a comer entre os animais, durante sete tempos. Isso indicava a perda do discernimento mental, por algum tipo de insanidade.
3. O conselho de Daniel. Percebemos que Daniel não se limitou a explicar o sentido do sonho. Ele também aconselhou o rei a deixar a sua soberba e a renunciar aos seus pecados (v.27). Isso envolvia a prática da justiça e o abandono da iniquidade, usando de misericórdia com os pobres. Isso mostra que a disciplina sobre o imperador também se devia à sua negligência e falta de misericórdia com os menos afortunados. O Senhor considerou essas falhas tão graves que o rei teria de passar por um período de disciplina, comendo com os animais do campo. Daniel era um conselheiro de valor e não estava preocupado em satisfazer o rei para manter o seu cargo na corte, razão pela qual admoestou Nabucodonosor sobre seus vícios de caráter.
“A Lição da Humildade
E, lançando mão de uma criança (v.36). Cristo, assim como os profetas da antiguidade, ensinava por meio de gestos, sinais e objetos materiais. A lição da humildade é tão importante que, de qualquer maneira, devemos aprendê-la. Em vez de menosprezar as crianças, como nosso orgulho nos leva a fazer, devemos contemplá-las e meditar nesta lição de Cristo sobre a humildade.
Se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças (Mt 18.3). Aos que procuram os lugares de mais honra no Reino, Jesus declara que realmente não estão no Reino. Anjos foram lançados fora dos céus por causa do orgulho. Os que se ensoberbecem cairão na condenação do diabo (1Tm 3.6). Se não abandonarmos o nosso orgulho, a entrada nos céus ser-nos-á vedada.
Se não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino de Deus (Mt 18.3). É evidente, portanto, que as criancinhas são salvas.
Aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus (Mt 18.4). A resposta de Jesus causa grande surpresa. Conforme a ideia popular, deveria responder: Quem pois, se tornar com um anjo, ou como o pastor de nossa igreja, esse é o maior no Reino dos céus.
Se não vos fizerdes como crianças (Mt 18.3). Não significa meninos: 1) no entendimento (1Co 14.20); 2) na firmeza (Ef 4.14); 3) na censura (Mt 11.16,17); 4) no conhecimento da Palavra (Hb 5.12-14). Mas, sim, meninos: 1) em desejar o leite espiritual da Palavra (1Pe 2.2); 2) em confiar no Pai celestial que nos alimentará e vestirá (Mt 6.25); 3) isentos da malícia (1Co 14.20); 4) na humildade. É a isso que se refere Cristo. Como crianças, ‘não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes, não sejais sábios em vós mesmos’ (Rm 12.16).
Qualquer que receber uma destas (v.37). Receamos que se nos humilharmos como criança, ninguém nos receberá mais? Receamos que o próximo nos maltratará? Mas a essa dificuldade Cristo antecipa, acrescentando: ‘Qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta a mim me recebe. Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar’ (Mt 18.5,6). Esta palavra divina é como uma barreira de fogo em redor dos seus fiéis.
A mim me recebe (v.37). Quem põe sua mão sobre a cabeça da criança, põe-na sobre o coração da mãe da criança. Igualmente, quem recebe um dos menores recebe a Cristo, que tanto ama os pequeninos.” (BOYER, O. Espada Cortante 1: Daniel, Apocalipse, Mateus e Marcos. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.542).
III. O CUMPRIMENTO DA PROFECIA E A RESTAURAÇÃO DO REI
1. Deus abate o orgulho. Doze meses após o sonho, ele cumpriu-se cabalmente sobre a vida de Nabucodonosor (4.29). Quando o rei se vangloriava (4.39), uma voz do céu declarou-lhe o destino, sendo expulso da companhia humana e passando o rei a viver como animal. Teve um surto que retirou a sua sanidade mental. Deus estava mostrando quem era o verdadeiro soberano, e que ele resiste aos soberbos. No capítulo 5, Daniel declara que “quando o seu coração se exaltou, e o seu espírito se endureceu em soberba, foi derrubado do seu trono real, e passou dele a sua glória” (5.20).
Reiteradamente a Bíblia adverte sobre os perigos da soberba e do orgulho prepotente (Pv 16.5,18; Tg 4.6). Jesus afirmou que qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado (Lc 14.10,11). Portanto, é melhor se humilhar, para ser exaltado por Deus, do que se exaltar, e ser humilhado por ele.
2. O rei reconhece a grandeza de Deus. Tudo isso sobreveio sobre Nabucodonosor para que ele reconhecesse o poder do Altíssimo. Embora fosse chamado pelo profeta Jeremias de “servo” do Senhor (Jr 26.9), no sentido de ter sido o instrumento divino para punir Israel, o rei babilônio não assumiu uma posição de humildade perante Deus. Ocorre que o ímpio precisa ser confrontado pela Palavra de Deus e saber que se encontra perdido. Muito diferente de algumas pregações de hoje, a mensagem de Deus para o rei não buscou inflar o seu ego, mas mostrar o seu estado, para que pudesse se arrepender. E assim aconteceu. Passados os dias conforme a revelação, a consciência de Nabucodonosor retornou, recobrando o juízo. Ele glorificou ao Senhor e reconheceu o seu poder eterno (4.34).
A restauração do rei da Babilônia mostra que o evangelho tem poder e é capaz de transformar a vida de qualquer pessoa. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16).
3. Pregando para todas as pessoas. A postura de Daniel ao transmitir integralmente a mensagem divina ao rei, nos ensina sobre a necessidade de pregarmos para todas as pessoas, sem medo (Mc 16.15). Na universidade, no trabalho ou em qualquer lugar, fale de Jesus e do plano da salvação indistintamente. Anuncie o evangelho aos pobres e ricos, e não tenha receio de testemunhar para as autoridades. Daniel não desistiu de Nabucodonosor, e não se deixou levar pelo histórico. Ele sabia que quem transforma é Deus.
CONCLUSÃO
A história pessoal de Nabucodonosor nos oferece uma poderosa lição sobre as consequências da arrogância e da exaltação diante da majestade do Todo-Poderoso. Ela destaca a suprema soberania divina sobre toda a criação, lembrando-nos de que nenhuma criatura pode rivalizar com a glória de Deus. O episódio ilustra a capacidade da misericórdia e da justiça divinas de redimir o ser humano arrependido, revelando a esperança de transformação e restauração para qualquer pessoa.
GILBERTO, ANTONIO. O Calendário da Profecia. Rio de Janeiro: CPAD.
1. Qual a ordem que a sentinela que surge no sonho dá?
Para que a árvore fosse derrubada, deixando somente o toco e suas raízes, presos com ferro e bronze.
2. O que simbolizava a árvore majestosa?
A árvore simbolizava a formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de Nabucodonosor.
3. Quanto tempo depois o sonho se cumpriu?
Doze meses (4.29).
4. Quais palavras foram usadas por Nabucodonosor demonstrando a sua vanglória?
“Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência?” (4.39).
5. O que nos ensina a postura de Daniel de transmitir a mensagem divina ao rei?
Nos ensina sobre a necessidade de pregarmos para todas as pessoas, sem medo (Mc 16.15).