Título: Alcance um futuro feliz e seguro — Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios: Um convite à Sabedoria e às promessas de proteção
Comentarista: Marcelo de Oliveira
Lição 9: Protegendo a sua boca
Data: 1 de dezembro de 2024
“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv 25.11).
A fala acompanhada de mansidão, agradabilidade e temperança revela a sabedoria que vem do alto.
SEGUNDA — Mt 5.9
Usando a linguagem de maneira suave e mansa
TERÇA — Tg 3.3-5
A linguagem adequada
QUARTA — Mc 7.20-23
A linguagem coerente com a ação
QUINTA — Cl 4.6
Palavras temperadas com sal
SEXTA — Tg 1.19
Prontos para ouvir e tardios para falar
SÁBADO — Mt 23.1-3
O nosso viver deve revelar o nosso falar
Professor(a), nesta lição estudaremos, de acordo com o livro de Provérbios, a maneira sábia de usarmos a nossa boca. O que falamos diz muito sobre quem somos. Vivemos tempos difíceis e precisamos, mais do que nunca, aprender a guardar a nossa língua. Por meio desse órgão tão pequeno do nosso corpo podemos abençoar e edificar a vida de muitos, mas também podemos ferir e até “matar”, inclusive, a nós mesmos. Peça ao Senhor que Ele conceda a você e seus alunos sabedoria para ter uma linguagem sã, irrepreensível e que edifica. Proteger a boca é tão importante quanto guardar o coração, até porque a boca fala do que o coração está cheio. Que venhamos buscar a sabedoria do alto, cuidando da nossa língua, buscando sempre glorificar o Senhor em tudo. Lembre-se: a maneira como você fala com seus alunos revela o que você pensa, sente e deseja.
Professor(a), reproduza a tabela abaixo no quadro e veja, juntamente com os alunos, quando a nossa fala é motivada por Deus e quando ela é motivada pelo Diabo.
Provérbios 10.11-14; 15.1-4,7,14; 17.27,28.
Provérbios 10
11 — A boca do justo é manancial de vida, mas a violência cobre a boca dos ímpios.
12 — O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.
13 — Nos lábios do sábio se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento.
14 — Os sábios escondem a sabedoria, mas a boca do tolo é uma destruição.
Provérbios 15
1 — A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
2 — A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.
3 — Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.
4 — Uma língua saudável é árvore de vida, mas a perversidade neta quebranta o espírito.
7 — Os lábios dos sábios derramarão o conhecimento, mas o coração dos tolos não fará assim.
14 — O coração sábio buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.
Provérbios 17
27 — Retém as suas palavras o que possui o conhecimento, e o homem de entendimento é de precioso espírito.
28 — Até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o que a Palavra de Deus nos ensina a respeito da maneira de usarmos a nossa boca. O que dizemos para outra pessoa diz muito do que nós somos, por isso que a Bíblia dá muita importância à forma que devemos falar com o outro. Sim, há grande ensinamento bíblico que visa nos ensinar a como proceder com a nossa língua. Por meio dela podemos abençoar e edificar a vida dos que se encontram ao nosso redor, mas também podemos trazer prejuízos irreparáveis, inclusive, a nós mesmos. Que Deus nos dê sabedoria para falarmos em seu nome.
I. A BOCA DO SÁBIO E A BOCA DO TOLO
1. O modo de falar do sábio e do falto de entendimento. O capítulo 10 de Provérbios traz um contraste entre o sábio e o tolo. Os versículos 11 a 14 apresentam o contraste mais específico entre o modo sábio de falar e o tolo. Por exemplo, enquanto o tolo apresenta um discurso indisciplinado, terreno e contencioso, o sábio apresenta um discurso disciplinado, celestial que promove vida (Pv 10.11). Por isso, é próprio do sábio tolerar as difamações e perdoar o que lhe fazem mal (Pv 10.12), mas o falto de entendimento não perdoa, muito pelo contrário, se inflama e produz palavras torpes, que incendeiam o ambiente e levam à confusão (Pv 10.13,14).
2. O que os lábios falam e o coração busca? O capítulo 15 de Provérbios, especificamente dos versículos 1 a 20, mostra como é a língua do sábio. Em primeiro lugar, a palavra branda proveniente dos lábios do sábio desviará o furor (v.1). Essa palavra revela um espírito humilde, mais terno, por isso a linguagem do sábio sempre é adornada de sabedoria, ponderação e bom senso, enquanto a língua do tolo é cheia de ira e insensatez (v.2). Dessa forma os olhos do Senhor contemplam tanto os maus e bons, principalmente a forma como usamos a linguagem (v.3). Então, sabedores de que Deus os contempla, os sábios derramam o conhecimento por meio da linguagem, pois o seu coração busca sinceramente a sabedoria; e diferentemente do sábio, o tolo derrama tolices, tortuosidades por meio de sua linguagem, pois seu coração é completamente indiferente à busca do que faz bem à alma e eleva o pensamento (vv.7,14).
3. É possível controlar a língua. Provérbios 17.27,28 nos mostra o valor de uma fala ponderada, disciplina e cuidadosa. Saber calar, principalmente no presente século, é uma das disciplinas mais importantes para quem busca desenvolver um espírito manso, suave e pacífico (Mt 5.9). Por isso, o sábio expressa o seguinte: “retém as suas palavras” (v.27). Assim, faz parte da linguagem de uma pessoa de bom entendimento fazer uso da língua no tempo certo, no ambiente adequado, pois isso está relacionado com um espírito precioso (v.27). E a prática de calar é tão “poderosa” que até o tolo sai por sábio se assim o fizer (v.28). Saber usar a linguagem de maneira adequada é um ato de sabedoria (Tg 3.3-5).
Professor(a), “explique aos alunos que Salomão tinha muito a dizer a respeito do que dizemos. Na verdade, língua, boca, lábios e palavras aparecem aproximadamente 150 vezes no livro de Provérbios. Em média, uma referência à fala aparece cinco vezes em cada um dos trinta e um capítulos. Isso me parece um assunto mencionado que frequentemente exige uma atenção adicional no exame do livro de Provérbios. Você pode reconhecer que esta é uma cópia contrastiva: ela menciona ‘os sábios’ em contraste com os ‘tolos’. Curiosamente, os dois tipos de pessoas se revelam aos outros pela maneira como usam suas línguas. Você e eu percebemos, naturalmente, que o problema não está na boca, mas no coração — a pessoa, lá no fundo de nós. Jesus ensinou, ‘o homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração, tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca’ (Lc 6.45). Da mesma maneira como um balde extrai água de um poço, também a língua mergulha e extrai o que quer que esteja enchendo o coração. Se a fonte está limpa, isso é o que a língua transmite. Se está contaminada, a língua evidenciará isso.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.83).
II. A LINGUAGEM DE UMA PESSOA TOLA
1. O que a linguagem revela? Os textos que meditamos (Pv 10; 15; 17) no tópico anterior fazem um claro contraste entre a linguagem do sábio e a do tolo. A Palavra de Deus nos mostra que a linguagem que expressamos revela o que se encontra dentro, no interior, isto é, revela o que estamos pensando, sentido e desejando (Mc 7.20-23). Esse fato pode ser constatado na discussão a respeito das funções de uma língua em que “a comunicação do pensamento” se revela como uma função básica. Logo, quando uma pessoa é insensata, ela se revela por meio da linguagem, quer nas manifestações verbais quer nas não verbais.
2. A língua do tolo. Os textos que estudamos revelam a linguagem do tolo como palavras que no lugar de construir, destroem; no lugar de estimular a mansidão, estimula a ira; no lugar de trazer a paz, produz violência; no lugar de estimular a prudência e a sensatez, estimula a insensatez e uma ação desgovernada. Por isso, na Carta de Tiago, a língua é apresentada como cheia de “peçonha mortal”, ou seja, de veneno, malícia e perversidade (Tg 3.8). Ora, a língua tem uma capacidade imensa de causar o mal às pessoas. Por isso, cabe aos que buscam a sabedoria do alto terem plena consciência do mal que se pode causar aos outros por meio do mau uso da fala.
3. O que acontece quando comunicamos insensatamente? Quando comunicamos algo, nos dirigimos a alguém ou comunicamos a respeito de alguém. Isso significa que o outro está diante de nossa fala. Comunicamos para alguém que está diante de nós. Por isso que o nosso Senhor disse que quem chamasse um irmão de “louco”, como um ato proveniente da cólera ou da ira, seria réu no juízo (Mt 5.22). Isso porque, por meio da palavra, podemos entristecer ou ferir a outra pessoa; por meio da palavra, podemos criar um ambiente pesado, obscuro e intragável; por meio da palavra, pessoas podem adoecer, fragilizar-se. Entretanto, por meio da palavra tudo isso pode ocorrer de maneira oposta, começando por viver em seriedade o que o apóstolo Paulo aconselha em sua carta: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.6).
“A verborragia é o costume de falar demais, dizendo pouco. As pessoas que são verborrágicas normalmente se sentem impelidas a comentar sobre toda e qualquer coisa, seja porque temem o silêncio ou porque creem, sinceramente, que uma conversa sem sentido é melhor que nenhuma. Assim, essas pessoas enchem o abençoado silêncio com conversas vazias. Interrompem sem hesitação. Falam primeiro e pensam depois... se é que pensam! E, com tudo o que falam, não ouvem. Há alguns anos, descobri que é praticamente impossível aprender alguma coisa enquanto estou falando. Isso, sem dúvida, é verdade, para qualquer pessoa. Assim, em vez de encher um vazio conversacional com uma tagarelice desnecessária, use o tempo que você tiver com os outros para ouvir bem, para entender mais a respeito deles. Faça perguntas que peçam respostas abertas, até encontrar um tema que os motive. Muito frequentemente, a conversa terá uma reviravolta significativa quando as pessoas descreverem o seu campo de interesse e explicarem por que o consideram emocionante e estimulante. À medida que permitirem a sua entrada no mundo delas, você terá a oportunidade de aprender e adquirir conhecimento de algum campo do conhecimento e experiência dessa pessoa. Depois de algum tempo, não terá meramente conversado: você terá se conectado. Esperamos que o exame que estamos fazendo a respeito da língua encoraje você a exercer mais controle sobre esse poderoso músculo de sua boca.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.83).
III. PROTEGENDO A LINGUAGEM DE UMA PESSOA SÁBIA
1. A fala do sábio. A nossa sociedade é marcada por pessoas que falam de maneira descompromissada. Falam uma coisa e fazem outra. Pensam uma coisa e sentem outra: ou seja, estão completamente desajustadas, desorganizadas. Uma das características da sabedoria cristã que encontramos nos capítulos de Provérbios em estudo é que a fala do cristão deve ser plenamente coerente com o que pensa e faz (Pv 10.11; 15.4; 17.27). Nosso Senhor era assim, pois o que ensinava poderia ser constatado em sua ação (Mt 7.29). Assim, o que dá autoridade a uma pessoa sábia não é apenas o seu discurso, mas se a ação está em pleno acordo com o que diz. É a Palavra virtuosa, conjugada com uma ação virtuosa, que fará do crente uma pessoa sábia. O jovem sábio será testado e provado nas suas ações com o que diz (Tg 2.18).
2. A relação entre falar e ouvir no sábio. Em Tiago está escrito: “Sabeis isto, meus amados irmãos: mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19). Uma das características de uma pessoa sábia é saber ouvir. Esse ouvir não se trata de uma escuta passiva, apenas por “educação”, mas uma escuta ativa, presente e consciente. Antes de falar, precisamos ouvir para interpretar corretamente o que nos estão comunicando. Numa época de distração como a nossa, muitos falam sem ouvir. Quando falamos sem ouvir, há ruídos na comunicação. Assim, corremos o risco de ser interpretados de maneira equivocada. Os desentendimentos nascem da má vontade de muitos ouvirem para compreenderem. É preciso humildade para isso. Dessa forma, a pessoa sábia está sempre pronta para ouvir e entender, e só falar depois de ter plena certeza de que entendeu. Ouvir e falar é um movimento indispensável para a boa comunicação.
3. A fala e o agir do sábio. É possível que nosso discurso esteja correto, seja santo, justo e bem, mas isso não basta. Nosso Senhor mostrou que não basta fazer o discurso, mas é preciso vivê-lo (Mt 23.1-3). Aqui, está o nosso grande desafio para agir de maneira sábia: Dizer o que é santo, justo e bom e, ao mesmo tempo, praticar o que é santo, justo e bom. Nessa perspectiva, somos chamados pela Palavra de Deus para apresentar uma fala que glorifique o Senhor, e que seja plenamente coerente com o que cremos e fazemos. Portanto, cuidemos de falar agradavelmente (Cl 4.6). com mansidão e temperança (1Pe 3.15), de maneira que nossas ações revelem a nossa temperança, agradabilidade e mansidão em Cristo.
“Como declara Tiago 3.2: ‘Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo’. Em outras palavras, uma língua controlada é a marca da maturidade. Diante disso, são poucos os que podem ser, verdadeiramente, chamados de ‘maduros’ e sábios. Aprender como usar as palavras de maneira construtiva, em vez de permitir que a nossa língua crie o caos em nossas comunidades e relacionamentos, é um desafio contínuo. Felizmente, a língua pode se tornar um maravilhoso instrumento de graça, paz, amor e gentileza. Vamos nos concentrar no uso positivo das palavras, permitindo que os ditados de Salomão acrescentem um pouco de azeite a engrenagem diária de uma língua descontrolada.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.83).
PROFESSOR(A), “mesmo o propósito da salvação trazida por Jesus inclui a santificação daqueles que são salvos pelo evangelho. Jesus não somente se santificou para exercer seu ministério neste mundo, mas igualmente nos mostrou o roteiro pelo qual a santificação ocorreria nas nossas vidas: por meio da sua Palavra e pela presença do Espírito Santo em nós.” (COELHO, Alexandre. O Padrão Bíblico Para a Vida Cristã: Caminhando Segundo os Ensinos das Sagradas Escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2024).
CONCLUSÃO
Na lição desta semana, estudamos a respeito da proteção à boca. Vimos que a boca fala do que o coração está cheio. Os que se mostram tolos, sua linguagem também se apresenta ao público de maneira insensata, desgovernada e insensível. Os que buscam a sabedoria do alto, devem ter o cuidado com a sua língua, buscando sempre glorificar o Senhor em tudo. A maneira que falamos revela o que pensamos, sentimos e desejamos.
OLSON, Roger. Contra a Teologia Liberal. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
1. O que o capítulo 10 de Provérbios traz?
O capítulo 10 de Provérbios traz um contraste entre o sábio e o tolo.
2. O que faz parte da linguagem de uma pessoa de bom entendimento?
Faz parte da linguagem de uma pessoa de bom entendimento fazer uso da língua no tempo certo, no ambiente adequado, pois isso faz parte de um espírito precioso (v.27).
3. Como a língua é apresentada em Tiago?
Na Carta de Tiago, a língua é apresenta como cheia de “peçonha mortal”, ou seja, de veneno, malícia e perversidade (Tg 3.8).
4. Segundo a lição, como a nossa sociedade é marcada?
A nossa sociedade é marcada por pessoas que falam de maneira descompromissada.
5. Por que não basta somente um discurso santo, justo e bom?
Nosso Senhor mostrou que não basta fazer o discurso, mas é preciso vivê-lo (Mt 23.1-3).