LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

4º Trimestre de 2003

 

Título: Mordomia Cristã — Servindo a Deus com excelência

Comentarista: Elienai Cabral

 

 

Lição 9: A mordomia cristã das finanças

Data: 30 de novembro de 2003

 

TEXTO ÁUREO

 

Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores(1Tm 6.10).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O dinheiro foi feito para o homem, e não o homem para o dinheiro, por isso, devemos administrá-lo com sabedoria e desprendimento.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Mc 12.41

Jesus observava e discernia o comportamento dos ofertantes

 

 

Terça — Lc 12.15

Jesus advertiu para o perigo do mau uso do dinheiro

 

 

Quarta — Gn 13.1-6

Abraão foi homem muito rico e piedoso

 

 

Quinta — Mt 6.24

A idolatria ao dinheiro vista em Mamom

 

 

Sexta — Is 55.1,2

A salvação em Cristo não se compra com dinheiro

 

 

Sábado — At 5.1-10

O Espírito Santo suplanta a força do dinheiro

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

2 Reis 12.4-15.

 

4 — E disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas santas que se trouxer à Casa do Senhor, a saber, o dinheiro daquele que passa o arrolamento, o dinheiro de cada uma das pessoas, segundo a sua avaliação, e todo o dinheiro que trouxer cada um voluntariamente para a Casa do Senhor,

5 — os sacerdotes o recebam, cada um dos seus conhecidos; e eles reparem as fendas da casa, segundo toda fenda que se achar nela.

6 — Sucedeu, porém, que, no ano vinte e três do rei Joás, os sacerdotes ainda não tinham reparado as fendas da casa.

7 — Então, o rei Joás chamou o sacerdote Joiada e os mais sacerdotes e lhes disse: Por que não reparais as fendas da casa? Agora, pois, não tomeis mais dinheiro de vossos conhecidos, mas dai-o em prol das fendas da casa.

8 — E consentiram os sacerdotes em não tomarem mais dinheiro do povo, nem em repararem as fendas da casa.

9 — Porém o sacerdote Joiada tomou uma arca, e fez um buraco na tampa, e a pôs ao pé do altar, à mão direita dos que entravam na Casa do Senhor; e os sacerdotes que guardavam a entrada da porta depositavam ali todo o dinheiro que se trazia à Casa do Senhor.

10 — Sucedeu, pois, que, quando viram que já havia muito dinheiro na arca, o escrivão do rei subia com o sumo sacerdote, e contavam e ensacavam o dinheiro que se achava na Casa do Senhor.

11 — E o dinheiro, depois de pesado, davam nas mãos dos que faziam a obra, que tinham a seu cargo a Casa do Senhor; e eles o distribuíam aos carpinteiros e aos edificadores que reparavam a Casa do Senhor,

12 — como também aos pedreiros e aos cabouqueiros, e compravam madeira e pedras de cantaria para repararem as fendas da Casa do Senhor e para tudo quanto para a casa se dava para a repararem.

13 — Todavia, do dinheiro que se trazia à Casa do Senhor não se faziam nem taças de prata, nem garfos, nem bacias, nem trombetas, nem nenhum vaso de ouro ou vaso de prata para a Casa do Senhor.

14 — Porque o davam aos que faziam a obra, e reparavam com ele a Casa do Senhor.

15 — Também não pediam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro, para o dar aos que faziam a obra, porque procediam com fidelidade.

 

PONTO DE CONTATO

 

Quando lemos o sermão das bem-aventuranças, observamos que a grande prosperidade humana está relacionada ao ser e não ao ter, entretanto, isto não impede que o homem prospere também materialmente. Deus não condena as riquezas materiais desde que sua busca não seja obsessiva e que não se constituam em segurança para nós, mas seja um meio de abençoarmos sua obra. A sociedade está extremamente gananciosa e para satisfazer suas ambições cada vez mais desmedidas, utiliza métodos sem ética social, moral e espiritual. Será que ter muito dinheiro e ambicionar coisas grandes é pecado? Os fins justificam os meios? Se usarmos meios dignos e honestos, condizentes com a conduta de um verdadeiro cristão, sim; do contrário, não.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:

 

  • Definir os critérios para a administração do dinheiro pessoal ou público.
  • Entender porque a Bíblia condena a avareza.
  • Mencionar duas lições aprendidas com a mordomia de Joás.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Não podemos negar a importância que tem o dinheiro em nossas vidas porque com ele podemos satisfazer as nossas necessidades essenciais. Entretanto, devemos usá-lo sabiamente. O que a Bíblia condena não é tê-lo, mas amá-lo. Essa busca insaciável e avarenta é uma forma de idolatria. E isso se torna um grande problema para nós, pois nos tornamos escravos, não medindo esforços para ganhá-lo e acabamos ferindo as pessoas que nos são mais queridas. Por cobiça, os homens são capazes de cometer os mais sórdidos e impensáveis atos contra si mesmos e seus semelhantes. As riquezas podem ser um grande obstáculo para a salvação pois transmitem uma falsa sensação de segurança e independência, que afastam o homem de seu Criador. O seu foco que antes era espiritual, agora é material. Temos a possibilidade de desfrutar uma vida próspera e abundante sob a bênção de Deus, se administrarmos nossas finanças com ponderação, responsabilidade e dignidade.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Escreva no quadro de giz, ou numa faixa, a seguinte frase: “O dinheiro não traz felicidade”.

Peça aos alunos para formarem duplas. Pergunte o que acham dessa frase. Se concordam ou não. Por quê? Por que o dinheiro é importante? É bom possuir muito dinheiro? Como devo ganhá-lo? Ele pode comprar tudo? Você poderá solicitar que escrevam numa folha de papel suas opiniões. Depois, dê cinco minutos para que apresentem suas opiniões e seus argumentos. Esta é uma forma muito interessante de toda a turma participar da aula. Ao final, faça uma conclusão à luz da Bíblia sobre o tema apresentado.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Acerca das coisas que movem o mundo, o dinheiro se destaca como algo eticamente difícil de ser administrado. A mordomia cristã das finanças implica instruir o cristão com relação ao modo ético, decente e correto de lidar com o dinheiro. O dinheiro está diretamente ligado aos bens materiais. A mordomia cristã, nesse particular, tem a ver com a administração adequada do dinheiro, como adquiri-lo, posse e a utilização do mesmo nas várias atividades da vida material. A administração do dinheiro, seja pessoal ou público, deve ser feita com critério, honestidade e responsabilidade.

 

 

I. A MORDOMIA EXEMPLAR DE JOÁS

 

O rei Joás percebendo que o reino e principalmente a casa de Deus estavam em estado deplorável, necessitando reparos, despertou o coração do povo para contribuir para essa finalidade. O rei organizou um sistema de arrecadação de dinheiro para a reparação do templo. Desse modo, Joás constitui-se num modelo de mordomia cristã na Bíblia.

Aqui aprendemos preciosas lições com a mordomia de Joás referente as finanças do povo de Deus.

1. Joás despertou o interesse do povo para contribuir. Joás percebeu que o segredo do sucesso do seu reinado consistia, em cuidar primeiro das coisas de Deus. O templo precisava de reparos urgentes e, para tal, precisava de amor, dedicação e cooperação do povo (2Rs 12.4).

2. Joás estabeleceu ordem e organização (2Rs 12.4,5,7). Sem esses elementos não pode haver coordenação nos trabalhos da igreja, mesmo que haja fervor e espiritualidade.

Ele deixou com Joiada, o sumo sacerdote, a responsabilidade de coordenar, com os demais sacerdotes, a captação e manuseio do dinheiro. As mensagens inspiradas sobre o propósito das ofertas estimularam o povo a contribuir com espírito voluntário, generoso e alegre.

3. Joás demonstrou responsabilidade na sua administração (2Rs 12.7). Joás estava firme em seu propósito de reconstruir e reparar o templo. Convocou seus liderados, principalmente Joiada, o sacerdote, e perguntou-lhe: “Por que não reparais os estragos da casa?”. Joiada não estava cumprindo sua responsabilidade. Nossa mordomia requer propósito e fidelidade. Quantos líderes cristãos são honestos quanto ao emprego do dinheiro do Senhor que entra nos cofres das suas igrejas, mas, em vez de o utilizarem na obra de Deus, preferem guardá-lo em bancos. Com Joás, o dinheiro tinha de ser empregado nas finalidades estabelecidas, para que o povo não perdesse a fé e a confiança nos seus líderes.

4. O povo viu o bom resultado de suas contribuições. Joás determinou que “a obra dos reparos” fosse executada imediatamente. A obra foi dividida em setores de trabalho. Estabeleceu chefes especialistas para cada tipo de trabalho. Havia carpinteiros, pedreiros, cavouqueiros, construtores (2Rs 12.11,12). O dinheiro era separado segundo a necessidade e, cada chefe de serviço administrava o pagamento aos trabalhadores. O dinheiro da oferta pela culpa e o dinheiro das ofertas pelo pecado eram os únicos separados exclusivamente para o sustento dos sacerdotes (2Rs 12.16).

 

 

II. PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DO DINHEIRO

 

1. Avaliação correta do dinheiro. Não é o dinheiro que “é a raiz de toda espécie de males”, mas “o amor do dinheiro” (1Tm 6.10). É esse amor idolatrado que torna as pessoas vítimas da ganância, da presunção e da avareza. O dinheiro não é mau nem bom em si mesmo. Sua utilização é que deve ser justa, honesta e racional. A parte final do texto de 1 Timóteo 6.10, assevera: “e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. É o amor ao dinheiro que é prejudicial, e faz mal à alma. Colocar o dinheiro à frente de todas as coisas na vida, ou acima das prioridades espirituais, é mau e perigoso. A Bíblia condena a avareza porque ela conduz ao egoísmo e ao desamor (Hb 13.5; 2Pe 2.3,14).

2. Na mordomia cristã, o dinheiro é um meio e não um fim em si mesmo. A sociedade humana gira em torno do dinheiro e faz do mesmo a razão de tudo na vida, pois o incrédulo, na sua cegueira espiritual não conhece a Deus. A Bíblia adverte: “o que ama o dinheiro nunca se fartará dele” (Ec 5.10).

3. A arte de ganhar dinheiro. Não é pecado ganhar dinheiro de maneira digna, lícita e honesta. Pecado é aplicá-lo mal. Para que ganhemos dinheiro sabiamente, precisamos reconhecer antes de tudo, e em primeiro lugar, o reino de Deus. Isto é, o seu predomínio nas nossas finanças pessoais (Mt 6.33). Todo verdadeiro mordomo cristão, nas suas finanças, faz de Deus o seu sócio-gerente, isto é, seu orientador. Na sua obtenção de dinheiro veja sempre um modo de contribuir para o reino de Deus.

4. O uso racional do dinheiro. João Wesley era muito prático e, por isso, deu três regrinhas sobre o uso correto do dinheiro:

Primeira: “Ganhar o máximo que pudermos”. Isto deve ser feito sem pagarmos demasiado caro pelo dinheiro e sem prejudicarmos o próximo, assim no corpo como na alma. Pagar demasiado caro o dinheiro é ganhá-lo com prejuízo da saúde, da honra, do bom nome; ganhá-lo ilicitamente enfim.

Segunda: “Economizar o máximo que pudermos”. Isto significa que devemos cortar as despesas que apenas visam dar satisfação aos loucos desejos da carne, à vaidade e à cobiça dos olhos. Não se deve desperdiçá-lo em pecados e loucuras durante a nossa existência, e providenciar para que nossos filhos não o desperdicem depois da morte.

Terceira: “Doarmos o máximo que pudermos”.

 

 

III. A MORDOMIA DA PROSPERIDADE

 

1. Prosperidade e espiritualidade. Há um falso conceito de que a pobreza material é o caminho para a verdadeira espiritualidade. Há quem pense que a prosperidade financeira rouba a humildade do crente e o afasta de Deus. Aqueles que querem prosperar segundo o sistema do mundo, realmente correm esse risco, mas quem coloca sua prosperidade material sob a égide de Deus, certamente será abençoado.

2. A prosperidade de Abraão. Abraão foi um homem próspero em sua vida material porque era obediente às leis divinas da prosperidade. Ele teve uma vida frutífera e próspera. “E Abraão era muito rico em gado, prata e ouro” (Gn 13.2). “Ora, temos direito, também, à mesma bênção de Abraão, por Jesus Cristo; e a bênção de Abraão chegou aos gentios através de Cristo” (Gl 3.14). E diz mais: “E se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.29).

 

 

CONCLUSÃO

 

Aprendemos que o dinheiro não é fim primordial da vida humana. O cristão que ama a Deus sobre todas as coisas, fará com que a arte de ganhar dinheiro se constitua numa fonte de bênçãos para si mesmo, para sua família e, acima de tudo, para o reino de Deus, representado pela igreja de Cristo.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Sociológico

 

“É exatamente por sermos filhos de Deus que devemos ter consciência não só dos nossos direitos, mas também, dos nossos deveres sociais, morais, familiares e espirituais. O trato com o dinheiro merece um cuidado especial, pois o chamado ‘vil metal’ tem feito muitos se tornarem ricos materialmente, mas miseráveis espiritualmente. Há um corinho antigo e simples, que diz: ‘Quem tem Jesus, tem tudo; quem não tem Jesus, não tem nada. Quem tem Jesus tem tudo, no céu já tem morada’.

Assim, o dinheiro deve ser visto sob o ângulo das coisas passageiras, útil, necessário, mas que deve ser utilizado com sabedoria, prudência e bom senso. Disse alguém, com muita propriedade: ‘O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo senhor’. Que Deus nos conceda a graça de sabermos lidar com esse meio de troca, que tanto facilitou o intercâmbio entre os países, as instituições e as pessoas […].

[…] Os não crentes têm as coisas por permissão de Deus, sejam ricos ou pobres, na condição de suas criaturas. Nós, seus filhos, temos as coisas, incluindo o dinheiro, como dádivas de sua mão. Davi tinha essa visão quando disse: ‘Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos’ (lCr 29.14). Assim, devemos entender que aquilo que chamamos de ‘nosso’, na verdade, não é bem nosso. É linguagem comum, que não expressa a realidade das coisas, pois tudo é de Deus (Sl 24.1). A falsa ideia de que somos efetivamente donos de alguma coisa tem levado muitos a cometerem erros e fraquezas, que resultam em grandes prejuízos morais, financeiros e espirituais” (Ética Cristã, CPAD, pp.161,162).

 

GLOSSÁRIO

 

Avareza: Excessivo e sórdido apego ao dinheiro; esganação; falta de generosidade; mesquinhez.

Cavouqueiro: Aquele que faz escavação aberta para alicerces de uma construção.

Égide: Escudo; defesa, proteção, amparo.

Predomínio: Domínio principal; preponderância, supremacia, superioridade.

Voluntário: Que age espontaneamente; derivado da vontade própria.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. Como deve ser feita a administração do dinheiro pessoal ou público?

R. Com critério, responsabilidade e honestidade.

 

2. Mencione duas lições que podemos aprender com a mordomia de Joás referente a finanças.

R. Despertou o interesse do povo para contribuir e estabeleceu ordem e organização.

 

3. Quais as consequências da idolatria pelo dinheiro!

R. Torna as pessoas vítimas da ganância, da presunção e da avareza.

 

4. Por que Abraão foi um homem próspero em sua vida material?

R. Porque era obediente às leis divinas da prosperidade.

 

5. Como a Bíblia nos ensina a ganhar dinheiro sabiamente?

R. Reconhecendo, antes de tudo e em primeiro lugar, o reino de Deus.