LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

4º Trimestre de 2024

 

Título: Alcance um futuro feliz e seguro — Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios: Um convite à Sabedoria e às promessas de proteção

Comentarista: Marcelo de Oliveira

 

 

Lição 5: Proteção contra a preguiça

Data: 3 de novembro de 2024

 

 

TEXTO PRINCIPAL

 

O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser diligente.(Pv 12.27).

 

RESUMO DA LIÇÃO

 

A preguiça nos paralisa, mas o trabalho e a diligência nos fazem perseverar.

 

LEITURA DA SEMANA

 

SEGUNDA — Pv 6.6-11

O exemplo da formiga

 

 

TERÇA — Pv 24.30-34

O mau exemplo de um preguiçoso

 

 

QUARTA — Pv 26.13-16

Uma ironia a respeito da preguiça

 

 

QUINTA — Dn 6.10-13

A importância de uma rotina saudável

 

 

SEXTA — 2Ts 3.10-12

É preciso se dedicar ao trabalho

 

 

SÁBADO — Rm 12.11

Não pode faltar zelo e fervor na vida cristã

 

OBJETIVOS

 

  • COMPREENDER a advertência bíblica contra a preguiça;
  • MOSTRAR as consequências da preguiça;
  • SABER como podemos nos proteger da preguiça.

 

INTERAÇÃO

 

Professor(a), nesta lição, estudaremos a respeito da preguiça. Veremos, à luz do texto bíblico que serve de leitura bíblica em classe o que realmente é a preguiça, pois é importante fazer uma distinção entre o que é e o que não é preguiça. Também veremos como podemos prevenir a preguiça.

Que, nesta oportunidade, você incentive os jovens para que tenham senso de responsabilidade com a alimentação e o sono, bem como o estabelecimento de uma rotina saudável.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor(a), escreva no quadro as palavras “diligência” e “preguiça”. Em seguida explique que o livro de “Provérbios deixa claro que a diligência, estar disposto a trabalhar arduamente e a fazer o melhor em qualquer trabalho, é uma parte vital de um viver sábio. Trabalhamos arduamente não para nos tornarmos ricos, famosos ou admirados, mas para servir a Deus com o melhor de nós durante a nossa vida” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.867). Depois, mostre o quadro abaixo e enfatize as consequências da preguiça em nossa vida.

 

 

TEXTO BÍBLICO

 

Provérbios 6.6-11; 24.30-34; 26.13-16.

 

Provérbios 6

6 — Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio.

7 — A qual, não tendo superior, nem oficial, nem dominador.

8 — Prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento.

9 — Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono?

10 — Um pouco de sono, um pouco tosquenejando, um pouco encruzando as mãos, para estar deitado.

11 — Assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

 

Provérbios 24

30 — Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento.

31 — E eis que toda estava cheia de cardos, e a sua superfície, coberta de urtigas, e a sua parede de pedra estava derribada.

32 — O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução.

33 — Um pouco de sono, adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado.

34 — Assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

 

Provérbios 26

13 — Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas.

14 — Como a porta se revolve nos seus gonzos, assim o preguiçoso, na sua cama.

15 — O preguiçoso esconde a mão no seio; enfada-se de a levar à sua boca.

16 — Mais sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens que bem respondem.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Nesta lição, estudaremos a advertência do Livro de Provérbios quanto à preguiça. Veremos que a Palavra de Deus tem muito a nos ensinar a respeito do assunto. Assim, à luz da explicação do texto bíblico que serve de leitura bíblica em classe, conceituaremos a preguiça, faremos uma distinção entre o que ela é e o que não é. Finalmente, refletiremos algumas formas básicas de se prevenira respeito da preguiça. Que haja zelo e fervor em nossos corações no lugar da preguiça!

 

 

I. UMA ADVERTÊNCIA CONTRA A PREGUIÇA

 

1. Informações iniciais. O Livro de Provérbios tem diversas advertências de caráter prático na vida dos jovens. No capítulo 6, dentre muitas advertências (vv.1-19). priorizaremos a advertência contra a preguiça (vv.6-11). Correlacionaremos esta seção com a de Provérbios 24.30-34 que traz uma admoestação contra o preguiçoso. Também, ampliaremos essa advertência bíblica por meio de um retrato irônico que o sábio faz a respeito do preguiçoso.

2. Provérbios 6.6-11. A advertência contra a preguiça em Provérbios 6 traz, na verdade, o estímulo à prática das virtudes da diligência e do trabalho, uma vez que a preguiça contraria a ambos. Por isso, o sábio se volta para a natureza e, por meio da observação da formiga, ele ensina lições de diligência e do trabalho. As formigas nos ensinam zelosa organização, mesmo que não tenha um chefe (vv.6,7); ela nos ensina uma dimensão muito consciente do tempo do trabalho e do descanso bem recompensado (v.8). O sábio pergunta ao preguiçoso a fim de que ele faça uma autorreflexão de sua condição (v.9). E, ao final da seção, arremata: a pobreza se abaterá inesperadamente sobre o preguiçoso (vv.10,11).

3. Provérbios 24.30-34; 26.13-16. Provérbios 24.30-34 traz a observação do sábio a respeito do campo do preguiçoso. E o que ele contempla: total desordem e ausência de diligente (vv.30,31). Diante da reflexão desse quadro, o sábio arremata mais uma vez (v.32): a pobreza virá sobre o preguiçoso de forma inesperada. Em Provérbios 26.13-16 o sábio faz uma ironia a respeito das “desculpas do preguiçoso” contra ser diligente e trabalhador: “um leão está no caminho, um leão está nas ruas” (v.13). O preguiço não se levanta da cama, não tem a coragem de levar à mão a boca (vv.14,15) e, ainda, diante de sete pessoas que respondem bem, ele se acha sábio, dono da verdade, ou seja, o preguiçoso entra num processo de negação (v.16).

 

SUBSÍDIO I

 

 

“Muitas pessoas vivem com a impressão de que o trabalho é uma maldição. Alguns até mesmo tentam citar as Escrituras, para respaldar a sua posição de que o trabalho é a triste consequência do pecado de Adão, no jardim do Éden. Errado! Antes mesmo que o pecado entrasse no mundo, antes que a desobediência de Adão sujeitasse o mundo às consequências do pecado, e quando a inocência total ainda prevalecia, Deus deu à humanidade a tarefa de cultivar o jardim, encher o mundo e governar a terra (Gn 1.28; 2.15). O trabalho não é uma maldição. Ao contrário, é um dom de Deus. Ele deu à humanidade a honra de se tornar o seu vice regente sobre a terra. A Queda da humanidade, no entanto, transformou o trabalho em esforço.

A maldição que se seguiu ao pecado também está por trás dos conflitos — as irritações que parecem espinhos — que agora frustram o trabalho de uma pessoa. O trabalho, em si mesmo, é um privilégio. É também um desafio à indolência, uma resposta à monotonia, uma oportunidade para o crescimento e desenvolvimento pessoal, e um lugar digno para investir as energias. E, talvez o mais importante, o trabalho atende às nossas necessidades físicas.” (Adaptado de SWINDOLL Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.149).

 

 

II. A PREGUIÇA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

 

1. Conceituando a preguiça. De maneira geral, preguiça tem a ver com aversão ao trabalho, um estado de prostração, morosidade e lentidão. Do ponto de vista psicológico, tem a ver com uma indisposição crônica para realizar atividades corriqueiras, pode se revelar como aversão à ideia de disciplina e ordem e, também, pode ser um sintoma que revela um problema orgânico. Além disso, com a preguiça, é possível desencadear sentimentos como tédio, melancolia e, a partir de uma combinação de fatores orgânicos e ambientais, a depressão.

Quem nunca sentiu aquele sentimento de vazio ao tomar a consciência da perda do tempo por causa de uma prostração causada pela preguiça? Quando esse estado se torna crônico, até mesmo a saúde é afetada.

2. O que não é preguiça? É muito importante ressaltar aqui o que não é preguiça. Descansar não é preguiça (Gn 2.2). Muito pelo contrário, é um princípio bíblico que, se ignorado, levará o ser humano à exaustão física e mental. Também não podemos confundira preguiça com causas orgânicas. Às vezes o que muitos entendem por preguiça tem a ver com ausência de nutrientes provenientes de uma alimentação pouco saudável, ou ausência do tempo necessário de um sono reparador ou, até mesmo, uma disfunção química na produção de hormônio em nosso organismo que tenha a ver com disposição e vitalidade. Portanto, nem tudo é preguiça!

3. A preguiça paralisa seu desenvolvimento. A preguiça, contra a qual a Bíblia adverte, paralisa o desenvolvimento espiritual, afetivo, acadêmico e profissional do jovem. Ela liquida o senso da responsabilidade na vida. Ora, se entramos num modo mórbido de inatividade, infelizmente, sofreremos consequências sérias em nossa vida. Por exemplo, a nossa vida devocional depende do senso de responsabilidade em manter certa disciplina (Dn 6.10-13). Nossa disposição para o relacionamento social tem a ver com investir atenção e tempo com o próximo. Atingir o objetivo de passar em um concurso importante, ou vestibular, a fim de entrar em uma boa universidade tem a ver em manter o foco para atingir o objetivo. O sucesso profissional depende da disposição em fazer o melhor sempre. A preguiça, como uma disposição mórbida, sabota tudo isso. Não por acaso, no Novo Testamento, o apóstolo Paulo exorta sobre não ficar ocioso e trabalhar para comer o próprio pão (2Ts 3.10-12) e não faltar zelo e fervor na vida (Rm 12.11). O que lemos em Provérbios 6, 24 e 26 está alinhado com o que o apóstolo Paulo ensinou e com a realidade da vida.

 

SUBSÍDIO II

 

 

Professor(a), explique aos alunos que “de todas as passagens das Escrituras que tratam do assunto da preguiça, as mais eloquentes são os dizeres de Salomão. Entre as palavras que ele usou, preguiçoso parece ser a sua favorita.

Não há como evitar isso: a preguiça se concentra nos obstáculos, nas desculpas que se agigantam à frente de uma tarefa. As pessoas que são preguiçosas não conseguem arregaçar as mangas e mergulhar no trabalho. No entanto, se perambularmos demais ao redor do trabalho, ‘te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão’, para que nunca possa fazer nada. Às vezes, é melhor simplesmente mergulhar e começar a trabalhar.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.149).

 

 

III. PROTEGENDO-SE CONTRA A PREGUIÇA

 

1. Desenvolvendo o senso da responsabilidade. Não há um passo a passo para vencera preguiça. Contudo, construir um senso de responsabilidade é um bom início. Ele tem a ver com a clareza do propósito de sua vida. Você conseguiria responder qual o propósito da sua vida? O senso de responsabilidade tem a ver com a consciência que temos da vocação da nossa vida. De acordo com isso é que teremos motivação para levantar todo dia a fim de fazer alguma coisa. De acordo com Provérbios 6, o preguiçoso não tem motivação para se levantar (Pv 6.9,10; cf. 24.33). Assim, algumas perguntas assertivas podem ser feitas a nós mesmos para criar esse senso de responsabilidade: “Qual é o propósito da minha vida?”; “O que eu desejo que Deus pense ao meu respeito?”; “Que legado quero deixar para as pessoas com as quais eu me relaciono?”. Que senso de responsabilidade o do apóstolo Paulo: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co 9.16).

2. Cuidando do corpo. Com o senso de responsabilidade estabelecido, agora devemos fazer a manutenção do nosso corpo para executar a nossa responsabilidade. Uma coisa que geralmente nos descuidamos na juventude é com o nosso corpo e com a alimentação, condicionamento físico e o sono. Se não nos alimentarmos bem e de maneira saudável, não teremos os nutrientes adequados para dar conta da nossa responsabilidade (At 27.33-38). Também se não cuidarmos do nosso condicionamento físico teremos problemas físicos e falta de mobilidade para dar conta de uma rotina (Ef 5.29). Também não é possível dormir tarde, acordar cedo e render bem ao longo do dia.

É impossível! O sono é precioso para a nossa recuperação após um dia de trabalho e de estudo (1Rs 19.5,6). Por isso, alimente-se de maneira saudável, trate de seu condicionamento físico e durma num horário regular em que o seu corpo descanse e se restabeleça para uma nova rotina. Seu corpo agradecerá e sua mente ficará mais leve. A preguiça faz pesar o corpo e a mente.

3. Cultivando uma rotina saudável. Observe a natureza! O exemplo da formiga, visto em Provérbios 6, mostra-nos como seu ritmo e tempo são harmoniosos. Olhe para as 4 estações: outono, inverno, primavera e verão! Independentemente do que ocorra no mundo, esse ciclo acontecerá. Devemos aprender com a natureza. Ora, a rotina não é para nos oprimir, pelo contrário, é para nos dar maior liberdade para escolher as melhores opções que estão diante de nós. Nenhum atleta chega ao objetivo sem uma rotina. Nenhum escritor publica um livro sem rotina básica. Nenhum artista desenha uma tela sem uma rotina que se enquadre à sua realidade. Lembremo-nos que o primeiro capítulo de Gênesis mostra um Deus que trabalhou com rotina (Gn 1,2). Em Números Ele ensinou o seu povo a se organizar e desenvolver uma rotina (Nm 1,2). A rotina é um grande antídoto contra a preguiça e Deus espera que nos organizemos, por meio de uma rotina saudável, tanto por dentro quanto por fora.

 

 

CONCLUSÃO

 

O livro de Provérbios revela muitas advertências contra a preguiça. Que, nesta oportunidade, tomamos como convite da Palavra de Deus para o nosso bem-estar. Cuidemos do nosso senso de responsabilidade, da nossa alimentação e do sono, bem como do estabelecimento de uma rotina saudável. Esses cuidados são iniciativas sábias para prevenir a preguiça e, consequentemente, desenvolvermos a nossa vida sob o ponto de vista espiritual, afetivo, acadêmico e profissional.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

 

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Qual é principal advertência de Provérbios que estudamos?

A advertência contra a preguiça.

 

2. Segundo a lição, conceitue a palavra preguiça.

De maneira geral, preguiça tem a ver com aversão ao trabalho, um estado de prostração, morosidade e lentidão.

 

3. O que não é preguiça?

Descansar não é preguiça (Gn 2.2).

 

4. Com o que o senso de responsabilidade tem a ver?

Ele tem a ver com a clareza do propósito de sua vida.

 

5. O que podemos destacar no exemplo da formiga em Provérbios 6?

O exemplo da formiga, visto em Provérbios 6, mostra-nos como seu ritmo e tempo são harmoniosos.