LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

4º Trimestre de 2024

 

Título: Alcance um futuro feliz e seguro — Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios: Um convite à Sabedoria e às promessas de proteção

Comentarista: Marcelo de Oliveira

 

 

Lição 3: Um coração protegido

Data: 20 de outubro de 2024

 

 

TEXTO PRINCIPAL

 

Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.(Pv 4.23).

 

RESUMO DA LIÇÃO

 

Quando cultivamos as virtudes da Palavra de Deus, protegemos nosso coração.

 

LEITURA DA SEMANA

 

SEGUNDA — Dt 6.5

O coração como disposição interior

 

 

TERÇA — Js 23.14

O coração, lugar em que se processa o pensamento

 

 

QUARTA — Dt 28.47

O coração como lugar em que residem as emoções

 

 

QUINTA — Fp 4.8

Guarde os pensamentos

 

 

SEXTA — 1Co 13.13

Guarde o amor

 

 

SÁBADO — Mt 5.1-12

A verdadeira felicidade do coração

 

OBJETIVOS

 

  • APRESENTAR o conceito bíblico de coração;
  • COMPREENDER que precisamos proteger nosso pensamento;
  • SABER que é preciso guardar as emoções e sentimentos.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado(a) professor(a), você tem guardado o seu coração? Sabe como protegê-lo? Nesta lição abordaremos o conceito bíblico de coração e como podemos protegê-lo. Você verá que a Palavra de Deus traz um significado bem amplo para a palavra “coração” e por essa razão, estudaremos a amplitude do termo. O objetivo é mostrar como podemos proteger o nosso coração.

Guardar o coração não é uma prerrogativa somente do Antigo Testamento, no Novo Testamento, o Senhor nos ordena: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração” (Mc 12.30). Isso significa que precisamos amar ao Senhor com todo o nosso pensamento, sentimento e vontade. Quando nossos pensamentos estiverem alinhados com o Reino, veremos os resultados em nosso comportamento e assim nosso coração estará protegido (Pv 4.23).

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor(a), inicie a lição pedindo que os alunos leiam o Texto Principal da Lição. Em seguida faça a seguinte pergunta: “Como podemos guardar o nosso coração?”. Incentive a participação dos alunos e ouça as respostas com atenção. Depois, coloque no quadro as palavras abaixo. Explique que estes são os resultados para aqueles que guardam o coração. Discuta com os alunos os resultados de se guardar o coração.

 

BENEFÍCIOS DE SE GUARDAR O CORAÇÃO

 

1. Vida longa e próspera;

2. Tem o favor de Deus e das pessoas;

3. Boa reputação;

4. Bom julgamento;

5. Sucesso;

6. Saúde e vitalidade;

7. Alegria e paz;

8. Proteção física e mental.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Provérbios 4.20-23.

 

20 — Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido.

21 — Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no meio do teu coração.

22 — Porque são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo.

23 — Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Nesta lição, abordaremos o conceito bíblico de coração e como podemos protegê-lo. Estudaremos a amplitude do termo com o objetivo de responder como podemos atender ao apelo desta lição: proteger o coração.

 

 

I. O CONCEITO BÍBLICO DE CORAÇÃO

 

1. Compreendendo Provérbios 4. No capítulo 4, a sabedoria aparece como primazia em que o pai procura transmiti-la ao filho (vv.1-9), a escolha entre dois caminhos (vv.10-19) e o apelo à pureza do coração (vv.20-27). Nesta lição, nos deteremos na última seção (vv.20-27). Nela, as expressões “coração”, “guardar”, “olhem diretamente” e “bem-ordenados” se destacam. Na lição anterior, mencionamos a amplitude da palavra coração. Aqui, aprofundaremos mais o conceito bíblico do termo e veremos o quanto ele se mostra relevante para nós que vivemos numa sociedade de muitos desafios que podem nos desequilibrar interiormente.

2. O coração. A palavra hebraica que aparece para coração em Provérbios 4 é lêbhâbh. Essa palavra traz um significado amplo que engloba coração, mente e ser interior. Ela descreve a disposição interior da pessoa (Dt 6.5; 1Sm 16.5; 2Cr 15.15); o lugar onde se processa o pensamento de uma pessoa (Js 23.14; 1Rs 8.18; Is 6.10); o local em que reside as emoções do ser humano (Dt 28.47; Js 2.11; Sl 13.2). Do ponto de vista bíblico, é o coração que move a vontade e as ações das pessoas, isto é, a saída da vida (Pv 4.23). Então, podemos dizer que, na Bíblia, o coração ganha uma amplitude na relação entre pensamento, emoção/sentimento e vontade/ação. Não por acaso, o Senhor Jesus disse: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19). Por isso, devemos proteger o centro da nossa vida: o coração. Para isso, é preciso proteger o pensamento, as emoções, os sentimentos e a vontade que formam o conceito bíblico de coração.

 

SUBSÍDIO I

 

 

Professor(a) explique “que, nos textos de Salomão, coração raramente se refere ao órgão físico. Coração se refere ao nosso ser interior, a sede de nossa consciência, o nosso núcleo de tomada de decisões, o centro de nossa mente, nossas emoções e nossa vontade. Na verdade, o termo hebraico aparece neste contexto mais de setenta vezes, apenas no livro de Provérbios. Por isso, quando você ouvir falar sobre ‘um coração desprotegido’, tenha em mente a responsabilidade que temos de proteger o nosso ser interior da invasão do inimigo Salomão considerava claramente este conselho particular como uma questão de vida ou morte, literalmente. Ele escreveu: ‘Porque [estas palavras] são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo’ (Pv 4.22). Em outras palavras, este conselho não apenas impedirá que você morra, como também lhe ajudará viver verdadeiramente. Não meramente existir, mas viver. Este conselho também ajudará você a ter boa saúde e a evitar as consequências físicas negativas do pecado.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.61).

 

 

II. PROTEGENDO O PENSAMENTO

 

1. O pensamento bíblico. O sábio inicia o versículo 20 fazendo um pedido: “atenta para as minhas palavras, às minhas razões inclina o teu ouvido”. O versículo 21 exorta: “guarda-as no meio do teu coração”. Tanto a palavra “atenta” quanto a palavra “guarda” denotam uma atividade que abrange o processo racional do pensamento. É preciso pensar, ponderar, prestar atenção para o que está sendo ensinado. Esse trabalho de processar o pensamento tem a ver com selecionar o que será o centro da atenção de seu pensamento. Esse trabalho é tão importante, pois o que pensamos inevitavelmente gerará sentimentos e emoções. Isso está muito claro no texto de Filipenses 4.8. Saber escolher o que vamos pensar é o trabalho da inteligência, do intelecto. Deus nos dotou de intelecto para escolher o bem, o caminho da vida. Logo, a Bíblia e a fé cristã não anulam o intelecto, mas o direcionam segundo a ação do Espírito Santo (Jo 14.26; 16.8).

2. Pensamento protegido. Ora, como proteger o pensamento? Essa era uma preocupação dos cristãos primitivos e dos cristãos dos primeiros séculos. Para trilhar uma vida de santidade é preciso proteger o pensamento (Mt 15.19; Fp 4.8,9). E a melhor maneira de fazer isso é a disciplina da meditação bíblica. Atentar e guardar a Palavra de Deus passa pela leitura, reflexão e memorização do texto bíblico. Esse é o processo que fecha o ciclo da meditação bíblica. Dessa forma, um valor eterno ou um conceito que o texto bíblico ensina passa a dominar o nosso pensamento. Assim, quanto mais os valores divinos dominarem o nosso pensamento, mais as nossas emoções, sentimentos e vontade serão influenciados por eles. O contrário também é verdadeiro: quanto mais os valores dos instintos humanos dominarem os nossos pensamentos, mais as nossas emoções, nossos sentimentos e nossa vontade serão dominados por eles (Tg 1.14,15; 3.13-16).

 

SUBSÍDIO II

 

 

“Ao examinar o conselho de Salomão, sobre a importância de proteger o coração, perceba que, novamente, ele dirige as suas palavras da seguinte forma: ‘Filho meu’. Como o Espírito Santo preservou esta passagem para nós, agora nos beneficiamos do sábio conselho paterno de Salomão. Observe o comentário que ele faz a respeito de inclinar os seus ouvidos às palavras dele e conservá-las ‘no meio do teu coração’ (v.21). Muito interessante! Quero que dediquemos toda a nossa atenção a essa ideia de proteger o coração. Esta é a maneira como Salomão a expôs: ‘Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida’ (4.23).

 

Perceba três aspectos importantes deste valioso versículo:

 

1. Isto é uma ordem: ‘Guarda’.

2. Essa ordem tem uma intensidade: ‘sobre tudo o que se deve guardar’.

3. A razão para a instrução é apresentada na última parte do versículo — ‘porque’.

 

Notavelmente, o texto hebraico deste versículo começa com ‘sobre tudo o que se deve guardar’. Como já vimos, os autores hebreus usam a ordem de palavras para enfatizar uma ideia, normalmente colocando o que é mais importante em primeiro lugar em uma sentença. Em uma estrutura normal, em primeiro lugar vem o verbo, seguido pelo sujeito, e então o objeto. Mas Salomão mudou a ordem, para enfatizar a importância de seu conselho — o que, é claro, quer dizer que Deus considera o conselho crucial. A expressão hebraica traduzida como ‘sobre tudo’ também poderia ser traduzida como ‘com toda diligência’” (SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.60).

 

 

III. PROTEGENDO OS SENTIMENTOS E AS EMOÇÕES

 

1. Emoções e sentimentos. O versículo 22 mostra que a sabedoria é vida e saúde para o corpo; o versículo 24 descreve a sabedoria que traz a retidão à boca e virtude aos lábios. O livro de Provérbios mostra que as palavras da nossa boca e a saúde do nosso corpo têm a ver com o equilíbrio entre as nossas emoções e sentimentos. Mas qual seria a diferença entre eles? A emoção é um estado mental intenso, explosivo e de pouca duração que provoca impacto em nosso comportamento, manifestando-se como: ira, tristeza, medo, desprezo, alegria etc. Já o sentimento é um estado mental menos intenso e menos explosivo, porém, suave e duradouro, que se manifesta como: amor, gratidão, compaixão, felicidade, decepção, solidão etc. Assim, um dos maiores desafios para que as nossas emoções não desiquilibrem é cultivar sentimentos ou virtudes que a Palavra de Deus denomina como Fruto do Espírito. Não se trata de uma obra meramente humana, mas desenvolvida pelo Espírito Santo de Deus em nós (Gl 5.22).

2. Emoções e sentimentos protegidos. As emoções não são más. Elas cumprem um papel muito importante para a nossa autopreservação. O problema é que se elas se desiquilibrarem, toda a vida também se desiquilibra. Então, o medo vira pânico; a tristeza vira depressão; a ira vira cólera. Logo, o pecado jaz em nossa porta (Gn 4.6,7). Do ponto de vista bíblico, a melhor forma de equilibrar as nossas emoções, ou de protegê-las, é cultivando sentimentos virtuosos cuja porta de entrada é o amor (1Co 13.13; Gl 5.22,23). Portanto, somos chamados a cultivar a mansidão, a bondade, a paciência, ou seja, pensando em tudo o que é puro, justo, amável e bom (Fp 4.8). Assim, nosso coração estará protegido.

 

 

IV. PROTEGENDO A VONTADE

 

1. A vontade e as saídas da vida. O versículo 23 diz que devemos guardar o coração porque dele procedem as saídas da vida. Isso significa que o que falamos e fazemos são consequência do que cultivamos no coração. Nossa boca falará o que está em nosso coração; nossos olhos olharão de acordo com o que está no coração; nossos passos serão bem-ordenados ou mal ordenados de acordo com o que está no coração (Pv 4.24-27). Do coração, emerge a nossa vontade. Da vontade, geramos a ação. Nossa vontade e ação serão boas se o nosso pensamento e sentimentos forem bons.

2. Vontade protegida. Romanos 8 nos ensina que a inclinação do Espírito é vida e paz (Rm 8.6) e os que são guiados pelo Espírito Santo são verdadeiramente filhos de Deus (Rm 8.14). Dessa maneira, o Espírito Santo, mediante a Palavra de Deus, nos leva a desejar fazer tudo o que glorifica o Senhor Jesus (Jo 16.13,14). Então, desejando as coisas do Espírito, podemos falar das coisas do Espírito e fazer as coisas do Espírito. Nossa vontade estará alinhada à vontade do Espírito Santo. Tudo está no coração, começando pelo pensamento, passando pelo sentimento e chegando à vontade. Que nosso “espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis” (1Ts 5.23).

 

SUBSÍDIO IV

 

 

Professor(a), converse com os alunos explicando que eles têm um destino. “Deus os criou com um propósito específico (Sl 139.13-16). Ele quer que eles não apenas andem honesta e obedientemente, mas que cumpra o seu destino. Portanto, é essencial proteger o coração, conhecendo a Deus, pessoal e experimentalmente: discernindo a sua vontade revelada; eliminando todas as distrações que os afastam desse chamado; e andando, firme e constantemente, peto caminho que Ele ordenou. Incentive-os a protegerem a mente e a gerenciarem as emoções e sentimentos, e que não se contentem com nada menos que o melhor de Deus.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.62).

 

 

“Deus quer todo o nosso eu, a nossa alma, representada na Bíblia muitas vezes pela palavra coração. A alma pensa, sente, tem vontades, decide e se comporta. Ela une temperamentos, caráter, personalidade e comportamentos, e precisa ser submetida inteiramente a Cristo. Deus não olha para o que dizemos ou aparentamos ser, mas para o que realmente somos, para o que pensamos, para as intenções das nossas ações, e para cada atitude tomada por nós. Ele quer nossa personalidade, nosso eu interior e inteiro, quer dominar sobre o nosso comportamento intencional, equilibrando nossa vida emocional — Deus deseja a nossa alma totalmente restaurada. E todas estas mudanças só serão possíveis com a nossa permissão.” (CRUZ, Elaine. Equilíbrio Emocional. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.60).

 

 

CONCLUSÃO

 

É muito significativo quando, no Novo Testamento, o Senhor nos ordena: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração” (Mc 12.30). É como se o Senhor estivesse falando: ame ao Senhor com todo o seu pensamento, sentimento e vontade. Que essas faculdades humanas estejam plenamente coerentes entre si para amá-lo. Quando isso acontecer, nossos pensamentos, alinhados com o Reino, ordenarão os nossos desejos que perpassarão a nossa vontade, manifestando-se em nosso comportamento. Assim, a sabedoria estará internalizada dentro de nós e o nosso coração estará protegido (Pv 4.23).

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

 

SCHMIERER, Don. Curando as Feridas do Passado. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Como podemos resumir o capítulo 4?

No capítulo 4, a sabedoria aparece como primazia em que o pai procura transmiti-la ao filho (vv.1-9), a escolha entre dois caminhos (10-19) e o apelo à pureza do coração (20-27).

 

2. Que significado amplo a palavra “coração” engloba na Bíblia?

Essa palavra traz um significado amplo que engloba coração, mente e ser interior.

 

3. Como o autor inicia o versículo 20 de Provérbios 4?

O sábio inicia o versículo 20 pedindo: “atenta para as minhas palavras, às minhas razões inclina o teu ouvido”.

 

4. Se as emoções não são más, qual é o problema que elas apresentam?

O problema é que se elas se desequilibrarem, toda a vida também se desequilibra. Então, o medo vira pânico; a tristeza vira depressão; a ira vira cólera.

 

5. Segundo a lição, o que acontece quando a nossa vontade se alinha com a vontade de Deus?

Logo, quando a nossa vontade estiver alinhada à vontade de Deus, então, seremos verdadeiramente felizes, conforme nos ensina as Bem-Aventuranças do Sermão do Monte (Mt 5.1-12).