LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

4º Trimestre de 2024

 

Título: Alcance um futuro feliz e seguro — Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios: Um convite à Sabedoria e às promessas de proteção

Comentarista: Marcelo de Oliveira

 

 

Lição 12: Proteção contra os vícios

Data: 22 de dezembro de 2024

 

 

TEXTO PRINCIPAL

 

Como a cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito.(Pv 25.28).

 

RESUMO DA LIÇÃO

 

O autodomínio é uma virtude indispensável para a superação de um vício.

 

LEITURA DA SEMANA

 

SEGUNDA — Pv 23.30-35

A trágica consequência do álcool

 

 

TERÇA — Rm 6.14

A Bíblia mostra o vício como um senhor

 

 

QUARTA — Rm 12.2

Os vícios não fazem parte do propósito de Deus para a vida

 

 

QUINTA — Rm 8.5-8

Inclinados para as coisas do Espírito

 

 

SEXTA — Ef 2.8-10

Andar na virtude

 

 

SÁBADO — Mt 7.14

Firme na rocha

 

OBJETIVOS

 

  • APRESENTAR alguns conselhos a respeito dos vícios no livro de Provérbios;
  • SABER as consequências que os vícios trazem;
  • MOSTRAR como podemos nos proteger contra os vícios.

 

INTERAÇÃO

 

Professor(a), nesta lição veremos o quanto os vícios são perigosos e podem se mostrar dominadores da natureza humana. É contra esse domínio que a Palavra de Deus nos alerta e mostra com clareza que é possível e, ao mesmo tempo, é vontade de Deus que não sejamos dominados por ele. Veremos que o autodomínio aparece como uma virtude cristã indispensável para sairmos vitoriosos na luta contra os vícios. O que nos garante a nossa vitória contra eles é que estamos crucificados com Cristo, o Espírito Santo habita em nós e, por isso, podemos andar em novidade de vida.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor(a), converse com os alunos explicando que “as concupiscências da carne, dos olhos e a soberba da vida são níveis de vícios infames que todo cristão encontrará diante de sua jornada:

 

a) A concupiscência da carne. A concupiscência da carne tem a ver com a natureza humana completamente dominada pelo pecado, corrompida, decaída, todo ato do corpo para fins maléficos e imorais.

b) A concupiscência dos olhos. A concupiscência dos olhos tem a ver com tudo o que envolve a mente e a imaginação. Ela cria o desejo pelas coisas pecaminosas oferecidas pela mídia, música, filmes, literatura, a arte para ceder aos desejos carnais.

c) A soberba da vida. Esse nível de vício expressa a autoglorificação do homem no pecado, denotando seu egoísmo, vanglória e ateísmo. É o homem da atualidade desprezando o Criador em oposição deliberada.

 

Conclua enfatizando que para vencer essas concupiscências é preciso ter uma vida cheia do Espírito (Ef 5.18), viver plenamente em Cristo Jesus, fazendo a vontade de Deus (Mt 7.21)” (Adaptado de GOMES, Osiel. A Carreira que Nos Está Proposta: O Caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. Rio de Janeiro; CPAD, 2024).

 

TEXTO BÍBLICO

 

Provérbios 20.21; Romanos 6.5,6.

 

Provérbios 20

21 — O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio.

 

Romanos 6

5 — Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição.

6 — Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Os vícios revelam o poder do pecado na vida de um pecador. A Palavra de Deus afirma que o Senhor Jesus veio ao mundo para remover esse poder que impera na vida do pecador. Neste contexto, o livro de Provérbios nos mostra uma importante advertência contra os vícios que podem dominara alma humana. Nesta lição, estudaremos sobre como nos proteger contra os vícios.

 

 

I. OS VÍCIOS NO LIVRO DE PROVÉRBIOS

 

1. Os vícios em Provérbios. Não encontraremos no livro de Provérbios nenhuma lista de vícios dos quais devemos nos afastar, mas veremos princípios que devemos considerar em nossa caminhada. Nada deve dominar sua vida, exceto a Palavra de Deus. Por isso, uma das características de Provérbios, quando se deseja convencer o jovem a andar pelo caminho justo, é apresentar o perigo do caminho dos desejos viciantes, o caminho perverso e o prejuízo que ele nos trará (Pv 7.21-23). Provérbios nos apresenta os vícios numa linguagem que deixa claro o quanto eles podem ser sedutores e, ao mesmo tempo, destrutivos para a vida de quem foi dominado por eles. Assim, a mensagem deste livro é clara: o sábio não deve ser dominado por nenhum vício.

2. A substância viciante (Pv 20.1). O capítulo 20 está dentro de um contexto que tem início no capítulo 18.22. A partir do capítulo 19.25 há um contraste entre características da vida do justo e do zombador. Ainda dentro desse contexto, lemos que o álcool produz zombadores e brigas e que, por isso, não é uma característica de uma pessoa sábia que preza pela prudência e temperança (Pv 20.1). Provérbios ainda mostra que o álcool é responsável por trazer consequências das mais degradantes para a vida (Pv 23.30-35). A bebida forte, como qualquer outra substância viciante, tira de nós a lucidez, a moderação, o domínio próprio, a razoabilidade e, portanto, é incompatível com a vida de quem é cheio do Espírito Santo (Ef 5.18).

3. Os demais vícios (Pv 25.28). Provérbios 25 se encontra dentro do contexto 25.1 e 29.27 denominado de, como vimos na primeira lição, coletânea de Ezequias com provérbios de Salomão. Provérbios 25.28 nos apresenta o tema do domínio próprio contra qualquer tipo de vício em qualquer área da natureza humana. Como seres humanos, guerreamos nossas guerras em diversas áreas de nossa natureza. Os desafios com vícios podem se apresentar na área das necessidades instintivas (comida, sexo e poder); na área emocional (tristeza, ira e preguiça); e na área do espírito humano (ambição, inveja e soberba). O desequilíbrio em qualquer uma dessas áreas pode produzir muito males.

 

SUBSÍDIO I

 

 

Professor(a), explique aos alunos que “para muitas pessoas, hoje em dia. a dependência física e emocional de alguma substância é uma realidade amarga e implacável, e as estatísticas sugerem que o consumo de drogas não está diminuindo. O problema se expandiu para incluir mais pessoas do que nunca. Há muito tempo, o vício de bebidas alcoólicas e de drogas deixou as favelas para fazer vítimas nos pátios das escolas. O vício não mais é a doença dos marginalizados, econômica e culturalmente; hoje, é uma epidemia que assola as famílias de classe média. Há, então, algum assunto de maior relevância que este? Há alguns séculos, quando o Senhor orientou os seus mensageiros para que registrassem a sua verdade, este foi um assunto que Ele preferiu não ignorar. Por isso, agora, aqui estamos, no século XXI, cercados por conveniências modernas e tecnologia sem precedentes, no entanto os antigos ditados que um autor escreveu há tanto tempo têm uma saudável relevância. Esta coletânea de sábios dizeres inclui mensagens e advertências pertinentes a todos os que podem estar escravizados pelos efeitos do álcool ou da sedução de outras substâncias que causam alucinações.

O vício em substâncias químicas não está mais escondido, sussurrado por um seleto grupo de profissionais, atrás de portas fechadas. Por todo o país, há grupos em comunidades, faculdades e igrejas, não para repreender ou gritar, não para pregar ou moralizar, mas para oferecer ajuda. Profissionais treinados e viciados em recuperação dedicam seu tempo a encorajar, apoiar, orientar e instruir uns aos outros. A maioria deles já passou pelo pesadelo infernal do vício, de modo que entendem o que é se sentir preso, cativo de uma garrafa, de um comprimido, de uma inalação ou de uma injeção.” (SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.176).

 

 

II. O VÍCIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

 

1. O conceito. Basicamente, podemos conceituar o vício como um hábito ou costume duradouro que leva a pessoa a fazer alguma coisa que traz algum “bem-estar”. Esse comportamento se torna recorrente e cada vez mais intenso. E uma das características mais visíveis do vício se encontra exatamente quando ocorre a retirada do seu objeto. A pessoa entra num processo de abstinência e, por isso, acaba por sentir uma série de sintomas desagradáveis devido à ausência do objeto do vício. Assim, quem é dominado por um vício se torna vulnerável a uma série de perigos. Por isso que a descrição de Provérbios 25.28 é atemporal, pois o ser humano pode dominar a tecnologia, pode ser uma pessoa muito bem-sucedida, poder ter as maiores honrarias, mas se ela é dominada por um vício, ela está exposta e, por isso, é como uma cidade sem proteção alguma, desprotegida para qualquer tipo de invasão. Ela não tem vontade própria, pois se encontra sob o domínio de um senhor: o vício (Rm 6.12-14).

2. Tipos diversos de vícios. Os vícios se manifestam em diferentes áreas da natureza humana. Como mencionamos anteriormente, ele pode se manifestar por meio das necessidades mais básicas como a comida e a bebida, com a compulsão alimentar, o alcoolismo; por meio do sexo, com o vício da pornografia, sexo excessivo e promiscuidade. Dessa forma, os vícios se manifestam de maneira diversa na vida das pessoas, começando sempre de forma sorrateira, recreativa e despretensiosa, até que não se consiga mais sair desse contexto dominador de maneira autônoma.

3. Vícios presentes na vida dos jovens. Há alguns vícios que são predominantes no contexto em que os jovens vivem de maneira geral. Naturalmente, sempre há as exceções. Especialistas da área de Saúde Mental têm se dedicado em estudar os comportamentos de jovens por intermédios desses vícios. De acordo com eles, a dependência química é disparada o vício mais comum entre os jovens. Geralmente, a introdução ao vício se começa de maneira recreativa para depois se torna em dependência. Esse vício impacta não só o jovem, mas toda a sua família. O alcoolismo também é um vício muito presente na vida dos jovens. Isso é um problema, pois o álcool é prejudicial ao desenvolvimento intelectual e emocional do jovem.

 

SUBSÍDIO II

 

 

“O consumo de drogas não está limitado a ruazinhas sujas, você pode encontrar o vício praticamente em todos os lugares. O apartamento de cobertura de propriedade do grande apostador; casas agradáveis onde crianças pequenas brincam; eficientes escritórios onde se fazem negócios regularmente: quartéis militares onde reina a monotonia; times esportivos profissionais, onde a competição é violenta e o dinheiro é abundante — o problema não conhece limites econômicos nem sociais. Este, no entanto, não é um fenômeno recente. Há séculos, Salomão falou sobre isso. Apesar de sua posição privilegiada entre os que eram politicamente poderosos e intelectualmente dotados, os seus textos refletem uma exposição — em primeira mão — ao problema. Aparentemente, Salomão sofreu pessoalmente com o vício, de alguma maneira, ou testemunhou essa condição nas pessoas próximas a ele. Ele personificou o álcool como um vil criminoso: ‘O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio’ (20.1). Embora, a princípio, Salomão parecesse ter a substância em vista, um exame mais atento mostra que ele, na verdade, estava se referindo ao vício. O vinho não fermentado não era algo inerentemente ruim. Na verdade, o vinho não fermentado era uma parte necessária da vida diária, nos tempos antigos. Todos na família bebiam vinho... com moderação.

Com responsabilidade! A ‘bebida forte’, no entanto, era diferente. Também chamada de ‘vinho doce’, esta bebida continha uma dose substancialmente maior de álcool do que aquilo que muitas culturas chamavam de ‘vinho de mesa’. Os fabricantes de bebida forte descobriram que a mistura de uvas com tâmaras ou romãs secas, antes da fermentação, resultava em uma bebida que provoca uma alteração mental. O mesmo processo funcionava para a destilação de cerveja forte, com a fermentação da cevada, e a mistura de frutas com alta concentração de açúcar para produzir um elevado teor alcoólico.

A palavra-chave neste provérbio é a palavra hebraica traduzida como ‘alvoroçadora’, que pode não ser a melhor tradução. O verbo original quer dizer ‘desviar, errar, falhar’. A ênfase principal é ao pecado inadvertido, quer por ignorância ou por acidente. Neste contexto, o vinho e a bebida forte seduzem suas vítimas, como uma meretriz seduz um amante (Pv 5.20,34). Além disso, este provérbio sugere que o pecado não é, meramente, um caso de embriaguez, mas um rumo descendente no modo de vida. ‘Vinho’ e ‘bebida forte’ representam vício ou compulsão. Portanto, a intoxicação pode não ser meramente o efeito do álcool no cérebro, mas a influência do vício na vida de uma pessoa.” (SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.178).

 

 

III. PROTEGENDO-SE CONTRA OS VÍCIOS

 

1. Crucificados com Cristo. Podemos afirmar que, a respeito de como sermos vitoriosos contra os vícios carnais, há uma verdade demonstrada e revelada nas Escrituras: “nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado” (Rm 6.6). Com base na verdade revelada da Palavra de Deus afirmamos que o pecado e, consequentemente, os vícios não têm mais poder sobre a nossa vida, pois fomos unidos a Cristo na sua morte, de maneira que semelhantemente seremos unidos a Ele na ressurreição (Rm 6.5). Por isso que quem está em Cristo não se inclina para as coisas da carne, pois seu interesse é com as coisas do Espírito que é vida e habita em nós (Rm 8.5-8). Ora, a característica de uma pessoa dominada pelo Espírito de Deus é a de se inclinar para as virtudes do Espírito. Essas virtudes são reveladas por meio do amor, da mansidão, da temperança (domínio próprio), da benignidade (Gl 5.22).

2. Os vícios não reinam mais. Ora se fomos crucificados com Cristo, não podemos ser escravos do pecado, muito menos obedecer aos apelos de nossa natureza caída (Rm 6.12,13), mas devemos ser dominados pelo Espírito Santo. Isso não significa que não seremos tentados pelos desejos do pecado. Por isso, o apóstolo apela para que nos entreguemos todos os dias a Deus para desenvolveras virtudes do Espírito (Rm 6.13).

3. Exercendo o autodomínio. O apóstolo Paulo diz que fazemos parte de uma nova realidade espiritual, ou seja, estamos na graça. Essa graça maravilhosa nos alcançou de maneira poderosa (Ef 2.8-10). Por isso, o pecado não pode mais nos dominar (Rm 6.14). Dessa forma, como consequência da obra realizada pelo Espírito Santo em nossas vidas, podemos dizer não ao pecado, ao vício e, ao mesmo tempo, cultivar uma virtude indispensável para vencer as lutas contra os desejos pecaminosos: a virtude do autodomínio, da temperança. Desenvolvemos essa virtude quando nos submetemos, de maneira plena, ao domínio do Espírito Santo. Então, essa virtude nos auxiliará na luta contra os pecados de todas as esferas de nossa natureza. Assim, quando somos temperados pelo Espírito, exercemos o autodomínio nas áreas que antes eram dominadas por outras fontes, não deixamos espaço aberto para as tentações e ofertas maliciosas para nos derrubar. Assim, faz muito sentido quando o sábio diz que quem domina o seu espírito, isto é, exerce o autodomínio, não se assemelha mais a uma cidade sem muros; pelo contrário, é semelhante a uma cidade bem fortificada, segura e firmada numa rocha (Pv 25.28; cf. Mt 7.24).

 

 

CONCLUSÃO

 

Nesta lição, vimos o quanto os vícios são perigosos e podem se mostrar dominadores da natureza humana. É contra esse domínio que a Palavra de Deus nos alerta a respeito dos vícios e mostra com clareza que é possível e, ao mesmo tempo, é a vontade de Deus que não sejamos dominados por eles. O autodomínio aparece como uma virtude cristã indispensável para sairmos vitoriosos na luta contra os vícios. O que nos garante a nossa vitória é que estamos crucificados com Cristo, o Espírito Santo habita em nós e, por isso, podemos andar em novidade de vida.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Qual é uma das características de Provérbios a respeito dos vícios?

Uma das características de Provérbios, quando se deseja convencer o jovem a andar pelo caminho justo, é apresentar o perigo do caminho dos desejos viciantes, o caminho perverso e o prejuízo que ele nos trará (Pv 7.21-23).

 

2. Qual o conceito de vício de acordo com a lição?

Basicamente, podemos conceituar o vício como um hábito ou costume duradouro que leva a pessoa a fazer alguma coisa que traz algum bem-estar. Esse comportamento se torna recorrente e cada vez mais intenso.

 

3. De acordo com a lição, quais os principais vícios encontrados no contexto dos jovens?

Especialistas da área de Saúde Mental têm se dedicado em estudar os comportamentos de jovens por intermédios desses vícios e de acordo com eles, a dependência química é disparada, o vício mais comum entre os jovens de maneira geral.

 

4. O que podemos afirmar a respeito do pecado e dos vícios de acordo com a revelação da Palavra de Deus?

Com base na verdade revelada da Palavra de Deus que afirmamos que o pecado e, consequentemente, os vícios não têm mais poder sobre a nossa vida, pois fomos unidos a Cristo na sua morte, de maneira que semelhantemente seremos unidos a Ele na ressurreição (Rm 6.5).

 

5. Qual é a virtude cristã indispensável para vencer o vício?

Uma virtude indispensável para vencer as lutas contra os desejos pecaminosos é a virtude do autodomínio, da temperança.