Título: Alcance um futuro feliz e seguro — Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios: Um convite à Sabedoria e às promessas de proteção
Comentarista: Marcelo de Oliveira
Lição 4: Proteção contra a imoralidade
Data: 27 de outubro de 2024
“Dize à Sabedoria: Tu és minha irmã; e à prudência chama tua parenta; para te guardarem da mulher alheia, da estranha que lisonjeia com as suas palavras.” (Pv 7.4,5).
A sabedoria divina nos protege da imoralidade sexual, concedendo-nos as virtudes do domínio próprio e da temperança.
SEGUNDA — Pv 7.1-5
Sabedoria para escapar da sedução da mulher estranha
TERÇA — Rm 1.24
A distorção da natureza sexual
QUARTA — 1Co 6.18
O pecado contra o próprio corpo
QUINTA — 2Tm 2.22
Fugindo das paixões
SEXTA — 1Co 10.31,32
Visando a glória de Deus
SÁBADO — 1Co 7.8,9
O marco delimitador do relacionamento sexual
Professor(a), na lição deste domingo estudaremos o capítulo 5 do livro de Provérbios. Este capítulo tem importantes lições a nos ensinar a respeito da moralidade cristã. No decorrer da lição, enfatize que na Bíblia, e não somente no livro de Provérbios, há uma moralidade objetiva e específica que passa pela concepção de santidade. Quando falamos a respeito de moralidade, estamos tratando de uma consciência de santidade como resultado da salvação em Cristo.
Veremos que, segundo o capítulo 5 de Provérbios, é quase inevitável encontrar-se com a “mulher imoral” no caminho da vida. No texto bíblico é feita uma referência a uma mulher, mas a advertência bíblica também é para as jovens, as irmãs. O autor nos mostra que é possível não cair em sua sedução, embora não seja nada fácil pois a mulher sedutora, ou o homem sedutor, tem as seguintes características: seus lábios “destilam favos de mel” e seu paladar “é mais macio que o azeite” (v.3). Ou seja, é alguém que tem grande poder de atração, porém logo esse “doce prazer” momentâneo dá lugar a “um fim amargoso como absinto”, “agudo como a espada de dois fios”; ele faz descer para a morte (vv.4,5). Mostre aos jovens que a santidade é um dos ensinos mais presentes nas Escrituras Sagradas e segundo o autor da Carta aos Hebreus, sem ela ninguém verá ao Senhor (Hb 12.14). Viver de modo santo, não é algo retrógrado ou só para alguns, mas é algo exigido de todos os salvos.
Professor(a), inicie a lição pedindo que os alunos leiam o Texto Principal da Lição. Em seguida faça a seguinte pergunta: “Como um jovem pode ter uma vida longe da imoralidade?”. Incentive a participação dos alunos e ouça as respostas com atenção. Em seguida, coloque no quadro o esquema abaixo. Explique que estes são os resultados para aqueles que se guardam da imoralidade. Discuta com os alunos os resultados de se ter uma vida de santidade, longe da imoralidade. Explique que na Bíblia encontramos estratégias para uma vida de santidade.
Provérbios 5.1-14.
1 — Filho meu, atende à minha sabedoria; à minha razão inclina o teu ouvido.
2 — Para que conserves os meus avisos, e os teus lábios guardem o conhecimento.
3 — Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite.
4 — Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios.
5 — Os seus pés descem à morte; os seus passos firmam-se no inferno.
6 — Ela não pondera a vereda da vida; as suas carreiras são variáveis, e não as conhece.
7 — Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos e não vos desvieis das palavras da minha boca.
8 — Afasta dela o teu caminho e não te aproximes da porta da sua casa.
9 — Para que não dês a outros a tua honra, nem os teus anos a cruéis.
10 — Para que não se fartem os estranhos do teu poder, e todos os teus trabalhos entrem na casa do estrangeiro.
11 — E gemas no teu fim, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo.
12 — E digas: Como aborreci a correção! E desprezou o meu coração a repreensão!
13 — E não escutei a voz dos meus ensinadores, nem a meus mestres inclinei o meu ouvido!
14 — Quase que em todo o mal me achei no meio da congregação e do ajuntamento.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a respeito da imoralidade sexual. Meditaremos no capítulo 5 de Provérbios e, a partir desse texto, veremos o quanto ele é relevante atualmente, pois vivemos em uma sociedade marcada pela sensualidade em tudo quanto é produzido do ponto de vista cultural. Finalmente, nos conscientizaremos a respeito da moralidade sexual ensinada pela Bíblia como instrumento protetor contra a imoralidade sexual na vida do jovem cristão. Assim, veremos que quem pratica a moralidade sexual bíblica age com sabedoria.
I. ADVERTÊNCIA CONTRA A IMORALIDADE
1. Compreendendo o capítulo 5. O quinto capítulo do livro de Provérbios inicia com o apelo à prática da sabedoria. O capítulo 4 desenvolveu a ideia da proteção do coração a partir da prática da sabedoria, onde o pensamento, o sentimento e a vontade são dominados por Deus para as saídas da vida; o capítulo 5 inicia como uma repetição da importância de “atender”, “inclinar” e “guardar” a sabedoria (Pv 5.1,2). Essa é a sabedoria aplicada ao relacionamento entre homem e mulher. O leitor é convidado a adquirir a sabedoria divina com o propósito de aplicá-la no relacionamento com o outro sexo. Assim, os versículos 3 a 6 apresentam a mulher estranha, aquela que seduz o jovem no caminho da vida (cf. Pv 7.6-23). Os versículos 7 a 14 expõem a consequência destruidora da relação com essa mulher imoral. E, finalmente, nos versículos 15 a 23, o autor sagrado faz um apelo à fidelidade no matrimônio como antídoto contra a imoralidade sexual.
2. A mulher estranha. É inevitável encontrar-se com a mulher imoral no caminho da vida, mas não é inevitável cair em sua sedução. Sua característica principal é a arte de seduzir. Seus lábios “destilam favos de mel”; seu paladar, “é mais macio que o azeite” (v.3). Contudo, embora a sedução da mulher imoral tenha grande poder de atração, logo esse “doce prazer” momentâneo dá lugar a “um fim amargoso como absinto”, “agudo como a espada de dois fios”; ele faz descer para a morte (vv.4,5). Essa mulher imoral não tem compromisso com a retidão nem com o conhecimento (v.6) e, por isso, torna-se uma parábola alusiva à vida de imoralidade que o jovem não deve e nem precisa trilhar. No início, esse estilo de vida é atrativo, mas logo não tarda mostrar que é uma verdadeira escravidão que leva à morte (cf. Pv 7.21-23).
3. As consequências da imoralidade. Os versículos 7 a 14 iniciam com o apelo do sábio: “Afasta dela o teu caminho e não te aproximes da porta da sua casa” (Pv 5.8). Ora, se o(a) jovem não se afastar da(do) mulher (homem) imoral, esta(e) o tragará. O tempo passará, e o remorso consumirá a vida desse(a) jovem. Ele(a) falará no seu coração: “Como aborreci a correção” (Pv 5.12). Por isso, o caminho do bom senso está em ouvir a voz dos mestres e dos ensinadores (Pv 5.13), pois a vontade de Deus é que não sejamos condenados dentro da congregação dos santos (Pv 5.14). Por isso, seguir o caminho da mulher imoral é percorrer o caminho da perdição, da insensatez e do desequilíbrio moral. Naturalmente, os jovens cristãos são convidados pelo texto sagrado a não trilhar a marcha da insensatez imoral.
“Quando praticamente cada meio de comunicação nos bombardeia com material relacionado a sexo — um fenômeno que as gerações anteriores não viveram — também enfrentamos outro perigo: as oportunidades para cometer o adultério nunca estiveram mais presentes. Além disso, vivemos em uma sociedade que é mais acomodada do que nunca. Além das tentações que ocorrem na vida cotidiana, é possível acessar, pela internet, um serviço de encontros para pessoas que buscam casos amorosos!
Assim, o que podemos aprender com as palavras de Salomão, quando esteve diante da sedução de um modo de vida luxurioso? Como podemos viver além da engrenagem deste tipo de tentação? O sábio ofereceu quatro decisões específicas para evitar o tropeço moral. Originalmente, Salomão escreveu isso para seu filho, pois a tentação é citada no feminino. Naturalmente, a tentação não discrimina, mas aflige os dois sexos, igualmente. Salomão incentivou seu filho a encher a sua mente com a Palavra de Deus, como uma maneira de se distanciar da mulher sensual que ele considera tentadora.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.113).
II. A RELEVÂNCIA DE PROVÉRBIOS 5 CONTRA A IMORALIDADE
1. Uma sociedade sexualizada. Por que Provérbios 5 é tão relevante para nós? Ora, a nossa geração é herdeira dos movimentos sociais de contestação sexual. Mais especificamente, a partir do que foi denominado Protestos de Maio de 1968, em que um movimento de jovens franceses universitários protestou contra os valores do Ocidente na universidade de Paris. Movimentos parecidos também estavam em andamento na América do Norte e Inglaterra. Esse período histórico marca o início da ideia da normalização da contestação de qualquer perspectiva de moderação na questão sexual. O sexo passou a ser tratado como um fim em si mesmo, onde a recreação individual fosse seu maior objetivo. Por isso, toda forma de relacionamento sexual entre adultos passou a ser normalizada. O slogan “É proibido proibir” resume bem os valores seculares que a nossa geração herdou a partir de maio de 1968.
2. Não se pode dominar o desejo sexual? Essa era a consequência das ideias gestadas por trás do Movimento de 1968. A tese da vida sexual moderada nos limites do matrimônio, como ensina a Fé Cristã, como repressão sexual é uma consequência natural do que já estava gestado por intelectuais antes do movimento de 1968. Hoje, o jovem está inserido numa cultura secularizada e sexualidade em que o Movimento Cultural Pop com suas músicas, filmes e literatura estimula a sexualização dos corpos, de modo que leva a pessoa a pensar de fato ser impossível moderar os instintos sexuais. Logo, as consequências naturais dessas ideias são gravidez precoce, multiplicação dos abortos propositais, vícios em pornografia, transição de gêneros etc.
3. O enfraquecimento da ideia do casamento. Naturalmente, em muitas realidades, o conceito bíblico de casamento é enfraquecido, a ideia de que o casamento é para sempre, que o relacionamento profundo e verdadeiro é para a vida toda, não faz sentido para muitos jovens hoje. Muitos deles se tornaram, de fato, produto do meio e infelizmente já se casam com o pensamento de se separar se o casamento não der certo. Não por acaso, o apóstolo Paulo traça um panorama da profunda distorção da natureza humana que pode ser constatado na vida de muitos jovens hoje: “Por isso, Deus os entregou aos desejos pecaminosos de seu coração. Como resultado, praticaram entre si coisas desprezíveis e degradantes com o próprio corpo” (Rm 1.24 — NVT). É uma distorção completa do propósito de Deus para o bem-estar do ser humano. Por isso, Provérbios 5 faz muito sentido no cenário em que vivemos hoje.
“É difícil ignorar a beleza e o charme. Pessoas atraentes tentam nos convencer a comprar determinados produtos. O candidato político com aparência física mais atraente tem vantagem nas pesquisas. Assim, porque esperaríamos que esta preocupação com a beleza física cessasse, repentina e automaticamente, quando interagimos com pessoas normais, no trabalho, na escola, em casa ou no mercado? Infelizmente, este autocontrole mental é uma questão de disciplina. Não é fácil, nem automático. Devemos reeducar, conscientemente, nossas mentes, para remover a beleza física de nosso processo mental. Devemos nos educar para olhar além dela. Devemos tomar a decisão consciente e habitual de deixar de lado qualquer consideração sobre a beleza e nos relacionarmos com qualquer pessoa como se fosse um irmão ou irmã. Devemos nos educar para olhar além da beleza e assim não ser levado pela imoralidade.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.114).
III. A MORALIDADE SEXUAL CRISTÃ COMO PROTEÇÃO CONTRA A IMORALIDADE
1. A delimitação sexual da moralidade cristã. Em uma de suas obras, o apologeta cristão, C. S. Lewis, nos lembra uma doutrina cristã constrangedora para quem não passou pela experiência da regeneração e se encontra imerso na cultura atual: a castidade como uma prática da virtude cristã. Dessa maneira, ele ainda nos lembra que a virtude da castidade se resume na seguinte regra: “O casamento deve ser com fidelidade completa ao cônjuge ou, fora dele, apenas completa abstinência sexual”. Sim, pela Palavra de Deus, a moralidade sexual tem uma delimitação muito clara: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1Co 6.18; cf. 7.8; 1Tm 2.22). Assim, diferentemente das ideias dominantes de nossa sociedade cultural, a Bíblia não considera o instinto sexual degenerado como algo insuperável em que o ser humano não pode vencer. Quem passou pela experiência de regeneração, com o auxílio do Espírito Santo, pode desenvolveras virtudes do “domínio próprio” e da “temperança” e, como o apóstolo Paulo, pode exclamar: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1Co 6.12).
2. A pedagogia da abstinência sexual. Aos jovens solteiros, cabe o desenvolvimento da virtude da castidade cristã, isto é, a abstinência sexual como preparação para o casamento. Como vimos, do ponto de vista bíblico, o(a) jovem cristão(ã) não é puramente instinto sexual. Ele(a) sabe que a satisfação sexual tal qual a Bíblia ensina não é egoísta, descartável e ilusória, mas cumpre um sentido quando nos unimos à pessoa amada e com ela compartilhamos e dividimos toda uma história de vida que glorifique a Deus no casamento (1Co 6.20; cf. 1Co 10.31,32).
Enquanto esse tempo não chega, nos guardamos, esperamos a pessoa amada. Desse modo, percebemos que a abstinência sexual é pedagógica, pois ela nos ensina que em tudo deve haver comedimento, equilíbrio e parcimônia. Com ela, na vida de solteiro, aprendemos que devemos esperar passar por períodos de abstinência na vida de casado. Sim, a abstinência sexual também ocorre na vida dos casados, por causa de uma doença ou tratamento de saúde em que um dos cônjuges não pode manter um relacionamento sexual regular por um período, quer por propósitos espirituais entre os cônjuges em comum acordo (1Co 7.5). Assim, a abstinência sexual na vida de solteiro ensina que na vida de casado nem tudo no relacionamento entre homem e mulher tem a ver com sexo.
3. A beleza da vida sexual dentro do matrimônio cristão. Segundo o ensino bíblico, o relacionamento sexual só é possível no casamento (1Co 7.8,9). Essa união profunda e verdadeira se concretiza diante de Deus no relacionamento sexual entre um homem e uma mulher (Gn 2.24). Essa união, segundo o texto bíblico, ninguém pode separar (Mc 10.7-9), pois ela não se resume à mera necessidade fisiológica, mas é a necessidade de, diante de Deus, estabelecer um projeto de vida e viver um projeto atemporal divino que é o estabelecimento de uma família. Em vista disso, Provérbios 5 traz uma seção de versículos em que o sábio estimula que se desfrute da vida sexual com sua esposa, aquela da sua juventude (Pv 5.15-19). No casamento, homem e mulher podem, e devem, desfrutar do prazer sexual em que o amor, o respeito e o compromisso de vida de ambos foram afiançados diante de Deus e da Igreja do Senhor, até que a morte os separe (Mt 19.6).
CONCLUSÃO
Temos visto os apelos da imoralidade sexual presente em nossa sociedade. Entretanto, a Palavra de Deus nos afirma que não precisamos ser dominados por eles. É muito melhor viver de acordo com o que a Palavra de Deus nos ensina, de modo que podemos, sob o Espírito Santo, ter nossos sentimentos e vontade ordenados pela Palavra de Deus. Logo, no matrimônio, podemos nos realizar por completo de um modo que glorifique a Deus em nós.
WALLE, Bernie A. Van. Santidade: Uma Introdução Teológica. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.
1. De maneira resumida, apresente a estrutura do capítulo 5 de Provérbios.
Resumindo, o capítulo 5 traz um apelo à sabedoria (vv.1,2); descreve o perigo da mulher estranha e imoral (vv.3-6); expõe a consequência destruidora desse relacionamento (vv.7-14); e faz um apelo à fidelidade no matrimônio como antídoto contra a mulher estranha (vv.15-23).
2. Como os versículos 7 a 14 iniciam?
Os versículos 7 a 14 iniciam com o apelo do sábio: “Afasta dela o teu caminho e não te aproximes da porta da sua casa” (Pv 5.8).
3. Como ficou conhecido o período histórico que caracteriza o movimento de protesto contra os valores do Ocidente na Universidade de Paris?
“É proibido proibir”.
4. Que tipo de virtude a ser desenvolvida cabe aos jovens solteiros?
Aos jovens solteiros, cabe o desenvolvimento da virtude da castidade cristã, isto é, a abstinência sexual como preparação para o casamento.
5. Segundo o ensino bíblico, onde que o relacionamento sexual é permitido aos jovens cristãos?
Segundo o ensino bíblico, o relacionamento sexual só é possível no casamento (1Co 7,8.9).