Título: Alcance um futuro feliz e seguro — Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios: Um convite à Sabedoria e às promessas de proteção
Comentarista: Marcelo de Oliveira
Lição 8: Protegendo o seu dinheiro
Data: 24 de novembro de 2024
“Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato o devora.” (Pv 21.20).
Protegemos o nosso dinheiro quando praticamos as virtudes da generosidade e da prudência.
SEGUNDA — Pv 11.24
A virtude da generosidade enriquece
TERÇA — Pv 13.11
A virtude da generosidade não deixa dissimular
QUARTA — Pv 17.18
A virtude da prudência não deixa ser fiador
QUINTA — Pv 21.20
A virtude da prudência nos faz pensar no futuro
SEXTA — At 20.35
Melhor é dar do que receber
SÁBADO — Pv 3.9,10
Honrando ao Senhor
Prezado(a) professor(a), você tem lidado com o seu dinheiro com sabedoria? Então, não terá dificuldades no preparo e no ensino da lição deste domingo, pois trataremos a respeito do uso que fazemos do dinheiro. Veremos também sobre a generosidade, o doar a Deus e ao próximo. Provérbios mostra que quem doa recebe mais e quem não o faz terá perdas (Pv 11.24). Enfatize aos alunos que a virtude da generosidade nos auxilia a não cair na cilada que o capítulo 13 de Provérbios nos mostra, ou seja, na dissimulação com a riqueza (Pv 13.7). Dissimular com a riqueza significa aparentar ter um padrão de vida que não temos e infelizmente na atualidade, influenciados pelas redes sociais, muitos querem mostrar seus Iphones e eletrônicos de última geração e acabam contraindo muitas dívidas. Que venhamos a ter a compreensão de que precisamos gerir nossos bens com sabedoria e não esquecer da generosidade. Honre ao Senhor com a primícia dos seus bens e seja bem-sucedido(a) em todas as áreas. Seja fiel para com o Senhor e generoso(a) com o próximo.
Professor(a), reproduza a tabela abaixo no quadro e veja, juntamente com os alunos, os conselhos de Provérbios a respeito do dinheiro. Os conselhos são:
Provérbios 11.24,25; 13.7,11; 17.18,23; 21.20; 22.7.
Provérbios 11
24 — Alguns há que espalham, e ainda se lhes acrescenta mais; e outros, que retêm mais do que é justo, mas é para a sua perda.
25 — A alma generosa engordará, e o que regar também será regado.
Provérbios 13
7 — Há quem se faça rico, não tendo coisa nenhuma, e quem se faça pobre, tendo grande riqueza.
11 — A fazenda que procede da vaidade diminuirá, mas quem a ajunta pelo trabalho terá aumento.
Provérbios 17
18 — O homem falto de entendimento dá a mão, ficando por fiador do seu companheiro.
23 — O ímpio tira o presente do seio para perverter as veredas da justiça.
Provérbios 21
20 — Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato o devora.
Provérbios 22
7 — O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos estudar a respeito de conselhos ligados às finanças. Você verá que essa é uma área também espiritual na qual o Senhor deseja que sejamos abençoados e tenhamos sabedoria para administrar tudo aquilo que recebemos de suas mãos.
I. A SABEDORIA COM O DINHEIRO
1. Uma ponderação importante. Antes de nos concentrarmos no texto e no assunto da presente lição, cabe uma nota importante. Na lição anterior, concluímos a primeira seção do Livro de Provérbios (1.1 — 9.18). Nesta lição, encontramos a segunda seção do livro (10.1 — 22.16). Nela, considerada pelos estudiosos a principal, não encontraremos uma ordenação lógica do discurso, mas um estilo de aforismos, isto é, versos curtos constituídos de palavras semelhantes que encerram um sentido em si mesma, sem necessidade de complementos nas próximas, ou nas anteriores, linhas do texto, como por exemplo: “Quem anda em sinceridade anda seguro, mas o que perverte os seus caminhos será conhecido” (Pv 10.9). Então, na presente lição abordaremos o tema a respeito do dinheiro que, diferentemente, dos capítulos anteriores, não apresenta a mesma ordenação lógica de ideias. O tema se encontra pulverizado por meio de sentenças curtas ao longo da seção 10.1 — 22.16.
2. A generosidade por meio do dinheiro. Provérbios 11.24,25 trata sobre a generosidade. A expressão “espalham”, do versículo 24, tem o sentido de “doar generosamente”. Dessa forma, o texto diz que quem doa recebe mais e quem não doa terá perdas (Pv 11.24). Por isso que a alma generosa “engordará” (Pv 11.25). Nesse aspecto, a virtude da generosidade nos auxilia a não cair na cilada que o capítulo 13 de Provérbios descreve, ou seja, na dissimulação com a riqueza (Pv 13.7), em aparentar ter um padrão de vida que não tem.
Que a nossa generosidade comece em Deus: “Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares” (Pv 3.9,10). Então, também seremos generosos com o próximo.
3. A prudência com o dinheiro. Se por um lado Provérbios ensina a generosidade, por outro ele aconselha vigorosamente a prudência com o dinheiro. Em primeiro lugar, evitando assumir uma dívida que não é nossa, impedindo a prática de ser fiador de outra pessoa (Pv 17.18). Em segundo, jamais perverter o caminho da retidão por causa de suborno (Pv 17.23). A palavra que aparece como “presente”, no versículo 23, tem o sentido de “suborno” no hebraico. Em terceiro, o cuidado de poupar o dinheiro pensando no futuro, pois uma característica do sábio é ter o “tesouro e o azeite” de maneira permanente e de acordo com a porção diária, já o insensato devora tudo agora e não pensa no futuro (Pv 21.20). E, finalmente, o cuidado para não ficar nas mãos de quem empresta (Pv 22.7). Portanto, o ensino de Provérbios nos aconselha a não ser fiadores, a não ser agentes de suborno, a poupar o dinheiro que recebemos e a ser cuidadosos com o empréstimo.
Professor(a), explique aos alunos que “há quem pense que tratar de finanças é um assunto carnal, pois, para essas pessoas, na eternidade não seremos medidos pelo que temos, e sim pelo que fizemos com o que nos foi dado. A nossa mordomia será cobrada com base no que recebemos de Deus para administrar, e isso deve nos motivar a entender que o dinheiro precisa ser bem cuidado. Em muitas passagens das Escrituras, Deus fala sobre o dinheiro. É Ele que diz: ‘Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos’ (Ag 2.8). Os metais preciosos de que o planeta dispõe pertencem a Deus. Jesus, em seu ministério terreno, mencionou o dinheiro e a sua influência na vida de uma pessoa quando observou a viúva trazendo as duas únicas moedas que tinha para dar de oferta (Lc 21.1-4), quando pagou o imposto com Pedro (Mt 17.24-27), quando falou a parábola do Bom Samaritano, que deu dois denários ao dono da estalagem, e falou da dracma perdida (Lc 15.8-10), encontrada depois. Mesmo em seu ministério, Jesus experimentou sustento financeiro, e nos é dito que Judas, o traidor, se valia dos recursos do ministério de Jesus para pegar dinheiro para si (Jo 12.6). Portanto, tratar de finanças é um assunto espiritual, e o Senhor Jesus sabia da necessidade de se lidar com o dinheiro enquanto esteve neste mundo.” (COELHO, Alexandre. O Padrão Bíblico Para a Vida Cristã: Caminhando Segundo os Ensinos das Sagradas Escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.110).
II. A GENEROSIDADE COMO PROTEÇÀO PARA O DINHEIRO
1. Generosidade como virtude. Ao longo das Escrituras aprendemos que o pecado da “avareza”, isto é, o apego ao dinheiro, é um vício e uma forma de vida que não agrada a Deus. A virtude da generosidade é o oposto do vicio da avareza e, por isso, tanto em Provérbios quanto no Novo Testamento, ela é estimulada e ensinada: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Ora, a virtude da generosidade nos permite sair de dentro dos nossos interesses e olhar para a necessidade do outro que está diante de nós. Logo, quando somos generosos nos parecemos com Jesus que, ao se esvaziar de si mesmo (Fp 2.7), foi generoso para conosco, em meio à nossa carência de salvação (Ef 2.1,2).
2. Generosidade com a obra de Deus. O livro de Provérbios nos ensina a ser generosos com as coisas de Deus (Pv 3.9,10). Podemos colocar em prática a virtude da generosidade com as diversas atividades que a igreja local tem sob sua responsabilidade. Primeiramente, sendo disciplinados e generosos em entregar os dízimos e as ofertas para o sustento da obra do Senhor; ter generosidade com os projetos de Missões que dispomos em múltiplas frentes em que há missionários que vivem integralmente do ministério; generosidade com diversas frentes de trabalhos de caráter social. As cartas do Apóstolo Paulo nos ensinam muito a respeito da verdadeira generosidade com a obra de Deus (1Co 8.1-5; Fp 4.18). Fazendo assim, honraremos a Deus com a nossa renda (Pv 3.9).
3. Generosidade com o próximo. A Palavra de Deus também fala a respeito da nossa generosidade individual para com o próximo necessitado (Lc 6.37,38; At 10.4). Quando temos a disposição de doar para quem precisa, ao mesmo tempo, protegemos o nosso coração da cobiça, da avareza e do egoísmo. Num contexto em que se fala muito na obrigação de instituições em suprir a necessidade do outro, (e é importante que instituições tenham essa disposição), não podemos nos esquecer de que há um imperativo bíblico para que olhemos e atendamos diretamente quem precisa, aquela pessoa de “carne e osso” (Tg 1.27; 2.14-17). Esse necessitado pode estar em nossa família, em nossa vizinhança, escola, trabalho, nas ruas. Portanto, a nossa relação com o dinheiro deve se dar sob a virtude da generosidade.
“Deus pode nos dar mais recursos do que realmente necessitamos. Desses recursos, podemos poupar e nos preparar para o futuro, o que é lícito. Mas também devemos nos lembrar daqueles nossos irmãos que têm menos do que temos, e que podemos ser usados para socorrê-los em momentos de angústia. Paulo, escrevendo aos coríntios, mostrou o exemplo dos cristãos filipenses. Esses crentes souberam que os irmãos em Jerusalém estavam passando necessidade, e mesmo tendo poucos recursos, pediram ao apóstolo para participar daquele socorro enviando os poucos recursos de que dispunham, e que seriam enviados para Jerusalém. Ninguém tem tão pouco que não possa ser partilhado, e a generosidade faz a diferença quando nos damos ao Senhor (2Co 8.5). Quando falamos de auxiliar nossos irmãos, vale a pena demonstrar a importância que o evangelho tem nesse quesito. Centrando o foco na Bíblia, perceberemos que o grande problema não é um sistema econômico que possa dar certo, mas o pecado, que atrapalha qualquer sistema que possa ser inventado.” (COELHO, Alexandre. O Padrão Bíblico Para a Vida Cristã: Caminhando Segundo os Ensinos das Sagradas Escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.110).
III. A PRUDÊNCIA COMO PROTEÇÃO PARA O DINHEIRO
1. A prudência como virtude. Se por um lado devemos lidar com o dinheiro sob a égide da generosidade; por outro, devemos lidar com ele sob a égide da prudência. Com prudência os antigos entendiam o “agir de acordo com a reta razão”, ou seja, diante de uma situação devemos agir de maneira que tenhamos a capacidade de, entre ações virtuosas e viciosas, escolher sempre as que exalam a retidão dos valores da Palavra de Deus. Por isso, o Livro de Provérbios (Pv 21.20; 22.7), bem como a Bíblia, nos estimula a não tomar decisões de maneira irrefletida. Podemos observar a virtude da prudência de maneira muito clara na forma de Jesus agir (Lc 10.1; Jo 8.6-9). Assim, não vale se deixar levar pela emoção quando o assunto é dinheiro.
2. Não faça negócios ilegais nem perigosos. Em Provérbios 17 vimos que a Palavra de Deus nos instrui a não ser fiador nem a subornar ninguém. O Novo Testamento apresenta um caso de mentira com o dinheiro cujo desfecho foi a morte de um casal (At 5.1-11). Além disso, não é prudente ser fiador de alguém, principalmente se não temos recursos para colocar no lugar se o favorecido não puder pagar. Não é prudente subverter ou subornar alguém por meio de recursos financeiros para obter vantagens. Quem entra por esse caminho das vantagens ilícitas e desmedidas poderá se ver com a Justiça.
3. Não pense apenas no agora. Com o dinheiro não é prudente gastar tudo de uma vez. É preciso pensar no depois. Aqui é o senso de responsabilidade que deve ser considerado. Você é jovem, tem planos pela frente, e todo plano tem que ter os recursos financeiros calculados e pensados. Então, tenha como meta tirar pelo menos dez por cento de tudo o que vier à sua mão, seja por trabalho formal ou não, de modo que você guarde para construir uma renda de emergência e comprar algo a médio e longo prazo. Outrossim, muito cuidado com empréstimo de qualquer natureza. Não que seja proibido usá-lo, pois se bem planejado e pensado, pode ser um grande auxílio. Contudo, empréstimo não é renda; aquele dinheiro não é nosso. Certa feita, nosso Senhor deu o seguinte exemplo: “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?” (Lc 14.28). Portanto, tenha prudência no trato com o dinheiro, poupando para criar um fundo de emergência; poupando também para comprar a médio e longo prazo; e, finalmente, fuja de empréstimos. Jamais gaste mais do que você ganha ou ganhará.
“O dinheiro tem o poder de mudar o pensamento de uma pessoa, e quando tal pessoa substitui Deus pelo dinheiro, esquecendo-se de que ‘o amor do dinheiro é a raiz de todos os males’ (1Tm 6.10), ela em breve se perderá. Muitos irmãos se complicam na busca por mais dinheiro, independentemente da fonte pelo qual ele virá. Roubar pode trazer aumento para a renda de uma pessoa, mas é um pecado, e quem faz isso é ladrão. Receber propina também se configura em injustiça, ainda que traga riquezas e status para quem a recebe. Deixar de pagar um funcionário que trabalhou é um ato condenado na Lei de Moisés (Lv 19.13). Portanto, a avareza não pode fazer parte da vida de quem serve a Deus. Nos tempos antigos, os povos no entorno de Israel aceitavam que pecados sexuais fossem aceitos como oferendas, mas Deus rejeitou tais costumes: ‘Não permitam que o salário pago a prostituta ou a prostituto, por qualquer voto, seja trazido à Casa do Senhor, seu Deus; porque uma e outra coisa são igualmente abomináveis ao Senhor, seu Deus’ (Dt 23.18 — NAA). O princípio aqui é que Deus aceita somente o fruto das finanças de um trabalho honesto e agradável para Ele, a forma como ganhamos nossos recursos faz a diferença. Portanto, se um homem ou mulher tem um negócio ou atividade que venham a envergonhar o nome do Senhor. Deus não receberá essa oferta, por maior que ela seja e por mais que ela possa ser usada para que o santuário seja beneficiado.” (COELHO, Alexandre. O Padrão Bíblico Para a Vida Cristã: Caminhando Segundo os Ensinos das Sagradas Escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.110).
PROFESSOR(A), “um dos maiores desafios do ser humano é lidar com os recursos financeiros. Vivemos em um mundo onde o dinheiro é largamente utilizado e a sua influência alcança todas as pessoas, quer creiam em Deus, quer não. E o que o cristianismo ensina sobre o dinheiro e o seu uso, e de que forma esses ensinos podem ser aplicados às nossas vidas? Deus, em sua Palavra, nos mostra a importância que o dinheiro tem na nossa vida pessoal e familiar, a forma como adquiri-lo e os cuidados necessários para que ele não se torne um deus em nossas vidas” (COELHO, Alexandre. O Padrão Bíblico Para a Vida Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.105).
CONCLUSÃO
Ao longo desta lição, vimos que a sabedoria bíblica com relação ao dinheiro tem duas perspectivas: a da generosidade e a da prudência. Nossa relação com o dinheiro não pode ser egoísta nem indisciplinada. Precisamos doar aos que precisam a fim de suprir a necessidade e não sermos dominados pelo dinheiro; mas também precisamos ser prudentes no uso do dinheiro, poupando e não se colocando em confusão por empréstimos.
WEAVER, Joanna. Descanse em Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
1. Qual é o sentido da expressão “espalham”?
A expressão “espalham”, do versículo 24, tem o sentido de “doar generosamente”.
2. A que atitudes o Livro de Provérbios nos aconselha e que tem a ver com a prudência?
Se por um lado Provérbios ensina a generosidade, por outro ele aconselha vigorosamente a prudência com o dinheiro.
3. O que a virtude da generosidade nos permite?
Ora, a virtude da generosidade nos permite sair de dentro dos nossos interesses e olhar para a necessidade do outro que está diante de nós.
4. Como podemos entender a palavra “prudência”?
“Agir de acordo com a reta razão”, ou seja, diante de uma situação devemos agir de maneira que tenhamos a capacidade de, entre ações virtuosas e viciosas, escolhamos sempre as que exalam a retidão dos valores da Palavra de Deus.
5. Quais as duas virtudes que têm relação com o dinheiro foram abordadas nesta lição?
A generosidade e a prudência.