LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

3º Trimestre de 2024

 

Título: Na cova dos leões — O exemplo de fé e coragem de Daniel para o testemunho cristão em nossos dias

Comentarista: Valmir Nascimento

 

 

Lição 13: O Fim de todas as coisas

Data: 29 de setembro de 2024

 

 

TEXTO PRINCIPAL

 

Os sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente.(Dn 12.3).

 

RESUMO DA LIÇÃO

 

Deus é o Soberano da história e no final de todas as coisas trará juízo aos ímpios e libertará o seu povo fiel.

 

LEITURA DA SEMANA

 

SEGUNDA — 1Pe 5.8; Ef 6.12

Levando o mundo espiritual a sério

 

 

TERÇA — Jr 30.7

Tempo da angústia de Jacó

 

 

QUARTA — 1Ts 4.16

A ressurreição dos salvos

 

 

QUINTA — Ap 16.16

A batalha do Armagedom

 

 

SEXTA — 2Ts 2.8; Ap 19.20

A destruição do Anticristo

 

 

SÁBADO — Ap 2.10

Fiel até a morte

 

OBJETIVOS

 

  • EXPLICAR como se deu a preparação de Daniel para receber a mensagem final;
  • CONHECER a revelação do futuro dada ao profeta;
  • ENTENDER como será a Batalha do Armagedom e as últimas coisas.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado(a) professor(a), estamos chegando ao final do estudo do livro de Daniel. Agora, Daniel, com mais de oitenta anos de idade, vive um momento singular em sua vida. Nesse contexto, os judeus haviam obtido permissão para retornar à Terra Prometida, e é natural supor que ele, com esse anseio em seu coração, considerasse a possibilidade de retornar a Jerusalém. No entanto, por razões desconhecidas, permaneceu na Babilônia. Nesse ponto crucial, Deus ainda tinha uma última revelação para transmitir a seu dedicado servo, e essa revelação foi registrada nos capítulos 10 a 12. Assim, nesse derradeiro estudo, somos conduzidos à conclusão da missão profética de Daniel. Este homem, amado no céu, está encerrando a carreira de fé e o seu testemunho público. Nessa oportunidade, relembre aos seus alunos a desafiadora, porém triunfante, jornada do jovem servo de Deus que cresceu e amadureceu na Babilônia, sempre com o coração guardado. Sua vida continua a nos inspirar a manter uma fidelidade inabalável até o fim.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Caro(a) professor(a), com a graça de Deus, chegamos ao final de mais um trimestre. Esperamos que as lições tenham implantado nos corações de seus alunos a esperança de que Jesus voltará a qualquer momento e que vale a pena ser fiel até o fim. Na lição de hoje, estudaremos os últimos três capítulos do livro de Daniel. Reproduza o quadro abaixo com a síntese do conteúdo da profecia final.

 

 

TEXTO BÍBLICO

 

Provérbios 23.29-35.

 

Daniel 12.1-13

1 — E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.

2 — E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno.

3 — Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente.

4 — E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.

5 — E eu, Daniel olhei, e eis que estavam outros dois, um desta banda, à beira do rio, e o outro da outra banda, à beira do rio.

6 — E ele disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Que tempo haverá até ao fim das maravilhas?

7 — E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, quando levantou a sua mão direita e a sua mão esquerda ao céu e jurou, por aquele que vive eternamente, que depois de um tempo, de tempos e metade de um tempo, e quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo, todas essas coisas serão cumpridas.

8 — Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso, eu disse: Senhor meu, qual será o fim dessas coisas?

9 — E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim.

10 — Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.

11 — E, desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.

12 — Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.

13 — Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Os últimos três capítulos do livro (10-12) constituem uma unidade. Esta seção contém a última revelação que Deus concedeu a Daniel dois anos após o retorno dos judeus à terra de Israel, no terceiro ano de Ciro (537 a.C.). O profeta já é um ancião de aproximadamente 84 anos. Nessa época, o primeiro grupo de exilados já havia retornado a Jerusalém. Por algum motivo, possivelmente em razão da sua idade avançada e pela sua presença relevante na Babilônia, Daniel não regressou à sua terra natal. Anteriormente, o profeta havia tido sonhos e visões, agora Deus lhe concede uma revelação mais elevada da sua palavra sobre um grande conflito (10.1), por meio de uma experiência com o Filho de Deus.

 

 

I. PREPARANDO-SE PARA RECEBER A MENSAGEM DO CÉU

 

1. A aflição de Daniel. Como qualquer ser humano, Daniel tinha os seus momentos de aflição e tristeza (10.2). Ninguém é tão forte que não possa se abater. A razão do seu abatimento tinha a ver possivelmente com a interrupção da reconstrução do Templo e da cidade de Jerusalém naquela ocasião (Ed 1-3; 4.4,5). O povo voltou, mas a restauração plena ainda não havia acontecido. O conhecimento desse fato levou o profeta à angústia da alma, por causa do amor que nutria por sua nação. Em vez de reclamar da situação ou murmurar contra Deus, ele entrou em vigília e jejuou durante três semanas (10.3). Daniel era um profeta de lágrimas!

2. O ser celestial. Em resposta à sua busca, um ser celestial cheio de esplendor se apresenta a Daniel (vv.5,6). As suas descrições são parecidas com as que o apóstolo João e o profeta Ezequiel tiveram (Ap 1.12-20; Ez 1.26). Para muitos exegetas bíblicos, isto seria uma teofania, a manifestação do próprio Filho de Deus. Diante da imagem imponente, os companheiros de Daniel fogem de medo e ele fica só. Seu corpo se enfraquece, desfalecendo com o rosto em terra. A glória divina é demais para o frágil ser humano suportar. O profeta, no entanto, experimenta a consolação. Recebe o amparo celestial e palavras de encorajamento (vv.11-12). Quem é amado no céu, quando prostrado e fraco, recebe ajuda do Senhor.

3. A batalha nas regiões celestiais. Daniel é informado de que a mensagem de resposta à sua oração foi resistida pelo príncipe do reino da Pérsia (v.13). Nossos principais teólogos ensinam que não se trata de um príncipe terreno, mas um anjo maligno que obedece a Satanás. Foi somente após a ajuda do Arcanjo Miguel na batalha espiritual que a resposta chegou. A referência a Miguel como “um dos primeiros príncipes” mostra que existe uma organização e ordem angelical, através de graduações que revelam níveis de autoridade.

Fica evidente que o que acontece na terra tem implicação nas regiões celestiais. Enquanto a visão ateísta e naturalista enxerga somente o plano físico e material, o crente pentecostal, sobretudo, tem a convicção de que existe uma realidade invisível onde as maiores batalhas são travadas. Por isso, devemos levar a sério o mundo espiritual (1Pe 5.8), sabendo que a nossa luta não é contra a carne e o sangue (Ef 6.12).

 

SUBSÍDIO I

 

 

Professor(a), inicie o tópico com a seguinte pergunta: “Qual o significado do termo Armagedon?”. Ouça os alunos com atenção e explique que “o termo ‘Armagedom’ vem da língua hebraica. Har é a palavra para ‘montanha’ ou ‘colina’. Mageddon provavelmente diz respeito às ruínas da antiga cidade de Megido, que fica acima do Vale de Esdrelom no norte de Israel, onde os exércitos do mundo se reunirão.

De acordo com a Bíblia, grandes exércitos do oriente e do ocidente se reunirão nesta planície. O Anticristo derrotará os exércitos do sul, pelo fato de estes ameaçarem o seu poder, e destruirá uma Babilônia reconstruída a leste — antes de finalmente voltar as suas forças para Jerusalém a fim de dominá-la e destruí-la. Quando ele e seus exércitos marcharem contra Jerusalém, Deus entrará em ação e Jesus Cristo voltará para resgatar o seu povo, Israel. O Senhor, com seu exército angelical, destruirá os exércitos, capturará o Anticristo e o Falso Profeta e lançá-los-á no lago de fogo (Ap 19.11-21).

Quando o Senhor voltar, o poder e domínio do Anticristo terão fim. Charles Dyer afirma: ‘Daniel, Joel e Zacarias identificam Jerusalém como o local onde ocorrerá a batalha final entre Cristo e o Anticristo. Os três predizem que Deus interferirá na história do seu povo e destruirá o exército do Anticristo em Jerusalem. Zacarias profetiza que a batalha terá um fim quando o Messias voltar à terra e seus pés tocarem o Monte das Oliveiras. Esta batalha será concluída com a segunda vinda de Jesus’.

A campanha do Armagedom — na verdade, em Jerusalém — será um dos acontecimentos mais desapontadores da história. Com exércitos tão gigantescos reunidos em ambos os lados, seria de se esperar um confronto épico entre o bem e o mal. Não importa, todavia, quão poderoso alguém é na terra. Ninguém é páreo para o poder de Deus.” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.74,75).

 

 

II. A REVELAÇÃO DO FUTURO

 

1. Uma visão do futuro. O objetivo da revelação a Daniel era dar-lhe conhecimento sobre o que haveria de acontecer ao povo de Deus (v.14). Essa perspectiva do futuro se estende não apenas aos anos imediatamente posteriores, mas até ao fim do mundo. A revelação será detalhada nos capítulos 11 e 12. Enfraquecido pelo que havia visto e ouvido, Daniel é tocado e fortalecido três vezes (vv.16-19). Afinal, o Deus que move nações e reis, demonstra um incrível cuidado com aqueles que são fiéis a Ele. Por fim, Daniel fica sabendo que a guerra não havia acabado (vv.20,21).

2. O futuro imediato. No capítulo 11, Deus revela eventos que estavam para acontecer no futuro imediato de Israel. Eles se desdobram no período interbíblico, ou seja, entre o Antigo e o Novo Testamentos, e envolve uma sucessão de reis que vai de Ciro até o desmoronamento do reino de Alexandre Magno (o rei valente — v.3). Contemplam profecias sobre a Síria e Egito e suas guerras envolvendo os judeus (vv.5-35), incluindo Antíoco Epifânio (o homem vil — v.21), torturador de Israel de quem tratamos anteriormente.

A passagem descreve minuciosamente intrigas políticas, alianças e conflitos militares ao longo dos séculos seguintes. Em razão da riqueza dos detalhes proféticos, muitos chegaram a questionar a data do livro de Daniel, como se tivesse sido escrito posteriormente aos fatos históricos. Contudo, a predição de eventos históricos centenas de anos antes da sua ocorrência mostra que a Palavra de Deus não cai por terra.

3. O futuro remoto. Do versículo 36 em diante, temos o futuro remoto de Israel, o “tempo de angústia de Jacó” (Jr 30.7). Conforme John Lennox, este capítulo “também foi escrito para avisar as pessoas no futuro (da perspectiva de Daniel) sobre o perigo de interpretar erroneamente os sinais dos tempos, e pensar que o tempo do fim chegou quando não chegou”. Este é um erro muito frequente dentre aqueles que usam a doutrina das últimas coisas como um recurso especulativo e sensacionalista. O fato é que a passagem mostra um quadro profético do futuro Anticristo e sua atuação, especialmente contra o povo escolhido de Deus. Será um grande líder mundial com poder político e bélico (vv.36-38) que procurará destruir Israel.

 

 

III. ARMAGEDOM E AS ÚLTIMAS COISAS

 

1. A batalha final. O tempo do fim (11.40) aponta para o período da Tribulação, que é a Septuagésima Semana do texto de Daniel 9.27. No final deste período, os exércitos do Anticristo se reunirão para destruir Israel, no vale do Armagedom (Ap 16.16). Esta batalha, sem precedentes na história, será um enfrentamento bélico-espiritual que se dará na derradeira etapa da Septuagésima Semana de Daniel. Terá como palco as montanhas de Megido. Israel não terá condições de vencer pelas armas humanas.

2. O livramento divino. Daniel deve ter sentido alívio e conforto ao ouvir o restante da profecia no capítulo 12. Após ter uma noção do período sombrio da Grande Tribulação e do tempo de angústia, ele fica sabendo que Deus enviará o Arcanjo Miguel para proteger o povo de Israel durante a batalha final. Esta revelação tem o seu paralelo com Apocalipse 12.7-8. Sobretudo, o grande general é Cristo (Mt 24.15-31). Deus dará livramento ao seu povo quando ele reconhecer que Jesus é o Messias (Ez 37). O Senhor, à frente do exército celestial, em cavalos brancos, vencerá o Anticristo e o Falso Profeta e os lançará no Lago de Fogo (2Ts 2.8; Ap 19.20) e os exércitos inimigos serão destruídos (Zc 14.12).

3. A ressurreição dos mortos. A declaração do verso 2 do capítulo 12 refere-se à ressurreição dos justos e dos injustos, em consonância com outras passagens das Escrituras (Jo 5.29; At 24.15). De acordo com a nossa Declaração de Fé, elas se darão em momentos distintos. Os justos, cujos nomes estão no Livro da Vida, serão ressuscitados por ocasião da volta de Cristo (1Ts 4.16), para a vida eterna. Essa é uma esperança gloriosa do cristão (1Co 15.20-24). A ressurreição dos injustos se dará após o Milênio (Ap 20.5), para a eterna condenação.

4. Concluindo a missão profética. Em suas palavras finais, o mensageiro celestial diz para Daniel cerrar as palavras e selar o livro, até ao fim do tempo (v.4). Para os costumes da época, selar um livro era uma forma de dar credibilidade pública, uma garantia da sua veracidade. Logo, o selo da palavra profética assegurava que a revelação era dada por Deus, para que as gerações seguintes pudessem confiar e entender. Isso explica a declaração de que “muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará” (v.4). A passagem não se refere ao crescimento da ciência e da tecnologia, mas ao conteúdo expresso da profecia de Daniel. É por causa dela que hoje, ao estudarmos as Escrituras, nosso conhecimento se expande pela graça de Deus.

Após perguntar ao homem vestido de linho sobre o tempo em que aquelas coisas aconteceriam, e de humildemente reconhecer que não havia entendido a resposta enigmática que lhe fora dada (vv.6-8), o ser celestial diz para Daniel prosseguir. Afinal, tais palavras teriam o seu cumprimento. Deus fará a sua obra no meio dos homens. Podemos não saber ao certo o tempo exato de cada ocorrência futura, mas podemos confiar no Senhor. Por isso, é bem-aventurado aquele que espera, pois descansará!

 

 

CONCLUSÃO

 

Ao concluirmos e após uma jornada de estudo que nos permitiu explorar o livro de Daniel em sua totalidade, somos enriquecidos com o seu exemplo de vida e devoção. Através desses estudos, aprendemos que, mesmo em um mundo corrompido e tentador, é possível mantermos nossa fidelidade ao Senhor, apesar de nossas limitações. Mantenhamos nossos olhos voltados para o Senhor, com a confiança de que Ele é nosso protetor e que, em breve, suas profecias se cumprirão. Enquanto aguardamos esse cumprimento, continuemos a seguir a mensagem divina, perseverando até o fim, como nos lembra Daniel 12.13.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

 

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Quem resistiu à entrega da mensagem a Daniel?

Foi resistida pelo príncipe do reino da Pérsia (v.13).

 

2. Segundo nossos principais teólogos, quem é o príncipe do reino da Pérsia?

Um anjo maligno que obedece a Satanás.

 

3. De acordo com a nossa Declaração de Fé, como se dará a ressurreição dos mortos?

Os justos serão ressuscitados por ocasião da volta de Cristo (1Ts 4.16), para a vida eterna. A ressurreição dos injustos se dará após o milênio (Ap 20.5), para a eterna condenação.

 

4. O que será a Batalha do Armagedom?

Será um enfrentamento bélico-espiritual que se dará na derradeira etapa da septuagésima Semana de Daniel.

 

5. Na época de Daniel, o que significava selar um livro?

Era uma forma de dar credibilidade pública, uma garantia da sua veracidade.